Escândalo político
França vê com pessimismo candidatura de diretor do FMI à Presidência após caso de suposto crime sexual; Strauss-Kahn vai declarar inocência
Agências internacionais
NOVA YORK e WASHINGTON - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acusado no domingo de abuso sexual de uma camareira em um hotel em Nova York, parece ter minado suas chances de disputar as eleições presidenciais da França. Apesar de o número 2 do FMI, John Lipsky, ter assumido o posto de Strauss-Kahn interinamente , as acusações também ameaçam criar um vácuo na liderança no órgão, que supervisiona o sistema econômico global.
O Ministério Público de Nova York apresentou denúncia contra Strauss-Kahn contra os crimes de agressão sexual, de cárcere privado e de tentativa de estupro.
A líder do partido francês de extrema direita Frente Nacional, Marine Le Pen, disse no domingo que as acusações de abuso sexual contra Strauss-Kahn acabaram com as chances de ele disputar as eleições presidenciais de 2012.
- O caso e as acusações marcam o fim de sua campanha e pré-campanha para a Presidência e irão provavelmente levar o FMI a pedir que ele deixe o posto - disse Le Pen à emissora de televisão i-Tele.
Strauss-Kahn e Marine Le Pen vêm aparecendo em primeiro e segundo lugares em pesquisas recentes sobre as eleições presidenciais do próximo ano, à frente do presidente conservador Nicolas Sarkozy, mesmo que o diretor-gerente do FMI ainda não tenha declarado sua candidatura.
A prisão causou choque e incredulidade na França, onde um porta-voz do governo pediu cautela e respeito partindo do pressuposto de inocência até que se prove o contrário. Mas até mesmo aliados políticos de Strauss-Kahn estão pessimistas.
- O desfecho mais provável é que o caso vai ficar na memória e mesmo se ele se declarar inocente, o que deve ocorrer, provavelmente ele não terá condições de ser o candidato Socialista para a Presidência e não será capaz de permanecer no FMI - disse o proeminente socialista Jacques Attali.
- As notícias que recebemos de Nova York ontem à noite vieram como um trovão - disse a líder socialista Martine Aubry, pedindo por união do partido.
Francois Bayrou, oposicionista de centro de Strauss-Kahn, disse que "tudo isso é completamente espantoso, imensamente embaraçoso e aflitivo":
- Se os fatos se provarem verdadeiros, é algo degradante para todas as mulheres. E é terrível para a imagem da França.
Ainda neste domingo, um advogado representando Strauss-Kahn disse à Reuters em e-mail que ele vai se declarar inocente das acusações.
O porta-voz da polícia de Nova York, Paul Browne, disse que ele foi acusado de crime sexual e tentativa de estupro. Segundo ele, Strauss-Kahn não tem imunidade diplomática De acordo com as leis estaduais de Nova York, crimes sexuais podem levar a uma sentença de 15 a 20 anos de prisão.
O chefe do FMI deve aparecer diante de um juiz ainda neste domingo.
Esposa de Strauss-Kahn diz confiar no marido
Outro advogado do diretor-gerente do FMI na França, Leon Lef Forster, disse que é preciso esperar até que as coisas fiquem mais claras.
- Precisamos tomar cuidado especialmente com o circo na mídia e precisamos esperar até que as coisas estejam mais claras - afirmou.
Anne Sinclair, esposa de Strauss-Kahn, disse em comunicado não acreditar nas acusações contra o marido:
"Eu não duvido que sua inocência será confirmada. Eu peço respeito e decência"
- Eu não duvido que sua inocência será confirmada. Eu peço respeito e decência.
Strauss-Kahn, um socialista de 62 anos que foi ministro das Finanças da França no final dos anos 1990, mudou-se para Washington no final de 2007 para chefiar o Fundo Monetário Internacional, exatamente quando a economia global era atingida pela pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
Em Nova York, o porta-voz da polícia Browne disse que foi detectado que Strauss-Kahn tinha deixado o hotel. Uma camareira de 32 anos abriu queixa por abuso sexual pelo suposto incidente ocorrido na suíte do hotel Sofitel da Times Square por volta das 17h de sábado (horário de Nova York), segundo a polícia. A funcionária, que não teve sua identificação revelada, foi tratada em um hospital por ferimentos leves, disse Browne.
- Descobrimos que ele estava no avião da Air France. Eles mantiveram o avião em solo e ele (Strauss-Kahn) foi retirado da aeronave e está agora detido para ser interrogado - afirmou o porta-voz.
O cônsul geral francês se encontrou com Strauss-Kahn durante a noite, sob regras normais de proteção de cidadãos franceses detidos no exterior, disse uma porta-voz do consulado em Nova York.
Controvérsias não constituem novidade na vida de Strauss-Kahn. Em 2008, ele foi investigado pelo FMI por possível abuso de poder envolvendo um caso extraconjugal breve com uma economista da instituição. Ele foi inocentado de abuso de poder e pediu desculpas públicas por um "grave erro de julgamento".
Conflitos
Violência em fronteiras de Israel deixa palestinos mortos
Agências internacionais
BEIRUTE - A violência irrompeu nas fronteiras de Israel com a Síria, Líbano, Gaza e Cisjordânia, deixando ao menos 13 pessoas mortas e dezenas feridos neste domingo, dia em que os palestinos relembram o que chamam de "Nakba" , ou "catástrofe" da fundação de Israel, em 1948. Tropas israelenses mataram manifestantes em três diferentes localidades para prevenir que atravessassem as fronteiras israelenses.
Ao menos dez palestinos foram mortos na fronteira libanesa depois que forças israelenses atiraram contra manifestantes que jogavam pedras neles. As fontes dizem que mais de 100 ficaram feridos na cidade de Maroun al-Ras, no Líbano.
A imprensa da Síria afirmou que duas pessoas foram mortas após dezenas de refugiados palestinos terem se infiltrado nas Colinas de Golan da Síria, sob o controle de Israel.
- O que estamos vendo aqui é uma provocação iraniana, nas fronteiras da Síria e do Líbano, para tentar explorar as comemorações do dia da Nakba - disse o porta-voz do Exército, Yoav Mordechai.
A Síria abriga cerca de 470 mil palestinos refugiados e seu governo, que enfrenta revoltas internas, impediu nos anos anteriores que os manifestantes chegassem perto da fronteira.
- Isso parece ser um ato cínico das lideranças sírias para criar deliberadamente uma crise na fronteira a fim de distrair a atenção dos problemas reais que o regime está enfrentando dentro de casa - disse uma autoridade israelense.
Na Faixa de Gaza, disparos das forças israelenses feriram mais de 82 palestinos quando manifestantes se aproximaram do muro que divide a região. Em um evento em separado, forças israelenses mataram um homem, que segundo relatos, estava tentando colocar uma bomba na região próxima à fronteira.
Em Tel Aviv, um caminhão dirigido por um árabe-israelense bateu em veículos e pedestres, matando um homem e ferindo 17 pessoas. A polícia ainda tenta determinar se foi um incidente ou um ataque.
ONU pede calma na fronteira entre Líbano e Israel
Forças de paz das Nações Unidas no sul do Líbano pediram que as partes envolvidas no confronto deste domingo na fronteira Líbano-Israel imponham restrição máxima para evitar novas mortes.
Uma porta-voz das forças de paz da ONU no local estava em contato com o exército do Líbano e com os militares de Israel.
Ofensiva
Otan precisa ampliar alvos na Líbia, diz chefe das forças britânicas
Agências internacionais
LONDRES - O chefe das Forças Armadas britânicas, general David Richards, afirmou neste domingo que a Otan deve ampliar seus alvos e intensificar a campanha militar na Líbia ou pode correr o risco de um impasse no conflito, o que adiaria ainda mais a saída de Muamar Kadafi do poder. Richards sugeriu que as forças aliadas devem atacar a infraestrutura que sustenta o ditador na Líbia.
A Otan está bombardeando o país sob o mandato da ONU para proteger civis e restringiu seus alvos a tanques e artilharia.
O oficial afirmou que a campanha militar foi até o momento um "sucesso significativo", mas ressaltou que é preciso fazer mais.
- Se não subirmos as apostas há um risco de que o conflito resulte na permanência de Kadafi no poder - disse ele ao jornal "Sunday Telegraph".
- No momento, a Otan não está atacando alvos de infraestrutura na Líbia. Mas se queremos aumentar a pressão contra o regime Kadafi então precisamos considerar seriamente aumentar a gama de alvos que pudermos atingir - completou.
"Se não subirmos as apostas há um risco de que o conflito resulte na permanência de Kadafi no poder"
Richards ressalvou, porém, que a Otan não tem Kadafi como um alvo específico, "mas se por acaso ele estiver em um centro de comando e controle que for atingido pela Otan e ele morrer, então isso está dentro das regras".
- Se a Otan retirar suas forças com Kadafi ainda no poder, existe um risco significativo de ele lançar novos ataques contra os rebeldes - disse o general.
Ameaça
Tunísia prende dois suspeitos de pertencer à Al Qaeda carregando bombas
TÚNIS (Reuters) - Forças de seguranças da Tunísia prenderam neste domingo duas pessoas suspeitas de serem membros da rede terrorista Al Qaeda. Elas carregavam um cinto de explosivos e várias bombas e levaram as autoridades até um esconderijo com armas nas montanhas.
Os homens, supostamente membros da Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM), foram presos perto de Ramada, no sul do país, disse uma fonte do serviço de segurança à Reuters.
Autoridades árabes e ocidentais alertaram que a Al Qaeda pode estar explorando o conflito líbio para adquirir armas e contrabandeá-las para outros países.
Os homens estavam com identidades afegãs e eram de origem líbia e argelina, disse a fonte à Reuters, acrescentando que eles também estariam ligados a dois homens presos na Tunísia na semana passada.
Um dos homens lançou um artefato explosivo contra os policiais que estavam tentando prendê-lo, mas ele não explodiu, disse a fonte.
O Ministério do Interior confirmou que dois homens haviam sido presos, mas não deu detalhes sobre para quem eles estariam trabalhando.
O interrogatório dos homens levou à descoberta de um depósito de armas, escondido no sul da Tunísia, disse o ministério em um comunicado. O estoque incluía rifles Kalashikov, uma bomba e munição, segundo o comunicado.
O AQIM é um dos maiores braços regionais da Al Qaeda e também sequestrou diversos ocidentais nos últimos anos, incluindo dois turistas austríacos que foram libertados em 2008 depois de serem capturados no Mali e ficarem presos por oito meses.
Uma alta autoridade de segurança da Argélia disse à Reuters no mês passado que havia sinais que a Al Qaeda estava trabalhando para conseguir armas e contrabandeá-las para uma fortaleza ao norte de Mali.
Autoridades tunisianas pediram ao povo que relate qualquer atividade suspeita e fez um alerta para que não abriguem estrangeiros que possam ameaçar a segurança nacional.
O país norte-africano, que é um importante destino para imigrantes líbios que estão fugindo do conflito, aumentou a segurança na sua fronteira com a Líbia desde o inicio dos distúrbios, revistando carros e interrogando as pessoas que tentam atravessar a fronteira.
Nem a morte separa
Viúva e filho de ex-presidentes despontam na corrida presidencial da saudosista Argentina
BUENOS AIRES - Duas semanas antes de morrer, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007), que acabara de ser submetido a uma angioplastia, disse a dois militantes de seu movimento que estava ótimo e pediu que não insistissem na possibilidade de reeleição da presidente Cristina Kirchner. As palavras de Néstor - "Se não morrer antes, o candidato sou eu" - antecipariam um cenário jamais imaginado pela Casa Rosada. Kirchner faleceu em 27 de outubro do ano passado, vítima de ataque cardíaco, e desde então Cristina é considerada a única pessoa capaz de ocupar o lugar deixado por ele nas eleições presidenciais de outubro próximo, informa a reportagem da correspondente Janaína Figueiredo. Um dos principais adversários de Cristina será o deputado Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-1989). Como no caso da presidente, a candidatura de Ricardito, como é chamado o deputado, não estava nos planos da União Cívica Radical (UCR) e só foi apontada como a melhor opção após a morte de seu pai, em abril de 2009. Mergulhados numa nova campanha eleitoral, peronistas e radicais se renderam ao culto aos mortos, que nunca esteve tão vivo na Argentina.
Apesar de incluir a participação de outros candidatos que não foram protagonistas de recentes velórios históricos, como a deputada Elisa Carrió e o ex-presidente Eduardo Duhalde (2002-2003), a disputa entre a viúva de Kirchner e o filho de Alfonsín será um dos duelos centrais. Na visão do analista Carlos Fara, "está claro que se Néstor e Raúl continuassem vivos, Cristina e Ricardo não seriam candidatos". A presidente continua fazendo certo mistério e, na semana passada, chegou a dizer não estar "morrendo (de vontade) por voltar a ser presidente". Mas seus assessores garantem que ela já está em campanha.
Até abril de 2009, Ricardito era simplesmente o filho de Alfonsín. O velório de seu pai marcou o início de uma carreira política sustentada, em grande medida, na semelhança física entre ambos. Ricardito é considerado quase uma reencarnação de Alfonsín: nas expressões e até nos gestos, como aparecer em fotos com os punhos cerrados.
- Os argentinos convivem permanentemente com os mortos, somos um povo que arrasta lutos sociais e políticos não resolvidos - explica o jornalista Claudio Negrete, autor do livro "Necromania, história de uma paixão argentina".
Néstor vira nome de restaurante e vinho
Desde a morte de Evita, em 1952, e de Juan Domingo Perón, em 1974, ambos estão presentes em em todas as campanhas peronistas através de imagens, frases, marchinhas e até mesmo gestos. Mas este ano o morto do partido indubitavelmente será Néstor Kirchner. O lema de seus seguidores é "Néstor vive", confirmando a tese de Negrete, para quem "os mortos são usados como instrumentos capazes até mesmo de vencer uma eleição". O novo leit motiv dos kirchneristas virou moda e será o nome de um restaurante que abrirá suas portas no final deste mês, a poucos quarteirões do palácio de governo.
- Será uma homenagem a um líder que devolveu a política aos jovens argentinos - diz um dos donos do restaurante, Franco Bindi, de 25 anos.
Perguntado sobre os casos de corrupção e o fato de o ex-presidente ter deixado uma das maiores fortunas do país, entre outros capítulos menos glamourosos da história do kirchnerismo, o jovem argumentou que "corrupção existe em todos os governos".
Patrimônio
Palocci contesta incompatibilidade para compra de apartamento
BRASÍLIA - Acusado de adquirir um imóvel de R$ 6,6 milhões, em São Paulo, no final do ano passado, o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, divulgou nota na tarde deste domingo para contestar a suposta incompatibilidade da compra com a atividade de parlamentar, que exerceu entre 2006 e 2010.
De acordo com reportagem do jornal "Folha de São Paulo", Palocci comprou o apartamento no bairro de Jardins, zona nobre da capital paulista, apesar de ter acumulado no período rendimentos brutos - como deputado federal - que somariam 974 mil. A Presidência da República informou que não se pronunciaria sobre o episódio neste domingo.
Segundo a nota da Casa Civil, Palocci obteve renda para comprar o imóvel prestando "serviços de consultoria econômico-financeira", por meio da empresa Projeto - Administração de Imóveis LTDA, constituída em 10 de agosto de 2006, de acordo com informação da Junta Comercial de São Paulo. A assessoria do ministro afirma que a atividade não seria incompatível com a atividade parlamentar.
"Ressalta que no período de atividade a Projeto prestou serviços para clientes da iniciativa privada tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos. O patrimônio auferido pela empresa foi fruto desta atividade e compatível com as receitas realizadas nos anos de exercício", diz a nota.
Ainda segundo a Casa Civil, as atividades da empresa foram encerradas em dezembro "por força da função ministerial a que se dedica hoje". Palocci ainda afirma que não mora no apartamentode R$ 6,6 milhões e que todas as informações sobre a constituição da empresa de consultoria, bem como as alterações em seu contrato social - a mudança fez com que a empresa passasse de prestadora de serviços de consultoria para administradora de imóveis - foram informadas à Comissão de Ética Pública da Presidência.
A oposição no Congresso já reagiu às acusações e exige explicações sobre o crescimento patrimonial do chefe da Casa Civil.
- Se o ministro não se explicar até amanhã, vou entrar com uma representação junto ao Ministério Público para que ele seja investigado por enriquecimento ilícito - afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
A seguir, leia a íntegra da nota encaminhada pela assessoria de imprensa de Antônio Palocci.
"Em relação à reportagem publicada hoje na Folha de S. Paulo, o ministro Antonio Palocci informa que sua evolução patrimonial, pessoa física, consta de sua declaração de renda.
Esclarece que a empresa Projeto foi aberta em 2006 para a prestação de serviços de consultoria econômico-financeira, atividade que realizou até 2010. Em dezembro último, as atividades de consultoria foram encerradas por força da função ministerial a que se dedica hoje.
Em respeito às exigências do código de ética pública o objeto social da sociedade foi alterado de modo a vedar qualquer prestação de serviço que implicasse conflito de interesse com o exercício de cargo público. Por isso, a empresa passou ter como única finalidade a administração de seus dois imóveis em São Paulo. O ministro não mora no referido imóvel.
As atividades da empresa, as alterações de seu contrato social e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesses foram registradas junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República quando da posse do ministro.
Ressalta que no período de atividade a Projeto prestou serviços para clientes da iniciativa privada tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos. O patrimônio auferido pela empresa foi fruto desta atividade e compatível com as receitas realizadas nos anos de exercício.
Todas as informações fiscais e contábeis da empresa Projeto são regulamente enviadas à Receita Federal, de acordo com as normas vigentes".
Projetos parados
Presidente da OAB defende freio de arrumação para o Congresso Nacional
BRASÍLIA - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, deve pedir ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a criação de uma comissão especial para sistematizar e estabelecer prazos de votação para os projetos em tramitação no Congresso Nacional. Reportagem do GLOBO deste domingo informa que existem quase 30 mil propostas nos escaninhos da Câmara e do Senado , algumas delas apresentadas há mais de duas décadas. A votação de todos os projetos poderia demorar um século. Para Cavalcante é preciso estabelecer regras com o objetivo de por um fim a essa eterna indefinição.
- O fato de haver 30 mil projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, e sem qualquer tipo de solução, mostra a necessidade urgente e evidente de um freio de arrumação por parte do Congresso Nacional. É necessário que a atividade parlamentar seja cada vez mais engrandecida e enaltecida, mas o parlamentar deve dar retorno à sociedade naquilo que ela investe e que ela tem de expectativa em relação ao seu trabalho - disse o presidente da OAB.
Julgamento
Joaquim Barbosa vai deixar para Gilmar Mendes a decisão sobre soltura de Cesare Battisti
BRASÍLIA - O ministro Joaquim Barbosa vai deixar para o colega Gilmar Mendes decidir se aceita ou não o pedido de relaxamento da prisão do ex-ativista italiano Cesare Battisti. Mendes é o relator do processo que trata do caso e estava viajando. Sexta-feira (13), o processo foi remetido ao ministro Marco Aurélio. Mas o STF informou que houve um erro e os autos foram repassados ao gabinete de Joaquim quando Marco Aurélio já tinha redigido seu despacho. Agora, Joaquim decidiu devolver o caso ao relator porque foi avisado que Gilmar Mendes chega ainda neste sábado a Brasília. Battisti está preso em Brasília. Ele respondia a processo de extradição apresentado pelo governo da Itália. O pedido foi aprovado pelo STF, mas os ministros reconheceram o direito de o presidente da República decidir se segue ou não o resultado do julgamento. No final ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter Battisti no Brasil. O governo da Itália recorreu e o ex-ativista, acusado de envolvimento em homicídios em seu país, continua preso.
O ex-ativista foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970. Ele está preso no Brasil desde 18 de março de 2007. Atualmente, ele aguarda o fim do processo na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Se o STF confirmar a decisão de Lula, Battisti será solto. Caso contrário, será levado para a Itália para cumprir sua pena. A expectativa é de que o julgamento final do caso seja realizado no plenário da Corte ainda neste semestre.
Alô, Educação
Belo Horizonte faz lei para combater bullying
BELO HORIZONTE - Para se livrar do estigma de segunda capital com maior índice de vítimas de bullying, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, do IBGE, Belo Horizonte estará amparada por uma lei específica para tentar acabar com o problema nas unidades de ensino da cidade. O prefeito Márcio Lacerda (PSB) deve sancionar nos próximos dias lei aprovada pela Câmara Municipal que prevê a montagem de equipes multidisciplinares nas escolas para identificar praticantes e vítimas de agressões físicas e psicológicas no ambiente escolar, além de desenvolver campanhas educativas.
BULLYING:palestra ensina como dar volta por cima
O projeto prevê que a Secretaria municipal de Educação deixe à disposição uma linha telefônica para denúncias. Em vez de criar um novo número, a prefeitura deve fortalecer o Alô, Educação, serviço de ouvidoria das escolas municipais da cidade.
- O texto foi discutido em parceria com a secretaria e em consonância com as atividades que já implementamos nas escolas ou estamos incorporando à rotina - afirma o gerente de projetos especiais da Secretaria de Educação de Belo Horizonte, Ismayr Sérgio Cláudio, que busca incluir o tema no novo Regimento Escolar das 240 unidades de ensino da cidade, a ser concluído até agosto deste ano.
O projeto, de autoria do vereador Adriano Ventura (PT), determina ainda a capacitação de docentes e equipe pedagógica para realizar palestras, debates e reflexões a respeito da violência escolar. O município deve prestar auxílio a vítimas, agressores e família dos envolvidos.
Com relação à punição dos agressores, a proposta orienta que sejam privilegiados mecanismos alternativos como trabalhos para promover efetiva responsabilização e mudança de comportamento. Orientar os pais no processo de percepção, acompanhamento e formulação de ações também faz parte da proposição aprovada pelo plenário da Câmara.
A sanção deve ser feita em aproximadamente 15 dias.
Felipe após derrota do Vasco para o Flamengo: 'O grupo está chateado, porém unido'
A segunda-feira em São Januário foi de treino regenerativo na academia para os titulares e trabalho leve para os reservas no gramado. O abatimento pela derrota na Taça Rio ainda era visível, mas segundo o meia Felipe, um dos mais experientes do grupo, é hora de esquecer o domingo e focar na Copa do Brasil.
- O grupo está chateado, porém unido. Queríamos dar esse título para a torcida. Agora temos que conversar bastante para que quarta possamos dar mais um passo importante. Temos que esquecer, já faz parte do passado, senão podemos ter um problema maior ainda - disse.
Segundo o camisa 6, o Vasco teve mais oportunidades no tempo normal, mas faltou tranquilidade nas penalidades.
- Perder nos pênaltis é complicado, imaginamos a dor do torcedor. O negócio é ter maturidade agora. Vamos passo a passo. No meu modo de ver, o Vasco teve mais chances - afirmou, exaltando a luta dos companheiros em campo. - Estou tão chateado quanto os torcedores. Conversei com minha família, saímos tranquilos, com a cabeça erguida. Nos doamos ao máximo, criamos oportunidades, mas infelizmente não conseguimos converter.
A delegação vascaína viaja nesta segunda-feira, na parte da tarde, para Curitiba, onde enfrenta o Atlético-PR quarta, na Arena da Baixada, pelo jogo de ida quartas de final da Copa do Brasil.
Fora do clube
Fluminense rescinde contrato com Emerson
RIO - O atacante Emerson rescindiu o seu contrato com o Fluminense. A diretoria conseguiu fazer um acordo com o jogador e não precisou pagar multa rescisória. Com um histórico de indisciplinas, Emerson chegou a cantar o funk "Bonde do mengão sem freio" no ônibus dos jogadores em Buenos Aires, antes do jogo com o Argentino Juniors.
- Está confirmada a rescisão com o Emerson, de comum acordo, sem ônus para ambas as partes. Ele segue o seu caminho. E a gente, o nosso. Houve imcompatibilidade entre as partes, não cabe falar aqui. É interno. Não houve procura para trocas ou empréstimo - disse Mário Bittencourt, assessor da presidência.
VAI PARA O JOGO: Júlio César melhora de lesão no joelho esquerdo e vai enfrentar o Libertad
Como o clube ainda poderá fazer duas inscrições na Copa Libertadores, é possível que um novo atacante seja contratado. Emerson recebia R$ 280 mil, sendo que ao Fluminense cabia o pagamento de R$ 60 mil. A patrocinadora era a responsável pela maior parte do salário.
- Ainda poderemos fazer duas inscrições na Libertadores. Vamos analisar o que há no mercado - declarou Mário, que descartou uma volta de Emerson ao clube no futuro próximo.
Emerson foi o autor do gol do título brasileiro do Fluminense que encerrou um jejum de 23 anos do tricolor sem conquistar a competição. Ele fez o único gol da vitória de 1 a 0 sobre o Guarani na última rodada do Brasileirão.