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27 de nov. de 2011

A ruína é uma dádiva que nos leva a transformação



"A ruína é uma dádiva que nos leva à transformação..."

Essa frase não sai da minha cabeça, desde que assisti "Comer, rezar e amar". O filme nada mais é que uma grande lição de auto-ajuda, dirigido por Ryan Murphy, a cabeça pensante por trás de Nip Tuk e Glee. 
Feita essa ressalva, posso dizer que o filme cumpre bem o seu papel. A história é meio clichê, mulhermaduraquecansoudavidaedamesmiceeparteparaumabuscainterior, chega a ser cansativa em alguns momentos, mas a frase, ah essa frase não poderia ser mais verdadeira.
Bem, "Comer, rezar e amar" é o tipo de filme que não deve ser assistido pelos insensíveis de plantão, pois trata de uma busca, a busca por si mesmo, pelo seu lugar no mundo, por seu equilíbrio.
A frase com que iniciei o post, foi dita por um dos personagens e me fez pensar, pensar no quanto ela é verdadeira e real, no quanto isso realmente acontece. Quando estamos no topo do mundo, nos mantemos assim, sem lembrar dos outros, mas quando nos sentimos por baixo, procuramos de imediato alguém para que nos ajude a sair do buraco.
Apenas quando chegamos ao fundo do poço sentimos a necessidade de nos reinventarmos numa renovação balsâmica que na grande maioria das vezes nos trás a cura daquela ferida difícil de cicatrizar.
Se ainda não assistiram (o que acho difícil, visto as filas dos cinemas na época estarem dando mil voltas) procurem assistir.

Atualização: Havia escrito esse post há um bom tempo e não sei por que cargas d'água não o postei. 



Curiosidades sobre o filme


1) Crítica italiana desdenhou do filme

Apesar do filme, e também o livro, mostrar muitos pontos positivos da Itália, a imprensa italiana desdenhou da produção. O jornal diário La Stampa taxou o filme de kitsh. Já o crítico Curzio Maltese, do jornal romano La Repubblica, contou que a trama retrata os italianos de forma caricata, o que gerou uma onda de críticas negativas na imprensa italiana.

2) Troca de time deixou italianos furiosos
Pense em um livro, sucesso de vendas no mundo inteiro, que retratasse um dos personagens centrais como torcedor fanático do Corinthians. Porém, em um filme baseado na publicação, o mesmo personagem fosse mostrado como um torcedor palmeirense. Polêmico, não?

Foi exatamente isso o que aconteceu em Comer Rezar Amar. Os roteiristas do longa-metragem transformaram Luca Spaghetti, guia e amigo da protagonista, torcedor do Lazio, em um torcedor do Roma - times romanos rivais e que, segundo a autora, no próprio livro: "a rivalidade entre eles é capaz de dividir famílias e bairros felizes, transformando-os em zonas de guerras civil".

A mudança não agradou nem um pouco ao Luca Spaghetti da vida real, que acompanhou alguns dias de filmagens. Em entrevista para o jornal La Stampa, ele contou que chegou a reclamar para os produtores do filme. Mas, o máximo que ele conseguiu foi que o ator que o interpreta na trama, Giuseppe Gandini, usasse, por alguns instantes, um cachecol do Lazio.

E se você pensa que ele foi o único a não gostar da "pequena" alteração, engana-se. Foi até iniciada uma campanha na internet , chamada de "come, reze, ame e leia o livro, mas não vá ao cinema", criadas por torcedores do Lazio - é claro.

3) De Hollywood para Hinduísmo
Na Índia, durante as filmagens de Comer Rezar Amar, Julia Roberts se encantou com o hinduísmo e tornou-se praticante. A atriz, que nasceu em berço católico e batista, também incentivou a participação de toda a sua família - ela carregou os três filhos, Hazel, Phinnaeus e Henry, e também o marido, o cinegrafista Daniel Moder, em todas as celebrações que presenciou enquanto esteve no país.

4) O livro é um sucesso de vendas 

O livro que deu origem ao filme figurou na lista dos Mais Vendidos do conceituado jornal americano, The New York Times, por mais de um ano, além de ser eleito como um dos Cem Melhores Livros de 2006, também pelo veículo. A publicação foi traduzida em mais de 36 idiomas e até o início de 2010, teve mais de 4 milhões de exemplares vendidos. Nomes como Hillary Clinton e Elle MacPherson elogiaram o trabalho da jornalista.

5) Como ser brasileiro?

O ator espanhol Javier Bardem, par romântico de Roberts no filme - ele interpreta Felipe, o brasileiro com quem Gilbert se relaciona quando está em Bali -  pediu ajuda de amigo brasileiro para compor seu personagem. Durante entrevistas, Bardem afirmou que tentou evitar carregar no sotaque gringo e utilizar gestos e movimentos que fizesse de sua atuação o mais brasileira possível.

6) Cenários reais

Muitas cenas dos filme foram filmadas nos próprios locais descritos no livro. Como por exemplo, a produção filmou na verdadeira casa de Ketut Liyer, um personagem importante da sequência de Bali. De acordo com o diretor do filme, era importante para ele fazer jus aos lugares que Gilbert percorreu durante sua "aventura".

7) Presença constante da autora 

Ao contrário de muitas adaptações literárias para o cinema, Comer Rezar Amar contou com a participação da autora constantemente. Ela mesma garantiu que nenhum detalhe ficou sem sua aprovação, ou pelo menos, sem a sua opinião. Durante a escrita do roteiro, os roteiristas Ryan Murphy e Jennifer Salt trocaram diversos e-mails e telefonemas com Gilbert - que os auxiliou em cada momento.

8) Música brasileira no filme

Além de ter um personagem brasileiro, o filme conta também com canções brasileiras, fazendo uma "ponte" com a Bossa Nova. Músicas como Wave, de Tom Jobim, na voz de João Gilberto, e Samba da Canção, de Vinicius de Moraes e Baden Powell, cantado por Bebel Gilberto podem ser ouvidas no decorrer da história.

9) Fotografia feita por vencedor do Oscar

E para terminar, porém, não menos importante, a fotografia do filme - elogiada pela crítica mundial - foi realizada por Robert Richardson, vencedor do Oscar em 2005, por O Aviador.