Inicialmente construída com arame farpado e pilares de concreto, a barreira estendia-se pelos 45 quilômetros do perímetro entre o lado ocidental e o oriental em Berlim e, mais tarde, por mais 120 quilômetros em torno de Berlim Ocidental, de forma a isolar essa parte da cidade do restante do território alemão oriental. Nos meses seguintes o que era uma cerca virou um muro de verdade com paredes de concreto de cinco metros de altura, com arame farpado sobre elas, cercas eletrificadas, torres de observação, minas e guardas fortemente armados em toda a sua extensão.
Muro de Berlim
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Posto de controle dos EUA no lado ocidental de Berlim


O Muro de Berlim, ou “muro da vergonha” como também ficou conhecido, era um dos mais ostensivos símbolos da Guerra Fria e da separação do mundo no pós-guerra em duas ideologias opostas. Entre 1961 e 1989, cerca de cinco mil pessoas conseguiram atravessar o Muro em direção ao Ocidente de forma clandestina, enquanto outras cinco mil foram capturadas durante suas tentativas. Nesse período, cerca de 200 pessoas foram mortas pelas forças de segurança da Alemanha Oriental ao tentarem fugir para o lado ocidental.

Nos anos 80, os regimes comunistas da Europa Oriental estavam sob forte pressão interna e externa, em função dos problemas econômicos, militares e políticos que enfrentavam naquela década. A corrida armamentista com o Ocidente, a catastrófica guerra enfrentada pelos soviéticos no Afeganistão e a pressão por reformas políticas colocavam os regimes comunistas contra a parede. Na próxima página, leia sobre esse momento histórico e como ele levou à queda do Muro de Berlim.