Muitos católicos se apegam nos chamados milagres que estão tão amplamente registrados na história do catolicismo, e um dos maiores mistérios do tipo ocorreu na cidade italiana de Lanciano, quando no século VIII, durante uma celebração litúrgica, uma hóstia se transformou em carne humana, e o vinho se tornou sangue humano. Em 1574 o caso foi oficialmente reconhecido como milagre pelo Vaticano, e ainda hoje o caso gera muita curiosidade.
O MILAGRE
Com base em algumas evidências históricas, podemos determinar a data das transformações entre os anos de 730 e 750, se tornando o mais antigo, porém os primeiros manuscritos datam de 1560.
O milagre ocorreu entre os monges de São Basílio, no mosteiro de São Legoziano e Domiciano. Um desses monges se via em dúvida sobre a crença da transubstanciação, que diz que o pão e o vinho se transforma em carne e vinho durante a consagração. Durante uma missa no mosteiro, o monge viu a transformação da hóstia e do vinho em carne humana viva e sangue humano vivo.
Em 1252 foi erguida a igreja em honra a São Francisco, onde as relíquias se encontram até hoje, onde a hóstia transformada em carne está acondicionada em uma ostensório de prata, e o vinho em um cálice de cristal.
EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS
As análises científicas começaram a ser produzidas já no ano de 1574, onde cientistas da época, usando dos precários meios que dispunham, concluíram que as relíquias realmente eram carne humana e sangue humano. No ano de 1970 os Frades Menores Conventuais, responsáveis pelas relíquias, sob autorização do Vaticano, entregaram as relíquias para análises científicas para o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e Livre Docente de Anatomia e de Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica e ao professor Ruggero Bertelli, emérito de Economia na Universidade de Siena.
Eis os resultados publicados em "Quaderni Sclavo di diagnostica clinica e di laboratório" em 1971:
- A carne é carne verdadeira;
- O sangue é sangue verdadeiro;
- A carne seria de tecido muscular do coração;
- A carne e o sangue seriam do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana;
- No sangue teriam sido encontrados, além das proteínas normais, os minerais cloreto,fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio.
- Outro fato interessante é que os cinco fragmentos, ao serem pesados têm exatamente o mesmo peso, não importa a combinação com que se pese. Por exemplo, tanto faz pesar um, dois ou todos fragmentos juntos, eles têm o mesmo peso.
CONCLUSÕES
Segundo a ciência, o caso de Lanciano é totalmente inexplicável, muitos podem dizer que os monges trocaram a hóstia e o vinho por carne e sangue humanos, mas o mais extraordinários é que, segundo as análises científicas, as proteínas observadas no sangue teriam sido encontradas normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação soroproteínica do sangue vivo normal, ou seja, é sangue de uma pessoa viva, o sangue está vivo fora do corpo. Essa conservação da carne e do sangue, deixados em estado natural por doze séculos e expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constituiria um fenômeno extraordinário.
Supõe-se que o sangue "AB" é o tipo de sangue encontrado no Santo Sudário. Este tipo de sangue é muito comum no povo Judeu, em Israel.
Em 1973, o conselho superior da Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos se prolongaram 15 meses com um total de quinhentos exames. As conclusões de todas as investigações confirmaram o que havia sido declarado e publicado na Itália.
O extrato dos trabalhos científicos da comissão médica da OMS foi publicado em dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra, confirmando a impossibilidade da ciência de dar uma explicação a este fenômeno.