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23 de dez. de 2010

Minha constante amada!...

Teus olhos estão lânguidos.
E nascem cardos e urzes no meu pensamento.
Teus lábios falam promessas e pedem consolo.
E sou a árvore muda destroçada pela tempestade do mar.
Me convidas para a viagem da tua ternura.
E me obstino em ignorar a tua presença compassiva,
em comer os frutos maus e amargos da terra,
em procurar o teu oposto e a tua negação,
quando tudo em mim arde por ti, minha paz e meu bálsamo.
Minha vida e meu chão estão cheios de cinzas, -
não manches a tua túnica límpida
pois quero-te assim branca e pura.
Meus ouvidos transbordam de gritos.
Minha garganta sufoca-se de brados.
E no meu mar interior
andam barcos de velas negras,
e feios pássaros de bico recurvo,
e é noite, sempre noite sobre as águas...


Espera,
que voltarei com meu lado melhor, redimido e teu.