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27 de out. de 2011

As nossas recordações



O Mestre-sala dos Mares. Homenagem ao Almirante Negro, João Cândido


Algumas músicas se tornam mais interessantes quando se descobre a história por trás da canção. As musas, as inspirações, as circunstâncias em que uma música surgiu podem torná-la mais bonita. É o caso, sem sombra de dúvida, da canção "O mestre-sala dos mares", de João Bosco e Aldir Blanc, em 1975, em homenagem ao marinheiro João Cândido, conhecido como "O Almirante Negro", que liderou a "Revolta da Chibata", em 1910. 
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Para quem não sabe, a Revolta da Chibata foi um movimento idealizado por Francisco Dias Martins, o "Mão Negra" e os cabos Gregório e Avelino, e depois liderado pelo cabo da Marinha João Cândido, o "Almirante negro",  semi-analfabeto, que se insurgia contra os desmandos na marinha: o descontentamento com os baixos soldos, a alimentação de má qualidade e, principalmente, os humilhantes castigos corporais (chibatadas), que tinham sido reativados pela Marinha como forma de manter a disciplina a bordo.Por isso a revolta, iniciada em novembro de 1910, ficou conhecida como Revolta da Chibata.
Os marinheiros assumiram o comando de navios, ameaçando bombardear o Rio de Janeiro, inclusive o Palácio do Governo, caso os castigos corporais não fossem suprimidos. Em Princípio, o governo de Hermes da Fonseca cedeu. Foram aprovadas  medidas que acabam com as chibatadas, bem como  um projeto que anistia os amotinados. 
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"Mas a anistia não durou dois dias. Em 28 de novembro, os marinheiros foram surpreendidos pela publicação do decreto número 8400, que autorizava demissões, por exclusão, dos praças do Corpo de Marinheiros Nacionais "cuja permanência se torne inconveniente à disciplina". O Governo traiu os revoltosos, que foram presos, perseguidos, e encaminhado para uma prisão subterrânea na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Quase todos morreram sufocados, pois a cela era subterrânea, sem ventilação e estava cheia de cal. Apenas João Cândido sobreviveu, juntamente com o soldano Naval João Avelino. João Cândido foi perseguido, considerado louco e morreu aos 89 anos, em 1969, quase no anonimato, como vendedor de peixes.
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No auge da ditadura militar, João Bosco e Aldir Blanc fizeram uma música em homenagem ao "Almirante Negro". Numa entrevista, Aldir Blanc afirmou:  
"Tivemos diversos problemas com a censura. Ouvimos ameaças veladas de que a Marinha não toleraria loas e um marinheiro que quebrou a hierarquia e matou oficiais, etc. Fomos várias vezes censurados, apesar das mudanças que fazíamos, tentando não mutilar o que considerávamos as idéias principais da letra. Minha última ida ao Departamento de Censura, então funcionando no Palácio do Catete, me marcou profundamente. Um sujeito, bancando o durão, (...) mãos na cintura, eu sentado numa cadeira e ele de pé, com a coronha da arma no coldre há uns três centímetros do meu nariz. Aí, um outro, bancando o "bonzinho", disse mais ou menos o seguinte:
 - Vocês não então entendendo... Estão trocando as palavras como revolta, sangue, etc. e não é aí que a coisa tá pegando...
- Eu, claro, perguntei educadamente se ele poderia me esclarecer melhor. E, como se tivesse levado um "telefone" nos tímpanos, ouvi, estarrecido a resposta, em voz mais baixa, gutural, cheia de mistério, como quem dá uma dica perigosa:
- O problema é essa história de negro, negro, negro..."
Decidimos dar uma espécie de saculejo surrealista na letra para confundir, metemos baleias, polacas, regatas e trocamos o título para o poético e resplandecente "O Mestre-Sala dos Mares", saindo da insistência dos títulos com Almirante Negro, Navegante Negro, etc. O artifício funcionou bem e a música fez um grande sucesso nas vozes de Elis Regina e João Bosco. Tem até hoje dezenas de regravações e foi tema do enredo "Um herói, uma canção, um enredo - Noite do Navegante Negro", da Escola de Samba União da Ilha, em 1985.
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Aldir Blanc e João Bosco


A música, para ser aprovada pela censura, sofreu várias modificações, que podem ser vistas na tabela ao lado, disponível originalmente http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html
Letra original: As palavras em vermelho foram censuradas, substituídas pelas que estão em azul
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro (feiticeiro)
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante (navegante) negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao navegar (acenar) pelo mar com seu bloco de fragatas (na alegria das regatas)
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas (santos entre cantos e chibatas)
Inundando o coração de toda tripulação (do pessoal do porão)
Que a exemplo do marinheiro (feiticeiro) gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o almirante negro (navegante negro)
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo



Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html; http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/canhoes-chibata-433714.shtml

More Than Words

Há 20 anos um dos maiores sucessos musicais despontava no mundo: a canção "More Than Words", uma canção da banda Extreme, com acompanhamento do violão de Nuno Bettencourt e os vocais de Gary Cherone (vocal com harmonia de Bettencourt), foi lançado em 1990 no álbum Extreme II: Pornograffitti. Foi, de longe, o maior sucesso da banda, cuja batida de violão de Bettencourt foi imitada por todo o mundo, sem falar no solo no final da canção. 
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A letra da canção é um pedido de que se demonstra amor para além das palavras. O sujeito gosta de ouvir da pessoa amada o "Eu te amo", mas ele quer mais do que palavras, ele quer demonstrações concretas desse afeto, de tal modo que ele não precisaria mais ouvir a declaração verbal do amor. 
A canção, em seguida, apela para dizer que não se pode simplesmente renovar um amor com um singelo "eu te amo", pois é preciso mais do que palavras para mostrar que o amor é real. 
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Na segunda estrofe, o eu-lírico sugere algo mais do que palavras, o fechar os olhos, o estender das mãos, o abraçar forte, que, se por um lado sugere a concretização física do amor, por outro pode ser visto de uma maneira mais singela e simbólica, em que o "Close your eyes and just reach out your hands/And touch me, hold me close don't ever let me go" é uma exultação à aproximação do ser amado, um convite à cumplicidade...
Interessante é que cada vez é mais fácil dizer "eu te amo" embora seja cada vez mais difícil ver esse amor se concretizar em gestos genuínos de afeto, que revelam mais do que qualquer manifestação verbal. 
A letra:
Saying 'I Love you'
Is not the words I want to hear from you
It's not that I want you not to say
But if you only knew
How easy it would be to show me how you feel
More than words
Is all you have to do to make it real
Then you wouldn't have to say
That you love me 'cause I'd already know

What would you do if my heart was torn in two?
More than words to show you feel
That your love for me is real

What would you say if I took those words away?
Then you couldn't make things new
Just by saying 'I love you'

More than words
Now that I've tried to
Talk to you and make you understand
All you have to do is
Close your eyes and just reach out your hands
And touch me, hold me close
Don't ever let me go

More than words
Is all I ever needed you to show
Then you wouldn't have to say
That you love me 'cause I'd already know

What would you do if my heart was torn in two?
More than words to show you feel
That your love for me is real

What would you say if I took those words away?
Then you couldn't make things new
Just by saying 'I love you'


Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html; http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/canhoes-chibata-433714.shtml

Guilherme Arantes - Muito diferente


"Muito diferente" está longe de ser a música mais conhecida de Guilherme Arantes... mas existem músicas antigas que são descobertas e redescobertas, visitadas e revisitadas, que em determinado momento da nossa vida marcam momentos, sejam recentes, sejam passados, e acabam se fixando na nossa memória afetiva. 
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A música foi gravada em 1989, no LP Romances Modernos. É uma música simples, singela, e que trata da felicidade da descoberta do amor... quando alguém se vê invadido pelo sentimento, em que a felicidade e o amor permitem quebrar o silêncio que impera nas recônditas clausuras que cada um guarda dentro de si. 
E o interessante que a letra, na mesma medida em que revela a quebra do silêncio, ressalta a completa ausência de explicação formal para a força que une duas pessoas. Faz lembrar aqueles momentos perfeitos, em que nada mais é preciso nem necessário, momentos que se eternizam na vida e na memória. Não há pressa, nem prova, apenas o prazer de estar ao lado de alguém. 
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E os elementos sinestésicos da música dão a completa noção da plenitude... a onda de luar, o perfume que penetra, o gosto da felicidade... e a música termina com o desejo... que o amor se eternize...

Sua verdade é o que me atrai, ensina o que eu não sei
Está em toda parte, onde eu chamar seu nome
Onda de luar, me bateu no coração, quebrou o meu silêncio
Entrou o seu perfume
Prazer em conhecer, o gosto sem igual
Da tal felicidade
Bom saber, que há sempre um tempo pra gostar
Sem pressa de gozar
Sem nada a se provar, nenhuma explicação
Pra força que nos une
O amor que tome conta da vida da gente.

Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html; http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/canhoes-chibata-433714.shtml

Dez sacadas de Lenine no Música Falada


Lenine disse: afinal de contas, fazemos as nossas coisas para agradar a quem a gente ama. 
Foi essa frase, dita nos primeiros 15 minutos, que deu o tom da bela apresentação de Lenine no Música Falada, realizada ontem, dia 19 de julho de 2011. Não costumo postar em dias seguidos, mas abri uma exceção para comentar esse show (Para quem não sabe, o Música Falada é uma mistura de show informal e entrevista, aproximando o artista de seu público, pois se trata de uma verdadeira biografia musical).
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E Lenine foi generoso ( e como é bom encontrar alguém afetivamente generoso, como Lenine se mostrou). Contou sua vida, como acabou se interessando por música para ir à igreja, Vou registrar, aqui, dez momentos:

1 - Lenine disse ser um percussionista do violão. Começou tocando bateria, e isso influencia seu modo de tocar até hoje (é divertido ver Lenine, parecendo um Salsicha do Scooby doo dançando com seu violão parecendo fazer passos do break da década de 80 com as pernas).

2 - Falou da importância de Jackson do Pandeiro na sua influência musical. E de Ari Lobo. E de Caymmi, sua principal influência baiana (com menção honrosa para os acordes de "a jangada voltou só"

3 - Lenine não ouve suas músicas depois de gravadas... talvez porque ele não consiga mais modificá-las. E como a inspiração vem muito mais do ver do que do ouvir.
 
4 - Lenine brincou com as letras que errou, como Miragem do Porto, em que improvisou por não se lembrar da letra quando se apresentava em Paris. E foi cantar Miragem do porto, e esqueceu as letra de novo. Por isso disse que cantava poucas músicas dos outros, com medo de errar a letra. As letras dele, ele pode errar, afinal, a música é dele...

5 - Lenine se vê brasileiro, tem muito orgulho de ser pernambucando, mas não gosta de ser adjetivado como "o pernambucano"Lenine.

6 - Apesar de gostar de fazer as coisas e fazer as coisas bem feitas, ele gosta do que é sujo, das imperfeições...

7 - Momentos para se guardar. Lenine ao violão e a plateia cantando "Eu preciso sair só"

8 - Recitou poesias... a imagem do velho alpendre nos versos ditos no palco ecoam até agora...

9 - Falou do peso das palavras das suas canções, dos sotaques do Norte, de Cuba e da pirataria do bem, do encontro com sambistas no Rio, de ser MPB demais para rock, e rock demais para MPB, de falar do último por do sol (música quase lisérgica).

10 - Por fim, vale citar o que ele disse, quase no final, acho que meu público gosta de mim porque eu me atiro, ele espera que eu me atire. E por isso eu faço o que gosto, como gosto, do jeito que gosto. 
Um abraço para Andrezão, Jonga Cunha e Fernando Guerreiro, cada vez mais à vontade com um artista que foi um espetáculo em si mesmo. Vejam o último por do sol...

Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html; http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/canhoes-chibata-433714.shtml

A banda mais bonita da cidade - Ainda sobre "Oração"



Estava aqui pensando se há algo de novo a ser dito sobre a Banda Mais Bonita da Cidade, e seu megassucesso da internet, a curta e  viciante música "Oração"... 
Para quem não conhece a história, a banda curitibana se reuniu num casarão na divisa do Paraná com Santa Catarina em fevereiro de 2011, e gravaram três clipes, sendo que um deles, "Oração", já teve mais de 5 milhões de visualisações no Youtube, e se espalhou pela internet como se espalham milhares de videos com mensagens divertidas, engraçadas, intrigantes...
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Mas o que faz esse video diferente e especial, para que não seja mais um sucesso tão passageiro como "as arvores somos nozes", "sanduíche-iche" entre outros fogos-fátuos que se espalham e desaparecem? 
Na verdade, chama a atenção que, embora simples, o vídeo, a canção são produzidos com apuro e com cuidado. É feito como se fosse amador, mas com um apuro profissional.
A canção com cinco acordes e dez versos, é circular, pois o fim remete ao começo, sem refrão, com uma referência ao amor  que começa e terminam como um círculo, uma oração que faz referência ao quão grande é o amor que cabe no coração, e maior que elementos do cotidiano, como a despensa e a penteadeira.
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Muita gente faz referência ao clipe como uma experiência hippie, mas na verdade ela remete a algo completamente pós-moderno, idílico, em que pessoas se reúnem apenas para ter a oportunidade de cantar e compartilhar uma música. Se um observador de Marte visse a cena (só uma breve homenagem a Karl Popper, que não tem nada a ver com música), certamente estranharia pessoas se comportando daquele jeito, mas apenas celebrando, celebrando o cantar, num arranjo cheios de cordas (numa contrapartida à tendência percussiva da contemporaneidade). 
O clipe tem 6 minutos, afinal, reflete aqueles momentos em que pessoas cantam e que parecem não ter começo nem ter fim. Pessoas juntas cantando ao redor de um ou mais instrumentos, jovens, felizes, alegres, parece que estão cantando desde sempre e que a música hipnótica não vai parar.
Ninguém sabe se a Banda Mais Bonita da Cidade é um raio ou se veio para ficar. Às vezes um sucesso fenomenal pode ser um grande começo. Ou talvez o fim de uma banda. Muita gente falou bem, mal, alguns disseram que não trouxeram nada de novo, ressaltaram a influência Indie da canção.
É certo que essa música já fez sua parte na história da Banda. Se ela vai se multiplicar, ninguém sabe. Se eles vão ficar reféns desse sucesso, ninguém sabe também. Talvez seja uma música em que eles se serão obrigados a tocar sempre (assim como os Rolling Stones tocam Satisfaction até hoje), ou uma música da qual eles vão querer se livrar (Os Los Hermanos deixaram de tocar Anna Júlia - e ninguém que gosta da banda se incomodou com isso) 
Mas esse primeiro sucesso traz uma marca. De uma banda que não começou ontem. Mas que saiba resistir aos excessos naturais do primeiro sucesso e que possamos falar dela depois de amanhã. 
A letra: 
Meu amor essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor...



Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html; http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/canhoes-chibata-433714.shtml

Carro Velho: 2 versões... Banda Eva (Com Ivete Sangalo) (Parte 2) A diversão



Falei há pouco da versão revoltada com a injustiça que permeia a música "Carro Velho", dos Paralamas, gravada em 1991. Em 1998, outra música com o nome de "Carro Velho" faz sucesso. Foi no último disco de Ivete Sangalo à frente da Banda Eva. 
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Nesse caso, o carro velho é visto de uma maneira muito mais lúdica, como uma alternativa ao "andar a pé"... me fez lembrar do meu primeiro carro... carro velho, usado, que tinha o não honroso apelido de "Fumaça" (repararam que apenas carro velho tem apelido? Como se fosse para dar um certo charme ao veículo...)"
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Nas música, os defeitos do carro velho são elencados de maneira bem-humorada, como o pneu queimado e o  carburador furado, mas não tem problema, porque o importante, afinal, para o "eu-lírico" feminino, é ter o negão do lado, com quem ela pode se soltar, beber, e ele até guiá-la depois da bebida. 
Afinal, esse carro velho, diferente da canção do paralamas, não é de alguém frustrado por não ter o carro novo e cuja saída é ganhar na loteria... aqui o carro velho não é vergonha, parece o primeiro veículo de alguém que andava a pé, ou, como se diz na Bahia, de "buzu", e que agora pode dirigir sua "arabaca", feliz da vida, com o negão do lado, de noite ou de dia, sem se preocupar com a carona ou com o horário do ônibus.
Composição de Ivete Sangalo e Ninha (muitos anos a voz da Timbalada), a músicva tem a cara e irreverência da sua intérprete, na época vocalista da Banda Eva. 
Cheiro de pneu queimado
Carburador furado, coração dilacerado
Quero o meu negão do lado
Cabelo penteado no meu carro envenenado

Eu vou, eu vou
Então venha
Pois eu sei que amar a pé amor
É lenha

Eu vou pra la dançar, seja noite ou seja dia
E se eu beber alguma amor, ouou me guia

Quer andar de carro velho, amor
Que venha, pois eu sei que amar a pé amor
É lenha


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