Pela manhã, ouvido a rádio BandNews, Vi um comentário de Ricardo Boechat sobre o uso de presidente ou presidenta para referir-se a nossa Dilma. O jornalista leu um texto atribuído a Professora Miriam Rita Moro Mine – Universidade Federal do Paraná que eu reproduzo aqui:
Texto que circula na internet com a suposta autoria (não confirmada)
"No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, à pessoa que preside é presidente, e não presidenta, independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela ardenta; se diz estudante, e não estudanta; se diz adolescente, e não adolescenta; se diz paciente, e não pacienta.
Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
- A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".
Na verdade esse texto é de autoria desconhecida, e foi atribuído falsamente a Miriam Rita Moro Mine, da Universidade Federal do Paraná. Veja abaixo o desmentido dela:
“Nunca escrevi absolutamente nada sobre a existência ou não da palavra presidenta. Meu nome está sendo usado indevidamente como autora de um texto que circula na internet e na imprensa.
Sou professora da Universidade Federal do Paraná – UFPR, Departamento de Hidráulica e Saneamento, graduada em Engenharia Civil e com pós-graduação em cursos de Engenharia (Mestrado e Doutorado) e professora de cursos de Engenharia na UFPR (ver meu Curriculum Lattes – www.cnpq.br – plataforma lattes)
Eu jamais escreveria um texto que não fosse da minha área de atuação."
Por minha vez, achei estranho desde a primeira vez que ouvi a referência a Dilma como Presidenta. Eu não sou professor de português. Aliás, eu preciso mesmo é voltar a estudar mais o português e apesar de saber que não é o meio mais adequado fui vasculhar na Internet sobre esse texto citado por Ricardo Boechat encontrei muitas vozes e provas de que "Presidenta" está correto e pode ser usada da mesma forma que presidente.
Textos de professores conhecidos como Paquale Cipro Neto e Sérgio Nogueira dizem que tanto presidente como presidenta são corretos e usam vários argumentos. Um deles que a palavra presidente se encontra indexada em vários dicionários da língua portuguesa como feminino de presidente.
Em conversas com algumas pessoas e em comentários em alguns sites, percebi até que existe também a nuance política, ou seja, quem é de oposição acha um absurdo, já quem admira e apoia o governo, acha correto e bonitinho. No final das contas é provável que isso não tenha nenhuma importância, no entanto, eu acho "presidenta" muito estranho e feio. Será que de fato eu sou mesmo é oposição?