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9 de jun. de 2011

Conheça Fernando de Noronha






                        História de Fernando de Noronha


Carta náutica impressa em Paris - 1852


Muitas controvérsias marcam o descobrimento de Fernando de Noronha. O mapa de cantino, enviado em novembro de 1502 a Ercole d'Este, Duque de Ferrara, já indica o arquipélago como Ilha da Quaresma. Isto faz supor que o conhecimento da existência da ilha só poderia advir de expedições que por ela passaram em 1500, 1501 ou 1502, no tempo da quaresma. O Visconde de Santarém atribuiu a descoberta a Gaspar de Lemos, o comandante da nau de provisões da armada de Cabral, enviada de volta a Portugal em 1500 com a notícia de que fora achada a terra de Santa Cruz. A nau certamente não cruzou a região no período da quaresma, mas, depois de bordejar a costa brasileira cortando pau-brasil, poderia ter avistado o arquipélago a 24 de junho, justamente no dia de São João, cujo nome teria dado a ilha.





Brasão de Fernão de Loronha - Sec XV-XVI


Duarte Leite, após longa pesquisa, imputou a descoberta da ilha à expedição de 1501-1502, cujo comando atribuiu errôneamente a Fernão de Loronha. Para Jaime Cortesão, historiador português, nos anos de 1502-1503 teria vindo ao Brasil uma desconhecida expedição, mas da qual existem seguros vestígios. Ela explicaria questões relacionadas à citação da ilha em cartas geográficas do período. No comando da expedição estaria Fernão de Loronha, que em pessoa, iniciava o desbravamento da terra que arrendara para a exploração do pau-brasil. No curso desta viagem, teria descoberto Fernando de Noronha.

Opiniões divergentes à parte, o certo é que o primeiro a descrevê-la foi Américo Vespucci, ao participar da expedição de Gonçalo Coelho (1503-1504). Por decreto de 16 de fevereiro de 1504, D. Manuel I doou a Fernão de Loronha o arquipélago, sendo a primeira capitania hereditária do Brasil. O sistema só seria implantado no continente entre 1534 e 1536, quando D. João III criou nada menos que quatorze, ao longo da costa, distribuídas a doze donatários. Os descendentes de Loronha foram recebendo por decreto real o título de posse da ilha até o último, seu trineto, João Pereira Pestana em 1692.

Em 1534 o arquipélago de Fernando de Noronha foi invadido por ingleses; em 1556 até 1612, por franceses. No ano de 1612 aportou o missionário capuchinho Cláudio de Abbeville, que encontrou no local um português e dezessete índios de ambos os sexos, todos desterrados pelos moradores de Pernambuco.





Retomada da ilha em 1629 - Óleo de Wash Rodrigues


Em 1628, Noronha foi invadida pelos holandeses, desalojados dois anos depois pela expedição comandada por Rui Calaza Borges a mando de Mathias de Albuquerque em 14 de janeiro de 1630. Em nova investida, em 1635, os holandeses voltam a ocupar a ilha, sob o comando do almirante Cornelis Cornelizoon Jol, permanecendo por dezenove anos. Neste período, a ilha foi usada pelos holandeses como local de tratamento e convalescença de seus homens devido a doenças como o escorbuto e pela disenteria sanguínea, que atingiram um terço da tropa estacionada em Pernambuco. A ilha passa a chamar-se Pavônia, em homenagem a Michiel de Pauw, um dos diretores da Companhia das Índias Ocidentais. Em 1646 os holandeses constroem um fortim na elevação onde mais tarde seria erguido o Forte de Nossa Senhora dos Remédios.

Em 1696, carta régia de 7 de setembro, manda povoar, guarnecer a ilha com um destacamento, escolher os melhores locais para fortificar, para evitar as constantes invasões. Essa resolução não foi cumprida, continuando o território atlântico a mercê dos invasores.

Em 24 de setembro de 1700 a capitania de Fernando de Noronha reverte à coroa, tornando-se por carta régia, dependência da Capitania de Pernambuco. Achando-se despovoada e em completo abandono, foi a ilha ocupada em 1736 pelos franceses da Companhia Francesa das Índias Orientais, passando-se a chamar Isle Dauphine

No ano de 1737 o arquipélago foi definitivamente ocupado pelos portugueses, sendo os franceses expulsos por uma expedição vinda do Recife a mando do governador Henrique Luís Pereira Freire e comandada pelo tenente-coronel João Lobo de Lacerda, à frente de 250 praças, sem nehuma resistência. A fim de impedir novas investidas dos franceses, são construídos os fortes de Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio.

A igreja de N.S. dos Remédios, marco da nova povoação, foi concluída em 1772. Provavelmente nesta época, começaram a ser enviados para a ilha os primeiros presos, embora de forma ocasional. Essa destinação gerou medidas preventivas que vieram a alterar, profundamente, o meio ambiente insular, tanto com a destruição de grande parte de sua cobertura vegetal, derrubando-se árvores para evitar fugas e esconderijos de presos, como a introdução de espécies estranhas ao local, causando modificações de consequências visíveis até os nossos dias.

Em 1739 são construídos os fortes de São João Batista dos Dois Irmãos e São Joaquim do Sueste. Em 1755 por carta régia de 16 de agosto, Angola passou a contribuir com a quantia anual de 4.000$000, para cobrir as despesas do presídio de Fernando de Noronha, subsídio esse que durou até a véspera da proclamação da independência do Brasil. Em 1789, o governo português pretendeu instalar uma colônia agrícola na ilha, visando torná-la menos dispendiosa aos cofres reais, idéia essa que não foi aceita pelo então governador de Pernambuco D.Thomás José de Melo.

Em 1817, por ocasião da revolução republicana de Pernambuco, o governo provisório nomeou o capitão José de Barros Falcão de Lacerda para desmantelar as fortificações da ilha e levar de volta o destacamento e os sentenciados. Em 1822, assume o comando de Fernando de Noronha o coronel Luís de Moura Accioli. A ilha continua a ser dependência de Pernambuco, passando seus assuntos internos para o âmbito do Ministério da Guerra. Em 1865 é promulgado o regulamento para o presídio e em 1877 é transferida a administração e o custeio para o Ministério da Justiça. Em 1885 o imperador Pedro II assina decreto aprovando novo regulamento para o presídio.

Proclamada a república, convidado para ministro da justiça, o Barão de Lucena, exigiu uma condição para aceitar o cargo : que Fernando de Noronha voltasse ao domínio de Pernambuco. Assim sendo, em 1891 foi concretizada a restituição, na forma do decreto 1.371 de 14 de novembro.





Presos conduzindo visitantes p/embarque no porto em liteiras - 1939


Em 1897 o governo do Estado de Pernambuco toma posse definitiva do presídio de Fernando de Noronha, que passa a ser prisão estadual, permanecendo o arquipélago sob domínio pernambucano até o ano de 1938, quando foi vendido ao Ministério da Justiça, tendo o governo federal pago a título de compensação a quantia de Cr$ 2.000.000,00, transformando a ilha em presídio político e colônia correcional.





Dirigivel Zepellin, sobrevoando Fernando de Noronha em 1933


No começo do século XX, instalaram-se os ingleses para cooperação técnica em telegrafia (South American Company); depois vieram os franceses do cabo Francês e os italianos da Italcable. Em 1942, em plena 2a. guerra mundial, transformou-se em Território Federal, sendo os presos políticos e comuns transferidos para o presídio da ilha grande.





Bandeira do Território Federal de Fernando de Noronha


Em 1943, decreto federal dispõe sobre a administração da nova unidade da federação, que ficou a cargo do então Ministério da Guerra. Em 23 de agosto, assume o cargo o primeiro governador do Território Federal de Fernando de Noronha, o coronel Tristão de Alencar Araripe. Noronha foi administrada pelo Exército até 1981, pela Aeronáutica até 1986 e pelo Estado Maior das Forças Armadas até 1987. Deste tempo de administração militar, veio grande parte da infra-estrutura como aeroporto, estradas, escola, hospital etc. Acordos entre o governo brasileiro e os Estados Unidos foram feitos para a instalação de americanos no arquipélago de 1942 a 1945 (segunda guerra mundial) e de 1957 a 1962 (base de rastreamento de satélites), operada pela NASA.





Canhão instalado em 1942 , no alto, entre as baias dos Porcos e do Sancho


Em 1987 começa a administração civil, através do Ministério do Interior, sendo o único governo civil que o território conheceu, durando até 1988 quando por dispositivo constitucional o arquipélago foi reanexado ao Estado de Pernambuco. Agora como Distrito Estadual, tem seu destino gerido por um Administrador Geral, nomeado pelo Governador do Estado e referendado pela Assembléia Legislativa de PE.

Hoje Fernando de Noronha vive da exploração racional do turismo, dentro das limitações impostas pelo seu delicado ecossistema e da atividade pesqueira, esta em caráter artesanal e voltada para o consumo interno.

Além do interesse histórico mencionado anteriormente, o arquipélago foi alvo de atenção de vários cientistas que se dedicaram a estudar sua fauna, flora, geologia, geomorfologia, entre outros.Um dos primeiros trabalhos foi publicado há mais de 100 anos, por Pocock (1890). Posteriormente, Bjornberg (1954); Lopes e Alvarenga (1955); Almeida ( 1958); Paiva (1967) entre vários outros.

Em dezembro de 1995, foi promulgada a lei orgânica do arquipélago, sua constituição, ocorrendo em março de 1996 a primeira eleição para o Conselho Distrital, o fórum de representatividade da comunidade local junto ao poder público.

Informações Turísticas



O Arquipélago de Fernando de Noronha, com seu rico ecossistema e uma beleza natural estonteante, sempre despertou a atenção de povos de todas as partes do planeta, interessados em conhecer de perto esse verdadeiro oásis, que parece perdido em meio à imensidão azul. Através desse guia turístico virtual, tentaremos orientá-lo de modo a tornar o mais agradável possível sua futura estadia no Arquipélago.


Como Chegar


ATR42  da TRIP

Boeing 737 da Varig



( Os horários abaixo estão no fuso do local de partida )

 
Saídas de Recife


HORÁRIO EMPRESA VÔO DIAS
13:30 GOL 1708 Diário
12:15 TRIP 5430 Diário
13:50 TRIP 5518 Diário



Saídas de Natal


VÔO DIAS
11:10  ( TRIP ) Vôo 5514 Diário



Saídas de Noronha
DESTINO HORÁRIO EMPRESA VÔO DIAS
NATAL 16:50 TRIP 5515 Diário
RECIFE 16:00 GOL 1709 Diário
RECIFE 12:50 TRIP 5518 Diário
RECIFE 15:10 TRIP 5431 Diário


Reservas

GOL: 0300 115 2121 ( www.voegol.com.br )

TRIP: 0300 789 8747 ( www.voetrip.com.br )
AVIÕES PARTICULARES

Para quem possui avião particular, não há restrições de acesso. Os procedimentos são os mesmos de outros aeroportos porém, não há reabastecimento local.



Onde Ficar

Existem várias opções de hospedagem em Fernando de Noronha. Todas têm como característica principal a simplicidade. A ilha conta hoje com 100 pousadas, classificadas de acordo com suas instalações e estrutura de apoio ao turista, e um pequeno hotel. As reservas devem ser feitas com antecedência, principalmente para os meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro, além dos feriados prolongados. A Pousada da Morena, é uma das cinco mais bem estruturadas pousadas do arquipélago. Outras opções podem ser encontradas através do GUIA 4 RODAS e publicações similares ou clicando aqui.
Os locais de hospedagem do arquipélago trabalham na sua grande maioria no sistema de café da manhã, cobrando diárias por noite e por pessoa. Não há limite imposto no tempo de permanência na ilha, estando o mesmo vinculado ao pagamento da Taxa de Preservação Ambiental, no desembarque, sendo a mesma progressiva, aumentando na medida que se extende a permanência.
Como característica singular, todas as pousadas da ilha funcionam nas residências dos moradores, mais ou menos adaptadas a esse tipo de serviço, conforme as benfeitorias realizadas. O convívio familiar é um dos fatores mais marcantes da estada do turista, fazendo com que o mesmo se sinta em casa, na sua própria casa de praia.

Passeios e Programas

O contato com a natureza intocada é único, tornando inesquecíveis os momentos passados em perfeita comunhão com o meio ambiente. São oferecidas várias opções de passeios terrestres e marítimos, inclusive atividades subaquáticas, formando um conjunto que atrai um grande número de turistas brasileiros e estrangeiros.

OBS : As fotos minimizadas poderão ser visualizadas em maior tamanho na página IMAGENS Muitas são as opções de praias no arquipélago. Umas mais adequadas ao mergulho, outras ao banho, contemplação, surf etc. De forma geral, todas as praias localizadas no lado protegido da ilha principal são ideais para mergulhos e banhos na época compreendida entre os meses de abril e novembro, devido ao mar extremamente calmo. Nos demais meses, a mudança das condições do mar favorecem à prática do surf, com destaque para janeiro e fevereiro. A seguir, algumas dicas importantes para sua futura visita.
Air France

Air France
 

Localizada no extremo nordeste da ilha principal, ideal para contemplação e mergulhos. Tem-se uma espetacular visão das ilhas secundárias. No local, funciona o Espaço Cultural do Arquipélago, com cursos voltados para a iniciação artística de crianças. O nome Air France vem do uso do local na década de 30 pela empresa Aeropostale/Air France, como base de apoio aos vôos realizados sobre o atlântico.
Porto de Santo Antonio

Porto
 

Local de embarque/desembarque dos barcos que abastecem a ilha e dos passeios turísticos. Possui uma pequena praia de areia, com águas calmas. Destaque para o bonito pôr-do-sol e a observação do mergulho dos pássaros marinhos em busca de alimento. Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, fortes ondas (até 4 metros) tornam ideal a prática do surf.
Praia do Cachorro

Cachorro
 

Localizada no sítio histórico da Vila dos Remédios, apresenta, dependendo da época do ano, cobertura de areia ou pedras, devido ao movimento das marés. Também usada para a prática do surf.
Praia do Meio

Meio
 

Localizada junto à Praia do Cachorro, tem a forma de uma pequena baía. O acesso se dá pela Praia do Cachorro e pela Praia da Conceição, através de uma pequena e fácil trilha.
Praia da Conceição

Conceição
 

Uma das mais belas e extensas praias do arquipélago, é das mais freqüentadas pelos ilhéus e turistas. Ideal para a prática de surf (entre dezembro e fevereiro), para mergulho de apnéia (de março a novembro), banho e simples contemplação.Vale a pena apreciar seu pôr-do-sol. Possui alguns bares, abertos com certa regularidade.
Praia do Boldró

Boldró
 
Próxima à antiga base de rastreamento de satélites americana, tem as mesmas características de mar da Praia da Conceição, exceto quanto ao fundo, com mais predominância de corais. Atenção especial deve ser dada aos banhos no período entre dezembro e fevereiro, devido a fortes correntes submersas existentes. Sobre um local elevado, funciona o bar Mirante, em horários irregulares.

Praias do Americano, Bode, Cacimba do Padre

Americano/Bode/
Cacimba do Padre 

Três praias adjacentes, com acesso por terra e por mar na maré seca, ideais para a prática de surf entre dezembro e fevereiro além de banhos nos demais meses. Na Praia do Bode existe excelente local sombreado para descanso e lazer, sob árvores frondosas.
Baia dos Porcos

Baía dos Porcos
 

Um dos destaques de Fernando de Noronha, com acesso pela praia da Cacimba do Padre, principalmente com maré seca. Compõe-se de paisagens deslumbrantes. Localizada em frente ao Morro dos Dois Irmãos, (duas pequenas ilhas bem perto da praia), possui piscinas naturais e água de coloração variada.
Baia do Sancho

Baía do Sancho
 

Logo após a Baía dos Porcos, encontra-se a Baía do Sancho, outra praia de destaque entre tantas. Cercada por um paredão, tem acessos por escada fincada na rocha, por pequena trilha (aconselhável com guia local) e por mar. Praia de beleza inesquecível onde se pode apreciar ninhos de aves marinhas e praticar exelentes mergulhos dentro da baía. Local de parada dos barcos que fazem passeios turísticos, para mergulho e banho.
Baia dos Golfinhos

Baía dos Golfinhos
 

Área de preservação máxima, tem como único acesso uma trilha por onde se chega à beira do paredão. É ponto de observação da atividade dos golfinhos, principalmente em torno das 6 horas da manhã. Situada dentro do Parque Nacional Marinho, tem acesso proibido por mar, para proteger os golfinhos em seu habitat natural.
Praia do Leão

Praia do Leão
 

Localizada no lado sudeste da ilha, na opinião de muitos, tem a mais estonteante paisagem do Arquipélago. Principal local de desova das tartarugas marinhas, tem como outras atrações o tamanho (maior em extensão), piscinas e os esguichos, semelhantes a um geiser, resultantes da entrada de água sob pressão na maré enchente por debaixo dos corais e sua conseqüente expulsão sob pressão por pequenas aberturas. Melhores meses (dezembro a março).
Ponta das Caracas
Local rochoso, de acesso restrito. Do mirante tem-se uma bela visão da Praia do Leão e adjacências.

Baia do Sueste

Baía do Sueste
 

Praia mais calma de Fernando de Noronha, devido a sua conformação de baía fechada, tornando possível mergulhos e banhos em qualquer tipo de maré. Bela paisagem e rica fauna marinha. Junto, localiza-se o único mangue insular oceânico da América do Sul, com fauna própria. Há restrições de mergulhos em parte da baía, onde se situam alguns bancos de corais. Serviço de bar e lanches durante o dia (Lanchonete Tartarugão).
Piscinas da Atalaia

Praia da Atalaia 

Verdadeiro aquário natural, permite mergulhos em suas piscinas na maré seca. Extremamente rasas ( 80cm em média ), exibem uma variedade de fauna marinha deslumbrante. Acesso por trilha partindo da Vila do Trinta ou de carro pela estrada iniciada próximo ao aeroporto. Localizada em área do Parque Nacional Marinho, tem o número máximo de visitantes estipulado em trinta por dia.
Praia da Caieira

Praia da Caieira
 

Próxima ao porto, do lado oposto, tem um belo visual, sendo apreciada pelos ilhéus para a prática da pesca. Mais calma entre os meses de dezembro a março.
Buraco da Raquel

Buraco da Raquel
 

Grande conjunto de piscinas, interditadas à visitação, podem ser vistas de um mirante. Bem próxima do porto (lado oposto) e da Praia da Caieira. Permitida apenas à contemplação pelo mirante, sendo proibida a descida.
Outros Programas

Vários outros programas estão à disposição do visitante em Fernando de Noronha. Importante lembrar, que de uma maneira geral, a infra-estrutura voltada para o turismo ainda é carente, tendendo para um gradual aprimoramento.
O turismo ecológico é a vocação natural da ilha. As belezas intocadas, inesquecíveis e incomparáveis, contribuem para atenuar eventuais desconfortos, fazendo com que o espírito de aventura se espalhe no ar.
Atividades Submarinas
Dois tipos de mergulhos podem ser praticados em Fernando de Noronha: o mergulho autônomo, com cilindros e o mergulho livre (apnéia). A pesca submarina é completamente proibida. Para o mergulho autônomo existem 3 empresas locais, realizando dois tipos básicos: o batismo submarino e os mergulhos voltados para pessoas já com experiência anterior. Como opção existe ainda o mergulho de reboque, sendo o pioneiro o PLANASUB.

Passeios de Barco
Várias embarcações, com capacidade média de 20 passageiros, realizam passeios diários com saídas pela manhã e início da tarde do Porto de Santo Antônio, seguindo para as ilhas secundárias, Ponta da Sapata, passando pela Baía dos Golfinhos com parada na Baía do Sancho para banhos e mergulhos.

Passeios de Buggy
Embora algumas praias possam facilmente ser alcançadas a pé, é bem provável que haja necessidade de alugar um buggy para os deslocamentos pela ilha. Existem várias locadoras que alugam buggies para voçê mesmo dirigir. Para deslocamentos curtos, pode-se utilizar táxis. Este serviço é prestado pela NORTAX, uma cooperativa de bugueiros.

Caminhadas
Muitos locais do Arquipélago deixam de ser conhecidos, devido a seu difícil acesso. Praias exóticas, espremidas entre escarpas, cavernas, morros etc, são excelentes opções para caminhadas. Os melhores locais estão dentro da área do Parque Marinho de modo que a companhia de um fiscal é obrigatória e necessária. Recentemente foram inauguradas várias trilhas temáticas em projeto do Governo de PE em conjunto com o PED/Ministério do Meio Ambiente além das novas trilhas na área do Parque Nacional Marinho - PARNAMAR.

Outras Opções

Evite, dentro do possível, deslocar-se ao Arquipélago em períodos de alta estação, principalmente entre 3 de Janeiro a 28 de Fevereiro. Além do fluxo elevado de turistas, o mar normalmente neste período está bastante agitado.
O período ideal de visita é de 7 ou mais dias, possibilitando assim um maior aproveitamento. O custo da passagem aérea deve ser diluído em uma maior estada. Na chegada, é cobrada do visitante a Taxa de Preservação Ambiental, de acordo com tabela estabelecida pelo governo.
O sol em Fernando de Noronha sempre é muito forte portanto não esqueça de usar um protetor solar adequado à sua pele. A energia local é de 220v e funciona 24 horas. A água, captada da chuva, e prodiuzida por dessalinização da água do mar, é sempre racionada para se evitar colapsos. A ilha é servida por comunicações via satélite, com serviços DDD/DDI. Apenas o Banco Real dispõe de agência local, ligada por satélite a São Paulo e portanto capacitada a qualquer transação on line. Até o momento o banco não dispõe de carteira de câmbio. A partir de setembro de 1998, Noronha conta com serviços de telefonia celular (TIM, CLARO VIVO e OI). Alguns estabelecimentos comerciais ainda não aceitam cartôes de crédito. Recomendamos trazer cheques (aceitos em todo lugar) ou cash. O acesso a internet existe em algumas pousadas e cyber cafés.
O governo do arquipélago mantém em funcionamento uma rádio FM Stéreo Rádio Golfinho, na freqüência de 96.9 Mhz e seis canais de televisão ( Globo, SBT, Record, /TV Pernambuco/Canal 21, Bandeirantes e Cultura/SP ), utilizando os canais VHF 4, 6, 7, 9, 11 e 13.
Para os velejadores, que sempre visitam o arquipélago, existe uma pequena e ainda insuficiente estrutura no porto, incluindo banheiros e chuveiros. Toda embarcação de recreio, ao chegar, deve comunicar-se imediatamente com o controle portuário, através do canal 12 ou 16 de VHF marítimo, para instruções. Não é permitido o atracamento dentro do molhe de proteção, devendo todas as embarcações ficar atracadas ao largo, na parte externa. A administração cobra taxa de preservação para os tripulantes e passageiros, bem como taxa de ancoragem.



Meio Ambiente em Noronha




Apresentação




Fernando de Noronha é um arquipélago vulcânico isolado no Atlântico Equatorial Sul, sendo sua ilha principal a parte visível de uma cadeia de montanhas submersas (DORSAL MEDIANA DO ATLÂNTICO), situada nas coordenadas geográficas 03 51' sul e 32 25' oeste e distando aproximadamente 345 km do cabo de São Roque no estado do Rio Grande do Norte e 545 km de Recife, em Pernambuco. Constituído por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de natureza vulcânica, tem a ilha principal uma área de 18,4 km2 cujo maior eixo com cerca de 10 km, largura máxima de 3,5 km e perímetro de 60 km. A base dessa enorme formação vulcânica está a mais de 4.000 metros de profundidade. A ilha principal, cujo nome é o mesmo do arquipélago, constitui 91% da área total, destacando-se ainda as ilhas Rata, Sela Gineta, Cabeluda, São José e as ilhotas do Leão e da Viúva. Estudos realizados demonstram que a formação do arquipélago data de dois a doze milhões de anos.


Clima

O clima é tropical, com duas estações bem definidas: uma chuvosa, de janeiro a agosto, e uma seca no restante do ano. As maiores pluviosidades ocorrem de março a julho, com valores que podem atingir 193,5 mm em 24 horas. Os meses mais chuvosos são os de março e abril. O mês de outubro registra valores mínimos, onde a máxima precipitação em 24 horas não ultrapassa 9,0 mm. A temperatura média é de 25º C, com amplitude de 4,1º C, sendo os meses de janeiro, fevereiro e março os mais quentes. A umidade relativa do ar está em torno de 81,5 %, com pouca variação, em face das características da ilha. A insolação média anual é de 3.215 horas, com máxima em novembro e mínima em abril.


Vegetação Terrestre

A vegetação terrestre do arquipélago é bastante rasteira e arbustiva e composta de poucas espécies arbóreas, destacando-se representantes das famílias Nyctaginaceae, Bignoniaceae, Anacardiaceae, Rubiaceae e Euphorbiaceae. Existe uma grande quantidade de espécies arbustivas e herbáceas, principalmente invasoras. Dentre os arbustos, destacam-se o feijão bravo, Capparis cynophallophora e a burra leiteira, Sapium scleratum (endêmica), que produz um látex cáustico, capaz de provocar queimaduras graves no homem e nos animais. Entre as herbáceas, destacam-se as jitiranas Ipomea spp e Merremia spp., que são trepadeiras daninhas. Além dessas, foram introduzidas algumas árvores frutíferas como o mamoeiro, cajueiro, bananeira, tamarineiro, cajazeiro, goiabeira, gravioleira ... etc.

Várias espécies ornamentais também foram introduzidas, como a amendoeira Terminalia catappa, o flamboyant Tebebuia impectiginosa, caraiba e serratifolia, o jasmim manga Plumeria alba, o eucalipto, o coqueiro de praia, em pequena quantidade, e a carnaúba Copernica prunifera, representada por raros exemplares.



Vegetação Marinha



Se comparada à costa brasileira, a flora marinha de Fernando de Noronha não apresenta riqueza e diversidade de espécies. Este fato ressalta a peculiaridade do ecossistema marinho do arquipélago, onde poucas espécies conseguem adaptar-se. Talvez isto se deva à ausência de nutrientes básicos ao crescimento destas algas, já que correntes quentes empobrecidas de matéria orgânica sejam características de Fernando de Noronha.



Fauna Terrestre



A exemplo do que ocorre em outros sistemas insulares oceânicos, a fauna terrestre do Arquipélago de Fernando de Noronha mostra uma avifauna exuberante, muito mais rica do que grupos de vertebrados, tais como: anfíbios, répteis e mamíferos, representados por poucas espécies.



Trinta-réis (Gygis alba)

O arquipélago abriga as maiores colônias reprodutoras de aves entre as ilhas oceânicas do Atlântico Sul Tropical.



Mumbebo (Sula dactylatra)




Rabo de Junco (Phaethon aethereus)




Catraia (Fragata magnificans)

Dentre as espécies, destacam-se a viuvinha Anus minutis, que constrói os ninhos utilizando algas coletadas na superfície d'água, localizado-os sobre as árvores e escarpas da ilha principal e ilhas secundárias; a viuvinha grande Anus stolidus; o trinta-réis-de-manto-negro Sterna fuscata; a viuvinha branca Gygis alba, ave totalmente branca que põe seus ovos nas forquilhas dos galhos das árvores; os mumbebos Sula dactylatra, mumbebos marrons Sula leucogaster, mumbebos-de-patas-vermelhas Sula sula; a catraia Fragata magnificans; o rabo-de-junco de bico vermelho Phaethon aethereus (ambos caracterizados por apresentarem as penas do rabo extremamente longas).



SibitoVireo Gracilirostis & Cucuruta Elaenia Ridleyana

Nas matas, há algumas espécies terrestres; é o caso do sebito Vireo gracilirostis; a cocoruta Elainia spectabilis e a pomba avoante Zenaida auriculata noronha. Com relação aos répteis, há duas espécies de tartarugas: aruanã ou tartaruga verde Chelonia mydas, que utiliza o arquipélago como zona de reprodução e alimentação (herbívora) e indivíduos jovens de Eretmochelys imbricata que utilizam o arquipélago como zona de alimentação e crescimento. Existem ainda duas espécies de lagartos: mabuia Mabuya maculata (endêmica) e o teju Tupinambis teguxim, que foi introduzido para se alimentar de ratos, mas prefere outras presas como ovos e filhotes de aves e tartarugas.



Tartaruga (Eretmochelys imbricata)




Mabuya ( Mabuya maculata )




Fauna Marinha

O Arquipélago de Fernando de Noronha reúne sítios ecológicos específicos para uma fauna marinha exuberante, devido a sua posição geográfica distante do continente e bem no curso da Corrente Sul Equatorial, bem como quanto à natureza dos seus ambientes, fato comprovado em diversos trabalhos de pesquisa. Vários estudos ao longo dos anos levantaram as ocorrências de moluscos (168 famílias) , crustáceos (72 espécies), além de grande quantidade de peixes ornamentais residentes e cardumes migratórios sazonais.



Preservação do Meio Ambiente

Parque Nacional Marinho desde 1988, abrangendo aproximadamente 70% da área total do arquipélago e administrado pelo IBAMA, foi criado com o objetivo de preservar o ambiente marinho e terrestre. Neste sentido, projetos de pesquisa vem sendo desenvolvidos, tais como: levantamento das espécies de aves marinhas terrestres e migratórias; estudo sobre comportamento e reprodução do GOLFINHO ROTADOR stenella longirostris; ecologia e reprodução dos crustáceos do supra, médio e infra-litoral; pesquisa sobre tubarões; PROJETO TAMAR (tartarugas marinhas). Estes temas são apresentados aos turistas todas as noites no centro de visitantes do projeto, próximo à sede do IBAMA.



Golfinho rotador ( Stenella Longirostris)

Fernando de Noronha hoje é exemplo de preservação ambiental, em convívio direto com a atividade turística, esta de pequena escala, limitada a infra-estrutura existente. Ações permanentes executadas por ONG'S e Fundações, contribuem para o aprimoramento da política de conservação.