Assim, escolhi cinco dentre os longas que melhor representam a década de 70, sua música brega e sua moda cafona. Que época gloriosa para se estar vivo!“Tubarão”
Muita gente considera Steven Spielberg como um diretor de filmes alternativos. Talvez não o seja hoje, mas na década de 1970, ele sem dúvida se enquadrava no quesito.
Como? Bem, ele foi um dos primeiros a quebrar o molde de Hollywood da época, extremamente preocupada em produzir filmes “intelectuais”, ao criar obras que visavam apenas entreter ao público. “Tubarão” foi uma delas.
Mal viamos a criatura, grande parte do suspense vinha de sua música e das atuações estelares do elenco. “Tubarão” não nos fazia ponderar sobre a vida, mas nos mantinha na beira da poltrona o tempo inteiro e isso é o tipo de emoção difícil de se encontrar.
“Halloween”
Antes da década de 70, filmes de terror normalmente lidavam com o sobrenatural. Monstros, vampiros, demônios e qualquer outra coisa que viesse do inferno ou da vizinhança em seus arredores.
Pois John Carpenter decidiu mostrar que não havia nada mais assustador que o próprio ser humano e criou Michael Myers, assassino desde a tenra infância, que tinha uma terrível fixação em livrar-se da própria irmã e que era muito duro de matar.
Verdade seja dita, Tobe Hooper havia criado assassinos antes, com o “Massacre da Serra Elétrica”, mas Carpenter pegou esta ideia e capitalizou em cima, o que criou todo o gênero de filmes “Slasher”.
Difícil pensar em honras maiores.
Bruce Lee permanece até hoje como o mestre definitivo em artes marciais no cinema e “Operação Dragão” é sua obra prima.
Aqui, Bruce é convidado a participar de um torneio de artes marciais em um ilha isolada. Logo ele descobre que as coisas não são tão simples quanto parecem e sua solução é bater em todo mundo que está na ilha.
“Operação Dragão” é o maior representante da febre de filmes de artes marciais que infestavam o cinema naquela época. Suas cenas de ação conseguem deixar a maioria dos filmes atuais no chinelo, o que prova que não importa quantos efeitos especiais existam, nada substitui um verdadeiro artista marcial.
“Warriors – Os Selvagens da Noite”
Mais do que um grande filme de pancadaria, “Warriors – Os Selvagens da Noite” é uma bela representação do que Nova York costumava ser.
Antigamente, a cidade era quase uma zona de guerra, infestada de gangues, criminosos, traficantes de drogas e prostituição. As coisas mudaram a partir da década de 90, com a eleição do prefeito Rudi Giuliani, que limpou a região e a transformou em um das metrópoles mais seguras do mundo.
Embora caricato, o filme mostra que, até o fim dos anos 70, não era possível andar por Nova York sem esbarrar no membro de alguma gangue. Só nos questionamos sobre quantas se vestiam de time de baseball.
“Os Embalos de Sábado à Noite”
Sei o que você está pensando, mas, apesar de brega, o filme não é nem um pouco datado.
Temos aqui um bando de jovens de classe média baixa, sem expectativas de vida, com problemas em casa e presos a uma rotina sufocante. Sua única fuga é a discoteca, momento em que todos os problemas parecem desaparecer na pista de dança.
Os conflitos dos personagens (especialmente o de Tony Manero com seu pai), podem ser transportados para qualquer época. Isso demonstra que não importa quanto tempo passe, certas coisas nunca mudam.
Por Amer H.
