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20 de abr. de 2011

Giro pelo mundo


Reforma cubana

 

Pouco carisma e muita ortodoxia com Machado Ventura como 'número 2' do PC de Cuba

 

Agências internacionais

RIO - Um dos políticos mais próximos dos Castro desde as lutas em Sierra Maestra, o médico José Ramón Machado Ventura, de 80 anos, se tornou na terça-feira o primeiro a dividir o poder no Partido Comunista cubano com um dos dois irmãos. Eleito "número 2" do PC, ele terá como superior Raúl Castro, que foi confirmado sucessor de Fidel, mantendo a velha guarda na chefia do partido e, portanto, no comando da ilha.

 

Vice-presidente de Cuba, Machado Ventura é um dos comunistas "históricos" cubanos. Foi um dos fundadores do PC, em 1965, e desde então integrava seu Comitê Central.Por mais de 40 anos, Fidel sempre esteve à frente do partido, como primeiro-secretário, tendo Raúl como vice.

Em 1975, com a ampliação da cúpula do PC, Machado Ventura foi eleito para um dos novos cargos, o qual manteve até sua ascensão a segundo-secretário. Pouco carismático e econômico nas palavras, é considerado um dos mais ortodoxos do regime cubano, embora tenha agora a missão de ajudar a realizar as reformas propostas por Raúl.

 

Nascido em San Antonio de lãs Vueltas, no centro do país, em outubro de 1930, o novo "número 2" foi homem forte do governo Fidel até o líder que tomou o poder em 1959 se afastar do comando do regime em 2006, devido a problemas de saúde. Machado Ventura já lutava contra a ditadura de Fulgêncio Batista ainda como estudante universitário.

 

Após sua graduação, ele entrou para o Movimento 26 de julho, onde acompanhou Fidel no ataque frustrado ao Quartel de La Moncada, em 1953. Na Sierra Maestra, ele combateu junto com Che Guevara. Também foi comandado por Fidel e Raúl. Chegou a ser elevado a capitão antes da luta guerrilheira culminar na revolução.

 

Depois da vitória, tornou-se assessor de Fidel. Foi também chefe dos serviços médicos de Havana e das Forças Armadas Revolucionárias. Entre 1960 e 1967 exerceu o cargo de ministro da Saúde.

 

Apesar de sua marcada ortodoxia, Machado Ventura defendeu recentemente que o PC precisa adaptar seus métodos, estilos e conceitos aos "novos tempos". Já no congresso do partido, encerrado na terça-feira, o vice de Raúl defendeu propagandas mais criativas, sistemáticas e críticas para enfrentar a agressão ideológica do inimigo.

 

País dividido 

Violência pós-eleitoral deixa ao menos 33 mortos na Nigéria

 

Agências de notícias

KADUNA, Nigéria - Os distúrbios pós-eleitorais no norte da Nigéria já mataram pelo menos 33 pessoas só nas principais cidades, de acordo com uma contagem feita por testemunhas e socorristas, mas acredita-se que o número total seja bem superior. Centenas de pessoas ficaram feridas e milhares deixaram suas casas por causa da violência que assola o norte do país, majoritariamente muçulmano, depois da reeleição do presidente sulista Goodluck Jonathan, no fim de semana. O principal adversário dele, o ex-governante militar nortista Muhammadu Buhari, diz que a eleição foi fraudada.

 

Cadáveres carbonizados podiam ser vistos nesta terça-feira no bairro de Gonin-Gora, em Kaduna, um deles aparentemente queimado por um pneu em chamas colocado no seu pescoço. Enfermeiros já haviam recolhido doze corpos no bairro.

 

Igrejas, mesquitas, casas e lojas foram incendiadas na segunda-feira por partidários enfurecidos de Buhari. "Chega de PDP," dizia uma inscrição feita com giz ao lado de um corpo em Kaduna, numa referência ao partido governista.

 

" Esse ato covarde não foi iniciado por nenhum dos nossos partidários "

.Buhari descreveu a violência como "triste e lamentável," mas não fez um apelo claro para que seus partidários se acalmem.

 

"Esse ato covarde não foi iniciado por nenhum dos nossos partidários, e portanto não pode ser apoiado por nosso partido," disse ele em nota.

 

 

Violência continua em cidades pequenas

 

Soldados patrulhavam as ruas, impondo um toque de recolher em vários estados. Mas houve relatos continuados de violência nas cidades menores, onde a presença militar era menos visível, como é o caso de Zonkwa e Kafanchan, ao sul de Kaduna. Os hospitais estavam lotados.

 

- Temos lesões como espancamentos, ferimentos com facões e cerca de cinco vítimas de tiros - disse Ibrahim Gwarze, um médico do Hospital-Escola Aminu Kano.

 

- Tivemos um menino de 7 anos com um ferimento à bala na barriga - acrescentou.

 

Observadores estrangeiros consideram que essa foi a eleição mais limpa das últimas décadas no país, o mais populoso da África, que tem um histórico de votações marcadas por fraudes e intimidações. Mas os resultados revelam uma profunda polarização, já que Buhari, de 68 anos, obteve uma ampla vitória no norte, enquanto Jonathan, de 53, venceu no sul, de maioria cristã.

 

" Eles perguntaram se eu era cristão ou muçulmano. Eu menti e disse que eu era muçulmano, mas não acreditaram"

.- Eles queimaram minha casa e saí correndo dos desordeiros, aí eu caí, quebrei a perna e me pegaram - narrou o frentista Joseph Agula, 25 anos, atendido no hospital em Kano com um ferimento de facão na cabeça.

 

 

- Eles perguntaram se eu era cristão ou muçulmano. Eu menti e disse que eu era muçulmano, mas eles não acreditaram e me bateram e me cortaram. Eu escutei eles perguntando às pessoas: 'PDP ou CPC'? Se eles viam um cartaz do PDP, queimavam o edifício - completou.

 

Cristãos que se refugiaram em quartéis militares e policiais em Kano criticaram o Congresso para a Mudança Progressista (CPC, de Buhari) e outro partido por não terem acatado o resultado eleitoral.

 

- Como eles podem alegar fraude. Jonathan ganhou em toda a nação. Deveriam aceitar os resultados, em vez de matar e destruir pessoas e bens - disse Olaoye Ade, que fugiu com sua esposa e filhos para um quartel da polícia de Kano.

 

- Estou aqui com minha família no quartel, em vez de celebrar a democracia recém aquirida da nação - acrescentou.

 

Pelo menos 150 pessoas fugiram para o vizinho Níger, onde recebem alimentos e proteção policial.

 

No sul, alguns membros de etnias nortistas temem represálias, e centenas de membros do grupo étnico hausa se refugiaram em quartéis das cidades de Enugu e Onitsha.


VIOLÊNCIA

 

Criança de 6 anos leva arma e fere três em escola dos EUA

 

Agências internacionais

 

HOUSTON - Autoridades americanas informaram nesta terça-feira que três crianças foram baleadas depois que um estudante de 6 anos levou uma arma carregada para uma escola do Ensino Fundamental em Houston, no Texas.

 

Segundo as primeiras informações, o revólver caiu da bolsa da criança na cantina da escola e foi descarregada acidentalmente. De acordo com a polícia, nenhuma vítima está em estado grave.

 

Funcionários da Betsy Ross Elementary informaram que a escola foi fechada. Imagens de TV mostram as três crianças feridas sendo levadas por ambulâncias. O caso está sendo investigado.

 

      

Líder rebelde encontrará Sarkozy; segue impasse em conflito

BENGHAZI, Líbia (Reuters) - O presidente francês Nicolas Sarkozy se encontrará com o líder dos rebeldes líbios, Mustafa Abdel Jalil, em Paris nesta quarta-feira, enquanto as potências ocidentais lutam para romper o impasse no conflito que já dura dois meses.

Os combates entre as forças do líder líbio Muammar Gaddafi e os rebeldes parecem ter se estagnado em um fronte de batalha a oeste de Ajdabiyah, no leste da Líbia.

 

Misrata, único enclave dos insurgentes no oeste, está sitiada há mais de sete semanas.

 

A reunião desta quarta-feira será a primeira ocasião em que Sarkozy, primeiro líder estrangeiro a reconhecer o conselho de transição nacional dos rebeldes, se encontrará com Jalil, outrora ministro da Justiça de Gaddafi.

 

Jalil deve pedir um aumento dos ataques aéreos da Otan e pode fornecer uma lista de nomes de autoridades em Trípoli com quem a oposição estaria disposta a trabalhar se Gaddafi sair, disse uma fonte próxima da oposição líbia na terça-feira.

 

O escritório de Sarkozy informou que as conversas se concentrarão em como levar uma transição democrática à Líbia.

 

O ministro das Relações Exteriores líbio, Abdul Ati al Obeidi, teria dito nesta quarta-feira que o governo pode realizar eleições, incluindo sobre o futuro de Gaddafi, se os ataques aéreos do Ocidente cessarem.

 

"Se o bombardeio parasse, disse al Obeidi, após seis meses poderia haver uma eleição supervisionada pela ONU," relatou a rádio BBC.

 

"O ministro das Relações Exteriores disse que a eleição pode cobrir qualquer tema levantado por todos os líbios, tudo pode ser colocado na mesa, incluindo, deixou implícito, o futuro de Gaddafi como líder."


Al Obeidi também criticou a decisão da Grã-Bretanha de enviar militares para aconselhar os insurgentes libios.

A Grã-Bretanha declarou na terça-feira que enviará militares para dar conselhos aos rebeldes sobre organização e comunicações, mas não para treinar ou armar combatentes. A França também diz se opor ao envio de tropas terrestres à Líbia.

 

Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo, disse que o apoio aéreo ocidental está permitindo à oposição líbia se recusar a sentar para negociar.

 

"O Conselho de Segurança da ONU nunca teve como objetivo derrubar o regime líbio", declarou ele em Belgrado.

A ONU apelou por um cessar-fogo em Misrata, dizendo que pelo menos 20 crianças foram mortas em ataques de forças governamentais.

A terceira cidade líbia, onde se acredita que centenas foram mortos por bombardeios e fogo de atiradores de elite das unidades de Gaddafi, é o foco dos esforços para proteger civis enquanto Gaddafi tenta sufocar uma rebelião contra seu governo de 41 anos.

Nove semanas após a eclosão da rebelião, inspirada pelos levantes contra governantes árabes autocratas, a campanha aérea conduzida pela Otan para deter os ataques contra civis fracassou em impedir os bombardeios.