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26 de ago. de 2012

TV Globo - Hipocrisia A Gente Vê Por Aqui


Este documentário mostra o império da mídia brasileira começando na segunda metade do século passado e seu poder político assustador. A TV Globo domina e aliena a população brasileira junto com as outras quatro grandes emissoras desde aquela época, lucrando e construindo suas bases na mentalidade pobre e ignorante do povo brasileiro.

A maioria esmagadora da população brasileira vivia em situação miserável e não tinha como comprar condições de vida melhores, por isso era (e ainda é) grande consumidora dos programas de TV.

"Eu acho que o povo é que faz a televisão. É a cabeça do povo que faz a televisão. A televisão no Brasil é um reflexo do próprio povo, daquilo que o povo pensa e quer."
Dias Gomes

A frase de Dias Gomes foi dita há muitos anos atrás mas continua muito atual. O povo teve sua capacidade de crítica atrofiada por um sistema de ensino coercitivo que condiciona à preguiça de pensar, educando para a reprodução do que lhe era passado na escola e, mais atualmente, reproduzir também o pensamento e comportamento programados pela televisão. Boa parte da população sequer teve acesso a alfabetização, tornando a TV o maior meio de entretenimento (alienação) e (des) informação nacional.

A mídia brasileira, nas suas primeiras décadas servia aos interesses dos ricos e poderosos daquela época. Enquanto a massa nada mais tinha a fazer do que consumir imagens luxuosas e se contentar com a sua vida simples de trabalhar, comprar, ter e cuidar dos filhos e por fim adoecer e morrer. Muita gente embora tendo melhor qualidade de vida, reduz a sua vida a essas simples tarefas até hoje.

"O presidente da república que tinha a exclusividade dessa concessão, destinou esses canais de rádio e TV aos seus amigos, aos seus correligionários, aos representantes dos seus grupos políticos nos estados, nos municípios. E isso sem qualquer tipo de critério. Não foi utilizado um critério social, nas instituições educacionais, absolutamente. O critério foi um só: o favorecimento político." Diz Armando Rollemberg a respeito do poder do presidente de conceder licença para abertura de canais de televisão.

A mídia nas suas várias formas não tem a menor pretensão de manter os espectadores informados. Absolutamente nenhuma! A mídia existe para ditar o comportamento do rebanho e assim orquestrar a sociedade para o aumento de poder de quem já tem poder.

A influência midiática é muito notável no nosso dia-a-dia. Preste atenção em quantos lugares você vai em que os mesmos assuntos televisivos são copiosamente repetidos. O casamento do artista, a separação da dupla de cantores, a música-droga que não para de tocar em todos os lugares onde quer que você vá. Os programas mobilizam na população os sentimentos mais primitivos de soberba, competitividade e subjulgação ora de si, ora do outro. Ah, e não se pode deixar de citar as roupas, os estilos, gírias e comportamentos que vem direto da televisão, transmitidas por artistas sedutores e excêntricos responsáveis por produzir a mente coletiva.


A ignorância e a humildade de uma significativa parcela do povo brasileiro é largamente explorada e transformada em produto para o próprio povo. Pessoas com condições de vida precária são “premiadas” em programas de TV, criando nos espectadores da mesma classe social, uma esperança duradoura no auxilio de pessoas da TV em suas vidas. Tal qual fazem as religiões e espiritualismos deixando as pessoas dóceis e esperançosas na vinda ou atuação de outros seres em seus paradigmas existenciais.

O papel dessas instituições midiáticas e religiosas é justamente manter as pessoas razoavelmente desconectadas da realidade, entorpecidas, alienadas. Sem pensar no que realmente importa na sua existência, nem na razão de estar aqui, sem ouvir a sua intuição e sentimentos. Vivendo, a vida inteira, condicionada a estas ilusões e às necessidades básicas do corpo e da mente. Agindo então, de forma meramente programada e instintiva como as formigas.
"Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane, no Brasil) é um documentário televisivo britânico de Simon Hartog exibido em 1993 pelo Channel 4, emissora pública do Reino Unido."  Wikipédia