Blog

Blog

24 de abr. de 2011

Política externa


Presidenta Dilma discursa durante a cerimônia de formatura da Turma 2009-2011 do Instituto Rio Branco. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A política externa brasileira será norteada pela defesa e promoção dos Direitos Humanos e pelo fortalecimento político, econômico e comercial da América do Sul. A afirmação é da presidenta Dilma Rousseff, proferida após cerimônia de imposição de insígnias e medalhas da Ordem de Rio Branco, em comemoração do Dia do Diplomata, e de formatura do Instituto Rio Branco, nesta quarta-feira (20/4), no Palácio Itamaraty, em Brasília (DF).
Em seu discurso, Dilma Rousseff assegurou que a América do Sul seguirá como prioridade da política externa e que sinalizou tal prioridade ao fazer na Argentina sua primeira viagem ao exterior. Segundo ela, não há espaço para discórdias e rivalidades do passado, uma vez que os países do continente “tornaram-se valiosos parceiros políticos e econômicos do Brasil”.
“Nós sabemos que os destinos da América do Sul e os nossos estão indelevelmente ligados. Nossa região, com um crescimento médio de 7,2% em 2010, transformou-se em um polo dinâmico do crescimento mundial”, frisou.
Outro pilar das relações exteriores, segundo a presidenta, é a defesa dos Direitos Humanos, “mais do que nunca no centro das preocupações de nossa política”. “Vamos promovê-los e defendê-los em todas as instâncias internacionais, sem concessões, discriminações ou seletividade, coerentemente com as preocupações que temos a respeito em nosso próprio país”, completou.
A presidenta salientou que a política externa de um país é mais do que sua projeção na cena internacional, por ser também um componente essencial de projetos nacionais de desenvolvimento. Nesse contexto, afirmou, a atenção que o Brasil tem despertado globalmente nos últimos anos é consequência da percepção e da valorização que a comunidade internacional passou a ter das transformações que país vem passando, como a recuperação da infraestrutura física, social, econômica e energética e a crescente distribuição de renda.
“Como país multiétnico, de grande diversidade cultural e com interesses globais, o Brasil busca a interação entre culturas e respeita a pluralidade de ideologias e sistemas políticos. Por essa razão também favorecemos a cooperação com os países desenvolvidos e em desenvolvimento de todas as regiões do mundo.”
A presidenta Dilma destacou, ainda, o fortalecimento das relações do Brasil com a África, Oriente Médio, Ásia e Estados Unidos e lembrou do papel brasileiro da reconstrução da democracia do Haiti. Ela fez também questão de frisar a importância da reformulação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de outros organismos internacionais, e continuou:
“Sabemos que temos ainda inúmeros desafios pela frente. O mais importante deles é o de superar a pobreza extrema. E, mais, para sermos uma grande nação – próspera e democrática – precisamos também realizar um grande esforço para assegurar educação de qualidade para os jovens brasileiros, mobilizando todas as nossas capacidades para desenvolver a pesquisa científica e tecnológica e entrarmos no caminho da inovação em todas as áreas de nossa atividade. Esses são, sem dúvida, o nosso passaporte para a economia do conhecimento, permitindo que enfrentemos a dura competitividade econômica internacional. São, sobretudo, instrumentos para a construção de uma verdadeira cidadania.”
Alunos da Turma 2009-2011 do Instituto Rio Branco posam para foto ao lado da presidenta Dilma Rousseff e do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Foto: Roberto
Stuckert Filho/PR
Formatura – As comemorações ao Dia do Diplomata foram marcada com a formatura de 109 diplomatas da Turma 2009-2011 do Instituto Rio Branco. A turma escolheu como patrono o embaixador Paulo Nogueira Batista e, como paraninfo, o ex-presidente Lula, representado na cerimônia pelo assessor da área internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
O ingresso na carreira diplomática se dá mediante concurso público realizado pelo Instituto. Sendo aprovado, o candidato realiza um estágio de dois anos, nos moldes de um curso de mestrado, e ingressa na carreira diplomática. O treinamento durante a carreira capacita o diplomata a tratar de temas como paz e segurança até normas de comércio e relações econômicas e financeiras, passando por temas que diga respeito ao fortalecimento dos laços de amizade e cooperação do Brasil com seus parceiros externos.