Naturalmente, uma realização deste calibre não passa pela produção sem algumas histórias interessantes para contar. Aqui estão algumas das melhores (cuidado com spoilers!).
10 – WILLIAM CASTLE
Hitchcock teve que fazer um grande esforço para manter o filme barato, como filmagens em preto e branco (ele também afirmou que o filme pareceria muito sangrento em cores) e usando o elenco de sua série de televisão, Alfred Hitchcock Presents.
9 – UM FILME PARA VOLTAR A CAIR
Em 1955, Hitchcock tentou adquirir os incrivelmente difíceis direitos do romance francês Celle qui n’était plus, antes de ser ultrapassado pelo diretor Henri-Georges Clouzot por questão de horas (que o transformou no filme Les Diaboliques).
Alguns acreditam que Psicose é a versão não oficial de Hitchcock do mesmo filme – e os dois são bastante semelhantes. Apesar disso, o diretor afirma que Psicose surgiu quando os seus planos para um filme estrelado por Audrey Hepburn falharam.
8 – A CENA DO CHUVEIRO
Todo mundo reconhece essa cena no momento em que a vê, acompanhada pela trilha de Bernard Herrmann apropriadamente chamada de Violinos Gritantes (“Screaming Violinos”).
É comum ouvir que Hitchcock usou água gelada para fazer Janet Leigh gritar, mas isso é mentira. A cena levou sete dias para ser concluída e a produção fez um grande esforço para manter a água quente para o seu conforto. Hitchcock também queria que a cena fosse acompanhada por um silêncio mortal, mas Hermann seguiu em frente e compôs de qualquer maneira. Felizmente, Hitchcock gostou e usou.
No fim das contas, a cena contém 70 cortes e dura apenas 45 segundos.
7 – ED GEIN
Sinta-se aliviado porque apenas alguns elementos do infame serial killer Ed Gein foram usados como exemplo para o protagonista Norman Bates, ou Psicose teria sido um filme muito mais sombrio. Bates é uma espécie de modelo de Gein, que é um dos psicopatas mais famosos da história, e traços de seu apego psicológico à sua mãe foram mantidos no filme. Mas não esqueça que algumas coisas foram deixadas de fora – coisas como roubo de cadáveres, decoração da casa com partes do corpo ou a criação de um terno feito de pele. Gein, mais tarde, ganhou vida em outro serial killer, Jame Gumb, de O Silêncio dos Inocentes.
6 – A CIDADE DOS MORTOS
Também conhecido como Hotel Horror, este filme de Christopher Lee é como um pedaço de uma coincidência. Além de ser lançado no mesmo ano, os dois filmes começam com uma jovem loira, que achamos que vai ficar presente durante toda a história. No meio do filme, elas param em um hotel isolado, antes de serem esfaqueadas até a morte. Apesar das semelhanças, as pessoas dizem que devido à jovem em A Cidade dos Mortos ser desconhecida, a cena não teve o mesmo efeito como a da atriz Janet Leigh sendo cruelmente assassinada.
5 – SAUL BASS
Assim como acontece em muitos dos filmes anteriores de Hitchcock, Saul Bass organizou a sequência do título. Neste filme, Hitchcock conseguiu dar a ele um papel maior, permitindo que ele roteirizasse a cena da morte do Detetive Arborgast. Porém, suas ideias para a sequência não vão tão bem e Hitch disse que não surpreendeu o público com uma morte inevitável. Anos mais tarde, Bass afirmou que ele também organizou e dirigiu a famosa sequência do chuveiro, apesar de muitos do elenco, incluindo Janet Leigh, afirmarem que suas afirmações eram falsas.
4 – O ELENCO
Anthony Perkins foi lançado mesmo com uma onda de protestos da Paramount, devido à sua juventude e seu rosto irreconhecível para o público. Janet Leigh foi escolhida para que o filme tivesse alguma estrela de qualidade. Vera Miles foi chamada porque saiu no meio das filmagens do filme anterior de Hitchcock, Vertigo, devido à gravidez. Uma das únicas escolhas de elenco que Hitch era contra foi John Gavin, cujo desempenho ele considerava como “tenso”. E, como de costume, ele deu a sua filha Patricia um pequeno papel também.
3 – DIFERENÇAS COM O LIVRO
No livro, Norman Bates era gordo, achatado e muito antipático, mas Hitchcock sempre disse que os melhores vilões do filme devem ser agradáveis e atraentes. Uma das outras diferenças visíveis é o fato de que o comportamento assassino de Norman não é o resultado de danos psíquicos ou físicos, mas apagões provocados por alcoolismo. Alguns outros fatos pequenos incluem o nome de Mary Crane alterado para Marion e a cabeça dela sendo cortada no chuveiro.2 – O BANHEIRO
Naqueles tempos, o público ficou chocado ao ver a descarga de um vaso sanitário sendo dada e este foi o primeiro filme a mostrar tal ato. O fato do vaso ser mostrado em close-up sendo “descarregado” foi considerado como imundo. No entanto, havia dois cartoons feitos em 1930 que também retratavam claramente os banheiros sendo liberados.
1 – TRUQUES DO PRÓPRIO HITCHCOCK
Possivelmente para garantir a “autenticidade” de um filme de baixo orçamento, Hitchcock surgiu com vários truques famosos para a divulgação do filme. O artifício mais famoso foi o de que ninguém poderia entrar na sessão depois que o filme já tivesse começado. Depois que o filme acabava, Hitch exigia que cada cinema garantisse que toda a plateia visse o filme direito, desde o início. Muitos desses cinemas eram enfeitados com Hitchcocks em tamanho natural apontando para o relógio, convencendo o público de que eles deveria.