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22 de set. de 2011

Acreditar em teorias da conspiração pode diminuir seu medo da morte


Um novo estudo descobriu que as pessoas que são ansiosas sobre a morte são mais propensas a acreditar nas teorias da conspiração descritas no livro de grande sucesso de Dan Brown, “O Código Da Vinci”.
O suspense segue um criptógrafo e um simbologista conforme eles desvendam um mistério sobre o segredo do Santo Graal.
“É difícil mudar as crenças das pessoas nessas teorias, porque elas tendem a ser muito fundamentais para a maneira como veem o mundo”, disse a pesquisadora do estudo Anna Newheiser.
Quando o livro “O Código Da Vinci” e um filme subsequente foram liberados, Brown disse em várias entrevistas que o contexto histórico do livro, que incluía sociedades secretas e grandes segredos encobertos pela Igreja Católica, era baseado em fatos.
Alerta de spoiler! A conspiração no livro é que Jesus se casou com Maria Madalena e teve filhos, deixando descendentes para trás. A Igreja Católica encobriu este fato, de acordo com o romance, enquanto uma sociedade secreta chamada O Priorado de Sião trabalhou para manter os descendentes de Jesus seguros.
Baseado nesse livro, Newheiser e seus colegas decidiram usar a crença dessa conspiração “Da Vinci” para descobrir o que as pessoas acreditavam em teorias da conspiração.
Segundo Newheiser, “O Código Da Vinci” foi um bom ponto de partida, porque ao contrário de outros crentes de conspiração, os crentes de “Da Vinci” não são marginalizados com estereótipos.
Os pesquisadores reuniram estudantes universitários que tinham lido o livro e realizaram dois estudos.
No primeiro, eles pediram aos 144 estudantes que classificassem a sua concordância com as crenças na conspiração Da Vinci, como “A igreja queimou bruxas e outros ‘heréticos’ para manter a verdade sobre Jesus escondida”.
Os estudantes também preencheram questionários sobre a sua religiosidade, conhecimento bíblico, o quanto gostaram do livro ou filme “O Código Da Vinci” e seu medo da morte. Eles também responderam a perguntas sobre crenças “New Age” (modernas) como “O mundo inteiro é um todo vivo ininterrupto que o homem moderno perdeu o contato”.
Os alunos mais propensos a acreditar em conspirações do romance de Brown foram os que mais apreciaram o livro, mais expressaram crenças New Age, e mais sentiram ansiedade sobre a morte.
Pessoas religiosas, conhecedoras da Bíblia e desejosas de aprovação social, por outro lado, tendiam a não “cair” na conspiração Da Vinci.
Em seguida, os pesquisadores chamaram 50 dos estudantes originais de volta e lhes mostraram evidência histórica de que a conspiração Da Vinci era falsa. Eles descobriram que entre os participantes mais religiosos, essa contraprova diminuiu a crença na conspiração. Os participantes não religiosos, no entanto, não se convenceram.
O estudo é preliminar, mas a constatação de que as pessoas com angústia de morte são mais propensas a acreditar em teorias da conspiração pode ser porque elas proporcionam uma sensação de conforto aos adeptos.
“Teorias da conspiração podem aliviar o sentimento de perda de controle, dando-lhes uma razão do por que as coisas acontecem”, disse Newheiser. “Neste caso, é particularmente interessante porque pode ajudar pessoas que não são religiosas ou cristãs a compreender os acontecimentos relacionados com a história cristã”.
As pessoas religiosas têm a sua própria compreensão desses eventos, e pode ser por isso que eram mais facilmente persuadidas de que a conspiração era falsa.
A necessidade semelhante de controle pode estar em jogo em outras teorias da conspiração, incluindo a ideia de que o governo dos EUA teve algo a ver com os ataques terroristas de 11 de setembro.
Os pesquisadores vão realizar mais estudos para examinar uma ampla variedade de crenças conspiratórias.
“Há algo muito fundamental sobre a natureza desses tipos de crenças”, disse Newheiser. “Pesquisas anteriores mostram que as crenças em conspiração realmente não ‘respondem’ a contraprovas, porque não são baseadas em argumentos lógicos. Mostrar argumentos lógicos contra elas não muda a mente das pessoas”, explica.

Fonte: LiveScience