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2 de fev. de 2012

Vídeo: ratos demonstram emoção, escolhendo libertar seus amigos

 
Quando divididos entre comer chocolate sozinhos ou resgatar seus companheiros, ratos aparentemente escolhem libertá-los e então comer a guloseima juntos. Prender um dos animais em uma cela faz com que o outro tente abrir e soltar o amigo.
Isso é um estranho exemplo de como os ratos expressam empatia, uma ideia que nós achávamos ser exclusiva de mamíferos superiores.
A empatia é interessante de uma perspectiva evolucionária, já que sugere que o comportamento pró-social talvez tenha surgido antes do que imaginamos. E é interessante também para a neurociência, sugerindo que ratos podem ser usados como modelos de comportamentos humanos.
“Há diversos casos que mostram a empatia não apenas humana, e isso foi muito demonstrado com macacos, mas não com roedores”, afirma o coautor do estudo, Jean Decety, professor de psiquiatria e psicologia na Universidade de Chicago. “Nós fizemos uma série de experimentos com o comportamento de empatia em roedores, e foi realmente a primeira vez que isso foi realizado”.
O simples experimento não usou nada de tecnologia ou métodos estranhos – apenas dois ratos separados, que normalmente estavam juntos em uma jaula.
Os roedores começaram dividindo o local por duas semanas, o suficiente para desenvolver familiaridade. Então, eles foram colocados em câmaras especiais, onde um era inserido em um dispositivo que o prendia, mas que podia ser liberado pelo lado de fora. O outro rato era livre para andar e observar o caso do companheiro.
O rato liberto ficou agitado quando o companheiro de cela estava preso, o que, para os pesquisadores, é evidência de “contágio emocional”, uma forma menor de empatia em que animais dividem medo ou estresse um com outro.
Mas o que aconteceu em seguida foi muito empático. Apesar de agitados, eles não ficaram malucos, congelaram ou muito amedrontados. Ao invés, eles analisaram o dispositivo, morderam-no e além de ficar perto do outro rato preso, chegando até a tocá-lo (confortá-lo?).
Os pesquisadores tentaram de diversas maneiras entender o que motivou os ratos. Eles experimentaram gaiolas vazias, para garantir que o que os movia não era apenas curiosidade. Também tentaram manter os ratos separados após a libertação – o social seria como um prêmio por resgatar o rato preso – mas ainda assim, eles continuam os libertando.
Os cientistas até montaram o paradigma “companheiro versus chocolate”. Um rato livre era colocado em uma área com dois containers, um com um rato preso e outro com chocolate. O rato abriu ambos com quase a mesma frequência, sugerindo que “o valor de libertar o amigo era igual ao de comer chocolate”. Em mais da metade das vezes, os ratos livres não comeram todo o doce, mas deram metade para o companheiro.
Os roedores desenvolveram várias formas diferentes de abrir o dispositivo. Para os pesquisadores, eles aprenderam o sistema.
Ratas também se mostraram mais inclinadas a abrir a porta, “o que conspira para as sugestões de que as fêmeas são mais empáticas”, adicionam os autores.
O principal autor do estudo, Inbal Ben-Ami Bartal, afirma que os ratos não eram treinados, mas desenvolveram a habilidade de libertar seus companheiros. “Eles aprendem porque são motivados por algo interno”, comenta Bartal. “Eles tentaram e tentaram, e eventualmente conseguiram”.

Veja o vídeo abaixo