Blog

Blog

24 de ago. de 2012

A Nova Era do Gelo Se Aproxima


Se você acha que a ação do homem, poluição, queima de gases será o causador da possivel extinção humana, sinto dizer mas você está enganado. A era do gelo é tudo parte de um ciclo estável, previsível e natural que retorna como um relógio a cada 11.500 anos e a última era Glacial terminou quase que exatamente há 11.500 anos, estamos vivendo no período tranquilo e estável do planeta por isso o homem ou melhor primata mamífero conseguiu evoluir tanto, não houve registro de catástrofe de grande porte nos últimos séculos, mas essa tranquilidade vai acabar em breve.

Há apenas alguns séculos, o planeta experimentou uma leve era glacial, que recebeu o nome pitoresco de Pequena Era do Gelo. Parte da Pequena Era do Gelo coincidiu com um período de baixa de atividade solar chamado Mínimo de Maunder (batizado em homenagem ao astrônomo Edward Maunder). Acredita-se que uma combinação de atividade solar mais baixa e maior atividade vulcânica constituiu na maior causa do fenômeno (Free 1999, Crowley 2001), com mudanças na circulação oceânica que também tiveram efeito nas temperaturas européias (Mann 2002).

Será que estamos nos aproximando de outro mínimo de Maunder? A atividade solar está mostrando atualmente uma tendência de resfriamento de longo prazo. 2009 teve a irradiância solar mais baixa em mais de um século. Porém, predizer a atividade solar futura é problemático. A transição de um período de 'grand maxima' (a situação da segunda metado do século XX) para uma 'grand minima' (a condição do Mínimo de Maunder) é um processo caótico e difícil de prever (Usoskin 2007).

Digamos, apenas a título de argumento, que o sol entrasse em outro Mínimo de Maunder no século XXI. Que efeito isso teria sobre o clima da Terra? Simulações da resposta climática nesta condição concluem que a diminuição de temperatura devido a isso seria mínima comparada com o aquecimento por gases estufa de origem humana (Feulner 2010). O resfriamento causado por essa hipotética menor atividade solar seria de cerca de 0,1ºC (com um valor máximo estimado de 0,3ºC), enquanto o aquecimento por gases estufa é de 3,7ºC a 4,5ºC, dependendo de quanto CO2 nós emitirmos ao longo do século XX.

Entretanto, nosso clima experimentou mudanças muito mais dramáticas que a Pequena Era do Gelo. Ao longo dos últimos 400.000 anos, o planeta experimentou condições de Eras Glaciais, pontuadas por breves intermalos mais quentes a cada cerca de 100.000 anos. Nossa atual interglacial começou há cerca de 11.000 anos atrás.

Como se iniciam as eras glaciais? As mudanças na órbita da Terra fazem com que menos luz do sol (insolação) atinjam o Hemisfério Norte durante o verão. A calota polar do norte derrete menos durante o verão e gradualmente vai crescendo ao longo de milhares de anos. Isso aumenta o albedo da Terra, o que amplifica o resfriamento, fazendo com que a calota polar aumente ainda mais. Este processo dura por cerca de 10 a 20 mil anos, trazendo o planeta a uma Era Glacial.

Nem todas as interglaciais duram o mesmo tempo. Uma perfuração de gelo do Domo C, na Antártica, proporcionou uma visão das temperaturas até 720.000 anos atrás. As condições climáticas de 420.000 anos atrás eram similares às condições atuais. Naquela época, a interglacial durou 28.000 anos, sugerindo que nossa interglacial atual poderia durar por tempo semelhante sem a intervenção humana (Augustin 2004).

As condições atuais similares às de 400.000 anos atrás se devem a configurações similares na órbita da Terra. Em ambos os períodos, a forçante das variações orbitais mostraram muito menos mudanças que em outras interglaciais. Simulações com a órbita atual mostram que mesmo sem emissões de CO2, espera-se que a interglacial atual dure pelo menos 15.000 anos (Berger 2002).

Evidentemente, a questão de quanto tempo dura a interglacial sem intervenção humana é apenas hipotética. Nos estamos intervindo. Então, que efeito têm nossas emissões de CO2 em uma futura Era Glacial? Esta questão é examinada em um estudo a respeito do "gatilho" da glaciação - a diminuição necessária na insolação do verão do hemisfério norte para iniciar o processo de aumentar a calota polar (Archer 2005). Quanto mais CO2 houver na atmosfera, mais baixo precisa cair a insolação para disparar a glaciação.


Se ficou curioso assita o documentário a seguir:



Postado e editado por Julio César:

Postagem original: