Assassinatos no Norte do país provocam reação do governo federal
Cinco agricultores foram assassinados na região Norte do país.A situação repercutiu no exterior e provocou reação em Brasília.
Até a última quinta-feira (2) já eram cinco os agricultores assassinados na região Norte do país. Essa situação do Brasil repercutiu no exterior e provocou uma reação do governo federal.
Na segunda-feira (30) foi criado um grupo de trabalho para coibir os crimes no campo. Uma reação às mortes ocorridas nas últimas semanas.
No Pará foram assassinados o casal José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, que eram líderes de um assentamento extrativista. No mesmo local, foi assassinado Heremilton Pereira dos Santos, mas a polícia descartou que os crimes tenham ligação.
Em Rondônia foi morto a tiros o líder da Associação dos Camponeses do Amazonas, o agricultor Adelino Ramos, conhecido como Dinho. Foi preso como suspeito pelo assassinato, Ozéas Vicente Carvalho, reconhecido na cena do crime.
Na quinta-feira (2), em Eldorado dos Carajás, no Pará, outro camponês foi assassinado, Marcos Gomes da Silva.
Em Brasília, mais uma reunião importante da semana, ocorreu entre a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a CPT, Comissão Pastoral da Terra. Foram divulgados números sobre as mortes no campo.
Segundo a Pastoral da Terra, no ano passado, 30 pessoas envolvidas em conflitos foram assassinadas no país, a grande maioria vivia nas regiões Norte e Nordeste. Do total de mortes, 27 estavam ligadas a conflitos de terra e três a questões ambientais.
Nos últimos 30 anos, 1580 pessoas foram assassinadas em conflitos. Neste período, somente 21 mandantes e 73 executores foram condenados. Apenas um está preso, o assassino da missionária Dorothy Stang, morta em 2005 por proteger a floresta amazônica.
A secretária nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que o caminho para reduzir os conflitos agrários é aumentar a punição.
A Pastoral da Terra tem uma lista com nomes de pessoas ameaçadas de morte. De 2000 a 2010, elas são 1.855 pessoas.