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26 de fev. de 2012

Silvio Santos - Como sair de camelô a mega-empresário em 10 passos!


Empresário/camelô Silvio Santos


Você acha que conhece Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos, mas agora que você vai conhecê-lo de verdade...

Silvio Santos era pobre. Seu pai era grego e a mãe turca. O pai era jornaleiro na França, camelô em Antenas, chegou no Brasil e trabalhou de interprete no porto. Abriu uma loja que perdeu no jogo que era seu vicio. O rapaz (Silvio) pobre que era camelo se tornou uma mega-empresário. Conheça a incrível história da ascensão desse gênio empresarial brasileiro em 10 tomos.


Tomo 1 - Entendendo a lei da oferta e da procura


Aos 14 anos Silvio Santos viu um pobre coitado vendendo plástico para guardar carteirinha de eleitor. Ele viu que vendia bem, seguiu o coitado até o fornecedor. Devido as eleições a carterinha vendia bem, o fornecedor cobrava dois cruzeiros por unidade e dois cruzeiro era tudo que ele tinha no bolso. Comprou, voltou a rua e começou a gritar 'olha a carteirinha, essa é a última, quem não comprar agora não compra mais". Vendeu essa carteirinha por cinco cruzeiros, voltou ao fornecedor, comprou mais duas, as vendeu também e retornou ao fornecedor e comprou mais e assim por diante. Olha que fantástico, Silvio Santos com apenas 14 anos de idade entendeu o que muito gerente de markenting hoje não entende, que o que interessa não é especificamente o produto, mas sim a procura por ele.


Tomo 2 - Benchmark e diferenciação


Silvio Santos descobriu que havia um alemão conhecido por seu Augusto que vendia 200 canetas por dia na rua, enquanto os seus concorrentes vendiam em torno de vinte. Ele ficou observando o que o seu Augusto fazia de diferente. Seu Augusto acostumado a ver seus concorrentes o observarem mas não alcancerem os mesmos resultados não deu importância para Silvio Santos. Porém o cara além de aprender todos os trejeitos de venda do seu Augusto, incrementou ainda truques de mágica a sua própria maneira de vender. Em pouco tempo Silvio Santos era o 'rei da caneta' daquelas regiões onde ele trabalhava de camelô. Ou seja, ele aprendeu a copiar o que tinha de melhor na concorrência (nesse caso o atendimento e a força de venda) e incrementar um diferencial para superá-lo. Você já está vendo o Silvio com olhos diferentes? ainda tem mais.


Tomo 3 - a sorte está do lado dos competentes


Lembra das canetas que o Silvio vendia, então, a venda era feita no intervalo da polícia ou dos fiscais, pois era proibido aos ambulantes fazerem esse tipo de venda. Era tipo o rapa de Sampa dos dias de hoje. Certo dia um fiscal pegou o Silvio e ao invés de levá-lo ao juízado de menores o levou a um a amigo que tinha uma rádio, pois já conhecia a fama do moleque. Silvio conseguiu o emprego de locutor e se mostrou um comunicador diferenciado.  Ganhava diversos concursos de calouros e adotou o nome artístico de Sílvio Santos.

Tomo 4 - Diversificação e propaganda

Ao 18 anos Silvio Santos foi convocado para o exército onde atuou como paraquedista. Quando voltou continuou seu trabalho na rádio. Toda noite ele voltava na última barca do Rio de Janeiro para Niterói. Ele percebeu que a viagem era chata e demorada, logo ele começou a produzir um negócio que evolui da seguinte maneira: Comprou um rádio e colocou música pra tocar, foi a algumas lojas e vendeu a propaganda das lojas no intervalo entre uma música e outra do seu radinho, começou a vender bebidas, salgados e logo tinha todo um esquema montado. Morre o Silvio Santos camelo, nasce o Silvio Santos homem de negócios.


Tomo 5 - Transformando uma dificuldade em uma oportunidade


A barca quebrou e Silvio Santos abriu uma lanchonete em São Paulo. Lá também começou a trabalhar em uma rádio onde conheceu um radialista de renome chamado Manuel da Nóbrega. Manuel estava a um ano fazendo propaganda no seu programa de rádio de um produto chamado Baú da Felicidade, porém quem administrava esse negócio era um alemão que conseguiu praticamente fali-lo. Manuel então pediu ajuda a Silvio para auxiliá-lo a desmantelar o negócio e pagar o dinheiro de quem havia comprado os tais carnes em troca dos prêmios. Silvio expulsou o alemão do negócio e começou a administra-lo. Ele viu um futuro interessante no negócio e avisou ao Manuel que não o fecharia  e ainda o faria dar lucro. Começou a dar de prêmio jogos de talheres e ele mesmo a fazia a propaganda dos carnês na rua.


Tomo 6 - Investindo no crescimento


Silvio começou a botar fé no negócio e informou ao Manuel que iria mandar fabricar 20 mil bonecas (que ele mesmo desenhou) e iria comprar também 20.000 jogos de talheres para poder sortear como prêmio do carnê do baú da felicidade. Manuel se assustou com o tamanho em que o negócio estava se trasnformando e avisou ao Silvio que ele queria sair da sociedade, pois tinha um grande receio de investir tamanho dinheiro. Silvio teve que aceitar a sua saída, mas pagou a parte dele, mesmo ele não querendo receber. Silvio Santos então comprou o material e conseguiu vender todos os carnês. A essa altura já ganhava um bom dinheiro com o negócio do qual era único dono.


Tomo 7 - montando um grupo empresarial



Ficou complicado para ele anunciar na voz os carnês, então ele comprou uma empresa de publicidade para fazer os seus anúncios e de outras empresas interessadas. O baú começou a sortear casas, e para facilitar a aquisição das casas, Silvio Santos adquiriu uma empreiteira para fazer as 12 casas (uma sorteada por mês) e mais tantas outras para vender no mercado. Ele tinha uma equipe de venda que vendia o carnê de porta em porta e toda a logística desses caras era baseada no uso de Kombis, para resolver essa situação ele adquiriu uma concessionária da Wolks. Para fechar com chave de ouro, ele vendia o carne em doze vezes e para controlar esse financiamento ele criou o banco que hoje conhecemos como Banco Panamericano. É mole ou quer mais?


Tomo 8 - Silvio Santos astro da Rede Globo


Silvio Santos tinha um espaço na TV Paulista de duas horas, onde ele anunciava o Baú da Felicidade. A Globo comprou a TV Paulista e absorveu o Silvio. Ele era tão bom apresentador que ganhou um espaço de 8 horas aos domingos na TV Globo, olha só como o mundo dá voltas não! Quando o contrato do Silvio com a Globo venceu, a direção o avisou que não iria mais ter programas populares (para o povão) em sua grade. Mas Silvio sabia que o ouro estava era no povão, ele tentou então comprar parte da TV Record, porém não obteve sucesso nessa primeira tentativa (mais tarde viria a adquirir parte dela). Quando Roberto Marinho ficou sabendo da tentativa o recontratou imediatamente e deixou que ele fizesse o seu programa da maneira como quisesse.

Tomo 9 - Adquirindo uma emissora de TV - SBT



Conseguir uma concessão de TV na época da ditadura era muito difícil, você tinha que fazer lobby com políticos e ainda ter um ótimo plano de negócios. O plano de negócios do Silvio era inédito, pois ele mostrou que só as empresas dele já garantiriam os anuncios que sustentaria a TV. Infelizmente o governo deu a concessão a outro pretendente. Porém a TV concedida faliu em um ano e Silvio Santos conseguiu finalmente a sua concessão. Nascia o SBT. Anos depois o canal Tupi faliu e várias de suas emissoras foram concedidas. Silvio comprou boa parte dessas emissoras e conseguiu montar uma rede nacional de TV e se inicia a briga Globo/SBT. Silvio era tão esperto que anunciava em seu canal que após a novela das oito da Globo (que a audiência era imbatível) passaria seu seriado 'Pássaros Feridos'.


Tomo 10 - só tem história pra contar quem faz história


Silvio devido a um problema de saúde perdeu a voz e quase finalizou sua carreira de apresentador, mas se recuperou. Na política ele ia ser presidente do Brasil, era primeiro lugar nas pesquisas e já estava candidato, mas o Roberto Marinho ligou para o Sarney e conseguiu desfazer a candidatura, Silvio virou inimigo número 1 da Globo e do Collor (que era candidato da Globo). Sua filha foi seqüestrada, Silvio pagou o resgate, a policia foi atrás do sequestrador que desceu oito andares pelo parapeito de um prédio onde se escondia, correu para a casa de Silvio Santos, o fez de refém e só se entregaria na frente das câmeras. Uma revista que estava falindo, para vender mais, anunciou que Silvio era careca, mas ele não é.

Amigo, essa é a história de um imigrante pobre e camelo que hoje é dono de uma fortuna avaliada em 1,5 bilhões de reais vindas de um conjunto de 30 grandes empresas. E você achava que conhecia o Silvio né?