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16 de dez. de 2010

Balada aos teus encantos!...


Há no teu corpo coleios 
de serpente pelo chão...
Quem sabe, pois, se os teus seios
são serpentes enroscadas,
em sensuais emboscadas,
- escondidos como estão?

São tão belos os teus seios,
redondos, vivos e cheios,
cheios, como luas cheias
e brancos como as areias,
- irrequietos como o mar...
As vezes, quando te agitas,
palpitam trêmulos no ar,
- são duas aves aflitas
 presas de ânsias infinitas
mas que não podem voar...

São duas aves esquivas
irrequietas e lascivas
que quando escapam do ninho
erguem seus bicos ao céu;
- aves sem asas, cativas,
em posições agressivas
crescendo em tua nudez,
- nos bicos cor de uva e mel
têm duas gotas de vinho,
de um doce vinho, de um vinho
de uma infinita embriaguez.

Sentinelas avançadas
de tuas formas ousadas,
não se rendem com certeza
guardando a tua beleza,
e embora caia o teu corpo
e entregues tua alma até,
- teus seios, esses teus seios,
redondos, belos e cheios,
erguem-se mais, sem receios!
- ainda estão vivos, de pé!

Quando se atiram no ataque
enfrento-os com o meu desejo!
- não há forca que os aplaque,
não há carícia, nem beijo,
se os tento em vão dominar...
Que eles assim me entontecem:
- sou como o vento! E -eles crescem:
- são como as ondas do mar!

Roubaste ao mar duas ondas
são duas ondas redondas.
que ostentam pérolas raras,
pérolas cor de cereja
que o meu desejo deseja
no teu corpo de águas claras. . .

- São duas ondas redondas
que espraiam contra o meu peito
quando em teu corpo perfeito
- no oceano - que é o nosso leito,
sou como um barco no mar...
Roubaste ao mar duas ondas
são duas ondas redondas
onde me vou naufragar...