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22 de mai. de 2012

500 milhas de indianápolis - Acidentes históricos


Em 1911, aconteceu a primeira edição de uma das mais tradicionais provas automobilísticas do mundo. Nos confins do estado americano de Indiana, numa pista oval de 2,5 milhas, as 500 Milhas de Indianapolis davam início à sua história gloriosa, com homens e máquinas que passaram à história das corridas de carro. Nomes como A.J. Foyt, Gaston Chevrolet, Rick Mears, Offenhauser, Miller, Jim Clark, Penske, entre pilotos e equipes, construíram a história da Indy 500, que oferece um desafio único para pilotos de todo o mundo.
500 Milhas de Indianápolis: Os acidentes mais espetaculares
É claro que para conseguir ter o rosto gravado no troféu BorgWarner e beber o leite no pódio após 200 voltas pela pista, os riscos são imensos. Mesmo nas primeiras corridas, onde as médias de velocidade nos parecem baixas (entre 120 e 160 km/h), tem que se ter em mente a inexistente segurança dos carros e pilotos: sem capacetes, sem macacões anti-chamas, sem cinto de segurança, os pilotos ainda tinham que lidar com um piso feito de pedras (depois, coberto com tijolos e posteriormente asfalto) e sem alambrado. Perder o controle do carro, naquela época, significava quase sempre graves acidentes com risco de morte.

Indy 500: acidentes históricos



Os avanços de segurança cresceram de forma geométrica nas últimas décadas no automobilismo de uma forma geral e a Fórmula Indy, com a sua tão famosa 500 Milhas de Indianapolis, não escapariam da regra. É claro que a velocidade também aumentou de forma assustadora e ainda hoje envolver-se num acidente a 360 km/h é um risco imenso, mesmo com muros macios, resgate quase que imediato e carros mais seguros. Diante desse dilema, diria até que os acidentes fazem parte do atrativo do automobilismo, pois o ser humano tem uma mórbida atração em presenciar um semelhante se estabacando num muro, dentro de um carro. Alguns desses acidentes ficaram para sempre gravados na mente dos fãs das 500 Milhas de Indianapolis. Não necessariamente por serem fatais, mas devido à plasticidade e circunstâncias envolvidas em alguns deles. Senão vejamos:




Bill Vukovich (1955): entre as centenas de acidentes ocorridos nos primórdios da Indy 500, esse retrata bem em vídeo como a coisa era precária naquela época. Bicampeão da prova, o piloto Bill Vukovich envolveu num acidente com outros 3 carros na reta oposta do circuito. Seu carro foi catapultado para fora da pista (sem alambrados na época), girou 4 vezes no ar e caiu de rodas pra cima, acabando por explodir e matando o piloto.


Eddie Sachs e Dave MacDonald (1964): na segunda volta da prova de 1964, o carro guiado pelo novato MacDonald perdeu o controle na curva 4, acertando o muro interno e causando uma explosão impressionante dos quase 300 litros de gasolina em seu tanque de combustível. Eddie Sachs, que vinha logo atrás, não conseguiu desviar da bola de fogo na qual se transformou o carro de MacDonald e o acertou em cheio, causando uma segunda explosão tão forte quanto a primeira. Outros cincos pilotos atravessaram o inferno da curva 4 sem grandes consequências, mas o acidente determinou o falecimento de Sachs e MacDonald e na interrupção, pela primeira vez na história, de uma Indy 500 por causa de um acidente.


Swede Savage (1973): outra vítima da curva 4. Savage vinha na segunda posição quando perdeu o controle do carro e bateu violentamente no muro interno da curva, capotando e explodindo logo em seguida. Por sorte, Savage conseguiu ser resgatado com vida para o hospital, mas morreu 33 dias depois de uma forma estúpida: infecção generalizada causada por uma transfusão de plasma contaminado.


Carro madrinha (1971): o carro madrinha escolhido para aquela edição foi um Dodge Challenger, dirigido por um dono de loja de carros da cidade de Indiana. Empolgado com uma relargada, ele entrou nos boxes a toda velocidade, perdeu o ponto de referência da frenagem e derrubou uma arquibancada cheia de fotógrafos. Por sorte, ninguém morreu devido a essa irresponsabilidade.


Kevin Kogan (1989): na quarta volta da corrida de 1989, o experiente Kevin Kogan bateu violentamente no muro interno e arrastou-se, com seu carro dividido em 2, por dezenas de metros pit adentro. Felizmente, Kogan contou com a solidariedade dos mecânicos de outras equipes, que prontamente o ajudaram a sair do carro sem consequências mais graves.


Al Unser Jr. (1989): a disputa eletrizante pela vitória entre o americano e o brasileiro Emerson Fittipaldi foi até as ultimas voltas. Um toque de rodas levou o americano ao muro, faltando apenas 2 voltas para a bandeirada e selando a primeira vitória de um piloto brasileiro no mítico circuito oval.


Mike Conway (2010): na prova vencida por Dario Franchitti, Mike Conway foi protagonista, na última volta, de um acidente horrível, onde seu carro foi projetado ao ar depois de um toque com o carro de Ryan Hunter-Reay. Destroçado em milhares de pedaços e com o cockpit separado do motor, as imagens do acidente fizeram o público temer pelo pior. Graças à segurança hoje existente nos carros e no circuito, tudo que o piloto inglês sofreu foi uma fratura na perna.


J.R. Hildebrand (2011): a festa americana estava preparada, com o roteiro perfeito: um piloto da casa, jovem e pilotando um carro patrocinado pela Guarda Nacional, estava a 500 metros da vitória histórica nas 500 Milhas de Indianapolis. Um erro de cálculo com um retardatário, um escorregão na parte suja da pista e um choque no muro deu a vitória de mão beijada para o britânico Dan Wheldon, nos metros finais da corrida. Um final eletrizante, com direito ao carro de Hildebrand cruzando a linha de chegada aos pedaços e à alegria incontida de Wheldon, naquela que seria sua última vitória na Fórmula Indy.

Indy 500: uma corrida única


As 500 Milhas é tudo isso. Risco, coragem, sorte e técnica se misturam para proporcionar aos 400 mil espectadores no autódromo e aos milhões que assistem pela televisão uma experiência esportiva única, diferente de tudo que existe no mundo. E espero, de verdade, que a aura mística desta corrida perdure por mais algumas dezenas de anos, como vem sendo desde 1911.