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20 de out. de 2011

Morte de Kadafi não foi intencional e ocorreu em troca de tiros, diz premiê

                     
A comemoração em Brasília envolveu os funcionários da embaixada líbia e familiares


Trípoli - O primeiro-ministro líbio, Mahmoud Jibril, disse na sexta-feira (horário local), citando um relatório forense, que o líder líbio deposto Muammar Kadafi morreu de um ferimento a bala na cabeça quando foi atingido em fogo cruzado entre combatentes do governo interino e seus partidários após sua captura.
Foto de Muammar Kadafi é colocada no Fogo em Brasília "Kadafi foi retirado de uma tubulação de esgoto ... ele não mostrou qualquer resistência. Quando começamos a retirá-lo, ele foi atingido por uma bala no braço direito e quando eles o colocaram em um caminhão ele não tinha qualquer outro ferimento", afirmou Jibril em entrevista coletiva, lendo o relatório forense.


"Quando o caminhão estava em movimento, ele passou no fogo cruzado entre os rebeldes e as forças de Kadafi, quando ele foi atingido por uma bala na cabeça", disse Jibril ao ler o relatório.
"O médico legista não pôde dizer se (o tiro) veio dos rebeldes ou das forças de Kadafi", disse Jibril.
Kadafi estava vivo quando foi levado de Sirte, sua cidade natal e onde foi capturado, mas morreu poucos minutos antes de chegar ao hospital, declarou o primeiro-ministro.

Morte de Kadhafi põe fim à guerra civil na Líbia

Por Jay Deshmukh e Daphné Benoit

O coronel Muamar Kadhafi foi morto durante a batalha de Sirte, sua cidade natal e último reduto de suas forças, anunciaram as novas autoridades líbias, que agora poderão anunciar a libertação total da Líbia após oito meses de um conflito sangrento.
"Anunciamos ao mundo que Kadhafi morreu nas mãos dos revolucionários", declarou o porta-voz do Conselho Nacional de Transição (CNT), Abdel Hafez Ghoga. "É um momento histórico, é o fim da tirania e da ditadura. Kadhafi cumpriu seu destino", acrescentou.
Após divulgar a notícia esperada por tantos líbios, o CNT anunciou também que em breve, no mais tardar nesta sexta-feira, proclamará a libertação da Líbia.

"Felicito o povo líbio por este dia histórico e o convoco nesta ocasião para deixar de lado os rancores e a proclamar com uma só voz 'Líbia, Líbia, Líbia'", declarou o chefe executivo do organismo, Mahmud Jibril, acrescentando que posteriormente serão dados maiores detalhes sobre a morte do ex-ditador.
Enquanto milhares de líbios saíam às ruas de Benghazi, Misrata e Trípoli para festejar a morte de Kadhafi, com disparos para o ar, buzinaços e dançando de alegria, líderes ocidentais saudaram o fim da guerra na Líbia com a morte do ditador.
A AFP obteve e difundiu uma foto de Kadhafi, de 69 anos, tirada por um combatente e na qual se via seu rosto coberto de sangue. A imagem foi capturada com um celular.

"Kadhafi foi preso. Está gravemente ferido, mas ainda respira", declarou na ocasião Mohamed Leith, comandante das forças do novo regime à AFP.
Um vídeo difundido por televisões árabes posteriormente mostrou um Kadhafi ensanguentado e ainda com vida e caminhando, enquanto era levado aos empurrões pelos combatentes do novo regime que o prenderam aparentemente dentro de uma manilha.
Os milicianos cercavam o líder derrubado, que sangrava na cabeça, no rosto e nos ombros. Um combatente parecia apontar uma pistola contra a cabeça do ditador, segundo o vídeo difundido pela Al Jazeera e Al Arabia.
Kadhafi havia se refugiado em Sirte depois da queda de Trípoli em 23 de agosto, com suas últimas tropas leais, alguns de seus filhos e assessores.
Em sua cidade, Kadhafi, que governou a Líbia com mão de ferro durante 42 anos, resistiu durante mais de um mês.
A guerra civil de 8 meses, que contou com a ajuda-chave da Otan, cobrou mais de 25.000 vidas.
Um dos filhos de Kadhafi, Muatassim, também foi morto na mesma cidade, segundo Mohamed Leith, comandante das forças do novo regime.
"Nós o encontramos morto. Colocamos seu corpo, assim como o de (ex-ministro da Defesa) Abubakr Yunes Jaber em uma ambulância para levá-los para Misrata", acrescentou.
O líder do CNT, Jibril, informou que outro filho de Kadhafi, Saif al Islam, está cercado em uma aldeia próxima de Sirte.

"Ainda acontecem combates em Wadi al-Ater. Os revolucionários atacaram um comboio armado. Suspeitamos que Saif possa estar neste comboio", indicou, referindo-se à última figura do regime deposto, considerado herdeiro político de seu pai.
Seif al Islam é acusado de crimes contra a humanidade pela Corte Penal Internacional, que nesta quinta-feira voltou a insistir para que se entregue e enfrente a justiça.
Depois de dois messes de cerco, os homens fieis a Kadhafi se viram encurralados num bairro de Sirte, chamado Nº 2, de menos de 1 km2.
A cidade costeira foi devastada pelos combates que deixaram dezenas de mortos desde que foram lançados pelas tropas da CNT em 15 de setembro. Nenhum edifício ficou intacto, inúmeras ruas estão totalmente inundadas e as estradas, obstruídas.
O ministro francês da Defesa, Gérard Longuet, anunciou que aviões franceses identificaram e pararam o comboio em que viajava Kadhafi, mas esclareceu que este comboio não foi destruído pela intervenção francesa. Este comboio também teria sido atacado por um drone (avião sem piloto) americano, segundo o Pentágono.
Os principais líderes mundiais imediatamente expressaram seu desejo de que a morte do ex-homem forte líbio permita que a Líbia avence para um futuro pacífico e democrático.
O primeiro comentário a respeito da morte do ditador foi do chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, ex-aliado de Kadhafi.

"A guerra acabou. 'Sic transit gloria mundi' (Assim passa a glória do mundo)", comentou 'il Cavalieri', em latim.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou a morte de Kadhafi marca "o final de um capítulo longo e doloroso para os líbios", e pediu às novas autoridades de Trípoli que construam um país "democrático e tolerante".
"Os líbios têm, a partir de agora, a chance de poder determinar seu próprio destino em uma Líbia nova e democrática", declarou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por sua vez, disse que a notícia marca uma transição histórica para a Líbia.

"Vamos reconhecer que isto é apenas o princípio do fim. O caminho pela frente para a Líbia e seu povo será difícil e cheio de desafios. Agora é o momento para que todos os líbios se unam. Este é um momento de reconstrução e de cura, para a generosidade de espírito, não de vingança", disse o chefe da ONU.
Para o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a morte de Kadhafi põe fim a 42 anos de um reino de terror.

"A Líbia pôde pôr um ponto final em um longo e sombrio capítulo de sua história, e virar a página", enfatizou.
Já o presidente francês, Nicolas Sarkozy, um dos mais fervorosos patrocinadores da intervenção internacional na Líbia, saudou o "desaparecimento de Muamar Kadhafi como um grande passo na libertação da Líbia", enquanto o primeiro-ministro britânico David Cameron recordou as vítimas de Kadhafi, a quem classificou de "ditador brutal"