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25 de mai. de 2011

Boi tatá

"Mas de verão, depois da quentura dos mormaços, começa o seu fadário. A boitatá, toda enroscada, como uma bola – tatá, de fogo! – empeça a correr o campo, coxilha abaixo, lomba acima, até que horas da noite!..." (João Simões de Lopes Neto. Lendas do Sul)
Também chamada de batatão, boitatá, bitatá, batatá, baitatá, biatatá, Jean de la foice ou Jean Delafosse. É grande a sinonímia da mboi-tatá no Brasil. Mboi, cobra, ou então, o agente, a coisa; tatá, fogo. A cobra de fogo, a coisa de fogo.
Segundo Luís da Câmara Cascudo é o primeiro mito a ser registrado no Brasil. Foi o padre José de Anchieta quem o referiu pela primeira vez, na Carta de São Vicente, datada de 31 de maio de 1560, como "um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os..."

Uma serpente de fogo, saltitante. Para muitos é uma alma penada. É mito que ocorre em todas as regiões do Brasil e o correspondente ao fogo-fátuo europeu. Alguns acreditam-na uma espécie de defensora das matas, outros, o resultado de uma união sacrílega. Dizem que o viajante, ao encontrá-la, deve fechar os olhos e permanecer parado, imóvel, então ela desaparecerá. Caso contrário, a mboitatá o perseguirá, infernizando-o até matá-lo.

Para saber mais:

• Anchieta, José de. Carta de São Vicente (X), em Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões, v.3 das Cartas jesuíticas. Rio de Janeiro, Civilização brasileira, 1933, p.128

• Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954 | 9ª edição: Rio de Janeiro, Ediouro, sd | Geografia dos mitos brasileiros. 2ª ed. São Paulo, Global Editora, 2002, p.143-147

• Lopes Neto, João Simões de. Contos gauchescos e lendas do sul. 3ª ed. Porto Alegre, Globo, 1965.

• Magalhães, Couto de. O selvagem. Rio de Janeiro, Tipografia da Reforma, 1876, p.138

• Silveira, Valdomiro. Mixuangos. Rio de Janeiro, 1937

Dizem que o Boi Tatá é uma grande serpente de fogo encantada, que mora dentro dos rios profundos.
Ela ataca qualquer animal que se atreve entrar na água quando está por perto, e lhe come os olhos.

A lenda conta, que por ela comer os olhos dos animais, absorve a luz dos mesmos, ficando como fogo brilhante na água.
Outros relatam o Boi Tatá, como sendo um gigantesco e assombroso touro que solta fogo pelas narinas e boca.

Dizem que este fantástico ser é na verdade o espírito de gente ruim ou alma penada que vaga terra afora, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos ou regiões ermas. É um mito comum em todo Brasil.