Novas observações do deslocamento do
cometa C/2013 A1 mostram que a aproximação do objeto da superfície marciana
será muito mais próxima da que foi calculada anteriormente e as chances de
impacto contra o Planeta Vermelho já não podem mais ser descartadas.
Até alguns dias atrás, a menor aproximação
estimada pelos modelos orbitais era de que o cometa passaria a cerca de 900 mil
km da superfície de Marte no dia 19 de outubro de 2014, mas as novas
observações permitiram refinar o desenho da orbita. De acordo com os novos
cálculos, o cometa C/2013 A1 poderá chegara apenas 37 mil km de distância do
planeta.
A possibilidade de uma aproximação
maior entre os dois objetos já havia sido levantada pelo Apolo11 ao analisar as
efemérides divulgadas pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, o JPL. Em 7
de fevereiro, a distância nominal de aproximação mostrada no aplicativo era de
879 mil km, enquanto a aproximação mínima prevista era de 0 (zero) km.
Os novos números foram divulgados pelo
astrônomo amador Leonid Elenin (lembram-se do Cometa Elenin?), ligado ao
Instituto de Matemática Aplicada da academia de ciências da Rússia, com base em uma série de observações
feitas por imagens registradas por um dos telescópios robóticos da rede ISON,
localizado no Novo México, EUA.
Elenin afirmou que mais observações
precisarão ser feitas até que a elipse da orbita do cometa seja perfeitamente
conhecida, mas segundo o astrônomo o cenário de uma colisão é cada vez mais
provável, embora permaneça baixo.
O Cometa C/2013 A1
Descoberto em 3 de janeiro de 2013 pelo
astrônomo amador Robert McNaught, o cometa recebeu a denominação oficial de
C/2013 A1 Siding Spring por ter sido descoberto no Siding Spring Observatory,
na Austrália. Antes de McNaught, o objeto já
tinha sido detectado em 8 de dezembro de 2012 pelo observatório Catalina Sky
Survey, da Universidade do Arizona, mas sem que fosse possível determinar sua órbita.
Quando foi descoberto, C/2013 A1 se
encontrava a 7.2 AU do Sol ou cerca de 1.1 bilhão de quilômetros de distância
da estrela.
Após ter sua órbita calculada, logo se
verificou que o caminho do cometa cruzava a orbita de Marte a uma distância
muito próxima do planeta, estimada entre 700 mil e 1.9 milhões de km da
superfície. Essa grande aproximação provocou grande euforia nos astrônomos
amadores e profissionais, mas um pequeno detalhe chamou a atenção do público em
geral: a simulação da NASA.
Consequências
É muito difícil avaliar as
consequências de uma colisão direta entre o cometa C/2013 A1 e o Planeta
Vermelho. Estima-se que o C/2013 A1 tenha entre 10 e 50 km de diâmetro e se
move em relação a Marte a uma velocidade de 200 mil km/h. Assim, a energia
cinética estimada pode ser comparada a 20 bilhões de megatons de TNT.
Um choque dessa magnitude seria capaz
de produzir uma cratera de 520 km de largura por 2 km de profundidade, além de
produzir alterações significativas na atmosfera marciana. A pluma de partículas
levantadas também poderia encobrir o Sol por um longo período de tempo,
diminuindo a temperatura do planeta.
Mesmo que a colisão não aconteça, uma passagem tão próxima também deverá
provocar alterações, já que o planeta poderá ser envolvido pela gigantesca coma
cometária, estimada em mais de 100 mil quilômetros de diâmetro.
Uma sonda da Nasa, batizada de MAVEN,
está programada para ser lançada em março de 2013 e entrar na
órbita marciana em setembro de 2014. Os dados da sonda ajudarão a monitorar a
trajetória do cometa. Aguardemos.
Fonte:http://www.apolo11.com