Blog

Blog

17 de dez. de 2010

As tentativas de descobrir o verdadeiro Jesus!...


Em 25 de dezembro, católicos de todo o mundo comemoram o aniversário de 2.001 anos de Jesus Cristo, considerado filho de Deus e fundador do cristianismo.
Apesar disso, e da fé que hoje arrebanha mais de 2 bilhões no mundo inteiro, pouco se sabe sobre o aniversariante, nem mesmo se é no dia 25 de dezembro o seu aniversário, ou se ele está realmente fazendo 2.001 anos.
É curioso como um mito do porte de Jesus Cristo possa parecer tão obscuro. Hoje, tudo que os historiadores têm em mãos para contar um mínimo da história de Jesus são suposições, além dos textos da Bíblia, que por sua vez também não são lá tão confiáveis.
Acontece que os quatro evangelhos, que contam a vida de Cristo, foram escritos por Lucas, Mateus, Marcos e João cerca de 40 anos depois da sua morte. E nenhum dos quatro escritores realmente conheceu Cristo, eles escreveram baseando-se nos relatos de outras pessoas.

Seria este, Jesus?

A história do personagem todo mundo conhece de cor, mesmo que jamais tenha lido a Bíblia: seu nascimento foi anunciado à Virgem Maria pelo anjo Gabriel, e a mãe fugiu com o marido José para um estábulo em Belém, onde Jesus nasceu na manjedoura e foi visitado por três Reis Magos, que anunciaram o nascimento do Messias. Anos depois, já adulto, ele arrebanhou uma multidão de seguidores ao pregar o amor ao próximo e a humildade, além de ter feito diversos milagres. Foi preso pelos romanos, torturado e crucificado, mas teria ressuscitado e subido aos céus no terceiro dia, criando o culto que persiste, cada vez mais forte, até os nossos dias.
Atualmente existem nada mais nada menos do que 80 mil livro sobre Jesus, mas nunca se descobriu qualquer vestígio arqueológico diretamente ligado a ele. Só no ano de sua crucificação, mais de 2 mil pessoas foram crucificadas na Palestina, o que torna ainda mais difícil encontrar vestígios sobre a pessoa por trás do mito.
Não bastasse tudo isso, a Bíblia Sagrada, principal fonte sobre a história de Cristo, é omissa e não relata uma boa parte da sua vida, dos 12 aos 30 anos. O que aconteceu neste período?

A VIDA DE CRISTO

Apesar do Natal ser a festa mais importante para os católicos, Jesus Cristo só nasceu em 25 de dezembro por obra do Papa João I, que decretou a data no longínquo ano de 525.
E um erro de cálculo determinou uma idade errada para o célebre personagem: chamado para determinar o ano zero, o monge Dionísio Exigus errou e atrasou o calendário cristão em cerca de 4 anos.
Isso porque, segundo os evangelhos de Lucas e Mateus, Jesus nasceu “perto do fim do reino de Herodes”, que morreu no ano 4 antes de Cristo. Portanto, a tese mais aceita é que o nascimento tenha sido em 7 a.C., pouco antes da morte de Herodes. Como o ano zero foi determinado depois, Cristo acabou nascendo, na verdade, antes de Cristo.
Por esta versão, ele teria morrido com 36, e não com 33 anos.
Outro mistério é o local do seu nascimento. Embora Mateus e Lucas tenham escrito que foi em uma gruta em Belém, e até hoje a maior parte dos cristãos acredite nisso, na própria Bíblia existem outras versões: Mateus escreveu que a família de José fugiu para o Egito, fugindo do massacre das crianças ordenado por Herodes, e foi para Nazaré.

Este seria, Jesus?

Para o padre John Dominic Crossan, professor de estudos bíblicos na Universidade de DePaul, de Chicago (EUA), Belém só é citada como terra natal porque era a cidade do Rei Davi e, conforme as profecias das Escrituras Hebraicas, o Messias devia nascer ali. Foi, assim, um “golpe de marketing” de Mateus e Lucas. Para ele, Jesus nasceu, com certeza, em Nazaré.
Não se sabe o que Cristo fez a partir dos 12 anos de idade até a idade adulta, pois existe um lapso de quase 20 anos na Bíblia. Ele simplesmente reaparece já adulto, com 30 anos.
Também não se sabe, ao certo, o que aconteceu com o “pai” terrestre, José, marido de Maria, outro que desaparece da Bíblia. Estudiosos, que se dedicam a conhecer melhor sobre a época de Jesus relatam que José morreu quando o “filho” era adolescente, pois quando o evangelho começa a contar a história do Cristo adulto, seu “pai” já era falecido. Como e quando, ninguém sabe ao certo.

Ou será que Jesus seria este?


Estudiosos da Bíblia também chegaram a um interessante consenso sobre como era a vida de Cristo. Ele comprovadamente falava aramaico, língua corrente na Palestina da época, e também um pouco de hebreu, aprendido na sinagoga e na Torá, a bíblia judaica – porque Jesus era judeu, apesar de fundar o cristianismo.
Ele era um camponês rústico que vivia nas montanhas e trabalhava bastante no campo, o que fica implícito nas metáforas ligadas à agricultura que usa quando fala aos apóstolos, como ao citar “a beleza dos lírios do campo” ou “a separação do joio do trigo”.
Apesar de cativar sua audiência, Jesus preferia pregar para grupos pequenos. A aldeia onde vivia teria cerca de 1.600 habitantes, a maioria analfabetos.
A literatura e o cinema já fizeram versões da vida de Cristo como uma pessoa normal, que se relaciona com mulheres, inclusive sexualmente. Mas os pesquisadores da Bíblia chegaram ao consenso de que ele preferiu o celibato e passou a vida solteiro, o que era extraordinário para a época, levando-se em conta a cultura judaico-camponesa, que valorizava o casamento e a família.


Este, tem a aparência de Jesus?


O padre John Meier, professor de Novo Testamento na Universidade Católica da América, em Washington, disse em entrevistas que o celibato era algo impensável no tempo de Jesus, e que este deve tê-lo interpretado como o resultado de sua exaustiva missão de reunir o dividido e pecador povo de Deus da época.
Durante dois anos (dos 30 aos 33, quando morreu) Jesus pregou em três cidade: Galiléia, Judéia e Jerusalém, segundo a Bíblia. O mesmo texto sagrado afirma que ele se autoproclamava messias, embora na época isso pudesse ser considerado blasfêmia aos olhos das seitas judaicas. Por outro lado, a Palestina estava ocupada pelos romanos, que governavam com mão de ferro, e os judeus esperavam ansiosamente pelo Messias, o salvador que os lideraria numa guerra santa contra o opressor.
A Bíblia também atribui a Jesus 31 milagres, incluindo 17 curas e seis exorcismos.
Para os pesquisadores da vida de Cristo, no ano 30 ele desafiou as autoridades eclesiásticas quando entrou em Jerusalém montado em um jumento. Estava, assim, invocando a profecia do Livro de Zacarias, que dizia que o Rei Messias chegaria montado em um burrinho. Considerava-se, então, o verdadeiro Salvador.
Saudado pelo povo na entrada em Jerusalém, ele cometeu a máxima ofensa ao invadir o templo e expulsar saduceus e fariseus. Foi o que determinou sua prisão e posterior morte.
Os céticos, por sinal, não acreditam na ressurreição de Cristo: circula uma versão de que Jesus não estava morto ao ser retirado da cruz, apenas tinha perdido os sentidos devido à dor atroz da crucificação. Na caverna que lhe servia de túmulo, foi aos poucos reanimado pelo frio e pelos unguentos, o que lhe permitiu reaparecer milagrosamente para os apóstolos.


Ainda tem dúvidas?! É este o Jesus?


Apesar dos quatro evangelhos, escritos após sua morte, relatarem com detalhes as pregações de Cristo, a estimativa dos pesquisadores é de que apenas 18% das palavras atribuídas a ele foram realmente ditas por Jesus.

FISIONOMIA
E quem disse que Jesus era cabeludo e usava barba? A representação clássica de Cristo, imortalizada em imagens, quadros e crucifixos, também é um “chute”, uma liberdade poética de alguns artistas que acabou sendo adotada, até para dar um rosto a um personagem cuja fisionomia não era conhecida.
Neste ano, o resultado de um trabalho feito pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, provocou polêmica ao “reconstruir” o rosto de Cristo, a partir do biótipo dos judeus da mesma época. Isso deu origem a um Cristo de cabelos curtos, mais moreno, com barba mais espessa e nariz grosso.
Não quer dizer que seja realmente a face de Jesus, já que a reconstrução foi baseada nas características das pessoas que viviam na época, e não em uma pessoa em particular.
Por outro lado, alguns historiadores concordam com a visão de um Cristo mais “bronzeado”, levando em conta que ele nasceu e viveu sob o sol escaldante do Oriente Médio e não pode ter a pele alva imortalizada em quadros de Rafael e Da Vinci.
Já a imagem tradicional do Jesus de rosto fino, nariz alongado, pele clara, barba fina e cabelos longos e lisos foi retirada da própria face gravada no Santo Sudário.
Por sinal, vários detalhes do aspecto físico de Cristo foram também baseados no Sudário, especialmente sua altura (cerca de 1,83 metro).
Não existe nenhuma descrição de Jesus na Bíblia, e nos primeiros séculos do cristianismo ele era representado por metáforas retiradas do próprio Evangelho, como o cordeiro e o pastor. A partir do século IV, quando o cristianismo foi adotado como a religião do Império Romano, a figura de Jesus foi concebida como sendo a de um homem forte e robusto. Foi ali, também, que surgiu a pele clara.

RELÍQUIAS
Para tentar provar a existência de um filho de Deus, surgiram diversos artefatos religiosos, adorados pelos fiéis, mas cuja veracidade nunca foi comprovada pela Igreja Católica.
Em Monza, na Itália, existe uma coroa de ferro em cuja confecção teria sido usado um dos três cravos que pregaram Cristo na cruz. A possibilidade que isso seja verdade é mínima, mas não impede que a relíquia seja adorada por uma multidão.
Também existe, em Paris, uma coroa de espinhos que seria aquela colocada na cabeça de Cristo quando ele subia o Morro Calvário com a cruz. Dizem os historiadores que ela foi comprada pelo rei Luís IX, da França, de Balduíno II, em Jerusalém, no tempo das Cruzadas. Mas também é difícil que seja verdadeira.
E o que dizer de minúsculas cruzes vendidas a preço de ouro e que, reza a lenda, foram feitas com lascas de madeira tiradas da verdadeira cruz de Cristo, que teria sido encontrada no século IV? Difícil de acreditar também, não é?
A mais famosa relíquia que pode ser, ou não, uma prova da existência de Jesus é o Santo Sudário, que já sobreviveu a dois incêndios e está guardado a sete chaves na Catedral de Turim. A Igreja nunca assumiu que o pano, que tem gravada a silhueta de um homem, é verdadeiro, mas os fiéis acreditam que se trata da mortalha que foi usada para envolver o corpo de Cristo depois de retirado da cruz.
Pesquisadores do sudário fizeram a seguinte análise, baseados na figura representada no pano e dos ferimentos que ficaram gravados no tecido: “Ele tinha físico de atleta, 1,83 metro de altura e 81 quilos. A coroa de espinhos tem forma de capacete. Nas costas vêem-se as marcas dos 39 golpes de chicote que os soldados tinham de aplicar, conforme a lei romana. Os olhos estão cobertos por moedas do Império Romano. Deviam estar arregalados, em conseqüência da morte por asfixia – na cruz, o músculo diafragma, no tórax, é esticado pelo peso do corpo, não deixando os pulmões se encher de ar”.

Hoje, com toda a tecnologia e informação existentes, a ciência continua com mais dúvidas do que certezas, no tangente aos relatos bíblicos. E provavelmente jamais vá encontrar qualquer indício da existência ou não do verdadeiro Jesus Cristo.
De qualquer forma, isso parece não provocar maiores questionamentos nos católicos, que continuam adorando o Salvador como fazem já há dois mil anos. Com ou sem provas de sua existência.



Resta-nos este! Será ele, Jesus?