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2 de nov. de 2011

Serpentes servem de modelos para novos tratamentos cardíacos



As serpentes têm má fama por serem criaturas escorregadias e de sangue frio, mas cientistas americanos anunciaram que algumas têm corações grandes que podem dar pistas para o tratamento de pessoas com doenças cardíacas.
Segundo estudo publicado na revista Science, o segredo do sucesso da píton birmanesa é a quantidade maciça de ácidos graxos que circulam em seu sangue após a refeição. Como conseqüência, o coração da cobra chega a aumentar até 40%. As pítons birmanesas são serpentes grandes, podem ter até oito metros e aguentam ficar sem comer por até um ano.
Cientistas da Universidade de Colorado, em Boulder (EUA), descobriram que enquanto a serpente começa a digerir sua presa, óleos naturais e gorduras denominadas triglicerídeos têm um pico mais de 50 vezes acima do nível normal. Mas a gordura não fica depositada no coração da serpente, devido à ativação de uma enzima chave, que protege seu grande órgão.
Os cientistas identificaram a composição química do sangue da píton depois de comer e injetaram plasma da cobra alimentada ou uma mistura produzida para ter o mesmo efeito nos répteis em jejum. Em seguida, os cientistas aplicaram o experimento em camundongos e descobriram que os roedores que tiveram injetado tanto o plasma da píton quanto a mistura de ácidos graxos demonstraram os mesmos resultados.
A cientista Cecilia Riquelme disse que o próximo passo é descobrir como a mistura funciona para que possa ser um dia adaptada para ser utilizada em pessoas.
Mas nem todo o crescimento cardíaco é bom. Condições como a cardiomiopatia hipertrófica, em que o músculo cardíaco fica mais espesso e pode causar morte repentina em atletas jovens, é um exemplo.