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3 de jan. de 2013

GUERRAS E RUMORES DE GUERRAS: Massacre no Daguestão

 Muitos já devem ter assistido este vídeo, muitos tentaram, mas, não conseguiram ir até o fim. Realmente, é tenebroso, agoniante, escutar a respiração direto da garganta de uma pessoa esgorjada.
Aqui vai, um resumo do que tratou-se e como ocorreu:

“Massacre de Daguestão"

O vídeo, que dura 16 minutos, consiste em 6 soldados russos brutalmente executados por uma tropa de terroristas chechenos. Os terroristas passaram por Temirbulatov, entraram em Dagestan com 200 homens. A vila estava protegida por apenas 13 soldados russos, dos quais 7 fugiram e 6 foram capturados. Um deles, que tentou fugir, foi baleado pelas costas e morreu. Todo o restante teve as gargantas cortadas com facas. Pouco tempo depois o grupo foi se dizimando, em confrontos futuros com outros soldados russos. Em resumo, todas as pessoas que aparecem nesse vídeo já estão mortas.”

Daguestão, não é um lugarzinho que você queira de repente, incluir num passeio com a família. Como eu adoro leitura, quero compartilhar com todos um texto retirado do blog Olho na Jihad:

DAGUESTÃO, O LOCAL MAIS EXPLOSIVO DA EUROPA!

No passado recente foi a Chechênia, mas hoje, a República do Daguestão, no mar Cáspio, é o local mais explosivo da Rússia  e da Europa. Quase que diariamente, o país registra ataques a bomba, tiroteios entre a polícia e militantes, relatos de tortura e de desaparecimentos. O Daguestão é uma república que faz parte da Federação Russa. A exemplo da Chechênia e de outras 19 repúblicas sob controle russo, a região é nominalmente autônoma, tendo sua própria Constituição e legislatura.

Bomba no balcão

Dois homens em roupas camufladas e empunhando rifles Kalashnikov entram em uma loja e mandam os clientes sair. Apavorado, o caixa cambaleia para fora, enquanto um dos homens coloca uma bomba no balcão e ajusta o cronômetro. Ele não se preocupa em esvaziar o caixa, ele somente sai pela porta.Segundo depois, a loja está repleta de fumaça. Ataques como este, registrados por câmeras de segurança de supermercados  nos quais combatentes islâmicos punem lojas que vendem bebidas alcoólicas -, tornaram-se eventos rotineiros na capital do Daguestão, Makhachkala. Os proprietários normalmente recebem um aviso antes, geralmente entregue por meio de uma mensagem de texto, em pen-drives jogados das janelas de carros ou em pacotes enviados pelo correio. Se eles ignoram os avisos, correm sério risco de serem atacados a tiros ou a bomba. Uma opção é concordar a pagar por proteção. ”Os combatentes gostam de se mostrar como muito devotos”, diz um tenente-coronel da polícia antiterrorista, identificado como “Bashir”. 

”Mas muitos são apenas criminosos cínicos que comandam esquemas de proteção.” Eu encontrei Bashir em um jogo de futebol, acompanhando uma partida do clube Anzhi Makhachkala, onde jogam o atacante camaronês Samuel Eto’o – considerado o jogador mais bem pago do mundo – e os brasileiros Roberto Carlos, Diego Tardelli, Jucilei e João Carlos. A atmosfera dentro do estádio era relaxada, até animada, com homens idosos mastigando sementes de girassol e crianças tremulando bandeiras, apesar do forte esquema de segurança do lado de fora. Depois do jogo, um sorridente Eto’o me disse que se sente orgulhoso de jogar no Daguestão – apesar de não passar muito tempo no país, seguindo diretamente para a segurança de Moscou depois de cada partida.

Puritanismo

No centro de Makhachkala, há policiais armados em praticamente toda esquina. Bashir me leva a um lugar onde dois carros-bomba recentemente mataram um policial e uma jovem garota, além de ferir mais 60 pessoas, entre policiais e cidadãos comuns. ”Quando nossos homens correram para o local da primeira explosão, ocorreu uma outra explosão, cerca de 12 vezes mais poderosa”, diz. ”Era uma armadilha. Eles queriam pegar o maior número de nós possível.” Ele me pede para não usar o seu nome verdadeiro, ou para fotografar o seu rosto. Autoridades do governo e policiais são os principais alvos dos cada vez mais violentos insurgentes islâmicos. Muitos policiais estão assustados demais para ir às ruas em seus uniformes. Os agentes que precisam parar e revistar carros frequentemente usam máscaras. Mas ao contrário de muitos de seus colegas, Bashir parece querer entender por que tantos jovens daguestaneses se uniram aos rebeldes e foram para a clandestinidade – algo chamado aqui de “ir para a floresta”. Na universidade, eu o observo ensinar a estudantes sobre os perigos de sites fundamentalistas. Bashir conta a eles a história de um jovem estudante de medicina que fez alguns supostos amigos online, e que depois o forçaram a instalar um carro-bomba. Um imã se une a Bashir, para pedir moderação e o cumprimento das leis russas. “Se um homem tiver somente educação secular, ele não terá coração – se ele tiver somente educação religiosa, ele será um fanático”, diz o imã. 

Muitos muçulmanos do Daguestão são adeptos do sufismo (um prática do Islã considerada mais “mística”), mas os jovens estão cada vez mais inclinados ao ramo salafista, que é menos místico, mais puritano e, principalmente, fora do controle do Estado – algo visto como um problema pelo Ministério do Interior.

Assassinato

Said Gereikhanov, o jovem imã da mesquita do vilarejo de Sovietskoye, três horas ao sul de Makhachkala, me conta sobre um dia no último mês de maio, quando dezenas de crentes salafistas foram detidos e agredidos pela polícia. Integrantes das forças de segurança à paisana invadiram a mesquita em botas enlameadas, durante as orações de sexta-feira, e mandaram que todos saíssem, segundo o imã. Do lado de fora, os fiéis se viram cercados de homens mascarados com armas, e toda a congregação de 150 pessoas, incluindo 15 meninos em idade escolar, foram levados a uma delegacia de polícia em uma cidade vizinha. A polícia então intimou o diretor da escola secundária do vilarejo, Sadikullah Akhmedov. 

Said diz que ficou chocado com o  tratamento brutal dispensado ao adolescentes – e com o fracasso de Akhmedov em interceder em seu favor. Ele me mostra fotografias de corpos feridos e de jovens com metade de suas barbas raspadas. Na noite de 9 de julho, dois meses depois das prisões na mesquita, houve mais um incidente grave – um que repercutiu fortemente na Rússia. Akhmedov foi morto a tiros por desconhecidos, em sua sala de estar. Na escola, ninguém quer falar sobre o assunto. A viúva, Djeramat, me diz não ter ideia das razões que teriam levado à morte de seu marido. Mas Said, o imã, diz que Akhmedov havia banido o hijab (véu islâmico) na escola, e tratava as alunas que os usavam “como se estivessem armadas”. Said acredita que somente os combatentes muçulmanos poderiam ser os responsáveis pelo assassinato do diretor de escola. “Você não pode fazer justiça com assassinatos. Eles só fazem as coisas piorar. Esta guerra já está durando 20 anos”, diz o imã.


Persuasão

Assim como Bashir, o vice-primeiro-ministro do Daguestão, Rizvan Kurbanov, que é responsável pela polícia e pela segurança, se mostra disposto a se dirigir à juventude descontente. Operando seu iPad, Kurbanov me mostra sua conta no Facebook. Ele diz que mais de 20 sites de temática extremista atuam no ciberespaço do Daguestão, e que o governo se viu obrigado a fazer uso das redes sociais para impedir que jovens sejam seduzidos pelos jihadistas online. 

”Nenhum lugar do mundo está livre do terrorismo. Hoje, o Cáucaso, incluindo o Daguestão, é de grande interesse para organizações terroristas, e elas tentam espalhar a inquietação por aqui”, diz. Um homem enérgico com um punhado de cabelos grisalhos, Kurbanov preside uma nova comissão para persuadir combatentes a deixar as armas e voltar para suas famílias. ”A comissão é como uma ponte entre uma pessoa que perdeu seu caminho, que foi enganada e está na ‘floresta’, e a sociedade. Ele pode caminhar por esta ponte e dizer que fez isto e aquilo, e pedir perdão.” Isto parece ser uma abordagem nova no norte do Cáucaso, onde táticas truculentas e a repressão têm sido a regra por muito tempo, com total apoio do Kremlin. Na vizinha Chechênia, forças leais ao presidente Ramzan Kadyrov foram acusadas de incendiar as casas de supostos militantes, deixando suas famílias desabrigadas. Kurbanov, por outro lado, pede aos pais que rastreiem seus filhos rebeldes e os tragam à mesa para que estes peçam por clemência. 

Até agora, no entanto, a comissão lidou somente com representantes menores da insurgência, e a leniência do governo só vai até aí, diz Kurbanov.”Aqueles que não entendem, aqueles que eu chamo de não-pessoas – porque, como animais, eles somente têm sede de sangue e querem lutar -, serão tratados rapidamente pelas agências de poder apropriadas.

Agora, já que chegaram até aqui,  vejam a execução dos 6 russos