Aqui vai, um resumo do que tratou-se e
como ocorreu:
“Massacre de Daguestão"
O vídeo, que dura 16 minutos, consiste
em 6 soldados russos brutalmente executados por uma tropa de terroristas
chechenos. Os terroristas passaram por Temirbulatov, entraram em Dagestan com
200 homens. A vila estava protegida por apenas 13 soldados russos, dos quais 7
fugiram e 6 foram capturados. Um deles, que tentou fugir, foi baleado pelas
costas e morreu. Todo o restante teve as gargantas cortadas com facas. Pouco
tempo depois o grupo foi se dizimando, em confrontos futuros com outros
soldados russos. Em resumo, todas as pessoas que aparecem nesse vídeo já estão
mortas.”
Daguestão, não é um lugarzinho que você
queira de repente, incluir num passeio com a família. Como eu adoro leitura,
quero compartilhar com todos um texto retirado do blog Olho na Jihad:
DAGUESTÃO, O LOCAL MAIS EXPLOSIVO DA EUROPA!
No passado recente foi a Chechênia, mas
hoje, a República do Daguestão, no mar Cáspio, é o local mais explosivo da
Rússia e da Europa. Quase que diariamente, o país registra ataques a
bomba, tiroteios entre a polícia e militantes, relatos de tortura e de
desaparecimentos. O Daguestão é uma república que faz parte da Federação
Russa. A exemplo da Chechênia e de outras 19 repúblicas sob controle
russo, a região é nominalmente autônoma, tendo sua própria Constituição e
legislatura.
Bomba
no balcão
Dois homens em roupas camufladas e
empunhando rifles Kalashnikov entram em uma loja e mandam os clientes sair.
Apavorado, o caixa cambaleia para fora, enquanto um dos homens coloca uma bomba
no balcão e ajusta o cronômetro. Ele não se preocupa em esvaziar o caixa,
ele somente sai pela porta.Segundo depois, a loja está repleta de
fumaça. Ataques como este, registrados por câmeras de segurança de
supermercados nos quais combatentes islâmicos punem lojas que vendem
bebidas alcoólicas -, tornaram-se eventos rotineiros na capital do Daguestão,
Makhachkala. Os proprietários normalmente recebem um aviso antes,
geralmente entregue por meio de uma mensagem de texto, em pen-drives jogados
das janelas de carros ou em pacotes enviados pelo correio. Se eles ignoram
os avisos, correm sério risco de serem atacados a tiros ou a bomba. Uma opção é
concordar a pagar por proteção. ”Os combatentes gostam de se mostrar como
muito devotos”, diz um tenente-coronel da polícia antiterrorista, identificado
como “Bashir”.
”Mas muitos são apenas criminosos cínicos que comandam
esquemas de proteção.” Eu encontrei Bashir em um jogo de futebol,
acompanhando uma partida do clube Anzhi Makhachkala, onde jogam o atacante
camaronês Samuel Eto’o – considerado o jogador mais bem pago do mundo – e os
brasileiros Roberto Carlos, Diego Tardelli, Jucilei e João Carlos. A
atmosfera dentro do estádio era relaxada, até animada, com homens idosos
mastigando sementes de girassol e crianças tremulando bandeiras, apesar do
forte esquema de segurança do lado de fora. Depois do jogo, um sorridente
Eto’o me disse que se sente orgulhoso de jogar no Daguestão – apesar de não
passar muito tempo no país, seguindo diretamente para a segurança de Moscou
depois de cada partida.
Puritanismo
No centro de Makhachkala, há policiais
armados em praticamente toda esquina. Bashir me leva a um lugar onde dois
carros-bomba recentemente mataram um policial e uma jovem garota, além de ferir
mais 60 pessoas, entre policiais e cidadãos comuns. ”Quando nossos homens
correram para o local da primeira explosão, ocorreu uma outra explosão, cerca
de 12 vezes mais poderosa”, diz. ”Era uma armadilha. Eles queriam pegar o
maior número de nós possível.” Ele me pede para não usar o seu nome
verdadeiro, ou para fotografar o seu rosto. Autoridades do governo e policiais
são os principais alvos dos cada vez mais violentos insurgentes
islâmicos. Muitos policiais estão assustados demais para ir às ruas em
seus uniformes. Os agentes que precisam parar e revistar carros frequentemente
usam máscaras. Mas ao contrário de muitos de seus colegas, Bashir parece
querer entender por que tantos jovens daguestaneses se uniram aos rebeldes e
foram para a clandestinidade – algo chamado aqui de “ir para a
floresta”. Na universidade, eu o observo ensinar a estudantes sobre os
perigos de sites fundamentalistas. Bashir conta a eles a história de um jovem
estudante de medicina que fez alguns supostos amigos online, e que depois o
forçaram a instalar um carro-bomba. Um imã se une a Bashir, para pedir
moderação e o cumprimento das leis russas. “Se um homem tiver somente educação
secular, ele não terá coração – se ele tiver somente educação religiosa, ele será
um fanático”, diz o imã.
Muitos muçulmanos do Daguestão são adeptos do
sufismo (um prática do Islã considerada mais “mística”), mas os jovens estão
cada vez mais inclinados ao ramo salafista, que é menos místico, mais puritano
e, principalmente, fora do controle do Estado – algo visto como um problema
pelo Ministério do Interior.
Assassinato
Said Gereikhanov, o jovem imã da
mesquita do vilarejo de Sovietskoye, três horas ao sul de Makhachkala, me conta
sobre um dia no último mês de maio, quando dezenas de crentes salafistas foram
detidos e agredidos pela polícia. Integrantes das forças de segurança à
paisana invadiram a mesquita em botas enlameadas, durante as orações de
sexta-feira, e mandaram que todos saíssem, segundo o imã. Do lado de fora,
os fiéis se viram cercados de homens mascarados com armas, e toda a congregação
de 150 pessoas, incluindo 15 meninos em idade escolar, foram levados a uma
delegacia de polícia em uma cidade vizinha. A polícia então intimou o
diretor da escola secundária do vilarejo, Sadikullah Akhmedov.
Said diz que
ficou chocado com o tratamento brutal dispensado ao adolescentes – e com
o fracasso de Akhmedov em interceder em seu favor. Ele me mostra
fotografias de corpos feridos e de jovens com metade de suas barbas raspadas. Na
noite de 9 de julho, dois meses depois das prisões na mesquita, houve mais um
incidente grave – um que repercutiu fortemente na Rússia. Akhmedov foi morto a
tiros por desconhecidos, em sua sala de estar. Na escola, ninguém quer
falar sobre o assunto. A viúva, Djeramat, me diz não ter ideia das razões que
teriam levado à morte de seu marido. Mas Said, o imã, diz que Akhmedov
havia banido o hijab (véu islâmico) na escola, e tratava as alunas que os
usavam “como se estivessem armadas”. Said acredita que somente os
combatentes muçulmanos poderiam ser os responsáveis pelo assassinato do
diretor de escola. “Você não pode fazer justiça com assassinatos. Eles só fazem
as coisas piorar. Esta guerra já está durando 20 anos”, diz o imã.
Persuasão
Assim como Bashir, o
vice-primeiro-ministro do Daguestão, Rizvan Kurbanov, que é responsável pela
polícia e pela segurança, se mostra disposto a se dirigir à juventude
descontente. Operando seu iPad, Kurbanov me mostra sua conta no Facebook.
Ele diz que mais de 20 sites de temática extremista atuam no ciberespaço do
Daguestão, e que o governo se viu obrigado a fazer uso das redes sociais para
impedir que jovens sejam seduzidos pelos jihadistas online.
”Nenhum lugar
do mundo está livre do terrorismo. Hoje, o Cáucaso, incluindo o Daguestão, é de
grande interesse para organizações terroristas, e elas tentam espalhar a
inquietação por aqui”, diz. Um homem enérgico com um punhado de cabelos
grisalhos, Kurbanov preside uma nova comissão para persuadir combatentes a
deixar as armas e voltar para suas famílias. ”A comissão é como uma ponte
entre uma pessoa que perdeu seu caminho, que foi enganada e está na ‘floresta’,
e a sociedade. Ele pode caminhar por esta ponte e dizer que fez isto e aquilo,
e pedir perdão.” Isto parece ser uma abordagem nova no norte do Cáucaso,
onde táticas truculentas e a repressão têm sido a regra por muito tempo, com
total apoio do Kremlin. Na vizinha Chechênia, forças leais ao presidente
Ramzan Kadyrov foram acusadas de incendiar as casas de supostos militantes,
deixando suas famílias desabrigadas. Kurbanov, por outro lado, pede aos
pais que rastreiem seus filhos rebeldes e os tragam à mesa para que estes peçam
por clemência.
Até agora, no entanto, a comissão lidou somente com
representantes menores da insurgência, e a leniência do governo só vai até aí,
diz Kurbanov.”Aqueles que não entendem, aqueles que eu chamo de não-pessoas –
porque, como animais, eles somente têm sede de sangue e querem lutar -, serão
tratados rapidamente pelas agências de poder apropriadas.
Agora, já que chegaram até aqui,
vejam a execução dos 6 russos