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10 de mai. de 2011

Notícias pelo Brasil e o mundo


Os arquivos de Reyes

Venezuela e Equador rechaçam acusações de que teriam nexos com as Farc

Agências internacionais

RIO - Os governos de Venezuela e Equador negaram nesta terça-feira as acusações , lançadas por um instituto londrino, de que teriam nexos com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Com base em arquivos eletrônicos de Raul Reyes, número 2 na hierarquia das Farc até sua morte, em 2008, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) fez um relatório que sugere a ligação dos presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Rafael Correa (Equador) com a guerrilha.

Chávez, segundo o estudo, teria oferecido financiamento às operações do grupo paramilitar, e autoridades venezuelanas teriam chegado a pedir apoio para o treinamento de milícias pró-governo para, entre outros objetivos, matar anti-chavistas. Já Correa teria recebido ajuda em dinheiro das Farc durante a campanha que o levou à Presidência, em 2006.

A reação da Venezuela veio através de sua embaixada em Londres. O governo Chávez tachou o informe de pouco confiável e lembrou que a própria Suprema Corte colombiana resolveu desconsiderar o conteúdo dos computadores de Reyes, que serviram de fonte para o relatório.

Do lado equatoriano, foi o vice-chanceler Kintto Lucas que se pronunciou. O diplomata disse que a informação sobre o financiamento para a campanha de Correa era "totalmente falsa".

O governo colombiano mantém silêncio sobre o caso e disse que não se pronunciaria sobre um documento que não escreveu.



Guerra antiterror

Filho de Osama bin Laden diz em carta que funeral no mar humilhou a família
LONDRES - De acordo com o serviço de monitoramento online SITE Inteligence Group, o quarto filho mais velho de Osama bin Laden, Omar, teria declarado que o assassinado do líder da al-Qaeda foi "criminoso" e que o enterro no mar foi humilhante para a família Bin Laden.
Omar ainda teria dito que os filhos de Osama têm o direito de entrar com uma ação legal contra os Estados Unidos para descobrir o exato local onde o corpo do terrorista foi sepultado, informou o SITE Inteligence Group.

Não houve uma confirmação sobre a autenticidade da carta, publicada no site do ideólogo islâmico Abu Walid al-Masri, mas vários especialistas em propaganda militante acreditam que o texto é genuíno.

Omar bin Laden, que reside no Golfo Pérsico há alguns anos, não comentou o conteúdo do documento.

Em um trecho da carta, o filho de Osama diz:

"Nós acusamos o presidente americano (Barack) Obama como o responsável legal por explicar o paradeiro de nosso pai, Osama bin Laden, e sua inaceitável, tanto religiosamente como humanitariamente, atitude de jogar uma pessoa com tamanha importância e status para seu povo no mar, atitude que diminuiu e humilhou sua família e seus seguidores e que desafia as crenças religiosas e o sentimento de milhões de muçulmanos".

O documento também dizia que os EUA não haviam oferecido nenhuma prova que apoiasse o assassinato de Bin Laden. Omar alegou que o objetivo da missão nunca foi capturar e prender seu pai, mas sim executá-lo, acrescentando que, depois da morte, os soldados americanos se apressaram para sumir com o corpo.

Alguns muçulmanos têm dúvidas sobre como as tropas americanas mataram Bin Laden no Paquistão, no último dia primeiro de maio, e depois o atiraram no Mar da Arábia (o funeral marítimo, que muitos islâmicos encararam como uma ofensa, também foi responsável por gerar raiva entre os fiéis muçulmanos). As questões se multiplicaram depois que a Casa Branca confirmou que o líder da al-Qaeda estava desarmado quando os Seals entraram na casa-fortaleza onde ele se escondia em Abbottabad, no norte do Paquistão.


Volta ao lar

Desabrigados visitam casas em zona de exclusão no Japão

Agências internacionais
TÓQUIO - Cerca de 100 japoneses que foram retirados de suas casas puderam voltar nesta terça-feira à zona de exclusão nos arredores da usina nuclear de Fukushima. Usando roupas de proteção e máscaras, os moradores do vilarejo de Kawauchi estiveram suas casas por duas horas para recolher pertences. ( Confira mais fotos da visita )
Os desabrigados - apenas um fração das dezenas de milhares que foram obrigados a deixar suas casas - chegaram ao local em ônibus fretados pelo governo. Além das roupas de proteção, eles receberam walkie-talkies e aparelhos para monitorar os níveis de radiação.

A excursão marcou a primeira vez que o governo sentiu segurança na área para permitir visitas curtas. Os moradores estavam pressionando o governo há semanas para permitir a volta aos lares.

Tepco pede ajuda ao governo para pagar indenizações a vítimas de Fukushima
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), que opera a usina, solicitou nesta terça-feira ajuda do governo japonês para realizar o pagamento de indenizações para as vítimas do acidente nuclear. A solicitação formal foi apresentada ao ministro da Indústria, Banri Kaieda.

Mais de 80 mil pessoas que moravam num raio de 20 quilômetros ao redor da usina nuclear tiveram que deixar suas casas.

O total de compensações ainda não foi divulgado, mas analistas acreditam que a cifra pode chegar a US$ 100 bilhões.

O governo insistiu que, embora a Tepco seja a responsável por abonar as indenizações, deve-se assegurar que os evacuados recebam as compensações.

Ainda nesta terça-feira, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou que vai renunciar ao salário até o fim da crise de Fukushima.

- Continuarei recebendo meu salário como membro do Parlamento, mas não o de primeiro-ministro nem os bônus correspondentes - explicou o chefe de Governo em uma entrevista coletiva.

O Japão enfrenta há dois meses o mais grave acidente nuclear de sua história, depois das avarias nos circuitos de resfriamento da central de Fukushima, provocada pelo terremoto e tsunami de 11 de março.


Regime da Síria liberta ativistas e opositores

Agências internacionais
BEIRUTE e NAÇÕES UNIDAS - O governo da Síria libertou na segunda-feira vários ativistas e opositores ao regime de Bashar al-Assad que tinham sido presos como parte das medidas para conter a onda de manifestações no país do Oriente Médio. De acordo com Ammar Qurabi, diretor da Organização Nacional de Direitos Humanos da Síria, entre os libertados estão nomes de peso, como Hassan Abdel Azim, de 81 anos, e Hazem al-Nahar.

Louay Hussein, outro ativista, afirmou que a libertação foi negociada por um grupo, no qual ele estava incluído, e Bouthaina Shaaban, conselheiro de Assad. Segundo Hussein, também deixarão a prisão Fayez Sara, Kamal Sheikho e George Sabra.

Sanções da UE
Nesta terça-feira, a União Europeia (UE) divulgou uma lista com o nome de 13 autoridades sírias que estão sendo alvos de sanções do bloco - incluindo um irmão de Assad. Entre as medidas adotadas pela UE estão o congelamento de contas, proibição de viagens e embargo de armas.

- Não há consenso na UE se Assad será incluído na lista - declarou um diplomata ocidental sob condição de anonimato.

Em outra frente diplomática, manobras de bastidores na ONU retiraram nesta terça-feira a Síria do posto de candidata a uma vaga no órgão de direitos humanos da entidade. O país será substituído pelo Kuwait. Nas últimas semanas, as Nações Unidas foram cenário de uma ferrenha campanha para minar a candidatura síria. A eleição ocorre em 20 de maio. Não ficou claro que a Síria voltará a disputar um assento em 2013.


Enchente

Rio Mississippi registra maior nível de água desde 1937 e deixa centenas desabrigadas

Agências internacionais
MEMPHIS - Moradores de Memphis, no estado americano do Tennessee, estão sendo retirados de suas casas desde o o último fim de semana depois que as águas do rio Mississippi atingiram o maior níveldesde 1937.
Cerca de 400 pessoas estão em abrigo. Os custos ainda devem ser calculados, mas se estima que mais de os 3.000 propriedades foram afetadas.

Segundo o Corpo de Engenheiros do Exército, o volume de água passando em um segundo seria suficiente para encher um estádio de grande porte.

Na última segunda-feira autoridades decidiram criar um desvio para alterar parte do curso da água. Victor Landry, do Corpo de Engenheiros do Exército, disse que não vão abrir tudo imediatamente:

- Abrir um vertedouro separado forçaria a evacuação de pessoas e animais na bacia do rio Atchafalaya no centro-sul da Louisiana

Mark Luttrell, prefeito de Shelby County, no Tennessee, disse também que as pessoas devem sair da zona de risco:

- Está na hora de recolher o que é importante e ficar preparado para deixar sua propriedade.

O rio Mississippi é o segundo mais longo da América do Norte, ficando atrás do rio Missouri.



Artigo

Noam Chomsky critica operação que matou Bin Laden
RIO - O intelectual americano Noam Chomsky publicou um artigo esta semana, na revista online "Guernica" ( leia a íntegra , em inglês), com duras críticas à decisão do governo Barack Obama e uma condenação firme à operação que resultou na morte de Osama bin Laden. Ele chama a ação de "assassinato planejado" e levanta o questionamento: "E se um comando iraquiano invadisse de surpresa a mansão de George W. Bush, o assassinasse e atirasse seu corpo no Atlântico?".
Veja alguns dos argumentos do linguista e filósofo:

- "Em sociedades que professam um certo respeito à lei, os suspeitos são detidos e passam por um processo justo. (...) Nada sério foi provado (contra Bin Laden). Falaram muito da 'confissão' de Bin Laden, mas isso soa mais como se eu confessasse que venci a Maratona de Boston. Bin Laden alardeou um feito que considerava uma grande vitória".

- "Como reagiríamos se um comando iraquiano invadisse de surpresa a mansão de George W. Bush, o assassinasse e atirasse seu corpo no Atlântico? Sem dúvidas, seus crimes excederam em muito os que Bin Laden cometeu, e ele não é um suspeito, mas sim, indiscutivelmente, o sujeito que tomou as decisões".

- Sobre o nome da operação, Geronimo. "A mentalidade imperial está tão arraigada, em toda a sociedade ocidental, que parece que ninguém percebe que estão glorificando Bin Laden, ao identificá-lo com a valorosa resistência frente aos invasores genocidas. É como batizar nossas armas assassinas com os nomes das vítimas de nossos crimes: Apache, Tomahawk".




XIVª Marcha a Brasília

Em encontro com prefeitos, Dilma anuncia liberação de R$ 750 milhões de restos a pagar
 
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff , acompanhada de 14 ministros, foi aplaudidíssima na XIVª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios nesta terça-feira. O presidente anunciou a liberação imediata de R$ 520 milhões e mais R$ 230 milhões, dia 6 de junho, de restos a pagar para obras em andamento nos municípios- recursos relativos a obras já iniciadas e obras na Caixa Econômica Federal.
A presidente assinou a medida provisória (MP) que permite o repasse de dinheiro da União direto às prefeituras para custeio de creches que serão construídas. Posteriormente os recursos serão repassados pelo Ministério da Educação. Foram anunciados ainda mais recursos para reforma e qualificação das unidades básicas de saúde no país.


Dilma garantiu que será revista a burocracia dos ritos da Caixa para os convênios com os municípios. A presidente também prometeu para junho o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Saneamento para municípios com menos de 50 mil habitantes.


A principal bandeira dos prefeitos este ano é a derrubada, pelo Congresso, do veto do ex-presidente Lula à distribuição dos royalties sobre a exploração de petróleo para todos os estados, o que acrescentaria aos cofres das prefeituras cerca de R$ 8 bilhões ao ano. Uma batalha difícil.

Hoje, a maior parte da arrecadação com os royalties fica basicamente com a União e com os estados do Rio e do Espírito Santo. A presidente Dilma prestigiará o evento, mas o governo não está disposto a derrubar o veto presidencial. Ainda assim, a intenção é levar milhares de prefeitos ao Congresso para pressionar deputados e senadores.

- O mais importante para a Marcha é a votação da derrubada do veto dos royalties - disse Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios.

Os prefeitos também reivindicam a revisão do decreto presidencial que deu prazo só até julho para que sejam iniciados projetos e obras com recursos de emendas parlamentares ao Orçamento da União de 2009. Se não forem iniciados até lá, as prefeituras deixarão de receber até R$ 1,3 bilhão. A pressão será para que o prazo seja estendido pelo menos até dezembro.


Alvo de denúncias

Criticada em encontro com artistas em São Paulo, ministra da Cultura diz ser vítima de fofoca e boato
SÃO PAULO - Alvo de denúncias de recebimento irregular de diárias, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, enfrentou uma série de críticas em um encontro com artistas realizado na tarde desta terça-feira, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Um dos mais contundentes nos ataques à gestão de Ana de Hollanda foi o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa. A ministra, por sua vez, disse ser vítima de "fofoca" e "boato". No final, saiu sem dar entrevista, escoltada por policiais militares.

- O ministério trabalha de uma forma muita intensa. Nas notícias que estão sendo veiculadas aí pela imprensa, (têm) muito boato, muita fofoca, muita informação completamente equivocada que não tem o menor fundamento. São fatos que estão querendo criar, mas que não correspondem ao que está acontecendo na realidade. Nosso trabalho está muito positivo - afirmou Ana de Hollanda, em sua primeira fala no encontro.

Quando chegou, a ministra deu uma rápida entrevista e foi questionada se deixará o cargo:

- Claro que não - respondeu.

Ela também destacou que a Controlaria Geral da União (CGU) não a obrigou a devolver o valor recebido pelas diárias nos dias em que estava de folga no Rio.

- Não tem nada ilegal, foi só uma recomendação.

Quando os participantes do encontro começaram a falar a ministra passou a ouvir uma série de ataques ao seu trabalho. Foram criticados o congelamento de verbas para a área, a gestão do Iphan (instituto que cuida do patrimônio histórico) e a atuação do ministério com relação ao Ecad, órgão independente que arrecada e distribui direitos autorais. A presidente da Federação das Cooperativas de Música do Rio, Janine Durand, leu um manifesto endereçado à presidente Dilma Rousseff com afirmações de que a atual ministra tem uma atuação em oposição ao que foi feito pelo antecessor, Juca Ferreira, no governo Lula.

- Frustrando aqueles que viam no simbolismo da nomeação da primeira mulher ministra da Cultura do Brasil a confirmação de uma vitória, essa gestão rapidamente se encarregou de desconstruir não só as conquistas da gestão anterior, mas principalmente o inédito, amplo e produtivo ambiente de debate que havia se estabelecido.

Ao tomar a palavra, a ministra se limitou a dizer que não responderia ao manifesto porque ele era endereçado a Dilma e não a ela.

- Nós queremos que a Ana continue, mas para você continuar não pode ignorar essa carta que acabou de ser lida. Você não pode passar a bola para a presidente Dilma - afirmou o diretor Zé Celso, aplaudido pela plateia.

Para defender a ministra, entraram em ação os deputados estaduais do PT, que estavam presentes. Entre eles, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão.

- Queria trazer para ministra, em nome do Partido dos Trabalhadores, toda a nossa solidariedade - afirmou Falcão

A ministra deixou a Assembleia escoltada por um grupo de policiais militares e não pôde ser questionada sobre o fato de a sua sobrinha, a cantora Bebel Gilberto, ter recebido autorização para captar R$ 1,9 milhão pela Lei Rouanet. Na saída, os PMs empurraram jornalistas e houve confusão.


Meio Ambiente
Votação do novo Código Florestal é adiada para a quarta-feira
BRASÍLIA - A votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados foi adiada para a quarta-feira. Após uma tarde inteira de reunião com o relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ministros e líderes partidários, o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, afirmou que o acordo está quase fechado.
Segundo Vaccarezza, houve entendimento em relação às Áreas de Proteção Permanente (APPs). Ele explicou que o Brasil irá manter as APPs, mas as exceções serão estabelecidas em decreto editado pela Presidência da República. Segundo ele, o texto do Aldo deverá deixar claro que haverá exceção para os casos de "necessidade social, interesse público e baixo impacto".

- Vamos colocar na lei as exceções e o ajuste futuro das APPs será feito por decreto presidencial e não pelo Ibama ou outro órgão - disse Vaccarezza.

De acordo com Vaccarezza, entre as exceções para o plantio e a produção agrícola em APPs estão áreas onde, há anos, são plantadas arroz, café, uva. O líder do governo na Câmara, explicou que não há consenso ainda em relação a isenção de recomposição das áreas de reserva legal em pequenas propriedades.

- O relatório de Aldo diz que haverá isenção até quatro módulos fiscais de terra. O governo defendia que a isenção fosse para todas as propriedades de agricultura familiar. Houve disposição do governo em avançar e permitir que a isenção seja estendida aos cooperados que possuem até quatro módulos - relatou Vaccarezza.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que a Casa caminha para a construção do acordo em torno das alterações no Código Florestal e que o entendimento final dependia do relator da matéria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

- A bola está no pé do relator Aldo Rebelo. Ele tem a responsabilidade de construir o relatório o mais próximo do que foi discutido pelos líderes, deputados nas últimas semanas. Se o texto estiver próximo daquilo que foi apresentado pelo governo, minha impressão é a de que teremos uma votação tranquila - disse Marco Maia.

Na semana passada, mesmo tendo aprovado prioridade para o novo Código Florestal, a Câmara adiou a votação após não haver acordo.

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva se reuniu na tarde desta terça-feira com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo Marina, Palocci disse que o governo não aceita votar o Código Florestal se não houver acordo sobre a isenção de reflorestamento e a consolidação das áreas ocupadas até 2008.

- O ministro Palocci disse que se não houver acordo sobre esses dois pontos o governo vai trabalhar para que não haja votação hoje - disse a ex-senadora.


Está fora
Ministro do STF exclui Michel Temer de inquérito por suspeita de corrupção
BRASÍLIA- O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o vice-presidente da República, Michel Temer, seja excluído de um inquérito sobre suposto esquema de cobrança de propina de empresas detentoras de contratos no porto de Santos , em São Paulo. Com base em parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel , o ministro concluiu que não havia provas suficientes para justificar a investigação contra o vice-presidente.


O caso estava na Justiça Federal de São Paulo desde 2006. No ano passado, quando as investigações supostamente esbarraram em Temer, que tem direito a foro especial pelo cargo que ocupa, o inquérito foi encaminhado ao STF. Os autos chegaram à Corte em fevereiro deste ano. Agora, o inquérito será devolvido à primeira instância, que vai investigar outros suspeitos que não têm direito a foro especial.

Em 2000, o mesmo caso já tinha sido enviado ao então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, mas houve arquivamento pelo mesmo motivo. "As provas colhidas no curso das investigações não trouxeram elementos novos que autorizem a reabertura da investigação, já arquivada, contra Michel Temer", escreveu Gurgel em parecer enviado ao STF no mês passado.

"Ante a manifestação do titular da ação penal no sentido de não terem vindo à balha, após arquivamento de investigação anterior, novas provas, revela-se imprópria a sequência do inquérito neste Tribunal no tocante ao investigado Michel Temer", anotou Marco Aurélio em despacho de 30 de abril.

Caso veio à tona quando ministro do STF derrubou sigilo do inquérito

O caso veio à tona no mês passado, quando Marco Aurélio derrubou o sigilo do inquérito. Na ocasião, o ministro afirmou que Temer era investigado por tráfico de influência, corrupção passiva e corrupção ativa. No despacho que revogou o sigilo do inquérito, Marco Aurélio explica que Marcelo de Azeredo, Michel Temer e uma pessoa identificada como "Lima" eram investigadas pelo "cometimento de fraudes em licitações, ocorridas em troca do recebimento de propinas previamente ajustadas com os vencedores".

A investigação começou em um processo de reconhecimento de união estável entre Erika Santos e Marcelo de Azeredo, que presidiu a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) entre 1995 e 1998. Na ação, Erika teria alegado que o nível de vida mantido por Azeredo era incompatível com suas declarações de Imposto de Renda. A ex-companheira também teria denunciado irregularidades cometidas em licitações da Codesp.

Érica teria incluído na ação da Vara de Família planilhas e documentos que indicavam o repasse de propinas pagas por duas empresas, Libra Terminais S/A e Rodrimar S/A. O dinheiro teria sido entregue a Azeredo, a "Lima" e a uma pessoa cujas iniciais eram "MT". Segundo a PF, o beneficiado era Michel Temer. O grupo teria recebido indevidamente R$ 1,28 milhão. O vice-presidente teria embolsado metade do valor.

A partir da denúncia de Érica, a polícia abriu um inquérito e chegou ao nome de Temer como um dos supostos participantes do esquema. Nos autos, Azeredo é suspeito de ter cometido crime contra a ordem tributária, fraude a licitação pública e crime contra o sistema financeiro - no caso, realizar operação de câmbio não autorizada para fins de evasão de divisas. Com Temer fora do inquérito, Azeredo será alvo da Justiça Federal.


Mensalão do DEM

Desembargadora do DF tenta desbloquear bens de José Roberto Arruda
BRASÍLIA - A desembargadora Carmelita Brasil determinou o desbloqueio dos bens do ex-governador José Roberto Arruda, acusado de chefiar o mensalão do DEM no Distrito Federal. Em resposta, o Ministério Público pediu que a desembargadora se declare suspeita para apreciar o caso. Carmelita teve o nome citado numa conversa entre Durval Barbosa, o delator do mensalão, e José Geraldo Maciel, ex-secretário de Governo de Arruda, também um dos investigados na chamada Operação Caixa de Pandora. Nos diálogos, gravados com autorização judicial, os dois mencionam os nomes de seis desembargadores que poderiam ajudar Barbosa.
Carmelita assinou o despacho de liberação dos bens de Arruda em 19 de abril. Dez dias depois, cinco promotores do Núcleo de Combate ao Crime Organizado do Distrito Federal pediram que ela se declarasse suspeita. No recurso, dirigido diretamente à desembargadora, os promotores argumentam que ela foi "expressamente citada pelo ex-secretário de Governo do DF José Geraldo Maciel em conversa captada com o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa".

Segundo os promotores, no diálogo "os interlocutores discutem uma estratégia para beneficiar Durval Barbosa no julgamento e, nesse contexto, mencionam os nomes de alguns desembargadores com os quais poderiam contar". Diante do impasse, a ordem do desbloqueio dos bens de Arruda ainda não foi cumprida.


Novo partido

Meta do PSD é chegar a 50 deputados federais até junho
BRASÍLIA - O PSD continua avançando sobre as fileiras da oposição e mesmo da base governista. Só no último fim de semana garantiu que o número de adesões de deputados federais à nova legenda subisse de 39 para 41. A meta é chegar a pelo menos 50 até junho. Entre os parlamentares que confirmaram a intenção de se filiar ao PSD está mais um dos fundadores e ex-presidente do DEM, o deputado Hugo Napoleão (PI). O pragmatismo falou mais alto. Já o deputado João Lyra (AL) deverá trocar o PTB pelo PSD.

- Foi uma saída sentida, pois fui presidente do partido, governador duas vezes pela legenda. Mas tive de ser pragmático. Na próxima eleição, dificilmente teria legenda para me reeleger, diante das dificuldades que o DEM vinha tendo para fechar coligações. Em 2006, por exemplo, não conseguimos fechar com ninguém - justificou Hugo Napoleão.

Junto com Napoleão, também deverão deixar o DEM o deputado federal Júlio César, além de 30 prefeitos, quatro deputados estaduais e quatro vereadores de Teresina. Para trocar de legenda, Napoleão recebeu a garantia do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de que teria autonomia para continuar fazendo oposição ao governo da petista Dilma Rousseff.

- Coloquei como condição de permanecer na oposição e não fui contrariado. De acordo com Kassab, o PSD será um partido independente - afirmou.


Para Napoleão, o DEM realmente vive um momento dramático:

- A tendência é o partido (DEM) ficar com muito pouca gente. Desejo que eles continuem na luta, mas o esvaziamento da legenda é muito grande.

A expectativa é que o PSD consiga seu registro definitivo até julho. Até lá, os fundadores do novo partido esperam conseguir as 500 mil assinaturas em adesão à nova legenda, e ampliar as filiações. No Maranhão, por exemplo, dirigentes do PSD já teriam tido uma conversa com a governadora do estado, Roseana Sarney, do PMDB, com o objetivo de viabilizar a adesão de mais três deputados federais. São esperadas ainda mais duas filiações de deputados federais no Paraná e uma no Amapá.

Em Santa Catarina, após a adesão do governador do estado, Raimundo Colombo, a expectativa é que mais de 90% dos representantes do diretório do DEM sigam o mesmo caminho e se filiem ao PSD. Além dos três deputados federais e dos sete estaduais que já anunciaram sua saída do DEM, o partido pode perder a maior parte de seus 48 prefeitos e mais de 400 vereadores no estado.

- Certamente, Santa Catarina será um dos estados onde o PSD será mais forte - previu o deputado federal licenciado, Paulo Bornhausen (SC), ex-líder do DEM que já confirmou sua filiação ao PSD.

Empenhado em ampliar a base do PSD no Paraná, o deputado Eduardo Sciarra (PR), outro que deixou o DEM, prevê que a nova legenda esteja em condições de solicitar seu registro definitivo ao Tribunal Superior Eleitoral entre 15 e 30 de junho próximo. Até lá, deverá ser intenso o trabalho para garantir a adesão de políticos com mandato, já aqueles sem mandato e que desejam disputar a eleição do próximo ano terão prazo até outubro para definir sua filiação à nova legenda.



Denúncia britânica

Ricardo Teixeira rebate acusações de corrupção e diz que vai processar senador inglês
RIO - O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, fez nesta terça-feira, através de um texto divulgado no site oficial da entidade, um comunicado em que se defende de acusações de corrupção feitas pelo senador inglês e ex-presidente do comitê da candidatura da Inglaterra a sede da Copa de 2018, David Triesman . O texto dirigente informa inclusive que Teixeira "já está tomando as medidas judiciais cabíveis" e que vai processar Triesman.

Em depoimento, também nesta terça, a uma comissão do Parlamento Britânico que investiga a campanha, derrotada pela da Rússia,Triesman afirmou que quatro integrantes do Comitê Executivo da Fifa - entre eles Teixeira e o presidente da Conmebol, o paraguaio Nicholas Leoz - pediram propina em troca de votos para a Inglaterra.

No site da CBF Teixeira afirma que o pedido de voto da candidatura inglesa lhe foi feito em 26 de abril do ano passado, em encontro na sede da CBF. Segundo Teixeira, representaram o comitê de candidatura o então presidente da campanha, David Dein; o diretor-executivo, Andy Anson; e a diretora internacional, Lucia Sanchez, acompanhados do gerente de relações públicas da Federação Inglesa de Futebol, Joseph Oakeshott.

"Portanto, o senhor Andy Triesman não participou do encontro, como pode ser comprovado. Vale ressaltar que o voto do presidente Ricardo Teixeira, e de todas as confederações da América do Sul, foi declarado com antecedência na candidatura da Espanha/Portugal, o que foi amplamente noticiado na imprensa à época", informa o texto da CBF..

A CBF classifica as acusações contra Teixeira de "absurdas declarações". Ainda de acordo com o site da CBF, Triesman tenta "esconder o seu fracasso na condução da candidatura da Inglaterra".

      

'Falta um pouco de comando'

Deco critica problemas internos do Fluminense e nega desavença com Fred
RIO - Em 2010, Deco conseguiu ser campeão inglês e brasileiro na mesma temporada. Este ano, ficar livre de lesões e polêmicas já seria uma vitória. Aos 35 anos, o meia ainda sente prazer em jogar futebol, mas está cheio dos problemas extra-campo, que foram uma tônica do Fluminense no primeiro semestre.

Os últimos cinco dias foram de folga, mas Deco não descansou. Sábado, ligou para Mário Bittencourt, que já não era mais gestor do futebol e não pôde resolver o seu problema. A solução para a falta de comando é a chegada do novo xerife às Laranjeiras.

- O Fluminense tem um bom time. Infelizmente, está tendo um primeiro semestre conturbado. E, quando as coisas estão conturbadas, afetam o futebol. Sei que o clube está tomando as providências... Falta um pouco de comando e nos sentimos deslocados. No sábado, precisei falar com o Mário e ele já não era o diretor. Para o bem do Fluminense, é melhor que estes problemas estejam solucionados antes da chegada do Abel Braga. Só o nome dele impõe respeito - disse Deco.

Enquanto o Fluminense tenta resolver seus problemas, Deco garante que, entre ele e Fred, está tudo bem. E também negou que tenha se recusado a entrar em campo nos minutos finais da partida com o Libertad.

- Não tenho mais idade para ficar de picuinha, babaquice. Nunca tive problema com ninguém. Faço o que tenho que fazer e não tenho problema nenhum com o Fred ou qualquer jogador do clube. Quem escreve isto inventa histórias. Jogadores não tem que ser amigos, porque amizade vem com o tempo. Mas o fundamental é respeito, e isto existe. Gosto do Fred, como de qualquer outro no time. Quanto ao fato no jogo com o Libertad, é mentira. Quem escreveu terá que provar, porque em nenhum momento o treinador me chamou para entrar - explicou Deco.