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7 de nov. de 2012

Corrupteca: A maior biblioteca virtual sobre corrupção do mundo

A Corrupteca é uma biblioteca digital especializada em corrupção desenvolvida e mantida pelo Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (NUPPs) da Universidade de São Paulo (USP).



Seu objetivo é fomentar a pesquisa do fenômeno da corrupção e seus impactos nas políticas públicas e na qualidade da democracia, principal tema de pesquisa do núcleo na atualidade.


Com acervo aberto ao público e formado em sua primeira fase por cerca de 100 mil volumes digitais de texto completo, a Corrupteca reúne a produção científica específica sobre corrupção extraída de 48.567 periódicos científicos, disponíveis em 1.643 universidades e centros de pesquisa de 63 países que fazem parte do consórcio Open Archives Initiative (OAI), além do Acervo de Notícias ou Hemeroteca, que em parceria com o Acervo Digital do jornal O Estado de São Paulo, reúne notícias relativas à corrupção desde o ano de 1875.


O acervo digital do Estadão não é tão aberto assim, uma vez que você até acessa uma versão em miniatura da página do jornal onde a notícia se encontra, porém, quando tenta executar um zoom in  (que possibilitaria ler de fato a notícia) se depara com uma mensagem com duas opções:

Sou assinante Estadão
Onde o usuário deverá se logar (se já for assinante) e continuar acessando a notícia sem limitações.

Não sou assinante Estadão
Onde o usuário é convidado a se cadastrar e ter acesso a até 20 páginas ampliadas ou assinar o jornal por R$ 29,90 mensais (versão digital), R$ 74,90 (versão impressa) ou R$ 84,90 (versão impressa + digital).


De qualquer forma é sintomático que o país tenha uma verdadeira cultura da corrupção, onde dedicamos museus virtuais, como o MUCO e bibliotecas digitais especializadas. Até mesmo uma pizza analógica em protesto contra essa prática nefasta por parte significante e importante da classe política nacional.

E as autoridades chamam a atenção para o fato de que muitos sequer têm consciência de que algumas de suas práticas costumeiras são atos de corrupção, mas que são tolerados com leniência mostrando o quão arraigadas na cultura estão esses procedimentos daninhos.

Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público.
Jairo Cruz Moreira. Promotor de Justiça coordenador nacional da campanha do Ministério Público "O que você tem a ver com a corrupção"

Moreira ajudou a BBC Brasil a elaborar uma lista de dez atitudes que os brasileiros costumam tomar e que, por vezes, nem percebem que se trata de corrupção.

  1. Não dar nota fiscal
  2. Não declarar Imposto de Renda
  3. Tentar subornar o guarda para evitar multas
  4. Falsificar carteirinha de estudante
  5. Dar/aceitar troco errado
  6. Roubar TV a cabo
  7. Furar fila
  8. Comprar produtos falsificados
  9. No trabalho, bater ponto pelo colega
  10. Falsificar assinaturas

Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções. Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção.

De acordo com pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Vox Populi, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais. Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto.

Fonte: Corrupteca, BBC Brasil, Estadão


[Via BBA