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26 de ago. de 2012

Aquecimento global - Verdade ou mentira?...


 A MENTIRA DO AQUECIMENTO GLOBAL


PROFESSORES DA USP FALAM SOBRE A MENTIRA DO AQUECIMENTO GLOBAL

Curioso: as representações relativas ao aquecimento global lembram a história da humanidade segundo a Bíblia

Por Ricardo Augusto Felício, Daniela de Souza Onça e Marco Aurélio Lessa Villela

SEGUNDO qualquer meio de comunicação de massa consultado -jornais, revistas, rádio, televisão e até mesmo filmes-, como consequência de nossas atividades econômicas, estaríamos desencadeando a maior mudança climática de que se tem conhecimento, que traria consequências tais que é comum que as imagens empregadas remetam ao apocalipse bíblico. Contudo, ainda estaria em tempo de tomar alguma atitude, usando tecnologias “limpas”, reduzindo assim o todavia inevitável aquecimento global.

Curiosa coincidência, as representações relacionadas ao aquecimento global lembram a história da humanidade segundo a Bíblia: no princípio, o clima era estável, regular ao longo das eras, até que a humanidade cometeu o pecado original da industrialização e nos lançou ao nosso estado atual, rumando para um apocalipse, porém, podendo ainda nos redimir, expiando um pouco do nosso tempo de punição até chegarmos ao paraíso que seria um mundo com as tecnologias “verdes”, “sustentáveis”.

Os países “desenvolvidos” iniciariam o processo, mas o Terceiro Mundo também teria que cumprir a sua parte, já que países como o Brasil se incluem entre os maiores “emissores”. Apesar disso, não haveria problemas para a economia desses países, já que haveria fluxos financeiros internacionais para compensar o prejuízo -por meio dos créditos de carbono- que a redução de emissões acarretaria, assim como as “tecnologias de baixo carbono” seriam viáveis e compartilhadas.

A atual crise econômica começa a pôr abaixo tais falácias. Não é a primeira vez que se cria um estado de “terror” global em relação ao clima. Durante a década de 1930, sobreveio um período de calor e seca além do habitual. Diante dessa variabilidade natural do clima -assim a compreendemos-, alardeou-se que estaria acontecendo um aquecimento global, causado pela elevação do nível de CO2 atmosférico, oriunda de atividades humanas.

Apesar do aumento constatado na presença de CO2 na atmosfera, sua participação continua insignificante -a mudança não tornou nem necessário atualizar livros didáticos, já que foi em casas decimais um tanto além das que são usadas-, podendo ser considerada irrelevante para compreender mudanças na temperatura em diferentes partes do globo.

Curioso foi que, anos depois, entre as décadas de 1950 e 1960, quando a tendência se inverteu, trazendo temperaturas mais amenas, o mundo tremeu ante o anúncio, propagado pelos meios de comunicação de massa, de que a Terra estaria entrando em uma nova era glacial. Não se fazia referência à “ameaça” anterior que havia sido o aquecimento. Também causa estranhamento tal resfriamento caso se tome a sério a hipótese “aquecimentista”. Esse foi justamente o período “dourado” do capitalismo, em que a indústria se espalhou pelo mundo. Como poderia tal quadro ter resultado em resfriamento? Não é o caso de efeito retardado -e de onde teria vindo o aquecimento no período anterior? Após essas “ameaças” à humanidade, outras se seguiram: desertificação, buraco na camada de ozônio e, novamente, aquecimento global. É onde nos encontramos hoje.

A argumentação baseada em modelos nada prova, já que modelos são apenas representações da realidade, tão boas quanto as fazemos -e, certamente, não conhecemos todos os elementos climáticos e suas interações. Modelos devem continuar sendo estudados, desenvolvidos e usados, já que são muito úteis, mas precisam ser questionados, e não tomados como fontes automáticas de verdades.

Acima dos discursos, é preciso considerar o que tem sido feito na prática em nome da precaução ante a ameaça do “aquecimento global” -praticamente uma entidade sobrenatural, que pouco se compreende, mas se teme-, assim como o que se planeja fazer. Quem ganha com isso? Quem ganhou nos momentos anteriores? Ressalva importante: não somos favoráveis ao “laisser-faire” em relação à degradação ambiental generalizada que se tem observado ao longo dos últimos séculos, potencializada nas últimas décadas.

É justamente por levarmos muito a sério as crescentes agressões e ameaças a todas as formas de vida em nosso planeta que recusamos o uso de um espantalho para amedrontar as pessoas e assim “conscientizá-las”. Não é por meio do medo e da mentira que conseguiremos um mundo melhor. Os fins não estão desligados dos meios, e tais meios, reconhecidamente, levam ao mundo que temos hoje.

RICARDO AUGUSTO FELÍCIO, mestre em meteorologia pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e doutor em geografia pela USP, é professor de climatologia no Departamento de Geografia da FFLCH-USP.

DANIELA DE SOUZA ONÇA é mestre e doutoranda em climatologia pela USP.

MARCO AURÉLIO LESSA VILLELA estuda geografia na USP.
 

Aquecimento Global: verdade ou mentira? (Parte 2/10)

     Aquecimento Global: verdade ou mentira? (Parte 3/10)

     Aquecimento Global: verdade ou mentira? (Parte 4/10)

     Aquecimento Global: verdade ou mentira? (Parte 5/10)

     Aquecimento Global: verdade ou mentira? (Parte 7/10)

     Aquecimento Global: verdade ou mentira? (Parte 10/10)

Os demais episódios da série no youtube!