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24 de jul. de 2011

A verdade sobre Medusa



Medusa , uma mulher injustiçada



Medusa. Quando ouvimos esse nome logo nos vem à mente serpentes em uma cabeça, um olhar sombrio e aterrorizante. Mas será que Medusa sempre foi isso? E se não foi, o que ela era antes?

Vamos agora nos aprofundar um pouco na mitologia grega, e descobrir as verdades sobre Medusa, a mulher. Medusa nem sempre foi aquele monstro que conhecemos até hoje. Ela já foi uma mulher muito bela, cativante, desejada por muitos, era considerada a mulher mais bela de toda a Grécia antiga. Mas, ela não podia se casar, nem poderia ter relacionamentos com ninguém, exceto a sua deusa, Atena. Ela era sacerdotisa do templo, e então tinha de ser virgem. Atena era deusa da guerra, ela era a deusa que protegia a cidade de Atenas. Seu templo de adoração era Paternon, que em grego significa lugar da virgem, Atena era uma deusa guerreira, e virgem que não se apegava aos prazeres do mundo terreno , como Zeus. O Paternon existe até hoje, e lá ficava a estatua da deusa, que media mais 12m de altura, e foi esculpida em marfim e ouro, uma das maravilhas do mundo antigo. E foi lá que aconteceu o drama de Medusa.

Medusa, por ser uma das mulheres mais belas de toda a Grécia, era desejada tanto pelos homens da terra, como pelos deuses. Um deus, que estava muito cativado por sua beleza, e não iria deixá-la escapar. Medusa estava no templo, então surge um homem, e a estupra, ali mesmo, dentro do templo de Atena, um sacrilégio. O deus que a violentou foi Posei Don, deus dos mares, ele era o grande poder masculino, ele controlava o mar as tormentas e os terremotos. Atena ficou furiosa com o que aconteceu, mas não com Posei Don, e sim com a Medusa. Pois ele era a divindade masculina, não surpreendia Atena que ele fizesse isso, ao seu olhar ela era a culpada.

Medusa ficou arrasada, pois perdeu sua virgindade e não podia mais se casar, e também não podia mais prestar serviços a Atena, a vitima torna-se então a acusada, e é punida rigorosamente, sendo transformada em um monstro. E de bela, ela é vira o pior de todos os monstros.

Sua transformação começa, ela começa a arranhar seu rosto até que ele rache, e fique seco, seu cabelo se transforma em ninho de serpentes venenosas. Seu rosto ficou muito parecido com o de um cadáver humano. Depois, ela passa pela ultima parte da transformação, o seu olhar terá o poder de petrificar qualquer um que se aproximar, depois disso, ela é banida, e se refugia em uma ilha solitária, onde só ela vivera por toda a eternidade, sem poder ver ninguém, e tudo continuará igual, esse era um castigo terrível, não poder desfrutar da presença de outras pessoas pela eternidade. E com esse poder, ela passaria a ser uma arma que todos queriam. Ela foi transformada em uma Gorgona, um monstro do mundo antigo que tinha feições de um cadáver, eles realmente eram cadáveres, suas características deixam isso claro, pele escamada, olhos esbugalhados, língua e dentes para fora, pele inchada. Mas isso era de fato inspirado na visão de um cadáver. Na Grécia antiga a visão da morte era coisa comum, hoje nós somos separados dos mortos muito rapidamente, pois temos pessoas que cuidam deles, mas no mundo antigo isso não existia, as pessoas viam por varias vezes os mortos se decompondo ali na sua frente, era uma coisa comum, a morte era muito próxima dos humanos.

Medusa, isolada naquela ilha começou a ser caçada, pois de algum modo a informação de que o poder petrificador de Medusa continuaria mesmo depois de sua cabeça arrancada, então vários guerreiros de todo o mediterrâneo queriam sua cabeça para usar como arma. Mas nenhum voltou para contar o que encontrou. A cada dia tudo o que mudava ao seu redor, era as pedras que aumentavam a quantidade a cada vez que um homem tentava matá-la. Muitos foram os guerreiros que se aventuraram para conseguir sua cabeça, mas apenas um conseguiu. Esse foi Perseu. Ele não queria apenas glória, ele queria proteger sua mãe.

· A história de Perseu começa em Argos, uma região do sul da Grécia. Essa região era governada pelo rei Acrísio, que tinha um problema em seu governo, não tinha filhos, não tinha um herdeiro homem. Mas Acrísio só tinha uma filha, Dânae, então Acrísio foi consultar uma profetisa para saber se ele teria um neto homem, para comandar o seu reino, mas ao invés de receber uma noticia de que sim ou não, ele recebeu uma péssima e arrasadora notícia, de que sim, ele teria um neto, e que ele o mataria. Acrísio logo tomou suas providencias. Acrísio só tinha uma filha, Dânae, e logo ele a trancou a filha em uma torre, para que ninguém pudesse acesa-la, e a deixou quase sem comida e água, foi o modo que ele achou para matá-la sem se sujar com seu sangue. Ele a largou lá, e ficou esperando a notícia da morte de sua filha, e ficou surpreso por nunca ter recebido essa notícia.

Algum tempo depois se viam luzes, e ruídos na torre. Acrísio foi ate lá pra conferir o que acontecia. Quando ele chegou se assustou plenamente com o que viu. Viu Dânae ainda viva, e segurando um bebê em seu colo. Mas como alguém pode acessar a torre?!

Algo muito estranho havia acontecido. De quem poderia ser esse filho? Danai contou para ele. O pai era nada mais nada menos que o rei dos deuses, Zeus.

Zeus para entrar na torre tomou forma de chuva de ouro, ele literalmente virou chuva, para que pudesse entrar na torre e amar Danai. Zeus viu Dânae lá de cima e se apaixonou por ela.

Acrísio, perguntou de quem era o filho, e sabendo que era de Zeus, decidiu não a matar, não com as próprias mãos, mas a colocou num barco e a jogou no mar, para que morresse logo. Danai e seu filho, foram parar numa ilha, chamada Sérifo, uma ilha que realmente existe, onde Perseu cresceu com sua mãe. Perseu cresceu forte e protetor da mãe, mas havia um problema em Sérifo, o rei dessa região queria se casar com sua mãe, Perseu obviamente não aceitaria, e fez de tudo para que ele não conseguisse. Então o ardiloso rei, numa manobra para conseguir casar-se com Dânae pediu para que todos seus súditos que lhe dessem um presente, que ele mesmo escolheu, um presente que Perseu não poderia dar, assim ele pediria sua mãe para casamento para compensar o presente que ele exigiu. Sabendo que Perseu era pobre, e que não pedia dar o presente, ele pediu sua mãe, que era uma mulher linda, apesar de já ter um filho homem, era muito jovem e bela. O rei de Sérifo queria muito tê-la, mas Perseu era um empecilho para realizar seu desejo.

Lembrando que Perseu é um semideus, pois é filho de Zeus com uma mortal. Esse conceito de semideus foi inventado para aproximar a imagem divina da humana, os gregos tinham essa característica, de aproximar o divino ao humano, isso é bem típico da sociedade grega.

Perseu disse para rei, que iria lhe dar um presente muito melhor do que ele havia pedido, ele daria para ele uma coisa que muitos homens morreram para conseguir, uma coisa que lhe daria poder ilimitado. A cabeça de Medusa.

Perseu saiu no dia seguinte em sua aventura que marcaria a história, e que começaria um novo império.

Perseu vai à caça da cabeça de medusa, para salvar sua mãe. Mas para isso ele precisaria das armas certas, não podia chegar com pau e uma pedra para matar Medusa, então ele fez uma coisa, rezou, e foi atendido, Zeus ouviu seus pedidos, e enviou um anjo, que lhe deu botas aladas, com isso Perseu podia ir para onde quisesse com rapidez. Mas não era o suficiente, ele precisa de mais armas. O anjo lhe deu um conselho para conseguir as armas mágicas, que ele procurasse as Ninfas. As Ninfas eram divindades femininas associadas aos elementos da natureza em que habitavam, elas portanto estavam na primavera, montanhas, no ar. Essas Ninfas eram um objeto de grande desejo sexual, daí o conceito de Ninfomania. Mas para ter as armas das Ninfas, ele teria que as encontrar, mas ninguém sabia onde elas estavam, a não serem três velhas irmãs, que viviam em lugar obscuro onde não havia luz, vida, e felicidade. As irmãs Graia, como eram chamadas no mito, eram muito esquisitas, não tinham olhos, havia apenas um olho para elas, o olho passava de mão em mão, para que cada uma enxergasse.

Perseu tinha que se aproximar delas, mas não podia chegar e perguntar, pois eram mulheres hostis. Então ele se aproximou escondido, e tomou o olho da mão de uma delas, e exigiu que elas contassem onde as Ninfas estavam. Elas ficaram se batendo procurando olho. Deve ter sido medonho.

Bom, elas disseram onde as ninfas se escondiam, no Estije, rio que separa o mundo dos vivos dos mortos, e ele foi a procura delas. Ele voou com suas botas aladas e, encontrou-as. Elas oferecem varias armas a ele. O escudo de Atena, a espada de Zeus e o elmo de Hades.

Agora ele tinha as armas suficientes para fazer o que tinha prometido, mas enquanto isso, o casamento de sua mãe era preparado, a contra gosto.

Perseu agora seguia para o encontro de Medusa, o ápice de sua aventura, pois se falhasse perderia perder sua vida, e sua mãe.

Perseu voou para a ilha sombria de Medusa. Bem armado, ele entrou no local de repouso do monstro, um local frio, sombrio, e cheio de estatuas de pedras dos homens que tentaram matá-la. Ele continuou entrando, mas não de frente, ele foi de costas, e apenas se orientava pelo reflexo do escudo. Ele foi adentrando, e quando ele viu seu alvo perto, deu um giro com a espada, e com um só golpe decepou Medusa. Havia terminado sua busca. Agora ele teria que correr contra o tempo para que sua mãe não se case, ele voou com a cabeça de Medusa num saco, e chegou bem na hora da cerimônia.

No meio da cerimônia Perseu chega e assusta o rei de Sérifo, e também seu avô, Acrísio, que estava lá para cerimônia. Perseu não agüentou aquela visão, seu avô, que quase havia matado ele e sua mãe, ali entregando-a para o casamento. Ele então levantou a cabeça de Medusa e disse: “Rei! Eis o seu presente.” Ele foi petrificado na mesma hora, mas não foi o único, Acrísio, seu avô, também olhou para Medusa e morreu.

Depois de salvar sua mãe, Perseu entregou a cabeça de Medusa em tributo a Atena. No final Medusa terminou onde começou: no templo de Atena. E a deusa ganha o poder da cabeça de Medusa, e sua imagem agora faz parte da armadura de Atena. Agora quem a castigou está com ela