Entre os Incas da
América do Sul, foram encontrados objetos confeccionados em ouro que a
princípio pareciam figuras zoomórficas. Entretanto, numa análise mais
cuidadosa, poderíamos perguntar: que tipo de animais são estes?
Existiria algum pássaro com a cauda levantada na vertical ? Em verdade,
esses artefatos muito se assemelham às aeronaves modernas; seja na
disposição das asas, no formato vertical da cauda, no desenho de
inconfundível aerodinâmica e até no que parece ser a cabine de um só
piloto. Não é razoável, portanto, supor que esses sejam
pássaros estilizados.
Quanto a esses objetos,
ninguém sabe ao certo a data em que os Incas os confeccionaram, muito
menos o que os inspirou. Não há indícios de que estejam relacionados com
algum ritual ou culto religioso. O que se sabe, todavia, é que existem
objetos que representam pássaros, fabricados pelo povo Inca, e que em
nada se parecem com os objetos acima. Na verdade eles sabiam muito bem
como modelar uma ave, como bem demonstra o tucano ao lado.
No Templo do Novo Reino
situado a alguns quilômetros ao sul do Cairo, Egito, cuja construção
data de aproximadamente 3.000 anos, existem intrigantes gravuras,
entalhadas nas paredes de pedra, retratando máquinas voadoras cuja
semelhança com aeronaves modernas não as deixam passar desapercebidas. O
mural hieroglífico, talhado na pedra, situa-se no alto, próximo ao
teto, o que de certa forma o resguardou da curiosidade e proximidade
daqueles menos cuidadosos. A localização do mural abaixo, no ambiente do
Templo do Novo Reino 1 pode ser vista ao clicar no link.
Entalhe em uma das paredes de pedra de templo egípcio
Destacamos
embaixo algumas das gravuras do mural do templo, comparando-as com
aeronaves modernas. A semelhança é tão grande que dificilmente alguém
permaneceria indiferente a essas possíveis máquinas do passado.
Helicópteros
Aviões a jato-propulsão
Modernas aeronaves O que seria isso ?
Na China as descrições
de veículos voadores remontam aos primórdios da história dessa que é uma
das mais antigas civilizações. As máquinas voadoras são descritas
como sendo confeccionadas de madeira leve e impulsionadas por meios
mecânicos, embora ainda desconhecidos dos pesquisadores. Existem
descrições de aparelhos onde “um conjunto de espadas ou lâminas” são
acopladas e giram em altíssima velocidade fazendo com que “o pássaro”
possa levantar vôos e viaje por longas distâncias. Embora não exista
menção da peça motriz em si mesma, ou o motor, não resta dúvidas de que
essas são descrições de um aparelho fabricado com a clara intenção de
voar. É relevante notar que embora sejam narrativas que se assemelhem a
fábulas ou estórias, contêm, não obstante, não apenas relatos da
praticidade desses aparelhos em pleno vôo, mas freqüentes e
interessantes instruções de como construí-los 2.
Registros semelhantes
existem na literatura da Coréia. Um dos textos narra um inventor
chamado Jung Pyung Goo que criou um aeroplano dotado de hélices que
giravam na parte de cima do seu aparelho, o qual podia viajar a longas
distâncias e era capaz de levantar e baixar vôos na vertical à
semelhança dos modernos helicópteros. Ele o construiu com base em
instruções contidas em documentos antiquíssimos e utilizou seu invento
durante a Guerra Im Jin (entre a Coréia e o Japão em 1592-1597) para
libertar um amigo que corria perigo e era prisioneiro no Forte Jin Joo,
resgatando-o e levando-o a salvo para um local situado a 48 Km de
distância 3.
A Suméria foi uma das
mais bem sucedidas civilizações da antiguidade. Situada na região que
mais tarde seria conhecida como Mesopotâmia (atual Iraque). A
civilização sumeriana teve início em torno de 4.500 anos a.C., atingindo
o ápice cultural em torno de 3.000 a.C. Floresceu entre os rios Tigre e
Eufrates, que lhes garantia terras férteis, no que puderam aproveitar
no desenvolvimento da agricultura. Foram inventores da escrita
cuneiforme, provavelmente um dos primeiros sistemas de registro. Tinham
conhecimentos de Astronomia, baseados na observação, tendo reconhecido
os cinco principais planetas, distinguindo-os das estrelas. Encontramos
também referências entre os sumérios sobre máquinas voadoras, nos
relatos das visitas de deuses e seres superiores. Embaixo, vemos um
entalhe sobre pedra narrando a visita de Ea In, que descendeu dos céus
numa aeronave.
No detalhe, vemos uma comparação entre a nave retratada no mural
com um moderno avião a jato.
Entre os judeus, não
podemos esquecer o estranho episódio narrado no Antigo Testamento
(Quarto Livro dos Reis), em que Elias foi arrebatado numa carruagem de
fogo com cavalos de fogo e que subiu, levantando um imenso redemoinho.
Ezequiel (1, 4-28) teve a visão de um globo de metal, brilhante, envolto
numa nuvem como um redemoinho e que emanava fogo. Viu também umas
“rodas brilhantes” que emanavam luz azulada (da cor do mar) e que tinham
dentro de si outras “rodas menores” feitas de metal que giravam
continuamente; tinham uma grandeza e altura nunca visto antes e tinham
muitas lamparinas e muitos olhos em todos os seus lados (seriam janelas
?). Essas rodas pairavam acima de quatro objetos metálicos móveis que o
profeta os compara com animais. Quando esses moviam, as rodas os
acompanhava, quando os “animais” paravam, as rodas também paravam. Tudo
brilhava como se fosse um cristal de brilho inigualável e (ao
moverem-se) faziam um som como de muitas águas, ou como o murmúrio de
uma grande multidão.
De todos os relatos
antigos sobre a ocorrência de máquinas voadoras em passado remoto,
nenhum se compara com as referências à Índia. Os Vedas, antigos tratados
filosóficos e religioso da Índia antiga, estão repletos de narrações
sobre essas máquinas voadoras. O termo utilizado é , proveniente
do Sânscrito e que significa literalmente objeto celestial (objeto que
pode voar nos céus) ou máquina voadora. Um sinônimo da palavra em Sânscrito é ou nau de onde derivou a palavra latina navio, nau ou nave. Desta forma, significa literalmente, nave ou aeronave.
No Rig-Veda, o mais
antigo dos textos védicos e a mais antiga escritura conhecida, há uma
referência à chegada de Vata ou Vayu o semi-deus do vento.
Olhe a grandeza da carruagem () de Vata,
Irrompendo ela vai,
Como um trovão é seu ruído,
que toca aos céus
e produz uma luz brilhante
(um clarão avermelhado)
num turbilhão de poeira sobre a terra.
— Rig-Veda
O Mahabharata, o Ramayana e
o Srimad-Bhagavatam, que estão entre as Escrituras Sagradas mais
reverenciadas da Índia, estão repletos de descrições várias sobre essas
aeronaves. São descritas desde naves de transporte individual (para um
só passageiro) até estruturas mais complexas compreendendo muitos
andares e algumas são descritas como pequenas cidades. Umas, ao se
moverem, fazem um barulho de trovão com descarga de fogo e fumaça,
enquanto outras aeronaves produzem um som melodioso sem emissão de fogo e
gases, e outras ainda são completamente silenciosas.
Um comentário sobre Ayodhya, a capital do reino do Senhor Ramachandra, é reproduzido a seguir:
“As sete maiores
cidades do Reino do Senhor Rama, eram conhecidas como ‘As sete cidades
dos Sábios’. De acordo com os textos antigos indianos, as pessoas tinham
máquinas voadoras denominadas . O antigo épico hindu descreve um como
uma aeronave circular de duplo-pavimento com janelas circulares e uma
cúpula de vidro muito semelhante com as descrições conhecidas de disco
voadores ou, ainda, de formatos cilíndricos. Havia pelo menos quatro
diferentes tipos de que podiam viajar a velocidade do vento.” 4
No Srimad-Bhagavatam entre inúmeras citações encontramos a seguinte passagem:
”Certa vez, enquanto o Rei Citraketu
estava viajando no espaço exterior
em um brilhante e refulgente
aeroplano que lhe foi presenteado pelo
Senhor Vishnu . . . “ 5
— Srimad-Bhagavatam
Sexto Canto , Parte 3
O Mahabharata descreve o
aeroplano pertencente ao malévolo Salva, feito de ferro e que podia
viajar a grandes velocidades, pairar, mover-se em qualquer direção em zig-zag, causar a ilusão de ser muitos ou ficar completamente invisível.
Os não
se prestavam apenas para o transporte utilitário de passageiros, mas
eram utilizadas desde passeios de lazer até o uso militar. Existem
descrições de verdadeiras batalhas aéreas envolvendo atacando outros ou
destruindo exércitos em terra. A literatura não é somente pródiga em
descrições acerca das atividades e usos dessas aeronaves, mas existem
textos que explicam minuciosamente os processos de construí-las. Entre
esses textos os mais famosos são o Vaimanika-sastra, o Samarangana Sutradhara, o Dronaparva (parte do Mahabharata) e outros.
O Droanaparva descreve um tipo de feito
de ferro, no formato de uma esfera e que podia se mover em todas as
direções a grandes velocidades devido a expulsão de um poderoso jato de
ar, gerado pela combustão de mercúrio. O Samarangana Sutradhara informa
sobre máquinas de ferro de formas aerodinâmicas movidas a mercúrio e
que ejetavam uma chama de fogo de barulho ensurdecedor pela parte
traseira do veículo.
No Samarangana Sutradhara, diversos tipos de aeronaves são mencionadas com detalhes acerca de seus usos e construções. Nesse tratado, a palavra aparece apenas uma vez. O termo comumente empregado é yantra, que significa máquina. Existem yantras com
um aparelho propulsor (motor), dois, quatro e muitos. Os descritos com
propulsão a mercúrio, ou outro líquido, são ditos como producentes de
ruídos ensurdecedores. Uma observação bastante interessante é feita com
respeito aos que usam duas asas e que ejetam chamas de fogo e fumaça ou
que apenas ejetam uma forte corrente de ar: esses não podem se mover
para trás ! Alguns são descritos como movidos a sons musicais, ou
tonalidades melodiosas; esses são muito versáteis e muito velozes,
quanto à maneira de voar. Alguns são fabricados de madeira leve e
resistente, enquanto outros são feitos de ferro. Há uma distinção entre
os usados para deslocamentos de um local para outro em viagens curtas,
os utilizados para longas distâncias e aqueles usados para viagens
interplanetárias. Essas diferenças fazem-se verificar nos materiais
usados e na forma a que são movidos, segundo tipo de viagem a que se
destinam.
Os também são associados com o termo laghima,
traduzido como anti-gravidade. Nessa associação, algumas máquinas
voadoras são impulsionadas por essa energia mental, responsável pela
habilidade de levitar dos yogis. O Vaimanika-shastra, descreve esse tipo de aeronave movida a laghima juntamente com o tipo mecânico. Neste tratado, existem vários capítulos dedicados à construção de vários tipos de , mecânicos e movidos a energia sutil.
Abaixo mostramos
desenhos feitos em 12/02/1923 por T. K. Ellapal, em Bangalore, segundo
instruções de Subbaraya Bastry Pandit que traduziu e estudou textos
relacionados aos .
Clique nas imagens abaixo para ver os desenhos
Rukma- Tripúra- Sundara- Shakuna-
Notemos que à época em que os desenhos foram feitos,
em 1923, estávamos ainda muito distantes da década de 60, quando teve
início a exploração espacial moderna em que o projeto Gemini e Apolo
usavam cápsulas espaciais de formato cônico para facilitar a reentrada
na atmosfera terrestre. O desenho do Shakuna-6 (abaixo)
foi executado pelo mesmo T. K. Ellapal seguindo as mesmas
referências de escrituras antigas. Nesse trabalho, vemos um modelo
bastante avançado.
Outros textos
védicos antigos fazem claras referências às aeronaves do passado. O
Kautilya-Astrashastra menciona várias classes de homens de negócio ou
tecnocratas, entre eles os kaubhikas “capazes de conduzir aeronaves com muita habilidade”. Outro termo significativo é akasha-yodhinah que
signica “aquele que pode lutar do céu”. No Yuktikalpataru de Bhoja (300
a.C), nos versos 48-50, há uma clara menção aos .
Muitos desses textos eram guardados no maior segredo, pois a tecnologia dos jamais
poderia cair em mãos erradas, pois havia o risco de serem
utilizadas de forma bastante destrutiva. Quanto às aeronaves de
passeio, há descrições de como as classes mais abastadas costumavam
sobrevoar as cidades em suas aeronaves e até assistiam apresentações de
dança e teatro do alto, no conforto de suas .
Essas aeronaves eram
dotadas de conjunto de lentes e espelhos especiais, que criavam a ilusão
de que uma única nave parecesse ser um grupo de muitas, de parecerem
paradas quando estavam em fuga ou de parecerem estar em movimento quando
estivessem paradas. Às vezes podiam desaparecer por completo, saindo
do campo de visão de qualquer potencial agressor, simulando truques
de invisibilidade.
Antes da eclosão da
Segunda Guerra Mundial, sabe-se que especialistas alemães visitavam com
freqüência a Índia e o Tibet, sempre a procura de textos relacionados
com tecnologias da antiguidade. O mesmo interesse foi despertado em
especialistas soviéticos, durante o período da guerra-fria, com
finalidades de pesquisar tecnologias referentes aos ,
não se sabe se para otimizar o programa espacial ou de armamentos
bélicos. Curiosamente, cientistas soviéticos descobriram em cavernas do
Deserto de Gobi e no Turquestão o que eles mesmos denominaram
“instrumentos antigos usados em veículos de navegação cósmica”. Os
‘instrumentos’ são objetos hemiféricos feitos de vidro ou porcelana,
tendo um cone em uma extremidade com uma gota de mercúrio dentro.
As partes mais interessantes dos tratados originais relacionados aos não
se encontram mais disponíveis. Na verdade sempre foram
considerados textos secretos. O que se sabe, contudo, é que existem
muitas referências a esses tratados em outros trabalhos que os
mencionam; alguns tão antigos quanto os originais, outros como
comentários posteriores e mesmos esses , não obstante, são textos
igualmente antigos e de reconhecida fidedignidade.
Templos Hindus com suas
Parece que não há muita novidade, nos tempos atuais.
Pelo menos, nada do que não se tenha pensado antes. Assim como o termo
nave, que se refere a um objeto de navegação moderno, na verdade provém
de um termo igualmente empregado em tempos remotos ( em Sânscrito),
não apenas o termo, mas o próprio objeto, como conceito, parece já ter
existido. Uma curiosidade, é que na antiguidade, e mesmo agora, a
cúpula ou abóbada principal dos Templos na Índia são chamadas de nave ou , da mesma forma que nos Templos e Igrejas modernas, aqui no Ocidente.
É realmente muito bom olhar para o passado e perceber
que muito da tecnologia da qual dispomos hoje parece ter sido, em algum
momento, bastante comum. Pelo menos isso nos retira um pouco da vaidade
e arrogância por sermos capazes de dominar tecnologias avançadas. Por
outro lado, podemos imaginar que a civilização humana parece caminhar
em círculos: criando e recriando, descobrindo e redescobrindo,
conhecendo e esquecendo as coisas que nos facilite a existência. Isso
não significa dizer que não somos realmente criativos, originais.
Significa sim, que em todos os momentos em que estivermos diante de
desafios, podemos encontrar soluções. As soluções podem ser
semelhantes, em essência, mas diferentes nos detalhes; isso porque,
estamos sempre diante dos mesmos desafios, dos mesmos obstáculos, não
importa se estamos numa situação de utilizarmos nossos poderes
intuitivos ou racionais. O que realmente importa é que tenhamos
consciência de nossa incrível capacidade de inventar ou
construir aquilo que nos sobrevém em sonhos.