EUA volta a ameaçar o Irã - Alex Jones alerta máximo para Terceira Guerra Mundial - Parte I
WASHINGTON e TEERÃ - Apesar da
tentativa iraniana de se distanciar das denúncias, o presidente Barack Obama
reforçou a condenação ao regime de Teerã, que para ele tem "participação
indiscutível" no plano terrorista para atacar alvos em Washington. Em sua
primeira manifestação sobre o caso, ele ameaçou nesta quinta-feira a imposição
de mais sanções e disse que "nenhuma opção está descartada" pela Casa
Branca.
- Isso é parte de um padrão de
comportamento perigoso e temerário do governo iraniano - afirmou Obama, em
entrevista coletiva. - Continuaremos a tentar aplicar as sanções mais severas e
a mobilizar a comunidade internacional para ter certeza de que o Irã está cada
vez mais isolado e que pagará um preço por esse comportamento.
Na terça-feira, o governo Obama acusou
explicitamente facções do regime iraniano de planejarem um complô para realizar
ataques em Washington - incluindo um para matar o embaixador saudita - e
indicou que os principais suspeitos têm laços com a Força Quds, unidade de
elite da Guarda Revolucionária.
Obama não entrou em detalhes de quem
seriam os membros do governo iraniano envolvidos no complô, mas disse que as
provas da cumplicidade de Teerã foram transmitidas aos aliados dos EUA.
O Departamento do Tesouro americano já
anunciou que leventará mais sanções contra o banco central do Irã para aumentar
o isolamento do regime Mahmoud Ahmadinejad, que nega envolvimento no plano.
O general iraniano Hossein Salami,
segundo no comando da Guarda Revolucionária, chamou nesta quinta-feira de
"ridículas e infundadas" as acusações americanas.
- As recorrentes falhas e frustrações
dos líderes americanos nas política internacional os levaram a fazer uma
tentativa de desviar a atenção da comunidade internacional do colapso do
sistema capitalista - afirmou Salami, citado pelo canal iraniano Press TV. -
Eles estão inventando disputas ridículas e infundadas para gerar rixas entre
muçulmanos.
A Força Quds e a Guarda Revolucionária
estão fora da zona de influência de Ahmadinejad. Líderes das duas organizações
vem inclusive atacando o presidente, alvo de uma recente onda críticas de
clérigos xiitas. A Guarda Revolucionária e o ministério da Inteligência
iraniano estão sob controle do aiatolá Khamenei, líder supremo iraniano.
Até investigadores
desconfiaram do plano
A trama que o governo dos EUA atribui a
dois iranianos causou desconfiança até entre os investigadores do caso. Segundo
o jornal "Washington Post", autoridades que revelaram o suposto
complô para assassinar o embaixador saudita, com ajuda de criminosos mexicanos,
admitiram ter dúvidas sobre o papel do Irã e, inicialmente, questionaram o
envolvimento do governo.
Menos de 24 horas depois de denunciar o
plano, o governo americano passou a maior parte da quarta-feira apresentando
supostas provas, não apenas para jornalistas, mas também para aliados
internacionais e membros do Congresso, afirma o "Post".
Em comunicados e ligações telefônicas,
autoridades dos EUA tentaram explicar como a Força Quds, unidade militar de
elite do Irã, terminou envolvendo um vendedor de carros usados e um cartel
mexicano num complô contra o embaixador da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, que
incluía a explosão de embaixadas em Washington e Buenos Aires.
Diplomatas ocidentais que foram
contactados em particular nas Nações Unidas, em Nova York, mostraram
preocupação com a possibilidade de que a duvidosa qualidade do plano motive
teorias conspiratórias. Um deles afirmou ao jornal que "todos ficaram
surpresos com o amadorismo" do complô.
Um dos acusados, Mansur Arbabsiar,
naturalizado americano, foi preso há duas semanas. O outro suspeito, Gholam
Shakuri, estaria no Irã, onde serviria na Força Quds. A trama foi descoberta
quando Arbabsiar entrou em contato com um homem que acreditava ser membro de um
cartel mexicano, mas era na verdade informante da agência americana de combate
às drogas.
Analistas também
duvidam de influência de Teerã
Além de terem sido rejeitadas pelo
governo do Irã, as acusações também não receberam crédito entre os iranianos.
Analistas afirmam que mesmo que o envolvimento dos dois suspeitos seja real, o
presidente Mahmoud Ahmadinejad e seu governo provavelmente não teriam relação com
o esquema.
A Força Quds e a Guarda Revolucionária,
que também teria ligação com o complô, estão fora da zona de influência de
Ahmadinejad. Líderes das duas organizações vem inclusive atacando o presidente,
alvo de uma recente onda críticas de clérigos xiitas. A Guarda Revolucionária e
o ministério da Inteligência iraniano estão sob controle do aiatolá Khamenei,
líder supremo iraniano.
Agora, apesar da pressão do Congresso
americano por medidas mais duras contra o Irã, analistas consideram que a
política dos EUA para o país não deve mudar. O governo Obama deve continuar
combinando um discurso duro, com ações mais comedidas.
Fonte da notícia: O Globo