Lá foi proposto sócio,
juntamente com Castro Alves, do Ateneu Paulistano, então sob a presidência de
Joaquim Nabuco. Formado em direito (1870) fez da introdução do livro um libelo
contra a chamada questão religiosa. Em seguida mudou-se para o Rio de Janeiro,
onde iniciou a carreira na tribuna e na imprensa, abraçando como causa inicial
a abolição da escravatura. Casou-se (1876) com Maria Augusta Viana Bandeira,
que lhe acompanharia a partir de então por todos os momentos da vida. Eleito
deputado provincial pela Bahia (1878) e reeleito deputado geral nas duas
eleições seguintes, participou da reforma eleitoral (1881) e da reforma do
ensino (1882-1883).
Preconizou, juntamente com
Joaquim Nabuco, a defesa do sistema federativo, por isso, quando convidado para
ministro do Gabinete Afonso Celso, pouco antes da proclamação da República,
recusou o cargo, por ser este incompatível com suas idéias federativas.
Destacou-se na defesa da abolição, mas não se mostrou um batalhador da
República, embora criticasse as falhas da monarquia e ajudasse em sua
derrocada. Ministro da Fazenda no primeiro governo provisório, recorreu à
inflação para financiar o crescimento econômico. Liberal, ajudou a redigir a
nova Constituição (1891). Oposicionista no governo de Floriano Peixoto, foi
obrigado a se exilar (1893-1894), passando por Buenos Aires, Lisboa e Londres,
onde escreveu, então, as famosas Cartas da Inglaterra para o Jornal do
Commercio, tornando-se a primeira voz no mundo a se levantar contra o famoso
Processo Dreyfus.
Voltando ao Brasil (1895)
ocupou uma cadeira no Senado, pela Bahia à Assembléia Constituinte.
Permaneceria como Senador da República até à morte, sendo sucessivamente
reeleito. Ganhou fama internacional quando o czar da Rússia convocou a
2aConferência da Paz, em Haia (1907). O Barão do Rio Branco, no Ministério das
Relações Exteriores, escolheu primeiramente Joaquim Nabuco para chefiar a
delegação brasileira, mas a imprensa e a opinião pública lançaram o seu nome e
o próprio Joaquim Nabuco recusou a nomeação em benefício da nomeação do
senador. Investido de uma categoria diplomática não desfrutada até então por
nenhum país da América Latina, defendeu o princípio da igualdade jurídica das
nações soberanas, enfrentando irredutíveis preconceitos das chamadas grandes
potências.
Além de nomeado Presidente de
Honra da Primeira Comissão, teve seu nome colocado entre os Sete Sábios de
Haia. Os outros eram o Barão Marshall, Nelidoff, Choate, Kapos Meye, Léon
Bourgeois e o Conde Tornielli. Em virtude de seu discurso defendendo os
direitos dos pequenos países e propondo a igualdade entre todas as nações,
ganhou o epíteto de Águia de Haia. Candidatou-se à Presidência em oposição ao
marechal Hermes da Fonseca, liderando a Campanha Civilista (1910). Derrotado,
depois (1913) fundou o Partido Liberal, sendo mais uma vez indicado para a
presidência da República, candidatura que desistiu. Novamente levantada sua
candidatura à presidência da República (1919), numa campanha radical nas
questões sociais, percorreu vários Estados, em campanha contra a decadência dos
nossos costumes políticos. Novamente foi derrotado, desta vez por Epitácio
Pessoa.
Foi eleito (1921) juiz da
Corte Internacional de Justiça, como o mais votado, recebendo as mais
significativas homenagens do Brasil e de todo o mundo. Proferiu o último
discurso no Senado (1922), concedendo o estado de sítio ao governo para dominar
o movimento revolucionário. Faleceu em Petrópolis, RJ, deixando uma obra vasta,
que incluiu escritos e discursos sobre todas as questões da época, embora
pessoalmente não se considerasse um escritor. Foi um político radical e de
idéias, sob certos ângulos, muito discutíveis como sua oposição a vacinação
obrigatória contra a febre amarela no Rio de Janeiro e sua criação e aprovação
da lei pela eliminação de todos os documentos que registravam a era da
escravidão no Brasil.
Na sua obra citam-se:
Alexandre Herculano, discurso (1877); Castro Alves, discurso (1881); Reforma do
ensino secundário e superior, pareceres (1882); O Marquês de Pombal, discurso
(1882); Reforma do ensino primário, pareceres (1883); Swift, ensaio (1887);
Cartas da Inglaterra, ensaios (1896); Parecer e Réplica acerca da redação do
Código Civil, filologia (1904); Discursos e conferências (1907); Anatole
France, discurso (1909); Páginas literárias, ensaios (1918); Cartas políticas e
literárias, epístolas (1919); Oração aos moços, discurso (1920) e depois
editado em livro (1921); Queda do Império, história, 2 vols. (1921); Orações do
Apóstolo, discursos (1923); Obras completas, organizadas pela Casa de Rui
Barbosa, 125 vols.
Obs: Segundo Rejane M.M. de A.
Magalhães, Chefe do Setor Ruiano da Fundação Casa de Rui Barbosa
(fcrb@rb.gov.br), nunca constou em seu nome completo o sobrenome "de
Oliveira", como aparece em alguns sites da Internet, ou seja, seu nome
completo era Rui Barbosa.
Figura copiada do site RUI
BARBOSA, 150 ANOS
http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/
Fonte:
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/