SUMÁRIO
1 - Plantas Ornamentais Tóxicas - Remédios e Venenos - da Toxidez a Letabilidade.
2 - RELAÇÃO DE PLANTAS TÓXICAS
3 - PLANTAS ORNAMENTAIS TÓXICAS
4 - OUTRAS PLANTAS TÓXICAS
1 - Plantas Ornamentais Tóxicas - Remédios e Venenos - da Toxidez a Letabilidade.
Por: Daniel Camara Barcellos
(Extraído do site: http://www.plantastoxicas.hpg.ig.com.br/toxicas_lista.htm)
"O conhecimento da toxidez das plantas se remota aos nossos antepassados. Hoje existem grupos mais ou menos definidos de acordo com sua utilidade (ornamentais, comestíveis, forrageiras, medicinais, tóxicas, etc.).
Os grupos das plantas medicinais e tóxicas ocasionalmente são tomados indistintamente, já que se tem o pressuposto de conterem princípios ativos, que dependendo da dose, podem ser benéficos ou tóxicos para o organismo. Na realidade, isto é correto, só que, o uso inadequado das plantas tem causado e segue causando sérios problemas de intoxicação ou envenenamento; muitas vezes de forma mortal, por se ingerir partes das plantas que são altamente tóxicas mesmo em doses baixas. (SANCHEZ,1998)
Podemos encontrar plantas tóxicas em todo nosso entorno (plantas ornamentais de interior, nos parques e jardins, em forma silvestre ou em cultivares e alimentos cotidianos). De tal forma que o risco de intoxicação é evidente tanto para o homem como para os animais.
Os principais princípios ativos conhecidos como responsáveis pelos efeitos adversos causados pelas plantas são: alcalóides, glicosídeos, resinas, fitotoxinas, minerais, oxalatos, azeites essenciais e compostos foto-sensibilizantes.
A importância do grupo das plantas tóxicas, não está só nos riscos que estas representam, mas também nos benefícios que podem proporcionar, quando se lhe é dado um uso adequado. Sem entrar em detalhes podemos facilmente dar-nos conta, que muitos dos componentes químicos empregados na farmacologia, são elaborados por estas plantas e uma grande quantidade dos vegetais ou suas partes estão representados em infusões, ungüentos e macerados empregados na medicina tradicional.
Grandes têm sido os benefícios da medicina alopática, das substâncias obtidas de algumas plantas (a papoula (Papaver somniferurn), cujo uso tem sido como anestésico e analgésico; a digitalina (Digitalis purpurea) que se emprega em afecções cardio-vasculares, ou como regulador cardíaco;. Os alcalóides da beladona (Atropa belladona) que atuam nos problemas oculares e como antiespasmódicos, sedativos e antihipertensivo; e o azeite extraído das sementes de mamona (Ricinus comunnis) que é amplamente empregado como purgante).
Na medicina homeopática muitas substancias vegetais consideradas como tóxicas estão formando parte dos medicamentos. (Entre elas, as mais usualmente empregadas no processo de preparo de medicamentos são: Arnica montana, Hitirotheca inulsides, Aconitun napellus, Atropa belladona, Digitalis purpurea). São também muito mencionadas na medicina alopática: Datura stramonium, Rux toxicadendron, Calchicum cuatumnale, entre muitas outras.
Até o momento, não existe um trabalho ou pesquisa que caracterize e diferencie precisamente uma planta tóxica de uma medicinal. Existem alguns estudos, de algumas dessas plantas, que determinam quanto do princípio ativo está presente em partes da planta, geralmente determinado como DL50 do princípio ativo (DL50 é a quantidade em gramas ou miligramas de princípio ativo necessários para matar 50% da população de cobaias).
Porém, até hoje, ninguém estabeleceu uma classificação toxicológica levando-se em consideração os níveis de toxidez em função da quantidade de parte tóxica, de forma a caracterizar o limite onde tal planta deixa de ser tóxica para ser medicinal e vice-versa.
A toxicologia das plantas, relacionada a espécie humana é encarada de um modo bastante genérico, assume aspectos variados e importantes, interessando diferentes campos da medicina e da biologia, entre os quais:
Intoxicação aguda, quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de alguma de suas partes que é tóxica, e que é de incidência preponderante no grupo pediátrico.
Intoxicação crônica, conseqüente à ingestão continuada, acidental ou propositada de certas espécies vegetais, responsável por distúrbios clínicos muitas vezes complexos e graves.
Exposição crônica, evidenciada particularmente por manifestações cutâneas em virtude do contato sistemático com vegetais, verificado com maior freqüência em atividades industriais ou agrícolas.
Utilização continuada de certas espécies vegetais, sob a forma de pó para inalação, fumos ou infusões, visando a efeitos alucinógenos ou entorpecentes (SCHVARTSMAN, 1992).
A sintomatologia pode-se classificar em, afecções de pele e mucosas (olhos, boca, nariz), problemas gastrintestinais, respiratórios, cardiovasculares, metabólicos, neurológicos entre outros (SANCHEZ, 1998).
2- RELAÇÃO DE PLANTAS TÓXICAS
(Extraída do site: http://www.bhnet.com.br/~pziviani/plantas.htm)
"Abricoteiro – O tronco, os brotos e as sementes contêm ácido cianídrico; 60 mg bastam para causar a morte.
Acônito – As bagas e a raiz possuem aconitina que, em doses pequenas, provoca angústia e vertigens; 10 g são uma dose mortal.
Amarílis (açucena-formosa) – Bulbo muito tóxico (alcalóides); engolido, provoca vômitos, convulsões, às vezes hepatite.
Anêmona – Caule, folhas e flores venenosas; contém ranunculina, que provoca diarréia e paralisia.
Antúrio – O caule, as folhas e as flores contêm um suco que pode irritar gravemente as mucosas.
Arália – Toda a planta é tóxica; engolida, provoca vômitos, enxaqueca, paralisia; pode afetar gravemente as mucosas.
Aroeira-do-campo – As bagas são muito tóxicas e provocam irritação nas vias respiratórias; o suco das folhas provoca dermatite.
Artemísia (flor-de-diana) – Toda a planta possui alcalóides que, ingeridos, produzem distúrbios nervosos; o pólen, produz fortes efeitos alérgicos.
Arura – As folhas e a cápsula dentro da qual está a flor contêm oxalato de cálcio, que provoca inchação nas mucosas e convulsões.
Beladona – As bagas contêm atropina, muito tóxica, que causa náuseas, delírio, cegueira; a ingestão de dez bagas é mortal.
Briônia (colubrina) – As raízes e bagas contêm brionicina, causa de diarréia e enrijecimento tetânico; vinte bagas são uma dose mortal.
Cicuta – Toda a planta e principalmente os frutos possuem conicina, que é extremamente venenosa; 5 g de folhas produzem a morte em trinta minutos. A cicuta pode ser confundida com o agrião.
Cróton – Suco e grão muito tóxicos; irritam violentamente, provocando tumores superficiais.
Dedaleira (Digitalis purpurea) – A planta a inteira é cardiotóxica (dela é extraída a digitalina); paralisa o coração; três folhas são uma dose mortal.
Diffenbachia (comigo-ninguém-pode) – Toda a planta é perigosa; o suco provoca edema e paralisia na língua; no olho, irrita fortemente a córnea.
Dulcamara (doce-amarga ou uva-de-cão) – Toda a planta possui soladulcina, que provoca diarréia e vômito; dez bagas são uma dose mortal.
Ervilha-de-cheiro – As bagas contêm cianoalanina, que pode provocar paralisia e lesar a medula espinhal.
Eufórbia (coroa-de-cristo) – Todos os tipos são tóxicos; o suco (látex) queima e irrita a pele e as mucosas podendo causar lesões.
Cladíolo (palma-de-santa-rita) – A raiz é tóxica; engolida, provoca vômitos e forte irritação das mucosas.
Hera – As bagas contêm substâncias tóxicas que provocam vômitos e podem afetar as mucosas e as células dos rins e do fígado
Íris – 0 rizoma é tóxico; ingerido, provoca vômitos e diarréia; altera as células do cérebro.
Louro-cereja – As folhas contêm ácido cianídrico e podem ser letais dentro de curto espaço de tempo.
Louro-rosa – Toda a planta é cardiotóxica e, ingerida, provoca parada cardíaca e tetanização.
Lupino (tremoço) – Toda a planta é tóxica, mas nas bagas é que se concentra a substância que provoca o envenenamento conhecido como lupinose, que se manifesta pela paralisia respiratória; em altas doses, pode ser mortal.
Madressilva – As bagas são cardiotóxicas, provocando congestão, entorpecimento e taquicardia.
Poinsétia (folha-de-sangue) – Contém um suco (látex) muito corrosivo; irrita a pele, as mucosas e os olhos; pode provocar graves lesões digestivas.
Prímula – As folhas, o caule e as flores estão cobertos de pêlos que irritam a pele, causando dermatites e, às vezes, eczemas.
Rododendro (azálea) – Toda a planta possui andromedotoxina, que causa salivação abundante, cólicas, vertigens e paralisia respiratória.
Trombeta (saia-branca ou anágua-de-vênus) – O caule, folhas, flores e frutos possuem hioscianina e atropina; provocam náuseas, delírios, alucinações e cegueira, ou estado comatoso. Seus frutos são cápsulas de consistência semelhante à do couro.
5.2 – Providências a tomar quando a criança se intoxica com plantas venenosas.
A criança intoxicada, depois de certo tempo, costuma apresentar distúrbios gastrintestinais como vômito, cólica abdominal e diarréia. Uma vez constatado que a intoxicação foi devida a ingestão de plantas, sem perda de tempo, tomar as seguintes providências:
1) Como primeiro socorro, se possível, fazer a criança vomitar, caso não vomite espontaneamente. Para isso deve-se dar bastante água e depois colocar o dedo em sua garganta. A ingestão de água morna, ligeiramente salgada, também provoca vômito.
2) Evitar a aspiração do material vomitado pelo paciente.
3) Dar água, aos goles e com freqüência, para evitar desidratação quando o vômito e a diarréia persistirem.
4) No caso de intoxicação pela planta comigo-ninguém-pode, para aliviar a irritação gástrica, dar leite. A irritação da boca e da faringe pode ser tratada com antiinflamatórios locais como a Malvona ou similar. O contato dessa planta com os olhos provoca intensa irritação que pode ser tratada lavando bem os olhos com água corrente e aplicando-se compressas de água boricada.
5) A irritação da pele determinada pelo látex de muitas plantas pode ser tratada com pomadas à base de corticosteróides lavando-se previamente a região afetada.
6) A intoxicação por certas plantas, como plantas beladonadas, mandioca brava, pinhão-paraguaio, mamona e jequiriti, exigem cuidados médicos de urgência.
7) A criança deve ser levada ao pronto socorro mais próximo. Sempre junto com a planta responsável pela intoxicação, a fim de que o tratamento possa ser orientado.
Em São Paulo, o Centro de Controle de Intoxicação (CCI). Que funciona no Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, à Av. Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, 860 (Jabaquara), é o único especializado no tratamento de intoxicação em crianças. Em caso de intoxicação, o CCI está em condições de dar orientação adequada pelo telefone 275-5311.
3 - PLANTAS ORNAMENTAIS TÓXICAS Por: Daniel Camara Barcellos
(Extraído do site: http://www.plantastoxicas.hpg.ig.com.br/toxicas_lista.htm)
"Muitos dos dados sobre toxidez das plantas foram obtidos após estudo bibliográfico intenso. Mas o grande trunfo deste trabalho está numa proposta "inovadora", em que consiste em propor a substituição das espécies ornamentais tóxicas por espécies não tóxicas, que possuam as mesmas características de uso.
Na primeira coluna você tem o nome científico das principais plantas ornamentais tóxicas, e na ultima coluna você tem a espécie alternativa (não tóxica), ...
Nome Científico | Família | Nome Vulgar | Parte Tóxica | Princípio Ativo | Espécie alternativa |
Codiaeum variegatum | Euphorbiaceae | Cróton | Semente | Alcalóide Crotina | Cordilyne terminalis |
Allamanda blanchetti | Apocynaceae | Alamanda-roxa | Toda | Glicosídeo cardiotóxico | Barleria repens |
Allamanda cathartica | Apocynaceae | Alamanda-amarela | Toda | Glicosídeo cardiotóxico | Jasminum mesny |
Nerium oleander | Apocynaceae | Espirradeira | Toda | Oleandrina | Leptospermun scoparium |
Euphorbia tirucalli | Euphorbiaceae | Avelós | Látex | Toxalbumina(4 deoxigenol) | Hatiora bambusioides |
Jathropa podagrica | Euphorbiaceae | Batata-do-Inferno | Toda | Toxalbumina curcina | Clerodendrum speciosissimun |
Euphorbia cotinifolia | Euphorbiaceae | Leiteiro-vermelho | Látex | Toxalbumina(4 deoxigenol) | Prunus cerasifera 'nigra' |
Diefembachia spp. | Araceae | Comigo-ninguém-Pode | Toda | Estricnina e ráfides de CaO | Aglaonema comutatum |
Euphorbia milii | Euphorbiaceae | Coroa-de-Cristo | Látex | Toxalbumina(5 deoxigenol) | Ixora coccinea |
Buxus sempervirens | Buxaceae | Buxinho | Folhas | Buxina | Liconia tomentosa |
Euphorbia pulcherrima | Euphorbiaceae | Bico de papagaio | Látex | Toxalbumina | Mussaenda erythrophilla |
Caesalpinea pulcherrima | Caesalpinaceae | Flamboyanzinho | Toda | Alcalóide | Tecoma stans |
Plumeria rubra | Apocynaceae | Jasmim-manga | Látex | Alcalóide agoniadina | Schefflera actinophyla |
Euphorbia leucocephala | Euphorbiaceae | Leiteiro-branco | Látex | Toxalbumina | Ligustrum sinense var. |
Brugmansia suaveolens | Solanaceae | Trombeteira | Folhas e sementes | Alcalóide daturina | Pandorea jasminoides |
Thevetia peruvianna | Apocynaceae | Chápeu de Napoleão | Toda | Tevetina | Grevillea banksii |
Monstera deliciosa | Araceae | Costela de Adão | Folhas | - | Rhaphodophora decursiva |
Spathodea campanulata | Bignoniaceae | Espatódea | Flores | Alcalóide | Erythrina velutina |
Erythrina crista-galli | Papillionoideae | Suinã | - | Alcalóides | Callistemon viminallis |
Lantana camara | Verbenaceae | Cambará | Toda | Lantadena A | Verbena peruvianna |
4 - OUTRAS PLANTAS TÓXICAS Por: Daniel Camara Barcellos
(Extraído do site: http://www.plantastoxicas.hpg.ig.com.br/toxicas_lista.htm)
Espécie | Família | Parte Tóxica | Princípio Ativo |
Rododendron x simsii | Ericaceae | Toda | Andrometoxina (glicosídeo) |
Melia azedarach | Meliaceae | Toda planta | |
Viola odorata | Violaceae | Rizoma e semente | Violina, acido tânico e salicílico |
Ricinus communis | Euphorbiaceae | Semente | Toxalbumina ricina |
Nandina domestica | Berberidaceae | Fruto | Alcalóide nandinina |
Ruta graveolens | Rutaceae | Toda a planta | Alcalóide rutina |
Sessea brasiliensis | Solanaceae | Fruto | Alcalóide |
Tanacetum vulgare | Compositae | Folha | Ácido tanásico e tanacetona |
Vinca major | Apocynaceae | Folha e flor | Glicosídeo vinceína |
Machaerium scleroxylon | Leg. Pappilonoideae | Madeira e serragem | Oleorresina |
Hura creptans | Euphorbiaceae | Látex | Hurcina, hurina e creptina |
Isotoma longiflora | Campanulaceae | Látex | Alcalóides |
Achillea millefolium | Compositae | Folhas e Inflorescências | |
Prunus sphaerocarpa | Rosaceae | Folha, Fruto e semente | Alcalóide agoniadina |
Senecio Brasiliensis | Compositae | Fruto e folha | Alcalóides senecina e Senecionina |
Spartium junceum | Leg. Faboideae | Semente | Alcalóide citisina |
Jathropa multifida | Euphorbiaceae | Semente e látex | Curcina, glicosídeos |
Datura stramonium | Solanaceae | Semente e frutos | Alcalóide escopalamina |
Datura metel | Solanaceae | Semente | Alcalóide daturina |
Asclepia procera | Asclepiadaceae | Látex | Glicosídeo asclepiadina |
Digitalis purpurea | Folha e flor | Digitoxina e digitaleína | |
Chelidonium majus | Papaveraceae | Folhas, flores e raízes | Quelidonia, queliritrina |
Phyllanthus niruri | Euphorbiaceae | Toda a planta | |
Stryphnodendron adstringens | Leg mimosoideae | Vagens | Composto cianogênico |
Aleurite moluccana | Euphorbiaceae | Semente (tegumento) | Toxalbumina curcina |
Astrocarium ayri | Palmae | Acúleo | Oléo essencial cáustico |
Aleurite fordii | Euphorbiaceae | Semente | Toxalbumina curcina |
Schinus terebinthifolius | Anacardiaceae | Folha e fruto | Toxicodendrol |
Abrus precatorius | Leguminosoideae | Semente | Toxalbumina abrina |
Atropa beladona | Fruto | Alcalóide atropina | |
Thevetia nerifolia | Apocynaceae | Sementes folhas e flor | Tevetina |
Crotalaria micans | Faboideae | Toda a planta | Monocrotalina (alcalóide pirolizidínico) |
Euphorbia lactea | Euphorbiaceae | Látex | Toxalbumina |
Asclepia curassavica | Asclepiadaceae | Toda a planta | Asclepiadina |
Euphorbia fulgens | Euphorbiaceae | Látex | Toxalbumina |