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25 de abr. de 2012

70 anos de Bob Dylan



Esse ano não é o Bob Dylan quem faz setenta anos, mas o mundo que faz 70 anos de Dylan. Por isso farei essa homenagem inspirado em uma matéria da revista Noize - junho de 2011 - que mostra um pouco do mundo segundo a cabeça do artista e como suas interpretações dos fatos resultaram em músicas.

O herói folk Woody Guthrie sofreu de Mal de Huntington até sua morte em 1967. Dylan visitou o ídolo algumas vezes no início da década. Em um dos encontros, teria ouvido o conselho: "O importante são as letras. Pegue uma música, cante alto quando eles cantam baixo, cante rápido quando cantam devagar, e você tem uma nova canção."

Quando lançou seu primeiro disco, o homônimo de 1962, Dylan já conhecia Woody Guthrie pessoalmente. "Song to Woody" é, ao mesmo tempo, homenagem e cópia de uma música do ídolo, "1913 Massacre". Aprendeu bem a lição.


Em meio aos swinging 60's, os traficantes foram apelidados de Tambourine Men. Portadores do espírito libertário, eles foram louvados em mais de uma canção. Alguns trechos de "Mr. Tambourine Man" de 1965, como quando Dylan canta "take me on a trip upon your magic swirling ship", sugerem que ele escrevia a respeito de algo místico. Há especulações que o clima fosse evocado pelas substâncias que o próprio cantor consumia.

A palavra "Rolling Stone" aparece na música pop pela primeira vez em "Lost Highway", de Leon Payne. A música começa com a frase "I'm a rolling stone/ all alone and lost". Ritchie Vallens gravou "La Bamba" em 1958, a música é uma releitura de uma canção folclórica mexicana - e maior sucesso do cantor. No documentário Don't Look Back, Dylan aparece cantando a música de Leon Payne poucos dias antes de compor "Like a Rolling Stone". Musicalmente, a canção tem muito de "La Bamba", de Ritchie Vallens. 
  

Rubin "Hurricane" Carter era um pugilista americano de sucesso até ir para a cadeia em 1966, acusado de ser uma das pessoas responsáveis por matar duas pessoas a tiros, no Lafayette Bar, em New Jersey. "Hurricane" foi lançada por Dylan em 1975. São 8 minutos e 30 segundos em protesto ao que Dylan e o co-autor Jacques Levy consideraram um ato de racismo. Carter foi solto em 1985, aos 50 anos, porque nunca provaram sua culpa.