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25 de nov. de 2011

Câncer pode passar desapercebido por uma década


Hoje, são os exames de sangue que ajudam os médicos a identificar o câncer em pacientes, através da presença de substâncias que são produzidas por tumores que penetram na corrente sanguínea.
Porém, um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Stanford, EUA, indica que poderia levar uma década ou mesmo mais tempo para uma célula cancerosa se transformar em um tumor e começar a secretar quantidade suficiente destes biomarcadores para serem identificados em um exame.
Além disso, muitos biomarcadores feitos por células tumorais também são produzidos naturalmente em um corpo saudável. Por isso, pode levar anos antes que eles atinjam uma concentração alta o suficiente para causar preocupação.
Com tudo isso, um câncer pode passar não detectado por anos. Segundo especialistas, são necessários testes mais sensíveis para biomarcadores mais distintivos, a fim de fazer um diagnóstico mais precoce do câncer.
O estudo, o primeiro a conectar o tamanho de um tumor com o nível de biomarcadores que ele libera na corrente sanguínea, constatou que um tumor de ovário teria de atingir a dimensão de 1,7 bilhões de células antes de o melhor teste disponível poder detectá-lo.
Isso significa um tumor do tamanho de um cubo de 2 centímetros, presente no corpo entre 10 e 13 anos antes de altos níveis de seu biomarcador mais distinto tornarem-se anormalmente elevados.
A detecção precoce é vista como a chave para vencer a maioria dos tipos de câncer, com 90% dos pacientes com câncer ovariano, por exemplo, sobrevivendo se seu tumor é detectado numa fase precoce.
Mas mais de 80% dos pacientes não são diagnosticados até os estágios finais da doença, ponto no qual suas chances de viver por mais cinco anos são inferiores a três em cada dez.

Os pesquisadores construíram seu modelo calculando o quão rápido tumores crescem a partir de uma única célula, quanto de um
biomarcador é liberado de hora em hora e quanto biomarcador deve ser produzido para o tumor se destacar de níveis normais nos testes atuais.

Dois anos atrás, um estudo descobriu que os testes existentes para câncer de ovário eram incapazes de detectar tumores cedo o suficiente para alterar significativamente a taxa de mortalidade.
Detectar o câncer em um estágio inicial, quando o tratamento é mais provável de ser bem sucedido, é uma das formas mais promissoras de reduzir as mortes pela doença.
Os biomarcadores têm o potencial de oferecer uma forma simples e não invasiva de detectar câncer precoce, então os pesquisadores devem trabalhar duro para criar um teste confiável.
Modelos matemáticos como este desenvolvido na nova pesquisa, projetados para predizer os biomarcadores mais eficazes, poderiam ajudar a melhorar o sucesso de tais testes no futuro.


Fonte: Telegraph