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19 de ago. de 2011

Quer dizer que a culpa é do demônio? (e o drama continua...)



Este artigo é uma continuação (volume 2, poderíamos assim dizer) da postagem O drama alcoólico.
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          É tão fácil jogar a culpa de nossos comportamentos indesejados em alguém, especialmente se esse alguém pertencer ao mundo metafísico.



     Viajando para casa estas férias, me deparei novamente que tentei o tempo todo evitar: passar vergonha por algo que não cometi. Uma das minhas mães (pois é, tenho várias, mas este caso aconteceu com a MÁdrasta, carinhosamente chamada de mamãeou usurpadora), após vários conflitos vivenciados na família e na sociedade como a morte de seu pai, a ruptura com a igreja onde buscava forças, a companhia de pessoas de comportamento suspeito dentre outros fatores internos e externos, se entregou de corpo e alma à bebida. Detalhes do caso vocês encontrarão em O drama alcoólico.


Falando da vergonha: como vocês perceberam no artigo acima, as pessoas que emitem este tipo de comportamento (alcoólatra) costumam “pintar o sete”: urinam na roupa, vomitam espalhafatosamente, dançam pela rua afora, e coisas muito piores, como já aconteceram no meu caso. Fiquei sabendo por amigos da família que quando mamãe bebe, fica valente, enfrenta qualquer um com de faca na mão procurando briga fácil, emite palavrões nunca antes emitidos e faz uma bagunça da vida.
Agora chegamos ao ponto-chave do texto. Perguntada por que não largava a bebida, e voltava a freqüentar a igreja, mamãe respondeu:
− Você sabe que não sou eu quem vai pro bar, é o demônio que me leva. E a igreja é a mesma coisa: que demônio vai querer ir à igreja?



    Aí eu fico pensando: onde fica a responsabilidade do eu. Onde se encaixa a sua parcela de participação por se entregar a este estado degradante. Levando-se em conta que essa teoria seja verdadeira, onde é que se encaixa a força de vontade? Culpar o demônio por um comportamento qualquer é fácil, mas ficar inerte, apenas deixando o “demônio” agir certamente é a solução menos coerente a ser tomada.
Tendo observado os fatos, lanço uma pergunta: o que fazer quando uma pessoa acredita que uma força sobrenatural domina todas as suas atitudes (pensamento esse, reforçado por todas as pessoas ao seu redor:amigos, parentes e irmãos de igreja)?


   Que o demônio existe e age, não tenho dúvidas. Agora, prostrar-se e se entregar de graça, nas mãos do mesmo, é atitude de pessoas que não conseguem ou não querem lutar mais pela vida (a sua ou de sua família). Só querem esquecer da vida e se afundar num abismo escuro de solidão, onde reina a dor e o esquecimento, abismo esse, que se torna cada vez mais profundo e sem volta. 

Fonte: Peripécias psicológicas
Autorizado devido assinatura de atualizações! Sou grato ao proprietário do Peripécias psicológicas, com uma ressalva, qualquer matéria que aqui esteja publicada está a disposição do blog mencionado!