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17 de dez. de 2010

O Lugar (onde) nasceu Jesus!...

    
Qual a exata localização do nascimento de Jesus? Por muitos séculos este assunto vem sendo exaustivamente discutido e ainda hoje é motivo de polêmica entre as autoridades que estudam esse assunto.

     Segundo o Evangelho de São Lucas, Maria deu à luz a seu filho em um estábulo, como demonstrado a seguir: "E deu à luz seu primogênito e O envolveu em panos, colocando-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem."

     Mas parece que as declarações do Evangelho cristão de Mateus passaram, pelo menos aos olhos do público em geral, desapercebidas, a respeito da afirmativa de Mateus no sentido que o menino Jesus nascera numa casa de Belém, ou segundo o texto: "E como Jesus houvesse nascido em Belém da Judéia, nos dias do Rei Herodes, eis que uns Magos vieram do Oriente a Jerusalém dizendo: ‘Onde está aquele que nasceu Rei dos Judeus? Pois vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo…’ E quando entraram na casa, viram o menino com sua mãe Maria e, prostrando-se, O adoraram."

     Havia ainda, nos primeiros tempos do cristianismo, uma terceira versão a respeito do local exato do nascimento de Jesus, bastante baseada em uma informação que não consta das atuais crônicas cristãs, já que estas foram modificadas com o passar dos tempos.

     No Concílio de Nicéia, realizado no ano de 325, Eusébio, o primeiro historiador Eclesiástico, pôs em debate o assunto referente ao lugar do nascimento de Jesus, determinado a pôr um fim definitivo às controvérsias. Eusébio declarou que Jesus não havia nascido numa casa ou num estábulo, mas em uma caverna. Declarou ainda que no tempo de Constantino, do local da caverna, se havia construído um magnífico templo para que os cristãos pudessem venerar o local onde nascera o Salvador. No Evangelho apócrifo denominado Protevangelion, escrito por São Jaime, irmão de Jesus, encontramos uma referência à caverna, no seguinte e importante trecho: "Porém, de pronto, a nuvem se desfez em uma luz vivíssima na caverna, de modo que seus olhos a ela não puderam resistir".

     Tertuliano, no ano 200, e São Jerônimo, no ano de 375, entre outros eminentes Patriarcas da Igreja Cristã, afirmaram que Jesus nasceu numa caverna e todos os pagãos da Palestina indicam, em sua terra, a caverna na qual nasceu o Infante cristão.

     Por outra parte, o Cônego Farrar diz: "É tradição muito antiga que o verdadeiro lugar de nascimento do cristo foi uma caverna, e como tal era a todos mostrada, em sua época tão primitiva quanto a de Justino Mártir, no ano de 150."

     Temos então que a afirmação do evangelista Mateus de que Jesus teria nascido em uma casa não foge muito da verdade pois a caverna na qual vira a luz era muito mais do que uma simples escavação numa rocha.

     Segundo as crônicas rosa cruzes e essênias, o filho de Maria e José nasceu em uma gruta essênia situada na estrada que demandava Belém.

     Os essênios possuíam determinadas casas que serviam de albergue, hospital ou pousada, instaladas em grutas ou cavernas e esse tipo de grutas abunda em toda a Palestina, e terras adjacentes, pois nos primeiros tempos do Cristianismo, era melhor e mais seguro construir grutas do que edificações sobre o chão, sobretudo quando o objetivo era o isolamento, a proteção e a segurança.

     O número de grutas existente na Palestina é muito grande e surpreende os turistas e muitas delas são suficientemente grandes para abrigar dez ou vinte aposentos muito amplos, num ambiente isento de umidade, calor ou frio.

     Foi então, exatamente numa gruta essênia, que José e Maria descansaram e onde Jesus nasceu. Vários dos albergues ou hospedarias dos essênios eram equipados para atender aos enfermos, feridos e necessitados, como num verdadeiro hospital. Era tradição essênia, como ainda é dos Judeus, prestar toda classe de auxílio às mulheres, no ato do parto. Cabe acrescentar que os albergues e as hospedarias dos essênios foram os precursores e o modelo dos hospitais, tal como hoje os conhecemos.

Mas e a manjedoura?


     Em um dos famosos concílios cristãos, convocados pelos primeiros Padres da Santa Igreja, com o fim de dirimir controvérsias e firmar doutrinas, decidiu-se que a única maneira de pôr um paradeiro às querelas de onde Jesus nascera, seria o de declarar-se, pura e simplesmente, fora numa manjedoura. Esta decisão arbitrária, sem que se levassem em conta documentos autênticos que ainda existem, resolveu definitivamente o problema, no que dizia respeito à Santa Igreja, e por esta razão é provável que a história do nascimento ocorrido em uma pequena manjedoura permaneça, para sempre, como uma das mais caras tradições cristãs.