A canção I just called to say I love you, gravada por Setevie Wonder em 1984, poderia ser descrita como o seu maior sucesso na década de 80. Pode ser descrita também como a música que inspirou a trilha sonora do filme "Woman in Red" (Dama de Vermelho), e que ganhou o Oscar de melhor canção original em 1985.
Gosto da simplicidade da letra, que simplesmente anuncia que nada de especial ou excepcional está acontecendo no mundo. Não é um feriado, nem uma data comemorativa, ou seja, seria apenas mais um dia ordinário, no qual alguém apenas liga para dizer à outra pessoa que a ama, que se preocupa, de maneira intensa, pungente...
São interessantes as declarações de amor... o telefone (em 1984 não se pensava em celulares) torna-se, através da música, uma forma de se aproximar, dizendo-se apenas "eu te amo". É uma canção simples, sentimental, e com apelo universal... A crítica internacional torceu o nariz, mas talvez seja a obra mais conhecida de Stevie Wonder...
No New Year's Day to celebrate
No chocolate covered candy hearts to give away
No first of spring
No song to sing
In fact here's just another ordinary day
No April rain
No flowers bloom
No wedding Saturday within the month of June
But what it is, is something true
Made up of these three words that I must say to you
I just called to say I love you
I just called to say how much I care
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart
No summer's high
No warm July
No harvest moon to light one tender August night
No autumn breeze
No falling leaves
Not even time for birds to fly to southern skies
No Libra sun
No Halloween
No giving thanks to all the Christmas joy you bring
But what it is, though old so new
To fill your heart like no three words could ever do
I just called to say I love you
I just called to say how much I care, I do
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart
I just called to say I love you
I just called to say how much I care, I do
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart, of my heart,
Of my heart
I just called to say I love you
I just called to say how much I care, I do
I just called to say I love you
And I mean it from the bottom of my heart, of my heart, of my heart
Zeca Baleiro compös a "canção pra ninar neguinho" em homenagem a Michael Jackson. Na verdade é um acalanto, foi composta em 1993, quando Zeca viu uma foto de Michael Jackson numa capa de revista com um olhar triste, ou de choro, muito sincero, e a partir daí surgiu a letra da música.
O interessante é que Zeca Baleiro conta, nos shows, a origem da música e a plateia dá risada, como se visse em Michael um personagem pitoresco, e por essa razão, Zeca, que jamais acreditara nas acusações comra Michael, chegou a dizer que que jamais gravaria a canção, sobretudo após a morte do cantor.
Segue abaixo entrevista de um parceiro de Zeca para o Terra. (http://terramagazine.terra.com.br/in...l+Jackson.html)
"No ano em que surgiram as primeiras denúncias de pedofilia contra Michael Jackson, um admirador brasileiro se compadeceu e fez uma música em homenagem ao astro. A composição de Canção Prá Ninar Um Neguim, por Zeca Baleiro, coincide com o ano em que o astro, veio pela segunda vez ao Brasil: 1993. Zeca Baleiro nunca gravou a música. Toca, de vez em quando em um ou outro show. Numa tarde de 2002, seu amigo e parceiro Renato Braz se preparava para gravar um disco, Quixote. Passou na casa de Baleiro, em São Paulo, a fim de colher do amigo uma música nova para incluir no CD. Acabaram tocando, sem combinar, "Canção Prá Ninar Um Neguim". "Não fui eu que escolhi a música. Foi a música que me escolheu", diz Braz, que gravou a canção e venceu o Prêmio Visa de MPB naquele ano. Um verso:
Neguim jeitoso / É perigoso viver sim senhor / Tem espinho e tem flor / Neguim moderno / O inferno é frio e no céu faz calor / Traz o teu cobertor. "Foi uma declaração de amor ao Michael Jackson", conta Braz, cantor de música popular brasileira, de uma tendência não visivelmente marcada pela influência do artista norte-americano. Uma prova da abrangência de Jackson. "Tenho todos os discos. Até os discos que eu acho ruins, porque, quem sabe algum dia, possso me encantar com algo que eu ainda não percebi..." "Queria andar com os pés como se tivesse flutuando como ele fazia", lembra-se Braz. "Embalou minha infância". Quando criança em São Paulo, conta Braz, "ouvia Tim Maia e Michael Jackson como se fossem da mesma família". "A musica dele é universal, chegou no subúrbio quando estava só começando", impressiona-se o cantor. Braz atribui o sucesso do popstar à "verdade com que ele conduziu sua carreira". Michael Jackson e Tim Maia, a dupla de novo: "não representavam uma só classe. Fazem música abrangente". Confira a letra da música "Canção Pra Ninar Um Neguim" na íntegra: Preto pretinho
Eu sou do gueto
Branquinho de alma negra como tu
Meu dialeto
Sem preconceito
I don't know how to dance tua dança
But, I like you
Preto pretinho
Qual o carinho da tua alma blue
Essa África do Sul
Preto pretinho
Será que há jeito de ser como tu
Meio rosa e azul
Chora neguinho
Chuva de efeito e gelo seco
Não sarará a dor
Duerme negrito
Sonha Soweto
Mama no peito da mãe
Que te fez cantor
Neguim jeitoso
É perigoso viver sim senhor
Tem espinho e tem flor
Neguim moderno
O inferno é frio e no céu faz calor
Traz o teu cobertor.
As músicas de pai para filho fazem um capítulo à parte na história da música.Tais músicas tratam de um amor que a gente só sabe que existe quando tem um filho. Por isso as mensagens para os filhos são tenras, cheias de amor e esperança..
Uma dessas canções é Ao que vai chegar, composição de Toquinho e Mutibho, em 1984, João Carlos Pecci e Wagner Homem contam em Toquinho: História das canções (Leya, 2010), A ORIGEM DESSA MÚSICA:
"Em 1984, Toquinho queria muito receber Pedro, o filho que estava para nascer, com um tema musical. Mas a ideia não vinha provavelmente devido à ansiedade de ser pai pela primeira vez. Percebendo a dificuldade do parceiro, Mutinho, durante uma viagem de trem para Milào, deu a Toquinho um gravador com uma fita cassete dizendo: 'escuta, é a música do Pedro'. Ele ouviu, fez uma cara de felicidade e falou: 'Estava faltando isso em minha vida!' E depois fez a letra. E assim o perceiro transformou-se também em parteiro musical"
A música, na primeira parte, associa o filho que vai chegar como uma luz, uma energia... a letra fala de sol, brilhar, luz, clareia, acende, aurora, enfim, referências constantes à luminosidade que o filho traz para a sua vida.
Na segunda parte, fala-se das coisas boas desejadas ao filho: o brilho da paixão, a fé, a paz, e uma casinha onde se possa ser feliz... quando se conhece a história da canção, ela se torna mais bela e comovente...
Toquinho conta também a história da música, que foi tema de abertura da novela Voa Coração, da Rede Globo:
"Ao que vai chegar é uma música muito importante para mim . É uma festa, uma festa utópica, é claro, preparada para essa pessoa especialíssima, para a qual temos um tipo de amor dentro da gente que só sabemos e sentimos quando temos um filho. E antes disso, nem sabemos que esse amor existe. Quando vem essa criança e começamos a conviver com ela, a gente pensa: 'puxa, eu podia amar tanto e não sabia`... Então, essa música é um pouco isso, a descoberta desse amor que eu tenho dentro de mim e que só aflorou com a presença desse ser estranho que passei a gostar tanto, que é meu filho Pedro".
A letra: Voa, coração
A minha força te conduz
Que o sol de um novo amor em breve vai brilhar
Vara a escuridão, vai onde a noite esconde a luz
Clareia seu caminho e acende seu olhar
Vai onde a aurora mora e acorda um lindo dia
Colhe a mais bela flor que alguém já viu nascer
E não esqueça de trazer força e magia,
O sonho e a fantasia, e a alegria de viver
Voa, coração
Que ele não deve demorar
E tanta coisa a mais quero lhe oferecer
O brilho da paixão, pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto a fé num novo amanhecer
Convida as luas cheia, minguante e crescente
E de onde se planta a paz,
Da paz quero a raiz
E uma casinha lá onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente simplesmente ser feliz
Lua, sol, vento, chuva... é difícil uma música de amor utilizar esses elementos e não cair no lugar comum, no piegas, no óbvio... não é o que acontece, ao que me parece, com a música "Se chovesse você", composição de Eliana Printes/Adonay Pereira/Eliakin Rufino e que foi gravada por Eliana Printes e Chico César. É uma música sinestésica, em que cada um desses elementos interage com a letra e a melodia de maneira a passar a quem escuta a sensação de estar acompanhando tais elementos, que terminam personificando um idílio da pessoa amada.
Eliana Printes e Chico César
Inicialmente a lua se torna uma companheira, com o qual o eu-lírico divide a companhia na praia, no mar, nos minguantes e crescentes...
O sol é a energia, o farol, o guia, o fogo abrasador que alimenta...
O vento é um pouco da transgressão, da aventura, que enrola o cabelo, levanta a blusa, num indício da liberdade que vem a seguir, como o ar que se respira...
E, por fim, a chuva, a realização plena da liberdade, de se deixar molhar na rua...
Por outro lado, a canção tem um viés erótico sutil e feminino, como se cada um dos elementos significasse uma etapa de um ato sexual.
A lua significa a sedução, amando o crescente.
O sol, que faz arder no fogo abrasador que faz queimar por amor;
O vento que enrola o cabelo, levanta a blusa, arranca suspiros, o ar que se respira, sôfrego...
Por fim, a chuva, em que o eu-lírico se permite molhar de prazer, se permitir ficar na rua molhada com a alma cheia e encharcada...
Uma música que consegue sair do óbvio simbolismo dos elementos da natureza e traz consigo uma série de sensações. vale a pena ouvir
A letra:
Se você fosse lua
Dormiria contigo na praia
Entraria contigo no mar
Choraria o teu minguante
Seguiria o teu crescente
Habitaria teu luar Se você fosse sol
Eu seria girassol
Tua luz seria meu farol
Amaria teu calor
O teu fogo abrasador
Queimaria por amor Se você fosse vento
Queria você todo momento
Pra enrolar meu cabelo
Levantar a minha blusa
Arrancar-me um suspiro
Ser o ar que eu respiro Se você fosse chuva
Eu me deixava molhar de prazer
Dançava na rua pra ter
Minha roupa bem molhada
Minha alma encharcada
Se chovesse você
Há muito tempo eu tenho vontade de contar a história de uma belíssima música, uma rara parceria entre Gilberto Gil e Chico Buarque: a música Cálice, gravada em 1973. Tenho aqui a história, contada por Gil, no seu livro Todas as letras (Cia das letras, 1996) e no livro Chico Buarque: História das canções (Leya, 2009):
Primeiro, a versão de Gil:
"A Polygram queria fazer um grande evento com todos os seus artistas no formato de encontros, e foi dada a mim e ao Chico a tarefa de compor e cantar uma música em dupla.
Era SemanaSanta e nós marcamos um encontro no sábado no apartamentodele, na Rodrigo de freitas (a lagoa referida, aliás, por ele na letra). Eu pensei em levar alguma proposta e, um dia antes, no fim da tarde, me sentei no tatame, onde eu dormia na época, e me pus a esvaziar os pensamentos circulantes para me concentrar. Como era Sexta-feira da Paixão, a idéia do calvário e do cálice de Cristo me seduziu, e eu compus o refrão incorporando o pedido de Jesus no momento da agonia. Em seguida escrevi a primeira estrofe, que eu comecei lembrando de uma bebida amarga chamada Frenet, italiana, de que o Chico gostava e que ele me oferecia sempre que eu ia à sua casa.
No sábado não foi diferente: ele me trouxe um pouco da bebida, e eu já lhe mostrei o que tinha feito. Quando, chegando ao refrão, eu cheguei ao 'cálice', no ato ele percebeu a ambiguidade que a palavra, cantada, adquiria, e a associou com cale-se, introduzindo na canção o sentido da censura. Depois, como eu tinha trazido só o refrão melodizado, trabalhamos na musicalização da estrofe a partir de ideias que ele apresentou. e combinamos um novo encontro.
Ele acabou fazendo duas estrofes e eu mais uma, quatro no total, todas em oito decassílabos. Dois os três dias depois nos revimos e definimos a sequência. Eu achei que devíamos intercalar nossas estrofes, porque elas não apresentavam um enquadramento linear entre si. Ele concordou, e a ordem ficou esta: a primeira, minha, a segunda, dele; a terceira, minha, e a última, dele.
Na terceira, o quarto verso e os dois finais já foram influenciados pela ideia do Chico de usar o tema do silêncio. O termo, aliás, já aparecia na estrofe minha, anterior: 'silênciona cidade não se escuta', quer dizer: no barulho da cidade, não é possível escutar o silêncio; quer dizer: não adianta querer silêncio porque não há silêncio, ou seja, não há censura a censura é uma quimera; além do mais 'mesmo calada a boca, resta o peito' e 'mesmo calado o peito, resta a cuca' : se cortam uma copisa, aparece outra.
Aí no dia em que fomos apresentar a música pro show, desligaram o microfone logo depois de termos começado a cantá-la. Tenho a impressão de que ela tinha sido apresentada à censura, tendo-nos sido recomendado que não a cantássemos, mas nós fizemos uma desobediência vivil e quisemos cantá-la" (página 138)
A história por Wagner Homem, no livro das cançôes de Chico:
"Composta para o show Phono 73, realizado em maio de 1973 no Anhembi, São paulo, a música seria cantada pela dupla de autores. Gil mostrou a Chico a primeira estrofe e o refrão ´Pai afasta de mim esse cálice', referência à data em que os escrevera, uma Sexta-feira santa. O parceiro viu, mais do que depressa, o jogo de palavras ´cálice x cale-se'. Foi necessário apenas mais um encontro para que terminassem a canção de quatro estrofes - a primeira e a terceira de Gil, e as outras de Chico.
No dia do show, souberam que a música havia sido proibida. Decidiram cantá-la sem letra, entremeada com palavras desconexas. Desta vez, porém, a censura contou com a colaboração da própria gravadora, que organizava o espetáculo e operou a truculência. Assim que começaram, o microfone de Chico foi desligado. Irritado, ele buscou outro microfone, que também foi desativado - e assim sucessivamente, até que se rendeu, dizendo: 'Vamos ao que pode', e cantou 'Baioque'
Quando, em 1978, a canção foi liberada, Chico a incluiu em seu LP, e aí a censura veio de lugares antes inimagináveis: bispos da mesma Igreja que - através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - criticava a existência, em toda América Latina, de uma doutrina de segurança nacional que castrava as liberdades individuais proibiam a execução da música durante as missas'
Quinze anos depois do ocorrido, falando ao Correio Braziliense, Chico comentava as distorções que a censura provocava em todos os níveis:
'Às vezes, eu mesmo não sei o que eu quis dizer com algumas metáforas de músicas como 'Cálice', por exemplo (...) naquela época havia uma forçação de barra muito grande, tanto a favor quanto contra.Ambos os lados liam politicamente o que não era. (...) Já disseram que o verso 'de muito gorda a porca já não anda' de 'Cálice' era uma crítica ao Delfim Netto, que era ministro. E gordo [risos]. Indagado sobre o real significado, respondeu: 'não faço a mínima ideia. Esse verso é de Gil" (páginas 120-121)
A canção foi liberada em 1978, juntamente com outras músicas censuradas, como "Apesar de Você" e "Tanto Mar". Na gravação, Milton Nascimento cantou as estrofes compostas por Chico, fazendo coro com o MPB4, num belíssimo e contundentearranjo de Magro, um dos integrantes do grupo.
HOMENAGEM A ROBERTO CARLOS - CALHAMBEQUE
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