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31 de mai. de 2012

Jovem de 15 anos cria sensor para câncer do pâncreas



Foi apresentado um novo teste não-invasivo para detectar o câncer pancreático pelo norte-americano Jack Andraka, um adolescente de 15 anos de Crownsville (Maryland), durante a edição 2012 da competição anual Intel International Science and Engineering Fair (ISEF), em Pittsburgh, o que lhe valeu o primeiro lugar e um prêmio de 75 mil dólares (cerca de R$ 148 mil).


O jovem talento participou na categoria Medicina e Ciências da Saúde  e para criar o projeto baseou-se nos testes para diabéticos. Criou um sensor feito de papel que através da urina ou do sangue detecta se existe câncer do pâncreas, mesmo nos estágios iniciais, de forma rápida e sem grandes custos. A sua solução é 100 vezes mais sensível, 90% mais preciso e é 28 vezes mais rápido que os testes existentes no mercado atualmente.

Jack e sua "discreta e contida" comemoração.
Andraka trabalhou no laboratório do pesquisador e especielista em câncer do pâncreas, Anirban Maitra, da respeitável Johns Hopkins University. Ele recebeu o prêmio das mãos de Gordon E. Moore, co-fundador e presidente aposentado da Intel (o autor da Lei de Moore, que diz que o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses).

Os outros dois finalistas foram Nicholas Schiefer, de 17 anos, de Pickering, Ontário, Canadá e Ari Dyckovsky, 18, de Leesburg, Virgínia, EUA Cada um recebeu um prêmio no valor de US$ 50 mil (cerca de R$ 99 mil).

O canadense estudou o que ele chama de "microsearch", e analisou pequenas quantidades de conteúdo, como tweets e atualizações de status do Facebook. Com isso, Nicholas espera melhorar os mecanismos de motores de busca e, assim, aperfeiçoar o acesso à informação.

Já o americano Ari Dyckvosky, de 18 anos, levou o terceiro lugar ao pesquisar a ciência do teletransporte quântico. O estudante descobriu que os átomos estão ligados através de um processo chamado "entrelaçamento", um método em que a informação de um átomo só vai aparecer em outro átomo quando o estado quântico do primeiro átomo é destruído. Apesar de parecer complicado, o recurso poderia ser empregado, por exemplo, para se enviar uma mensagem criptografada, sem correr o risco de intercepção.



Os jovens e seus trabalhos foram selecionados entre os destaques de 446 feiras afiliadas, em cerca de 70 países. Além deles, outros 400 finalistas receberam prêmios por contribuírem com trabalhos inovadores.

O Brasil, através das feira Febrace, em São Paulo, e a Mostratec, no Rio Grande do Sul, enviou 18 projetos representados por 30 alunos para a ISEF 2012.

Atenção: cenas explícitas de "orgulho nerd". A julgar pela explosão de felicidade, se esse rapaz ganhar o prêmio Nobel um dia, é melhor dar a notícia com muito tato... Parabéns Jack!


Hey! Governo brasileiro e empresários. Olhem bem como um pouco de incentivo pode motivar pesquisadores.

Os trabalhos brasileiros premiados foram:

Improving the Life Conservation: New Purposes to Separate Lactobionic Acid and Sorbitol
Eduardo Thadeu Rodrigues, 19 anos e Juliana Hoch, 18, da Fundacao Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul (prêmio de 1000 dólares).

Weaving Health: The Weaving of New Drugs from the Web Silk of Spiders, III
Leonardo de Oliveira Bodo, 17, do Colegio Dante Alighieri, São Paulo (prêmio de 500 dólares).

EMEPED 2: Software for Risk Assessment of Priority in the Pediatric Emergency
Daniel Henrique Fiala, 19, Fundacao Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, Novo Hamburgo/RS (prêmio de 500 dólares).

Reuse of Plastic Bottles in the Construction of a Subsurface Irrigation System
Ana Luisa Lopes Marques Coutinho, 15, Colégio Paraíso, Juazeiro do Norte, Ceará (prêmio de 500 dólares).

Banana Vinegar: A New Alternative to Catch the Fruit Fly
Felipe Soares Wolff, 17, e Hilario Zornitta Junior, 19, Instituto Federal Catarinense Campus Camboriú, Santa Catarina (prêmio de 500 dólares).

Além deles, O trabalho de Leonardo de Oliveira Bodo (fármacos obtidos através de teias de aranha, já citado acima, que foi apresentado pela terceira vez no evento) e de Júlia Cavrell Garcez (Enzimas fúngicas para o bio-etanol), 18 anos, da ​​Escola Americana de Campinas, Campinas, São Paulo ganharam um estágio de verão remunerado para o aluno e o professor na Agilent Technologies.

Na realidade eu não trabalho com a teia de aranha, mas com os resíduos que as aranhas depositam em cima desta teia. A teia uita gente trabalha, mas o que a aranha coloca ali ninguém nunca trabalhou.
Leonardo Bodo

Será que o Leonardo já conheceu o trabalho de outro adolescente brasileiro que descobriu um antibiótico a partir de ovos de aracnídeos?
O trabalho Synthesis of Nanostructured Materials (MOF-5) from Recycled PET Bottles, de Marcos Vinicius Silva Amorim, 19, Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis, Rio de Janeiro, Brasil, recebeu uma menção honrosa da American Chemical Society.

A Intel International Science and Engineering Fair é a maior competição para equipes do secundário na área da pesquisa cientifica, e é organizada pela Society for Science & Public.

O Brasil Acadêmico se orgulha de todos vocês.

Fonte:
Folha, Olhar Digital e Ciência Hoje

[Via BBA]