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18 de ago. de 2011

Homens-bomba: Como eles surgiram?



Os primeiros homens-bomba
O noticiário está cheio de episódios onde homens amarram explosivos ao próprio corpo, dirigem-se a alvos previamente escolhidos e se explodem, suicidando-se, matando centenas de pessoas e destruindo tudo ao redor. Pode parecer que essa discutível tática de guerra seja uma novidade macabra inventada pelos árabes, mas não é. Nos séculos XIV e XV a coisa já existia e era usada pelo exército do império turco-otomano. Os guerreiros suicidas eram chamados de “bashi-bazouks” e, segundo conta o historiador Márcio Scalércio (Universidade Cândido Mendes/RJ), se jogavam sobre fortificações e linhas de batalha de tropas inimigas.
homens-bomba
Mais tarde, os anarquistas da Rússia czarista, os kamikazes japoneses, durante a segunda guerra mundial e os guerrilheiros vietnamitas dos anos 50 também adotaram a tática.
Hoje
Nos tempos modernos, os homens-bomba foram usados pela primeira vez ma guerra ente o Irã e o Iraque, entre 1980 e 1988. Sob a “inspiração” dos iranianos, organizações radicais palestinas (Hamas, Jihad Islâmica e Brigada dos Mártires, p.ex.) usaram largamente os homens-bomba na guerra contra os israelenses. A maioria desses suicidas é formada por homens, mas já existem mulheres-bomba na Chechênia e no Sri Lanka.
Buuum!
Os terroristas usam uma espécie de cinturão ou colete com bolsos, onde são colocados cerca de nove quilos de um explosivo conhecido como C-4, quimicamente conhecido como ciclo-trimetileno-trinitramina, que tem uma consistência que lembra a argila. Pregos, pequenas esferas de ferro e cacos de vidro são misturados ao explosivo e, através da centelha de uma carga elétrica, a explosão é imediata, alcançando um raio de até 200 metros ao redor. Uma amarga ironia do destino é que esse explosivo é fabricado pelos EUA, que tanto lutam contra os terroristas. É o feitiço voltando-se contra o feiticeiro…
Psicologia de um homem-bomba
Pierre Rehov, cineasta francês, criador de vários documentários sobre os homens-bomba explica que os homens-bomba são pessoas sem qualquer educação que sofrem uma lavagem cerebral de tal ordem, que a única solução de suas vidas parece ser matar a si mesmos e outras pessoas, “em nome de Alá”. A religião islâmica diz que o céu é um lugar onde tudo é permitido e promete 72 virgens a cada um desses quase meninos (15- 25 anos), daí, morrer por Alá é muito vantajoso. Rehov conta: “A mãe de um homem-bomba morto me disse, orgulhosa: ‘Graças a Alá, meu filho morreu! ’. O filho dela tinha se tornado um homem-bomba, o que, para ela, era motivo de orgulho maior do que se ele tivesse se tornado um médico, um engenheiro ou um ganhador do Prêmio Nobel. É uma escala de valores invertida, são pessoas cujo único sonho é ser um “shahid” (homem-bomba) ou, no mínimo, parente de algum deles. Eles não levam em conta as pessoas que são assassinadas, enxergam somente os “impuros” que têm que destruir.”
Heróis ou loucos? Como dizia aquele seriado da TV, “você decide”…