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5 de jun. de 2011

Assassinatos de agricultores põe o governo em estado de alerta

Assassinatos no Norte do país provocam reação do governo federal

Cinco agricultores foram assassinados na região Norte do país.
A situação repercutiu no exterior e provocou reação em Brasília.

Do Globo Rural

Quem são as pessoas que estão encomendando as orelhas dos agricultores assassinados no Pará? Dos cinco agricultores assassinados nos últimos dias na Amazônia, dois deles tiveram as orelhas cortadas: José Cláudio da Silva, assassinado em 24 de maio e no dia dois de junho, Marcos Gomes da Silva.
Até a última quinta-feira (2) já eram cinco os agricultores assassinados na região Norte do país. Essa situação do Brasil repercutiu no exterior e provocou uma reação do governo federal.
Na segunda-feira (30) foi criado um grupo de trabalho para coibir os crimes no campo. Uma reação às mortes ocorridas nas últimas semanas.
No Pará foram assassinados o casal José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, que eram líderes de um assentamento extrativista. No mesmo local, foi assassinado Heremilton Pereira dos Santos, mas a polícia descartou que os crimes tenham ligação.
Em Rondônia foi morto a tiros o líder da Associação dos Camponeses do Amazonas, o agricultor Adelino Ramos, conhecido como Dinho. Foi preso como suspeito pelo assassinato, Ozéas Vicente Carvalho, reconhecido na cena do crime.
Na quinta-feira (2), em Eldorado dos Carajás, no Pará, outro camponês foi assassinado, Marcos Gomes da Silva.
Em Brasília, mais uma reunião importante da semana, ocorreu entre a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a CPT, Comissão Pastoral da Terra. Foram divulgados números sobre as mortes no campo.
Segundo a Pastoral da Terra, no ano passado, 30 pessoas envolvidas em conflitos foram assassinadas no país, a grande maioria vivia nas regiões Norte e Nordeste. Do total de mortes, 27 estavam ligadas a conflitos de terra e três a questões ambientais.
Nos últimos 30 anos, 1580 pessoas foram assassinadas em conflitos. Neste período, somente 21 mandantes e 73 executores foram condenados. Apenas um está preso, o assassino da missionária Dorothy Stang, morta em 2005 por proteger a floresta amazônica.
A secretária nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que o caminho para reduzir os conflitos agrários é aumentar a punição.
A Pastoral da Terra tem uma lista com nomes de pessoas ameaçadas de morte. De 2000 a 2010, elas são 1.855 pessoas.