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21 de abr. de 2011

Giro pelo mundo


Sem controle

 

Incidente com avião de Michelle, cochilos e abusos de controladores de voos nos EUA provocam demissões e levam agência a mudar regras

 

WASHINGTON - O incidente envolvendo o avião da primeira-dama Michelle Obama, obrigado a abortar o pouso por estar muito próximo de um cargueiro militar no momento da aterrissagem, provocou novas turbulências nos recentes questionamentos em torno dos profissionais que operam as torres de controle de tráfego aéreo nos EUA. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) determinou na quarta-feira que os supervisores de controle de tráfego aéreo passem também a monitorar os voos da primeira-dama e do vice-presidente do país - além da atenção já destinada ao presidente - em suas aterrissagens e decolagens na área de Washington e em outras destinações possíveis.

Nas últimas semanas, cinco controladores de tráfego aéreo foram flagrados em pleno sono durante o expediente noturno, o que acendeu o sinal de alerta e exigiu medidas por parte da FAA. Esta semana, um controlador foi suspenso por assistir a um DVD durante seu turno de trabalho. Sua sessão privada foi descoberta pelo acionamento inadvertido de um microfone: por mais de três minutos, a trilha sonora do filme - "Evidências de um crime" (2007), com Samuel Jackson - foi transmitida por rádio para toda a área de tráfego monitorada por ele, que só se deu conta da indiscrição ao ser contatado pelo piloto de um avião militar.

 

No total, a FAA suspendeu no último mês oito controladores por falhas no trabalho e para investigações de responsabilidade. O presidente americano, Barack Obama, procurou tranquilizar a população ao afirmar em entrevista na rede de TV ABC News que "tudo está sob controle".

 

A sucessão de cochilos e trapalhadas provocou a queda de Hank Krakowski, o responsável pela supervisão das operações de voo em mais de 400 aeroportos - os EUA registram o maior volume de tráfego aéreo do mundo -, e obrigou a uma revisão de regras e práticas de conduta por parte da FAA. Os cerca de 15 mil controladores de tráfego aéreo americanos passarão a ter pelo menos nove horas de descanso entre dois turnos de serviço, em vez de oito horas - norma que também será recomendada para os pilotos.

 

Sistema de alerta de ameaça terrorista é modificado

 

A sesta entre dois turnos não será autorizada, por ser considerada nociva ao trabalho, e estão previstos programas de formação para conscientizar os controladores dos riscos de fadiga. Além disso, não será permitida a troca de horários, a não ser que isso não afete o descanso estabelecido. Os dirigentes da FAA também serão obrigados a reorganizar seus horários, para garantir a presença de um deles em todos os turnos de controle.

 

"Tomamos as medidas necessárias para garantir a segurança de nosso sistema aéreo"

.- Tomamos as medidas necessárias para garantir a segurança de nosso sistema aéreo. Nada justifica que os controladores de tráfego aéreo durmam durante o exercício de suas funções. Faremos tudo o que pudermos para acabar com isso - garantiu o secretário de Transporte, Ray LaHood.

 

A secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, descartou ontem que os reincidentes problemas exponham uma potencial vulnerabilidade do país para ataques terroristas, mas acrescentou que é preciso verificar "o que está ocorrendo na comunidade do tráfego aéreo".

 

A secretária anunciou a alteração do atual sistema de quatro cores (verde, amarelo, laranja e vermelho) usado para alertar o nível de ameaças terroristas, implementado em 2002 pelo presidente George W. Bush. O novo sistema, em vigor a partir da próxima terça-feira, usará apenas dois níveis, "elevado" e "iminente", para advertir sobres os riscos de ataque terrorista, com recomendações detalhadas sobre as atitudes a serem adotas em caso de agressão. O sistema de cores é criticado por provocar sentimento de apreensão permanente na população.

 

- Não queremos as pessoas vivendo com medo, mas num estado de consciência e alerta. E queremos pessoas que saibam como podem se ajudar, como podem assistir sua comunidade. Uma maneira de fazer isso é prover maior informação - argumentou.

 

Além de usar os meios tradicionais como rádio e TV, o novo sistema recorrerá às redes sociais e à internet para divulgar alertas de ameaça terrorista.

 

 

Diretor de Restrepo

 

Documentarista Tim Hetherington e fotógrafo Chris Hondros morrem em ataque na Líbia

 

Agências Internacionais

 

RIO - O foto/jornalista e cineasta Tim Hetherington e o fotógrafo de guerra Chris Hondros, já indicado ao Prêmio Pulitzer, morreram nesta quarta-feira ao serem atingidos durante confrontos em Misurata, na Líbia. Hetherington e Hondros estavam no país cobrindo os conflitos entre as forças de oposição ao líder líbio Muamar Kadafi e as tropas do governo. Eles são os primeiros jornalistas ocidentais a morrerem na Líbia.

 

Segundo fontes médicas, outros oito civis, entre eles um médico ucraniano, morreram na quarta-feira em meio aos combates entre rebeldes e forças governistas líbias na cidade de Misurata.

 

Os dois estavam em um grupo de fotógrafos, quando foram atingidos por morteiros na rua Trípoli, no centro de Misurata. O fotógrafo espanhol Guillermo Cervera, que estava com os dois, disse que tentavam fugir quando ouviram explosões e viram que o documentarista britânico havia sido ferido.

 

Tanto Hondros quanto Hetherington eram fotojornalistas experientes de guerra. Hondros já cobriu as guerras do Kosovo, Angola, Serra Leoa, Líbano, Afeganistão, Iraque e os conflitos na Cachemira, Cisjordânia e Libéria.

 

A notícia da morte do cineasta indicado ao Oscar de melhor documentário deste ano pelo filme "Restrepo", foi dada pelo fotógrafo brasileiro André Liohn, em sua página pessoal no Facebook. André era amigo de Hetherington e estava com ele na Líbia. Hetherington teria sido vítima de uma explosão provocada por um morteiro.

 

Poucas horas depois o presidente da agência de Hetherington, Panos Pictures, confirmou a morte.

 

- Ainda estamos tentando descobrir o local onde ele foi morte. A única coisa que sabemos é que ele foi atingido por um morteiro e que estava com outros fotógrafos - disse Cathy Saypol, presidente da agência.

 

A morte de Chris Hondros também foi confirmada por André em seu Facebook na noite desta quarta-feira. Fontes médicas haviam afirmado no início do dia que ele ainda estava vivo no hospital de Misurata.

 

- Chris morreu e seu corpo está sendo levado para Benghazi em um barco da IOM (Organização Internacional de Imigração). Os médicos no hospital fizeram o melhor que podiam com profissionalismo e dignidade. Meus pêsames para a família do Chris - disse André no Facebook.

 

Em sua página, o brasileiro também mencionou mais cedo outras três vítimas do ataque em Misurata.

 

"Triste notícia. Tim Hetherington morreu em Misurata cobrindo a linha de guerra. Chris Hondros está em estado grave. Michel Brown e Guy estão feridos, mas bem", disse André em uma mensagem que já foi retirada da rede social.

 

No último post de Tim Hetherington em sua conta no Twitter na terça-feira, o fotojornalista informava estar em Misurata e mostrava que o clima na cidade era de tensão.

 

"Estou em Misurata. A cidade está cercada e as forças de Kadafi atiram indiscriminadamente. Não há sinal da Otan", escreveu.

 

Impasse

 

Presidente do Iêmen promete ficar no poder em meio a protestos; violência deixa outros quatro mortos

 

Agências internacionais

SANAA - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse que permanecerá firme no poder e não aceitará "conspirações ou golpes", em meio a uma escalada na violência que deixou ao menos quatro pessoas mortas só nesta quarta-feira. Enquanto isso, os membros do Golfo Árabe decidiram enviar para Sanaa nos próximos dias o chanceler dos Emirados Árabes numa tentativa de mediar a transição do governo.

 

- Aqueles que querem o poder ou ganhar o assento do poder devem fazê-lo indo à cabine de votação. Mudança e saída acontecerão em uma votação sob a estrutura legal da Constituição - disse Saleh, que governa o empobrecido Estado da Península Arábica há 32 anos.

 

"Aqueles que querem o poder ou ganhar o assento do poder devem fazê-lo indo à cabine de votação"

.Saleh prometeu não tentar a reeleição quando seu atual mandato acabar em 2013, mas tem enfrentado uma onda de protestos sem precedentes pedindo sua renúncia imediata. Os aliados ocidentais do Iêmen e o Golfo Árabe tentaram em vão negociar um transição pacífica.

 

"O impasse atual entre as diferentes partes pode se tornar rapidamente em uma confrontação mais séria", afirmaram os ministros do Golfo Árabe em um comunicado.

 

Espiões

 

CIA vai divulgar documentos secretos que ensinam a fabricar tinta invisível

 

Agências internacionais

RIO - A agência secreta americana CIA divulgou um comunicado na terça-feira em que torna públicos seis documentos mantidos em sigilo durante 93 anos. Os documentos detalham como espiões se comunicavam durante a Primeira Guerra Mundial e eram os mais antigos mantidos em segredo.

 

Os documentos, produzidos em 1917 e 1918, são possivelmente os últimos arquivos secretos sobre a Primeira Guerra.

 

- Esses documentos permaneceram classificados como secretos por quase um século, até que os recentes avanços tecnológicos permitiram que eles fossem divulgados. Quando a informação histórica não é mais sensível, levamos a sério a nossa responsabilidade de compartilhar conhecimento com o povo americano - disse Leon Panetta, diretor da CIA.

 

Os arquivos descrevem técnicas de comunicação, especialmente fórmulas para fabricar tinta invisível. Um deles detalhava a fórmula americana, enquanto outro, escrito em francês e enviado pelo serviço secreto da França, revelava a técnica de fabricação alemã.

 

Em outro documento, há instruções a carteiros sobre como detectar a tinta invisível em cartas, além de numerar 50 situações possíveis, como documentos ocultados em pílulas de remédios ou inscrições nas unhas de alguém, que ficam visíveis quando se aplica carvão vegetal, como escreveu o agente Theodore Kytka em um dos documentos.

 

- A regra é examinar ou suspeitar de tudo que for possível. A guerra entre o espião ou falsificador e o especialista se dá continuamente por novos meios - escreveu Kytka.

 

Outro método citava o uso de soluções de amido para passar colarinhos e mangas de camisas, e a utilização de iodeto de potássio. Os documentos também ensinavam os agentes a abrir um envelope lacrado sem deixar rastros. Para isso, devia-se fazer uma mistura que incluía cobre, acetona e óleo de linhaça.

 

A lei americana que regula a liberação de documentos confidenciais estabelece que acada arquivo pode permanecer classificado como secreto por pelo menos 25 anos, prolongáveis em caso de risco da segurança nacional. Os documentos liberados na terça-feira foram revisados pela última vez em 1978, quando se decidiu que ainda era um risco torná-los públicos. Somente em 2010, a CIA abriu um milhão e cem mil documentos à consulta pública. Em breve, a agência vai disponibilizar em seu site estes seis documentos sobre a Primeira Guerra Mundial.

 

AI WEIWEI

 

Dois ativistas de direitos humanos são libertados na China e site sofre ataque de hackers por pedir liberdade de Ai WeiWei

 

Agências internacionais

PEQUIM - Os advogados chineses Jiang Tianyong e Liu Xiaoyuan, líderes do movimento pelos direitos humanos no país, foram libertados pelo governo nesta quarta-feira. Jiang estava detido há dois meses e Liu ficou cinco dias em cárcere. Organizações de direitos humanos estimam que outros 18 ativistas continuam desaparecidos no país.

 

Jiang teria sido preso por acusar abertamente a China de promover detenções ilegais. Sua mulher, Jin Bianling, disse à agência de notícias Reuters que o advogado estava bem de saúde, mas os dois se recusaram a falar com a imprensa.

 

O outro advogado Liu Xi Xiaoyuan contou que foi arrastado para dentro de uma van no último dia 14 e não sabia para onde havia sido levado. Durante sua estadia na prisão, Liu afirmou que não foi questionado sobre seu amigo, Ai WeiWei, o artista dissidente que está detido desde o último dia 3. No entanto, Liu suspeita que sua prisão tenha a ver com o fato de querer representar Ai na justiça.

 

Hackers invadem site que hospeda petição pela libertação de Ai WeiWei

Ai Weiwei ficou famoso por ter construído o estádio "Ninho do Pássaro" das Olimpíadas de Pequim, em 2008. Desde que foi preso, no início deste mês, vários movimentos surgiram em redes sociais e na internet pedindo sua libertação. O site Change.org, que hospeda uma petição internacional contra a prisão do artista, informou nesta quarta-feira que foi invadido e derrubado por hackers chineses durante dois dias seguidos. A página, que já tem mais de 90 mil assinaturas, conta com o apoio de alguns dos principais museus do mundo, como o Guggenhein de Nova York, o Tate Modern de Londres e a Associação de Diretores de Museus de Arte.

 

Mesmo detido, Ai WeiWei recebeu uma oferta para lecionar na Universidade de Artes de Berlim, conforme informou a instituição nesta quarta-feira. O nome do ativista de direitos humanos chinês já estava cotado desde dezembro e o reitor da universidade, Martin Rennert, disse que espera que Ai possa começar em breve.

 

Ai WeiWei foi preso no dia 3 de abril no aeroporto de Pequim, quando embarcava para Hong Kong. O artista é investigado por supostos crimes econômicos, uma acusação muito usada pelo governo para deter ativistas de direitos humanos. As prisões na China se tornaram mais frequentes depois das manifestações no mundo árabe.

 

Muçulmanos x católicos

 

Violência na Nigéria já conta pelo menos 70 mortos

 

Agências internacionais

KADUNA - Ao menos 70 mortes foram reportadas na região norte da Nigéria, onde ocorrem conflitos político-religiosos após a vitória do cristão Goodluck Jonathan nas eleições presidenciais do país sobre seu mais próximo rival, o muçulmano Muhammadu Buhari. Autoridades temem divulgar mais números de mortes e incitar mais violência na região.

 

Em uma entrevista à CNN, Jonathan disse nesta quarta-feira que a violência pós-eleição "não era uma reação espontânea".

 

- Eu não quero acusar ninguém, mas nós acreditamos que pessoas podem estar por trás disso - afirmou o presidente.

 

O candidato derrotado Muhammadu Buhari se referiu à violência como "triste, infeliz e totalmente injustificável" e pediu com urgência que seus adeptos se retirem dos ataques.

 

- É errado você permitir meliantes se infiltrarem no seu grupo e perpetrarem atos tão covardes como essa destruição estúpida de lugares sagrados - disse Buhari nesta quarta-feira - É desnecessário dizer que este ato é pior que a armação das eleições.

 

Hospitais estão sobrecarregados

 

Mais de 200 pessoas foram trazidas ao Hospital de Saint Gerard só nesta quarta-feira. Idris Ibrahim tentou correr mais rápido que uma multidão enfurecida, mas eles quase cortaram sua mão esquerda fora ates de deixá-lo como morto.

Um homem cristão escondeu Ibrahim, um muçulmano, dentro de um carro e o levou a um hospital de Kaduna, onde a equipe sobrecarregada teve que usar caixas de papelão nesta quarta-feira para fazer talas para os feridos. No necrotério da unidade estavam os corpos de vítimas alvejadas, queimadas e, em um caso, desentranhada nas agitações que varreram Kaduna como resultado da votação nas eleições presidenciais neste sábado.

 

Autoridades prenderam mais de 300 pessoas só em Kaduna em uma tentativa de restaurar a ordem, e um toque de recolher que havia sido implementado foi suspenso até o amanhecer.

Os revoltosos muçulmanos queimaram casas, igrejas e delegacias de polícias depois que os resultados mostraram a vitória de Jonathan sobre Buhari. Ataques em represália dos cristãos começaram quase imediatamente, com outra multidão destruindo uma casa para procurar por um Alcorão para provar que ocupantes eram muçulmanos antes de incendiar a construção.

 

Comunidade internacional considerou justa a eleição

 

As multidões organizaram duas fugas em massa de prisões, incendiaram a casa de um poderoso governante tradicional e tentaram destruir a casa do vice-presidente da Nigéria. A região continua tensa e no estado nordestino de Gombe, estações de rádio locais suspenderam suas programações para colocar no ar líderes religiosos e comunitários pedindo que os jovens sejam pacíficos.

A Nigéria tem uma longa história de violência e votações armadas desde que abandonou seu regime militar e implementou a democracia há 12 anos. No entanto, muitos observadores disseram que as eleições presidenciais deste sábado pareceram justas, e o Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que houve uma melhora significante em relação ao pleito de 2007. A nação de 150 milhões de pessoas é dividida entre o sul dominado por cristãos e o norte dos muçulmanos. Um dúzia de estados através do norte Nigéria estão sob a Sharia, lei islâmica, embora a região continue sob o controle dos governos seculares do país.

 

Muçulmanos queriam presidente de sua religião

 

Milhares foram mortos pela violência religiosa na última década. Só em Kaduna, mais de duas mil pessoas morreram enquanto o governo se mobilizava para decretar a Sharia no ano 2000. Em 2002, agitações sobre um artigo de jornal sugerindo que o profeta Maomé havia casado com uma competidora no concurso de Miss Mundo matou dezenas no país. As raízes do conflito sectário na região norte muitas vezes tem mais a ver com lutas por domínio político e econômico.

Muitos nortistas queriam que o partido que lidera o país nomeasse um candidato muçulmano este ano porque Jonathan só havia subido ao poder porque o líder eleito pelos muçulmanos morreu antes de terminar o mandato. No entanto, Jonathan prevaleceu nas primárias do partido e se tornou seu candidato a presidente.

 

Em campanha

 

Em visita à sede do Facebook, Obama diz que corte de gastos poderia levar EUA à segunda recessão

 

Agências internacionais

Obama no Facebook

WASHINGTON e PALO ALTO (Califórnia) - Durante visita à sede do Facebook, o presidente Barack Obama disse nesta quarta-feira que a economia americana poderia voltar para o estágio de recessão caso o governo adote cortes muito grandes no Orçamento. A visita, que inaugurou uma viagem de três dias à Costa Oeste dos EUA, tenta recapturar a mágica da exuberante campanha eleitoral de Obama em 2008, que usou redes sociais para conquistar eleitores, voluntários e doadores, principalmente entre os jovens.

 



Obama dividiu o palco com o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e respondeu a perguntas da plateia. Cerca de 19 milhões de usuários acompanham o perfil da Casa Branca no site.

 

Durante o evento, Obama afirmou que os republicanos estão muito focados em um corte de gastos, enquanto a falta de um plano que ataque o déficit americano poderia se tornar um grande obstáculo, caso investidores recuem.

 

" Se estamos usando um facão em vez de um bisturi, então o déficit poderia de fato piorar e poderíamos voltar para outra recessão"

- Se tudo o que estamos fazendo é cortar despesas, e não estamos discriminando estes cortes, se estamos usando um facão em vez de um bisturi, e se estamos cortando coisas que criam postos de trabalho, então o déficit poderia de fato piorar porque poderíamos voltar para outra recessão - disse Obama, que já está em campanha para a reeleição em 2012.

 

O presidente destacou, porém, que cortar US$ 4 do déficit orçamentário dos EUA ao longo de 12 anos não é uma tarefa impossível. Obama propôs cortar gastos, aumentar os impostos sobre os mais ricos e reduzir os programas federais de assistência médica.

 

Obama está iniciando uma campanha para divulgar seus esforços para reduzir o déficit, no momento em que políticos e mercados financeiros se recuperam da ameaça da agência de classificação de riscos Standard & Poor's de diminuir a classificação de crédito AAA dos EUA devido ao temor de que Washington não vá combater seus problemas fiscais.

 

A questão de como reduzir o déficit, projetado para atingir 1,4 trilhão de dólares neste ano fiscal, subiu para o topo da agenda política das campanhas a presidente e no Congresso de 2012. Democratas e republicanos estão ansiosos por conseguir apoio para suas respectivas propostas.

 

Obama tenta mobilizar jovens para vencer a reeleição em 2012

Presidente americano Obama

Ao visitar a sede do Facebook no Vale do Silício, onde o fundador do site de relacionamentos Mark Zukerberg é um herói, Obama busca se conectar com dezenas de milhões de pessoas que adotaram a mídia social como meio primordial de comunicação. Democratas reconheceram que Obama precisará mobilizar muitas das mesmas forças que o levaram à Casa Branca para vencer a reeleição em 2012: um exército de eleitores jovens e cheios de energia assim como uma grande quantidade de eleitores independentes.

 

Depois de Palo Alto, Obama vai a San Francisco para participar de evento de arrecadação de recursos para o Partido Democrata. Ele planeja paradas em Las Vegas e Los Angeles antes de voltar a Washington, na sexta-feira.

 

Sua viagem de três dias à Califórnia e ao Nevada lhe dará uma oportunidade de interagir com eleitores em relação à redução do déficit e outras questões econômicas, ao mesmo tempo em que levanta fundos para sua campanha.

 

Dados de pesquisas divulgados na quarta-feira sugerem que ele poderá encontrar plateias receptivas. Uma pesquisa ABC News/Washington Post com 1.001 eleitores mostrou que 72% são favoráveis ao aumento dos impostos sobre os norte-americanos mais ricos e 78% são contra a redução dos benefícios de saúde dos idosos. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais.

 

Obama, que diz que vai adiar o início de sua campanha formal enquanto se concentra em seus deveres na Casa Branca, está se adiantando em relação a seus rivais republicanos, a maioria dos quais ainda não declarou suas candidaturas formalmente.

 

Ao tratar da economia em eventos em dois estados politicamente importantes, o presidente espera demonstrar seu engajamento em uma questão que seus futuros adversários provavelmente vão explorar como uma fraqueza política sua.

 

Os dados da pesquisa ABC News/Washington Post divulgados na terça-feira mostram que os índices de aprovação de Obama estão em patamar baixo quase recorde causado pelo pessimismo econômico crescente entre a população americana.

 

Os republicanos criticaram Obama por não fornecer maiores detalhes sobre seu plano para reduzir o déficit e dizem que elevar os impostos vai prejudicar a frágil recuperação econômica do país. De acordo com analistas, o próprio fato de focar tanta energia política sobre o déficit já constitui uma mudança importante.

 

- Hoje isso é tudo de que todo o mundo vem falando: reduzir o déficit - disse Nigel Gault, economista da Global Insight.

 

- Os termos do debate mudaram. Isso é um avanço - completou.

 

Maus tratos?

 

EUA transferem soldado suspeito de vazar documentos secretos ao WikiLeaks

Agências internacionais

Obama

WASHINGTON - O governo Obama decidiu transferir o soldado Bradley Manning, suspeito de ter vazado documentos secretos para o site WikiLeaks, de uma base da Marinha em Quantico, na Virgínia, para uma prisão militar no Kansas, em meio a críticas sobre o tratamento que o oficial está recebendo.

 

- Devido ao tempo em que ele está em prisão preventiva em Quantico e dado ao período que ele ainda deve permanecer em confinamento no futuro, acreditamos que esta será a localização ideal para ele - disse Jeh Johnson, conselheiro-geral do Pentágono, sem especificar quando a transferência vai ocorrer.

 

"Estamos provavelmente a alguns meses do julgamento"

.Autoridades militares dos EUA não disseram quando o julgamento de Manning pode começar.

 

- Estamos provavelmente a alguns meses do julgamento - afirmou Johnson.

 

Os advogados de Manning reclamaram que o soldado de 23 anos foi maltratado na detenção na Virgínia. O oficial, que é mantido sozinho em sua cela 23 horas por dia, foi obrigado a dormir pelado e acordado diversas vezes durante a noite. O Pentágono afirmou que isso só aconteceu algumas vezes.

 

No mês passado, Obama assegurou que o tratamento dado a Manning era apropriado.

 

A publicação de documentos no site WikiLeaks foi um duro golpe para a diplomacia EUA, assim como para aliados e adversários que se viram ridicularizados em trocas de correspondências diplomáticas.

 

Repressão

 

Bahrein prende médicos em ofensiva contra manifestantes

 

Agências internacionais

MANAMA - O Bahrein deteve inúmeros médicos e outros profissionais da área como parte de uma ofensiva contra manifestantes pró-democracia de maioria xiita no país governado por sunitas. O governo não se pronunciou sobre o caso.

 

Opositores e grupos de direitos humanos afirmam que o governo deteve os médicos suspeitos de terem participado dos protestos no mês passado ou de terem tratado manifestantes. O Wefaq, principal partido de oposição xiita, afirmou que as forças de segurança chegaram a dois centros médicos, Ibn Sina e al-Razi, e prenderam diversas pessoas.

 

"Eles detiveram médicos, enfermeiros e outros funcionários e os levaram para uma localidade desconhecida"

- Eles detiveram médicos, enfermeiros e outros funcionários e os levaram para uma localidade desconhecida. Nós estamos preocupados com o que aconteceu com eles - disse Mattar Ibrahim, do partido Wefaq

 

- Eu não consigo contatar por telefone o meu irmão que trabalha em Razi - completou.


Um ativista que trabalha para o governo disse ter visto mais de uma dúzia de membros das forças de segurança em volta do centro médico al-Razi enquanto as pessoas eram detidas dentro do prédio.

 

- Eles me mandaram ir embora quando perguntei o que estava acontecendo - informou, evitando ser identificado por medo de represália.

 

Governantes do Bahrein reprimiram protestos de maioria xiita no mês passado, ao enviar forças de segurança por toda a capital e pedir por tropas dos vizinhos Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, também governados por sunitas.

 

Críticas

 

Mario Vargas Llosa participa da Feira do Livro de Buenos Aires após saia justa com governo Kirchner

Buenos Aires

BUENOS AIRES - Apesar de intelectuais vinculados ao governo Kirchner terem tentado impedir sua visita ao país, o escritor peruano Mario Vargas Llosa está na Argentina e nesta quinta-feira será uma das principais atrações da Feira do Livro de Buenos Aires. No passado, em declarações a diferentes meios de comunicação, Vargas Llosa referiu-se a Cristina como "um desastre total" e ao casal Kirchner como "pessoas que têm o coração esquerdista, mas o bolso e os vestidos de dona Cristina são de direita".

 

Para evitar polêmicas com a Casa Rosada, Vargas Llosa assegurou que não pretende desta vez fazer comentários sobre o governo Kirchner:

 

"Não quero dar a impressão de que estou aqui para criticar a presidente. Seria falso e de mau gosto "

- Não quero dar a impressão de que estou aqui para criticar a presidente. Seria falso e de mau gosto.

 

Em jantar privado no luxuoso hotel Alvear, realizado na noite da última terça-feira, o escritor e ex-candidato à Presidência de seu país evitou falar sobre o governo argentino, mas questionou as democracias autoritárias da região, em clara referência aos governos da Venezuela e Nicaragua, entre outros. Segundo informaram meios de comunicação locais, Vargas Llosa disse que "os poucos governos autoritários (do continente) não despertam o interesse que tinha a revolulção cubana e isso é positivo para os que amamos a liberdade". O Prêmio Nobel de Literatura 2010 aproveitou para confirmar sua decisão de votar pelo candidato nacionalista Ollanta Humala no segundo turno da eleição presidencial peruana, marcado para o próximo dia 5 de agosto.

 

- Não podemos premiar o corrupto sistema fujimorista - declarou Vargas Llosa, que no primeiro turno votou no ex-presidente Alejandro Toledo.

 

A visita do escritor peruano foi criticada por intelectuais vinculados ao governo e até mesmo pelo diretor da Biblioteca Nacional argentina, Horácio González, que chegou a pedir às autoridades da Feira do Livro que cancelassem o convite. Foi necessária a intervenção da própria presidente, que considerou importante "preservar a vocação de livre expressão da Feira do Livro de Buenos Aires".