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5 de dez. de 2011

Ex-presidente Lula lamenta morte de Sócrates

                     
Lula recebeu na sexta-feira, em seu apartamento, a visita do técnico da seleção brasileira de futebol, Mano Menezes, que o presenteou com uma camisa oficial com uma mensagem de apoio
Lula e Mano Menezes São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do ex-jogador Sócrates, na madrugada deste domingo. "O Doutor Sócrates foi um craque no campo e um grande amigo. Foi um exemplo de cidadania, inteligência e consciência política, além de seu imenso talento como profissional do futebol", disse o presidente, em comunicado enviado à imprensa.


O ex-jogador e ídolo do Corinthians morreu em razão de uma infecção intestinal causada por bactéria. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde a noite de quinta-feira, 1º. Essa era terceira internação do ex-jogador nos últimos quatro meses. Nas duas internações anteriores, Sócrates passou por um tratamento para conter uma hemorragia digestiva, que foi causada pelo consumo prolongado de álcool.
Lula disse, ainda que a contribuição do ex-jogador "jamais será esquecida".
Leia abaixo a nota na íntegra:
"O Doutor Sócrates foi um craque no campo e um grande amigo. Foi um exemplo de cidadania, inteligência e consciência política, além de seu imenso talento como profissional do futebol.
A contribuição generosa de Sócrates para o Corinthians, para o futebol e para a sociedade brasileira jamais será esquecida. Neste momento de tristeza, prestamos solidariedade a esposa, familiares e amigos do Doutor.


Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula

                     
A morte de Sócrates


Sócrates em dois momentos: na Copa de 82, quando foi capitão da seleção, e na Copa de 1986
O Doutor em dois momentos: na Copa de 1982, quando foi capitão da seleção, e na Copa de 1986
Sócrates se foi e deixou muitos órfãos. Não só corintianos, de quem foi ídolo a partir de 1978, quando se transferiu para o Timão vindo do Botafogo de Ribeirão Preto. Foi ídolo também de todos aqueles que sabiam apreciar seu futebol elegante, de jogador completo, capaz de marcar gols, armar jogadas, organizar o time e encantar a platéia com seus toques de calcanhar — mesmo não sendo um típico atleta. Além de tudo, foi um ídolo da comunidade internacional do futebol (e fora dele) não só pela sua qualidade como jogador, mas, também, por suas idéias políticas arrojadas que sempre desafiaram o ambiente conservador e patrulhado do futebol.


Além de ser um dos mentores da democracia corintiana, numa época em que a ditadura ainda perseguia seus desafetos, Sócrates exercia seu espírito crítico com a desenvoltura de um intelectual para contestar as instituições conservadoras, a repressão e a intenção de lucro que havia especificamente no futebol. Na Copa de 1986, já considerado um dos melhores jogadores do mundo, surpreendeu a imprensa internacional fazendo críticas aos objetivos comerciais da FIFA na organização do evento. Foi advertido, ameaçado de suspensão e calou-se. Mas sua mensagem consolidou-se mundo afora.
Mesmo morto, Sócrates continuará sendo um dos maiores ídolos da história do Corinthians e do futebol. Sua última partida pelo time, em 3 de junho de 1984, ocorrida por causa da sua transferência para o time italiano da Fiorentina, aconteceu em Juazeiro do Norte, no Ceará, na festa em homenagem aos 50 anos da morte do Padre Cícero. Ironicamente, o jogo foi contra o Vasco da Gama, e o Corinthians venceu a partida por 3 a 0.       

Presidente Dilma destaca atuação política de Sócrates

Sócrates, ex-jogador
Brasília - A presidente da República Dilma Rousseff também lamentou a morte de Sócrates neste domingo. Em nota, ela elogiou a genialidade do ex-jogador e exaltou sua atuação política durante a ditadura militar, na década de 80.
"O Brasil perde um de seus filhos mais queridos, o doutor Sócrates. Nos campos, com seu talento e seus toques sofisticados, foi um gênio do futebol. Como jogador do Corinthians, deu muitas alegrias à torcida", registrou a presidente, em nota oficial.


Dilma ressaltou ainda o envolvimento do ex-atleta com a campanha das Diretas Já e o movimento Democracia Corintiana, no qual os jogadores do clube tinham direito a voto em questões que iam desde o pagamento de "bichos" até contratações de reforços.
"Sócrates foi um campeão da cidadania. Fora dos campos, nunca se omitiu. Foi um brasileiro atuante politicamente, preocupado com o seu povo e o seu país. Procurando o bem-estar de seus companheiros, ajudou a implantar um sistema democrático no clube em que atuava. Participou também ativamente da campanha pelas Diretas Já e de outros momentos importantes da redemocratização do país", completou a presidente.


Sócrates



Sócrates é outro mito do nosso futebol. Ídolo do Corinthians, jogava no meio campo com classe e habilidade. Disputou duas Copas do Mundo: 1982 e 1986.