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20 de mai. de 2012

De tudo um pouco!... Um pouco de tudo!



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Crueldade com animais em troca de audiência


Num reality show na Austrália, os participantes foram acusados de pegar um rato e cozinhá-lo. Normal, correto? Tanto quanto desnecessário. E é aí que reside a crueldade do ato. As pessoas possuem um mínimo de humanidade. Por mais que comam carne disso ou daquilo, se recusam a ver e até a pensar em como aquela carne chegou ali. Mas, justiça seja feita, o mundo animal é assim mesmo e uns se alimentam da carne dos outros. Desculpem a falta de modéstia, mas os vegetarianos são pessoas que evoluíram para além deste mundo animal e não mais consomem carne, pois conhecem e tem acesso às alternativas igualmente nutritivas e menos prejudiciais aos animais e meio-ambiente.
Lembro que minha namorada denunciou para mim que no programa “No Limite” os participantes comeram ovo galado, que é quando o feto da ave já está bem desenvolvido. Além disso, comeram ainda peixe vivo e outras “coisas” (sim, coisas. Porque comida, aquilo não era). Isso é completa e desnecessariamente cruel. Uma coisa é o índio que abate animais para alimentação e vestuário. A outra é praticarem isso apenas por falta de criatividade, no afã de conseguirem um “desafio radical” e, assim, mais audiência.
Felizmente, as pessoas possuem algo que os produtores do “No Limite” não possuem: bom senso. E lá foram apelar à justiça para coibir a continuidade de tamanha crueldade e bestialidade desnecessária contra os animais. Felizmente, foram atendidos. O juiz Gustavo Henrique Cardozo Cavalcante decidiu proibir a gravação e exibição de qualquer episódio que envolva o uso de animais, sob pena de multa em caso de descumprimento. É triste ver que é necessário entrar na justiça para que as pessoas sejam impedidas de cometer abusos contra os animais.
Isso só mostra que a humanidade ainda não evoluiu. Os macacos de hoje e de ontem ainda pensam igual. Ainda se acham os donos do mundo e que tudo o que está aí foi feito para nos servir. Pobre do homem que pensa assim. Quantos pescadores hoje passam fome porque seus antepassados (ou eles mesmos) pescaram de forma predatória os peixes da sua região? E quantos transformaram a terra cultivável em areia? O homem sofre e deve sofrer para aprender. Mas seria bom que não precisasse ser assim...
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     O futebol é o espetáculo da selvageria


    Eu não gosto de futebol. Já admirei mais no passado quando jogava bola na rua, mas não mais. Hoje o espetáculo dá lugar à selvageria. E eu nem pretendo entrar no problema mais escancarado da questão, que é, o cara passa fome, é roubado na maior cara-de-pau pelos governantes que ele mesmo elegeu e sofre as dificuldades de um país injusto. Ainda assim ele não se rebela. Mas enfrenta a polícia e quem mais for por causa do time de futebol que perdeu.
    A questão que quero falar aqui é a da violência, da truculência de um animal selvagem, de um troglodita. Por exemplo, ao final de um jogo desta última rodada, um torcedor parte para cima de uma policial mulher para lhe dar um soco. Por que? Porque ela estava protegendo os árbitros ou os jogadores, o que nem faz diferença para este caso. Não vou falar da covardia que é bater em mulher, pois, trata-se de uma policial treinada para o tipo de situação. A questão é a bestialidade do ato em si, a falta de motivo.
    Na confusão, lá vai a polícia, plenamente dentro da razão e do dever de manter a ordem, dá pauladas, tiros de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e depois vem ainda os “pobres” torcedores, sangrando e aos prantos, denunciar a violência policial. Ora, que inversão mais absurda é essa? Vai por mim: a polícia nunca vai querer entrar em confronto com ninguém. Eles não estão lá para isso. Mas um bando de loucos, dignos de cadeia e uma bela paulada de cassetete, vem em massa para cima dos policiais como se quisessem descontar a raiva.
    Minha indignação e incapacidade de entender o que se passa na mente destes animais, começam pelo fato de que nem os policiais nem ninguém, senão o próprio time, têm culpa do fracasso. A outra questão é que não adianta brigar contra a polícia: você sempre vai perder. A outra é que o time perdendo ou ganhando talvez faça você mais triste ou feliz, mas certamente não vai mudar em nada sua vida. A outra questão é: o que um ponto de ônibus tem relacionado com o jogo? Nada, certo? Então, por que depredá-lo? Se a pessoa fica com “raivinha”, bate o pezinho, chora, faz dengo porque o timinho do coraçãozinho dela perdeu e decide descontar nos outros, é hora de entrar a polícia (porque essa gente não tem pai nem mãe) e dar uma bela surra para por cada um no seu devido lugar. Até, quem sabe, um dia estes acéfalos entenderem que... é só um jogo! E nem são eles quem jogam ou vivem daquilo! É só... uma grande ilusão! Gostosa, é verdade... mas só para quem sabe apreciar.

    Estudante de minissaia revela os hipócritas da UNIBAN


    Brasil. Milhares de estudantes se reúnem para se manifestar. O grito em uníssono reverbera por todo o campus, denotando a força e o tamanho da mobilização. Pessoas correm para chegar próximo ao foco da manifestação. Toda uma universidade pára a fim de participar do protesto. Mas... não foi contra o capitalismo... nem contra a ditadura... nem contra a corrupção... nem contra o aumento dos impostos... foi contra uma minissaia de uma estudante.
    Que tipo de moral os defensores dos bons costumes querem defender? A quem eles pretendem enganar? Você pode não gostar do jeito que uma pessoa se veste, ou dos trejeitos dela. Definitivamente, você pode odiá-la. Mas não precisa humilhá-la por ser diferente. O princípio da discriminação racial e social segue o mesmo padrão, diga-se de passagem.
    Uma estudante vai de minissaia para a sala de aula. Tudo bem. Quem nunca viu uma mulher de minissaia? Qual a diferença entre usar isso numa balada ou na sala de aula? Pode não ser o mais adequado, mas certamente não é reprovável. Agora, o ciúme e a inveja das colegas mulheres, possivelmente, eclodiram na forma de xingamentos e ostracismo. Afinal, por que rotular de puta uma garota baseada no que ela veste? É como chamar preto de bandido. A razão é pura e simples inveja, ciúmes e insegurança. E quando se tira a segurança de uma pessoa, ela precisará se segurar novamente em alguma coisa. “Se eu não sou bonita assim, não tenho corpo assim e nem coragem de usar minissaia assim para me mostrar, então ela não pode. Se pode, deve ser vulgar, puta”. Uma conclusão baseada em premissa alguma. É uma simples demonstração de mau-caráter, egoísmo e infantilidade.
    Vamos supor que uma estudante tenha a coragem de ir de biquíni à escola. Ora, vemos biquínis aos montes nas praias e nem por isso nos chama atenção, correto? Já numa escola, claro, o lugar e a ocasião são estranhos para este tipo de peça de roupa. Certamente, chamará atenção aquela pouca roupa. Mas... nós não passamos pelas areias da praia chamando as mulheres de biquínis ou mesmo fio-dental de... putas. Certamente que não. Então, onde está a verdadeira razão e lógica para definir uma mulher que use um biquíni (ou minissaia, como foi o caso) na escola de puta?
    E mesmo que fosse, quantos daqueles “digníssimos” rapazes que bradaram impropérios e obscenidades para a estudante, não freqüentam puteiros? Quantos não traem suas namoradas e até esposas? Quantos que, na verdade, estão até gostando de ver aquilo e, mesmo assim, se disfarçam de bons rapazes na vã tentativa de manter sua honra e dignidade?
    Pior mesmo foi ter que sair escoltada pela polícia para não ser agredida! Pronto! Recomendo a todos os virgens puritanos, alunos e alunas da UNIBAN a levarem terços, santinhos e, com a bíblia debaixo do braço, fazerem um arrastão nas praias do Brasil para salvarmos a dignidade e os bons costumes do povo brasileiro. Usem uma cruz de ferro para abrir a cabeça daquelas devassas prostitutas que atrevem a andar de biquíni na praia e dos cafajestes de sunga. Claro que, aos homens, lembrem-se de não descontarem dentro do banheiro trancado as fantasias que guardam dentro de si. E às meninas, nada de sexo antes do casamento, certo? Ou vocês, defensores da honra, não tem medo de um dia serem rotulados de cafajestes e putas?

    Menino de 11 anos foge de casa para pagar promessa

    Jeferson Aparecido de Amorim (11 ANOS!) voltou para casa na madrugada desta segunda-feira (19), após participar de uma missa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida e pagar a promessa. (..) O menino fugiu de casa na noite de sexta-feira (16). Sem que ninguém percebesse, ele entrou debaixo do veículo (ônibus) e se escondeu em cima do paralama. Foram mais de 9 horas de viagem e cerca de 550 km rodados. (Fonte: G1)
    Há notícias que falam por si só. E ainda querem mesmo defender o ensino religioso nas escolas? Não… sem ele já é ruim. Com ele, melhor é que não irá ficar.

     O ensino religioso do ponto de vista de um ateu humanista





    (Observem no vídeo acima o resultado de uma sociedade cegada pela religião. Pode ver sem medo. Com certeza, o vídeo não é para ser algo ruim. Afinal, foi feito de acordo com as leis e as vontades de deus. Ah sim, e reparem em como mais para o final, alguém tem a delicadeza de cobrir as partes íntimas do “recém-defunto”, tudo em nome da moral e bons costumes)
    E se você não puder ver o vídeo acima, que sejam as fotos abaixo. Não precisa ter aflição ou achar nojento. Tudo foi feito na maior das boas vontades, a fim de resguardar o islamismo (foto à esquerda) e o cristianismo (foto à direita, cortesia da Ku Klux Klan) e seus respectivos códigos morais e valores.
    Hafik é meu personagem fictício. Ele nasceu no Irã, país regido sob a lei islâmica. Hafik aprendeu desde cedo sobre Alah, seu profeta Maomé e seus ensinamentos religiosos registrados no Corão. Hafik é uma boa pessoa, cresce, se casa e forma uma família. Um bom pai, mas não tão bom marido assim. Sua mulher, relegada à condição de... ser “mulher”, não tem a atenção que deseja de seu marido. Algum tempo depois, descobre-se que ela o traiu com outro homem, que a respeitava e a amava de verdade. A sentença para sua decisão de querer ser mais amada: a morte por apedrejamento. Hafik, desde sempre doutrinado assim, está lá no dia e atira a primeira pedra em sua mulher, atingindo o olho e entrando no globo ocular. Depois dele, uma saraivada de pedras abre cortes e traumatiza o corpo da mulher até que morra. Hafik acha que fez a coisa certa e dorme tranqüilo. E antes que eu prossiga, não pense que o cristianismo é menos cruel: só perdeu a liberdade para agir.
    Através de um amigo, fiquei sabendo que no dia 26 de Agosto deste ano a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de decreto legislativo 1736/2009, que basicamente propõe a volta do ensino religioso, de modo facultativo, no período de formação fundamental (que compreende de 1ª à 4ª série do 1º grau – antigamente chamado de primário). Com isto, o projeto foi enviado para o Senado votar e, caso seja aprovado, pode ser que tenhamos esta disciplina na grade muito em breve.
    Meu amigo e outros tantos defendem a idéia de que é necessário “ensinar” ou “passar” valores morais às crianças, de modo a reconduzir o homem a uma vida mais ética no longo prazo gerando, assim, um bem estar geral na nação. Mas o que deveremos ensinar? Será mesmo que num país recheado de religiosos proselitistas sedentos por evangelizar, iremos passar valores morais ou mera evangelização? E se forem valores morais, quais iremos escolher? Deveremos ensinar desde criança que homossexuais são aberrações, mulheres serviçais dos homens e que outras religiões são heresias? Ou será que ensinaremos “amai ao próximo como a ti mesmo”? De qual das diversas morais apresentadas na bíblia, lançaremos mão para ensinar nossas crianças?
    Vamos mostrar o deus cristão bonzinho que matou seu próprio filho (bonzinho ele, não?), ou o deus cristão moralista, racista, xenófobo, homofóbico do velho testamento, que mata crianças que riem da careca dos outros? E aí? Qual moral deveremos ensinar? Quem irá dizer qual é a melhor moral a ensinar, dentre dantas dispostas na bíblia? E quem poderá garantir que está será a melhor moral a ser transmitida? E depois, essa criança sairá da 4ª série. E vê seu pai traindo sua mulher, seus amigos roubando e usando drogas, suas amigas se vendendo para o amigo da turma com o carro mais bonito... ué... esperem... havia ensino religioso antes... então... cadê a moral e os bons costumes tão almejados pelos velhos assanhados da Santa Sé?
    Não existem. Nunca existiram. Sobre a religião não se constrói nada de bom. Nesta árvore doente só crescem ervas daninhas. Nunca houve momentos de paz ou de respeito às liberdades individuais quando os religiosos dominavam e difundiam sua cultura. Por exemplo, quando se fala em Inquisição, todos debocham e acham coisa do passado. Mas os valores, as idéias, as convicções e as pessoas para restabelecer todo aquele terror estão TODOS aí. Prontos para agir, disseminar sua fé e defender seu deus à ferro, fogo e sangue – literalmente. Minha liberdade em discordar desta lei estaria comprometida num país dominado por religiosos e este post jamais poderia ser escrito.
    O que há de bom na moral religiosa, qualquer que seja a religião? Nada. Pregar o extermínio dos diferentes e colocar uns adornos de anjinhos carinhosos de olhos azuis nos rodapés de livros tirânicos, não tem nada de bom. Por que ateus não se matam? Por que a população carcerária atéia é tão pequena, quase inexistente? De onde tiram a moral e a ética que os norteiam? A lei básica da ética e da moral foi estabelecida séculos antes de Cristo. Uma de suas versões é a “Lei de ouro” Confúcio, 500 a.C.): “Façam aos outros o que gostariam que lhes fizessem. Não façam aos outros o que não gostariam que lhes fizessem. Vocês só precisam desta lei. É a base de todo o resto”. Outro modo de dizer isto é: não há pecado, não há um deus que premie ou castigue, há conseqüências. Cada um deve suportar as conseqüências do que faz.
    Mas isso ainda deixaria muito espaço para interpretações maldosas deste princípio. Eis que iluministas e humanistas, indiferentes às igrejas corruptas e hipócritas, redigiram um texto que norteia boa parte do que consideramos “bom” para todos. Fizeram a “Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão”, que deu lugar à mais atual “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Isso não surgiu da mente de religiosos. Da mente dos religiosos, nascem o Index Librorium Proibitorium, o Malleus Maleficarum, nascem organizações como a Ku Klux Klan. Aliás, não há cristãos mais devotos do que os assassinos e racistas da Ku Klux Klan. Vocês acham que eles não foram doutrinados pela moral bíblica? Foram sim, podem apostar. Conhecem de cabo a rabo os ensinamentos do “senhor”.
    Hafik, nosso personagem inicial, também. Conhece toda a moral islâmica (da qual a cristã também compartilha muitos valores) direitinho. Então, por que ele apedrejou sua mulher? Porque quiseram ensinar o certo com através do caminho errado.
    Qual a alternativa para essa sociedade decadente e moralmente corrompida? Não sei. Tem sido assim por milhares de anos em todas as sociedades, independente de seus deuses e códigos morais. Agora, é ingenuidade achar que a igreja, aquela mesma que assou milhares no fogo da inquisição, irá resgatar esta moral que nunca existiu como um todo, apenas em poucas e evoluídas mentes (e que, nem sempre, eram religiosas).
    Para finalizar, uma frase que você jamais ouviria de um religioso:
    “Posso discordar de tudo aquilo que você diz, 
    mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo” - Voltaire

    A impossibilidade da tolerância religiosa


    Cerca de 80 mil se manifestam contra a intolerância religiosa no Rio de Janeiro. O movimento foi criado em 2008 quando uma série de atentados e decisões judiciais foram atribuídas ao preconceito religioso. Felizmente, não é por causa dos ateus que a marcha foi realizada. Em verdade, estamos preocupados com outras coisas, como ver TV, sair com os amigos, com namorada, etc. O problema é dos religiosos contra os religiosos. E por que, hein?
    Generalizando, toda religião é intrinsecamente xenófoba e preconceituosa. As duas maiores do mundo (cristã e islâmica) derivam de uma mesma fábula homofóbica, machista e sangrenta, cheia de contradições, dubiedades e aberta à infinitas interpretações. E são essas interpretações que dão margem às milhares de denominações cristãs, por exemplo. Para se ter idéia, David B. Berret, Todd Johnson, e Peter Crossing publicaram no International Bulletin of Missionary Research, que existem cerca de 39000 (trinta e nove mil!) denominações cristãs. Muitas partilham as mesmas idéias e convicções. Mas neste mundo segmentado, é de se esperar que diferentes grupos tenham interpretações diferentes e mesmo antagônicas entre si.
    O pior de tudo é que a intolerância, no caso da religião, se origina de uma fonte legítima: a fé. Ou seja, eu acredito que podemos chutar imagens de adoração, porque minha interpretação das escrituras diz que o culto à imagem é herético. Sérgio Von Helder, o pastor da Igreja Universal que em 1995 chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida (e que NÃO se converteu coisa nenhuma ao catolicismo) foi processado. Ué? E a tolerância para com a interpretação, crenças e fé do referido pastor?
    Em outro episódio, o pastor Tupirani da Hora Lores (que foi preso e sua prisão comemorada pelos organizados da marcha pela “tolerância”), líder da Igreja Geração de Jesus Cristo, no Morro do Pinto, aprovou a idéia de Afonso Henrique Alves Lobato, um dos seus seguidores, que postou na internet um vídeo ofensivo contra as religiões afros, os pais-de-santo e a polícia. Ora, eu nem preciso ler a bíblia profundamente para lembrar que o piedoso e generoso deus abraâmico é radicalmente contra a adoração de outros deuses. Logo, na verdade, o pastor está correto em sua interpretação. O jovem fez aquilo que ele acredita ser o correto (na verdade, segundo a bíblia, está mesmo).
    Em 2008, um clérigo armênio afirmou que os monges gregos tentaram colocar um de seus monges dentro da Edícula, uma estrutura antiga que encerraria a tumba de Jesus dentro da Basílica do Santo Sepulcro, local onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo foi crucificado e sepultado. Resultado? Uma pancadaria com direito a chutes, socos e sangue escorrendo pelas caras, que só foi contida pela polícia israelense. Onde reside a tolerância?
    Correntes rivais, mulçumanos xiitas e sunitas se matam e se ofendem apenas porque não concordam sobre quem devia ter sucedido Maomé na ocasião da morte (desculpe, da ascensão aos céus) do profeta.
    Como se vê, a religião não vem aqui para unir. Ela está aqui para separar, segregar, conquistar e eliminar denominações diferentes. Não porque assim mandam as sagradas escrituras. Mas porque o homem, sedento de poder de qualquer espécie, se vê na ânsia de dominar os diferentes e os mais fracos. A marcha celebra a danosa contradição imperceptível aos olhos dos ignorantes religiosos, mas clara como o sol para aqueles que não precisam dela para se religar, verdadeiramente, com um deus qualquer (não que existe algum, mas enfim). A espiritualidade é bonita, admito. A religião é peçonhenta, mesquinha, atrasada, retrógrada, preconceituosa, ludibriante. Enfim, as religiões são tudo aquilo que suas escrituras pregam como errado.
     

    Um robô não pode cuidar de uma pessoa doente


    Por mais que eu aprecie a tecnologia e os avanços científicos, há certas coisas que temo e outras que eu definitivamente não tolero. Os avanços em comunicações, por exemplo, não devem ser desculpas para que não nos vejamos mais pessoalmente, cara-a-cara, olho-no-olho. Vejo um futuro gélido e impessoal quando vejo que está sendo cada vez mais comum terminar relacionamentos através de telefones, emails ou até mesmo scraps no Orkut e mensagem no celular!
    Onde está a coragem e maturidade destas pessoas? Como podemos delegar às máquinas coisas que são estritamente de competência humana para fazer? Pois bem. Um robô batizado de "21" foi desenvolvido por pesquisadores e alunos da Universidade Waseda em Tóquio, no Japão, para realizar tarefas que auxiliem na recuperação de doentes. Ele pode desde dar apoio a um paciente que não sabe andar, até servir pequenas refeições. 
    Esta é uma área que posso falar por experiência própria, após 2 meses de internações em um hospital. Uma das coisas mais importantes para um doente é, justamente, a afetividade. Dos amigos, parentes e cônjuges. Como em casos menos graves nem sempre é possível ter alguém para cuidar de nós, esta tarefa fica a cargo de enfermeiras e auxiliares de enfermagem. O médico também tem seu papel humano nesta história, mas o cuidado mesmo será prestado pelo corpo de enfermagem.
    É muito confortante você, por exemplo, precisando se levantar para comer e ser praticamente impedido de fazê-lo por causa de dor e de repente vem um ser humano, lhe segura, troca aquela palavra de apoio (“Vamos lá! Eu te ajudo!”) e te coloca em posição para realizar uma simples refeição. É bom. A gente se sente amparado. No ambiente hostil e mórbido do hospital, esse breve gesto nos traz um conforto. Sentimos que tudo vai dar certo porque as pessoas estão ali nos ajudando e esperando que nós melhoremos. Eu mesmo conversei com várias enfermeiras e auxiliares que vinham tirar temperatura e pressão, explicando o porquê de eu estar ali. “Pode deixar que já já você sai daqui”, ou “Fica tranqüilo que vai dar tudo certo”.
    Há uma infinidade de coisas inerentes à natureza imprevisível e afetiva do ser humano que um robô jamais conseguirá substituir. Não adianta ele falar com o mesmo tom de voz de um humano, ou ter a mesma textura da pele humana ou ser mais solícito que uma enfermeira ocupada. Ele jamais terá o que podemos resumir como “calor humano”. Vá a um asilo carente e verá que os velhinhos não precisam de um robô para lhes ajudar a subir escadas ou dar refeições. Eles precisam mesmo é de um ouvido para escutar sua longa história de vida, seus desabafos da família que não vem vê-lo, etc.
    Qualquer tentativa de substituir o emotivo pelo prático, na minha opinião, é um retrocesso como sociedade. Ainda mais em tempos que estamos cada vez mais individualistas e isolados um do outro

    Conheça e entenda tudo sobre a Gripe Suína (Influenza/Gripe A)


    Vírus influenza A sob microscopia eletrônica (clique para ampliar)
    Durante a histeria coletiva propagada e criada pela mídia, resolvi me calar sobre a tal de Gripe Suína. Por quê? Simples. Nem mesmo os especialistas tinham muito o que dizer naquela época. Então, de onde os jornalistas inventaram meses e toneladas de matérias a respeito? Lugar nenhum. Repetiam as mesmas coisas de sempre, cada vez de uma forma mais assustadora, como se estivéssemos presenciando o fim da humanidade, para vender mais.
    Hoje, com muito mais informações apuradas e comprovadas a respeito, arrisco-me a compilar uma série de explicações a respeito desta gripe, porque ela não é grave assim, porque não precisamos nos preocupar tanto assim, enfim, mostrar que ela é uma gripe comum (e até mais branda). Diferente de outros posts, de forma a ser bem direto, decidi redigir este na forma de uma série de perguntas, para que você vá direto ao ponto que lhe interessa. Como de costume, os links com as fontes estão ao longo da matéria. Nada do que você lerá aqui foi inventado, e sim, compilado de sites médicos, especialistas, ou informações divulgadas para a imprensa pelos órgãos competentes. (clique aqui para ler o post completo)


    1-) O que é a gripe suína?


    É uma doença respiratória causada por uma variação do vírus influenza tipo A, conhecido como H1N1. O H1N1 é a mesma variedade de vírus que causa epidemias sazonais de gripe regularmente em humanos. Mas esta última versão do H1N1 é diferente: contem material genético que é encontrado, tipicamente, em variações do vírus que afetam humanos, aves e suínos.
    Vírus de gripe têm a habilidade de trocarem seus componentes genéticos entre eles, quando entram em contato próximo no mesmo hospedeiro. Neste caso, porcos podem ter fornecido o local ideal para criar a nova variedade do vírus (veja o local onde o vírus deve ter surgido – pergunta 7)
    Mas apesar da variedade do vírus poder ter se originado em porcos, agora a doença é totalmente humana e pode se propagar de pessoa para pessoa através de tosse e espirros.

    O vírus da gripe suína pode ter passado por anos de evolução e se multiplicando silenciosamente antes de aparecer e virar notícias de primeira página no mundo todo. 
    Conforme o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e Rebecca J. Garten que estudou muitas amostras da nova versão do vírus H1N1 e que com a análise, diz que ele não tem as características necessárias para virar um assassino planetário. (Fontes: BBC e G1)


    2-) Qual o perigo de um vírus diferente?



    O motivo para não sermos imunes ao influenza A depois de uma gripe é que o vírus muta muito. Dois fenômenos são importantes, o drift, onde o vírus acumula pequenas mutações nos genes H e N, suficientes para no ano seguinte nosso sistema imune não reconhecer o vírus. Mais importante (e mais frequente do que se imaginava) é o shift. O shift acontece quando dois influenza diferentes entram na mesma célula e ao saírem misturam seus cromossomos, e dos oito pedaços que levam, alguns são do vírus x e outros do y. Quando isso acontece, o vírus muda abruptamente e nosso sistema imune fica completamente despreparado. É o que faz com que vacinas falhem. Na verdade, existe um atraso entre coletar o vírus e produzir a vacina, de maneira que todo ano temos que estudar o vírus e tentar prever qual vai ser a forma mais importante na epidemia. Além do mais, o vírus pode se modificar e tornar-se mais letal. Mas esta é uma possibilidade remota. 
    As maiores epidemias recentes de gripe ocorreram quando houve rearranjo entre o vírus humano e o vírus aviário, como na gripe asiática de 1957 (H2N2) e Hong Kong 1968 (H3N2). o vírus da gripe espanhola, é H1N1 e aparentemente saltou direto dos patos para o ser humano, sem rearranjo. Quem intermedia o rearranjo, contraindo o vírus humano e aviário? Os porcos e galinhas. (Fontes: Biólogo Atila Iamarino)


    3-) Qual a letalidade do vírus da gripe? Qual a taxa de mortalidade de gripe suína?


    A Organização MNundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (22) um novo boletim sobre os casos da gripe suína no mundo. Segundo a agência da ONU, há hoje 52.160 casos da doença e 231 mortes - 51 a mais do que o último balanço divulgado na sexta-feira (19). Para efeito de comparação, uma gripe normal mata, só nos EUA, aproximadamente 30.000 pessoas.
    Ou seja, atualmente, a gripe normal tem um taxa de mortalidade menor que 0,1%. Este percentual é atingido dividindo-se o número de mortes pelo total de casos confirmados. Segundo a contagem mais recente (22/06/09), há 52.160 casos para 231 mortes. Logo, para a gripe suína temos uma taxa de mortalidade de apenas 0,004% (ou seja, até o momento, a gripe suína é TRINTA VEZEZ MENOS mortal que a gripe normal).
    Para efeito de comparação, a taxa de mortalidade da gripe aviária (esta sim, muito grave), passa dos 60%. A gripe espanhola, de 1918, era de 2%. O vírus ebola é um dos mais letais conhecidos, atingindo taxas de mortalidade de mais de 90%.
    O atual subtipo de gripe suína não possui diversos genes aos quais se atribui aumento de letalidade, incluindo aqueles capazes de codificar para duas proteínas conhecidas como PB1-F2 e NS-1, e outro que codifica para um trava-língua chamado “local de segmentação de hemaglutinina polibásica”. (Fontes: G1, G1, WSJ, MD Saúde)


    4-) Quais os sintomas da gripe suína?


    O quadro clínico da gripe suína é muito semelhante ao da gripe comum, com febre, dor de cabeça, tosse, dor de garganta, dores musculares. A única diferença é que pode ocorrer também diarréias e vômitos,o que é pouco comum na gripe simples. Nas crianças pequenas e nos idosos, grupo de risco para as complicações, os sintomas podem ser menos típicos, ocorrendo apenas febre e letargia. A febre é o sintoma mais importante para o diagnóstico. Se não há temperaturas maiores que 37,5C praticamente exclui-se o diagnóstico de gripe suína. (Fonte: MD Saúde)


    5-) Como tratar a gripe suína? Como funciona o tal do Tamiflu?


    Muitos doentes se recuperam sem nenhum medicamento específico. Combate-se os sintomas, mantêm-se em repouso e pronto. Para alguns outros, pode ser administrado o famoso “Tamiflu”. Mas para entender como funciona o tamiflu, precisamos saber como é feito um virus da gripe, o influenza.
    Existem 3 tipos de influenza, o vírus que causa a gripe, o A, B e C. O influenza A é o mais variável e que causa mais estragos todos anos. Ele tem 8 pedaços de RNA (RNA mesmo, não é DNA) dentro de uma cápsula. Duas proteínas deles são mais importantes para entendermos. Uma é chamada de Hemaglutinina, fica do lado de fora do vírus e serve para fazer contato com a célula. Como ela se liga em células, quando o colocam o vírus em uma gota de sangue, os glóbulos vermelhos ficam aglutinados (hemo aglutinina, hemaglutinina). A outra é a Neuraminidase, ela quebra os açúcares onde a hemaglutinina se liga para liberar os vírus recém formados.
    Como a hemaglutinina e a neuraminidase ficam para fora do vírus, são as proteínas mais reconhecidas por anticorpos e usadas nos testes de diagnóstico. Por isso as linhagens de influenza são nomeadas pelas letras HN, como H1N1, H3N2, de acordo com o tipo de cada uma.
    O principal ingrediente activo em Tamiflu, Oseltamivir, funciona ligando-se à enzima neuraminidase na superfície das partículas virais, impedindo-a de funcionar. Quando a enzima é impedida desta forma, novas partículas virais não serão libertadas pelas células infectadas. Isto previne que o vírus da gripe se propague e infecte novas células. Oseltamivir confina, deste modo, a infecção a uma área menor, fazendo com que os sintomas da infecção sejam menos graves e facilitando o trabalho do sistema imunitário para combater o vírus. Tamiflu reduz a duração da gripe em aproximadamente 1 dia a 1 dia e meio e diminui o risco de desenvolvimento de complicações originárias da gripe, como infecções do peito que necessitem de antibióticos. (Fontes: Biólogo Atila Iamarino, Meds4All)

    6-) Como o vírus se reproduz e como o sistema imunológico do corpo reage?


    Nesta animação acima, em inglês, podemos ver somo o vírus se espalha. Vejamos, você inspira ou traz o vírus para dentro do seu corpo de alguma forma (toca a boca, o nariz, com as mãos infectadas – daí a importância de se lavar e deste ser um dos modos mais eficientes de evitar de pegar o vírus). O vírus entra nos pulmões e começa a infectar célular. Para tal, o vírus “se gruda” nas células saudáveis e a usa para fabricar réplicas de si mesmo. Quando a célula saudável fica muito cheia de vírus, ela explode e todos aqueles novos vírus continuam se espalhando e infectando células vizinhas.
    Neste espaço de tempo, nosso corpo já percebeu que há um intruso e um batalhão de células-branca se dirigem ao local para combater o vírus. Inicia-se uma luta entre células de defesa e vírus. Macrófagos vêm em nossa defesa e fagocitam (englobam e “digerem”) o vírus. Após isso, o macrófago pega partes do vírus, chamadas antígenos, e informa outras células de defesa, as T-Helpers, sobre como identificar o vírus e ajudá-lo a matá-los.
    As células T-Helper se dividem em células T-Killer e células T-Helper de Memória. As células T-Killer reconhecem os antígenos do vírus em células infectadas e passam a destruí-las. As células T-Helper de Memória, se lembram do vírus por um bom tempo, de modo que o corpo consiga reconhecer rapidamente quando este vírus aparecer de novo no corpo.
    As células T-Helper ativam outras células de defesa, chamadas células “B”, ou linfócitos. Elas células se lembrarão do vírus e serão aquelas que irão produzir o tão famoso “anticorpo”, que é capaz de destruir alguns vírus ou de agrupá-los, de forma a facilitar o trabalho do macrófago (o verdadeiro exterminador de corpos estranhos). Após o vírus ser destruído, os anticorpos permanecem circulando no corpo por um bom tempo, o que permite que seu corpo destrua o vírus da próxima vez muito mais rapidamente, talvez, sem você nem perceber que foi infectado.
    Aliás, assim explica-se a vacina. A vacina nada mais é do que uma injeção de vírus que não podem se replicar. Ainda assim, o corpo irá combatê-los e tudo isso o que você viu (e leu) irá proceder. O corpo passará a reconhecer aquele vírus facilmente. Então, quando ele entrar no seu corpo, antes mesmo de conseguir infectar muitas células, como o corpo já o reconhece, ele será destruído rapidamente e você não ficará doente.
    No outro vídeo abaixo, podemos ver um macrófago em ação, “comendo” um invasor.

    7-) De onde surgiu o vírus da gripe suína? Onde a pandemia de gripe suína começou?


    A pandemia se iniciou em La Gloria, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das granjas Carroll, subsidiária da Smithfield Foods. O paciente zero foi o menino de 4 anos Edgar Hernandes, provavelmente seu organismo foi plataforma para a alteração do vírus que se tornou “mais humano”. Em dezembro do ano passado já havia sido constatada um gripe desconhecida que se espalhava rapidamente.
    Os moradores de La Gloria - muitos deles trabalhadores da Carroll - não têm duvida, o criatório de porcos que produz 1 milhão de porcos por ano. Segundo as informações as fezes e urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, de cor avermelhada, a céu aberto onde nuvens de moscas sobrevoam. Ao lado das lagunas de oxidação encontram-se os chamados biogestores, onde são jogados os porcos mortos por doenças ou ferimentos. A putrefação é uma fonte de contaminação e proliferação das moscas que, empurradas pelo vento, chegam até La Gloria e invadem as casas. Seriam elas os vetores iniciais do A(H1N1): teriam entrado em contato com os porcos e/ou dejetos e possivelmente infectado os alimentos nas casas.
    As granjas Carroll que haviam sido expulsas dos EUA por danos ambientais se alocou no México e além de poluir os lençóis freáticos da região (uma vez que fica acima no terreno) utiliza antibióticos, hormônios antivirais e sofrem alterações genéticas para aumentar a produção. Essas medidas tornam os vírus cada vez mais resistentes e qualquer mutação que favoreça a contaminação em seres humanos terá (e está tendo) serias conseqüências. (Fontes: Wikipedia, Vermelho)


    É um vírus novo e incomum. A maioria dos vírus da gripe possui dois elementos genéticos, mas o H1N1 possui quatro: dois tipos de gripe suína, um de gripe aviária e alguns genes humanos de gripe, disse o Dr. Neil O. Fishman, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Pensilvânia. O vírus também mostrou ser capaz de infectar rapidamente muitas pessoas, como fez numa escola no bairro do Queens, em Nova York.
    É um precedente histórico que alimenta a maior parte das preocupações atuais. Na pandemia de 1918 (gripe espanhola, que matou mais de 50 milhões de pessoas), o vírus era relativamente brando quando aparece pela primeira vez na primavera. Porém ele voltou com tudo durante o outono. “Isso é o que deixou muitos peritos assustados”, disse Fishman. “Quando ele retorna, existe a possibilidade de ser mais virulento."
    Há ainda um grande problema com as gripes. Facilmente transmissíveis, elas podem resultar numa alta taxa de morbidade, ou seja, as pessoas precisam ficar em casa ou nos hospitais para se recuperarem. Para as empresas, isso significa funcionário sem trabalhar e, conseqüentemente, menor produtividade e menos lucros. O problema financeiro também é muito sério, muitas vezes mais do que a mortalidade da doença em si, que é baixa. Vejamos alguns pontos:
    • Só a gripe causa para as Empresas, prejuízos de 3,5 bilhões de dólares anuais com faltas e internações de funcionários;
    • A vacinação contra a gripe resulta na economia de 50 dólares por funcionário ao ano pela diminuição do absenteísmo;
    • O Banco Mundial estimou em 2008 que uma pandemia de gripe poderia custar 3 trilhões de dólares e resultar numa queda de aproximadamente 5 pontos porcentuais no crescimento do PIB mundial. O Banco Mundial estimou que mais de 70 milhões de pessoas poderiam morrer no mundo em decorrência de uma epidemia séria;
    • O grupo independente de intelectuais australianos do Instituto Lowy de Política Internacional estimou em 2006 que no pior cenário, a epidemia de gripe poderia limar 4,4 trilhões de dólares da produção econômica global;
    • Dois relatórios nos Estados Unidos em 2005 estimaram que uma pandemia de gripe poderia causar uma séria recessão na economia norte-americana, com custos imediatos entre 500 e 675 bilhões de dólares;
    • Um estudo, do Serviço de Orçamento do Congresso, afirmou que hospitais teriam dificuldade em controlar infecções e que poderiam se tornar fontes de disseminação da doença;
    • Um segundo estudo da WBB Securities LLC de Nova Jersey prevê em um ano perdas econômicas de 488 milhões de dólares e um prejuízo econômico permanente de 1,4 trilhão de dólares à economia dos Estados Unidos;
    • Em 2003 o surto de gripe aviária afetou viagens, comércio e locais de trabalho e custou 40 bilhões de dólares à região da Ásia Pacífico. O surto durou seis meses e matou 775 das 8.000 pessoas infectadas em 25 países.
    (Fontes: G1, Vacine, Revista Exame)

    9-) A gripe suína pode matar? Como uma pessoa pode morrer de gripe?


    Na verdade, a gripe em si não causa tantas mortes. Vale lembrar, ainda, que mesmo no caso de gripe suína, os pacientes têm se recuperado sequer sem tomar medicamentos, apenas com repouso. Mas problemas secundários emergem quando o corpo fica debilitado e são estes quem causam mais mortes. Há ainda outro problema que se apresenta em corpos saudáveis onde, por incrível que pareça, um sistema imunológico forte pode acabar matando o enfermo. Vamos explicar.
    Segundo Michael Osterholm, diretor do Center for Infectious Disease Research And Policy, pessoas mais jovens e saudáveis podem morrer quando ocorre uma “tempestade de citocinas” no corpo. Citocinas são um extenso grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes. Aparentemente, o problema é esse. O sistema imune não responde corretamente ao vírus, e desencadeia uma inflamação exagerada dos pulmões, que ficam cheios de macrófagos, neutrófilos, incham e se enchem de fluídos (entenda como funciona a “batalha” entre células brancas e o vírus – pergunta 6). O paciente morre praticamente afogado.
    Num texto do Ecce Medicus, há uma explicação sobre as diversas complicações da gripe. Segue a íntegra do texto:

    1) Pneumonia -- A maior complicação da gripe é a pneumonia, que ocorre em grupos de risco como àqueles portadores de doenças crônicas. Os grupos de risco são:

    * Pacientes com doenças cardiovasculares e pulmonares 
    * Pacientes com diabetes mellitus, doença renal, hemoglobinopatias, ou imunossupressão de qualquer causa 
    * Pacientes institucionalizados (casas de repouso, penitenciárias, etc) 
    * Indivíduos acima de 50 anos

    Há dois tipos de pneumonia (principal causa de mortes secundárias): Primária e Secundária. Pode também haver a coexistência das duas infecções.
    Pneumonia Primária por Influenza -- Ocorre quando o vírus da influenza diretamente infecta o tecido pulmonar, causando um quadro inflamatório (chamado de pneumonite) muito grave (para um mecanismo de lesão pulmonar ver esse post). Febre alta, dispnéia, e progressão rápida para insuficiência respiratória são a regra.
    Pneumonia Secundária Bacteriana -- Como toda vó sabe, uma gripe mal-curada pode se "transformar" em uma pneumonia. A pneumonia bacteriana secundária a uma infecção prévia por vírus da influenza é responsável por 25% (em um estudo) de todas as mortes associadas à gripe [2]. Na verdade, há um sinergismo maléfico entre o vírus e o pneumococo (principal bactéria causadora da pneumonia - 48 % dos casos). O quadro clássico é a exacerbação da febre e dos sintomas respiratórios após uma melhora inicial, associado a tosse com expectoração muco-purulenta e alterações radiológicas.
    2) Miosite e rabdomiólise -- Esses termos referem-se a inflamação muscular e necrose (morte celular) da fibra muscular, respectivamente. É uma importante complicação da gripe, mais comum em crianças. As dores pelo corpo, que são chamadas de mialgias, são sintomas de inflamação muscular. Uma lesão muscular grave pode levar a insuficiência renal. Há relatos de que o músculo cardíaco também pode ser afetado assim como o pericárdio.
    3) Envolvimento do Sistema Nervoso Central -- Várias doenças do sistema nervoso podem estar associadas à infecção pelo vírus da gripe. Entretanto, uma relação causal ainda não foi totalmente estabelecida. Encefalite, mielite transversa, meningite assética, Sindrome de Guillain-Barré (uma paralisia progressiva) estão entre as possíveis doenças associadas.

    10-) Como prevenir a infecção pela gripe suína?


    Segundo o CDC, o uso de máscaras provê uma proteção muito limitada. Isso porque elas não foram feitas para isolar completamente o ar que é respirado. Um conjunto de recomendações é o que garante uma menor probabilidade de contrair a doença. Vejamos:
    • Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência em áreas afetadas;
    • Substituir as máscaras sempre que necessário;
    • Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável;
    • Evitar locais com aglomeração de pessoas;
    • Evitar o contato direto com pessoas doentes;
    • Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;
    • Evitar tocar olhos, nariz ou boca;
    • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar (entenda como lavar as mãos pode eliminar o vírus);
    • Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes 
      e roteiro de viagens recentes às áreas afetadas;
    • Não usar medicamentos sem orientação médica.