O Efeito Mozart
"Pesquisas comprovam que
ouvir certas músicas de Mozart
ativa os neurônios e
melhora a inteligência"
ouvir certas músicas de Mozart
ativa os neurônios e
melhora a inteligência"
O Efeito Mozart é um termo usado para fazer referência aos poderes de transformação da música na saúde, educação e bem-estar. Representa, de uma maneira genérica, o uso da música para reduzir o estresse, a depressão e a ansiedade; induzir o relaxamento e o sono; restaurar o corpo; melhorar a memória e o estado de alerta.
A pesquisa com a música de
Mozart começou na França nos idos de 1950, época em que o Dr.Alfred
Tomatis iniciou as suas experiências de estimulação auditiva em crianças
com problemas de audição e comunicação. Nessa época já havia muitos
centros de pesquisas espalhados pelo mundo todo que usavam as músicas de
alta freqüência de Mozart, especialmente os concertos para violino e as
sinfonias, para ajudar crianças com dislexia, problemas de fala e
autismo. A Universidade da Califórnia, Irvine, começou suas experiências
nessa área em 1950, relacionando a música do compositor com a
inteligência espacial. Em 2001 os ingleses começaram a estudar o efeito
das obras nos epiléticos.
O Dr.Tomatis descobriu que ela
acalmava e melhorava a percepção espacial e permitia que o ouvinte se
expressasse com maior clareza, comunicando-se com o coração e a mente. O
ritmo, a melodia, a excelência de execução e as altas freqüências da
música de Mozart claramente estimulavam e impregnavam as áreas criativa e
motivacional do cérebro. Mas talvez o segredo da sua magnitude seja
porque ela soa pura e simples. Mozart não tece uma tapeçaria
deslumbrante como o grande gênio matemático de Bach. Não provoca ondas
de emoções como o epicamente torturado Beethoven. Sua obra não tem a
rígida simplicidade de um Canto Gregoriano. Não acalma o corpo como uma
boa música folclórica, nem atira em movimento como um astro de rock. Ele
é, ao mesmo tempo, profundamente misterioso e acessível e, acima de
tudo, destituído de malícia. Daí a sua aura de Eterna Criança. Sua
graça, seu encanto e sua simplicidade nos permitem divisar uma sabedoria
mais profunda dentro de nós.
A expressão estrutural e
emocional ajuda a esclarecer a percepção tempo/espaço. A estrutura do
rondó e da sonata-allegro constitui a forma básica na qual o cérebro
torna-se familiar com o desenvolvimento das idéias.
O ouvido começa a se desenvolver
na 10ª semana da gestação de um bebê e é funcional aos 4 meses e meio
(da gestação). Ele é essencial para o equilíbrio, a linguagem, a
expressão e a orientação espacial. Sendo uma antena receptora, vibra em
uníssono com a fonte de som, quer esta seja musical ou lingüística. O
corpo se contrai quando tenta se proteger de sons irritantes ou
desagradáveis e relaxa com sons harmoniosos. Por intermédio da medula, o
nervo auditivo se conecta com todos os músculos do corpo, explorando o
repertório inerente de padrões de estímulo espaço-temporal do córtex. A
música complexa facilita determinados padrões neurais envolvidos em
atividades superiores, como a matemática e o xadrez. Em contrapartida, a
música simples e repetitiva poderá ter o efeito contrário.
Som é o campo vibracional que
forma a linguagem, a música e até o silêncio. Quando ele está organizado
nós nos comunicamos por palavras, idéias, sentimentos e expressões. Por
outro lado, quando ele está desorganizado é criado o barulho. O som
chega ao nosso cérebro e ao nosso corpo através da pele, ossos e
ouvidos, mesmo que a pessoa esteja em estado de coma. É claro que cada
pessoa escuta de uma forma diferente, reagindo de uma maneira diferente
ao som e ao barulho. Quando ritmo, melodia e harmonia estão organizados
em uma bela forma, mente, corpo, espírito e emoções se harmonizam.
Para um domingo celestial
Thomas Tallis (1505-1585) naceu em Greenwitch e foi chamado o Compositor
das Catedrais. Vivendo em um período tumultuado do Cristianismo, seu
talento foi requisitado por protestantes e católicos. Um gênio da música
- esquecido em nossos dias de trevas -, cuja obra imensa nos faz sentir
a atmosfera de uma catedral medieval. Spem in Alium, sua composição
mais famosa, foi composta em 1570. Em breve colocarei mais coisas dele
aqui...
Mozart e a Musa II
A violinista Hilary Hahn nasceu na
Virgínia, EUA, e em novembro próximo completa 32 anos. Já se apresentou
nos mais nobres palcos do mundo, foi premiada com dois Grammy e eleita a
Melhor Solista duas vezes pela Revista Billboard. Gravou vários cds,
com obras de Mozart, Tchaikovsky, Mendelssohn e outros grandes
compositores para violino, com destaque especial para a gravação dos 3
Concertos para Violino de Bach, que na opinião deste leigo é
simplesmente a melhor gravação já feita (ouça um pouco aqui).
No vídeo acima está o primeiro movimento do Concerto n4 de Mozart. Imperdível!
(ah se ela soubesse que estou solteiro...)
Um pouco de música
Hoje fui atacado pela preguiça e estou
há pelo menos duas horas ouvindo música sem fazer absolutamente nada.
Para alguém como eu, isso é uma vitória, não contra o "mundo opressor",
mas contra minha ansiedade. Como já percebi que alguns que seguem este
blog gostam da boa música, resolvi compartilhar com vocês o que me tomou
as últimas duas horas.
O austríaco Franz Schubert foi
talvez o maior compositor do seu tempo e esta sinfonia é uma das peças
mais executadas em grandes apresentações e, principalmente, uma das mais
utilizadas no cinema. É chamada A Inacabada porque tem apenas
dois movimentos, mas não se sabe se algum dia o autor pensou em
terminá-la. Sabe-se apenas que ela foi dedicada à Sociedade Musical de
Graz, uma pequena cidade austríaca, em 1822, e foi entregue a seu amigo,
então representante da entidade. Esta sinfonia, que alguns numeram como
7ª , outros como 8ª e outros ainda como 9ª ,
foi uma das primeiras grandes músicas a me aceitar como fã e me
acompanha desde a adolescência. Franz Schubert morreu aos 31 anos e
deixou mais de 500 obras dignas de um mestre. Minha identificação com
Schubert vai além da admiração que tenho por sua música: ele foi um
durango e passou maior parte do tempo sem um puto no bolso... como eu!
Escolha melhor a sua trilha sonora
Detalhe do quadro Amor Vincit Omnia, de Caravaggio |
A
boa música é uma das maiores conquistas da humanidade. Uma relação
harmônica entre ritmo e melodia pode não apenas contribuir para ordenar e
equilibrar ciclos e ritmos corpóreos, mas também e principalmente para
impressionar de forma positiva a mente humana.
Acredito
que por meio do ritmo a música traz benefícios ao organismo físico, e a
melodia, por sua vez, beneficia a mente e o espírito. A
melodia tem uma influência decisiva na expansão do imaginário e,
portanto, na construção do conhecimento e no aperfeiçoamento da
inteligência.
Todo este potencial deixa evidente a importância da escolha da trilha sonora da nossa vida.
É
claro que não existe uma regra geral que funcione para todos, mas é
claro também que é possível encontrar certa hierarquia entre as obras,
que justifique algumas escolhas e isso nada tem a ver com o gosto
pessoal, que certamente vai variar de cabeça para cabeça. O importante é
perceber que existe diferença de qualidade entre as músicas. Ou será
que podemos colocar Bach e os pagodeiros no mesmo saco?
Insistindo
que não existe fórmula mágica, pretendo apenas compartilhar um método
de elevação da cultura musical que aprendi com um grande amigo,
violonista de grande talento que foi editor de partituras da Orquestra
Experimental de Repertório. Disse ele certa vez que devido à
massificação da música popular de baixa qualidade, nossa cultura musical
dificulta a absorção da música erudita e que para superar esta
deficiência basta seguir três dicas bem simples:
1
– Escolha, dentre os clássicos, aquele que mais agrada aos seus ouvidos
e ouça até enjoar. Perceba a ordem, a velocidade, os tempos;
identifique os instrumentos, os timbres e os silêncios; repita a melodia
mentalmente, muitas vezes, até que todos os movimentos estejam
“decorados”.
2
– Procure saber o que as pessoas que entendem do assunto dizem sobre a
obra, conheça a vida do compositor e o seu tempo. Perceba as formas
utilizadas, pesquise a nomenclatura e a finalidade prática da obra na
época de sua composição.
3
– Conheça obras relacionadas, da mesma época, do mesmo gênero; pesquise
as influências e os influenciados. Sem perceber, seu universo musical
vai se ampliar significativamente e os efeitos de ordem física serão
apenas benefícios paralelos perto do bem que você vai fazer à sua
inteligência.
Em poucas semanas você vai sentir a diferença. A má notícia é que você não vai mais suportar ouvir rádio.