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16 de dez. de 2012

A Psicologia por trás de Batman, o Cavaleiro das Trevas



Por que tão sério?Por que tão sério?
No post de hoje, trago o novo documentário do canal History Channel, falando sobre a psicologia por trás do personagem Batman e de seus vilões.
O que faz Batman ser um herói tão fácil do público se identificar, é o fato de que ele é plenamente possível. Ele não veio de outro planeta, não é fruto de uma mutação genética, não tem superpoderes. Batman é um homem normal, um homem que tinha todos os motivos para sequer se importar com os problemas do mundo, mas que decide usar sua inteligência e dinheiro, em busca de justiça.
Quem é o verdadeiro homem? Batman ou Bruce Wayne? Qual a identidade, a personalidade real? Não seria o bilionário playboy o verdadeiro disfarce de Bruce Wayne?
“Os inimigos definem o herói. Quanto maior a ameaça, maior o herói.”
(Dan Di Dio)
Batman Begins
Batman Begins
Se Batman não tem nenhum superpoder, como pode ser considerado um herói? Na verdade o que distingüe e singulariza o personagem Bruce Wayne, e conseqüentemente seu alter-ego justiceiro, são duas qualidades que não são compartilhadas pela maioria das pessoas: auto-controle e auto-disciplina. O que faz Bruce ser um herói de verdade é o fato de não se permitir perder o controle frente aos piores desafios, o não se deixar levar por sentimentos de ódio e vingança. Por pior que seja o inimigo, Batman não o mata. Ele cria maneiras de capturar os criminosos e levá-los frente à justiça, permitindo que sejam formalmente acusados, processados e punidos pelos seus crimes. A auto-disciplina rigorosa do personagem também permite que ele pareça ser sobre-humano. Bruce vai mais longe do que qualquer homem ou mulher comum e enfrenta seus medos. Literalmente. A cena em “Batman Begins” que melhor demonstra o auto-controle e auto-disciplina do bilionário, é quando Bruce volta ao poço onde havia caído quando criança, e enfrenta os morcegos, que haviam se tornado uma fobia intensa desde sua infância, encarando-os de frente e ficando de pé, enquanto voam ao seu redor. Quantas pessoas conhecemos (e nisso devemos nos incluir) que são capazes de exporem suas fragilidades, seus piores medos e de enfrentá-los olhando-os de frente, sem hesitar, tudo em nome de um ideal ou objetivo maior, seja pessoal ou coletivo?
O documentário traz também uma análise sobre as principais doenças mentais e psicoses que podem ser encontradas nos vilões de Batman. A maldade encontrada nos inimigos do herói poderia ser um reflexo de seu próprio lado sombrio, demonstrando o que acontece a um ser humano quando se deixa levar por baixos ideais. A própria fantasia de Batman, a roupa de morcego, possui uma simbologia que reside já no inconsciente coletivo popular invocando algo obscuro ou maligno. O morcego, normalmente é associado à figuras demoníacas ou como uma representação animal de tudo aquilo que é desconhecido, estranho, e portanto ligado a coisas ruins. Batman luta contra o mal, vestido como um vilão!
Harvet Dent, e a moeda de "duas caras"
Harvet Dent, e a moeda de "duas caras"
“Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar um vilão.”
(Harvey Dent, o “Duas Caras”)
“A noite é mais escura um pouco antes do amanhecer.”
(Harvey Dent)
O personagem de Harvey Dent, o bom moço que no fim se torna um vilão de Batman é chocante, pois simboliza o homem responsável, justo e correto que, em virtude de uma tragédia pessoal, perde o controle de si mesmo, e se deixa levar pela vingança, uma idéia que também assombra Bruce Wayne. O mais interessante no inimigo Duas Caras, é o fato de que ele possui uma personalidade dividida, que só pode ser decidida na sorte. É pertubador, pois ao jogar a moeda para decidir o destino de alguém ou algo, Duas Caras tira de si a responsabilidade de seus próprios atos. Incrivelmente irônico, para um personagem que antes tomava para si essas mesmas responsabilidades.
CoringaCoringa
Porém, o personagem mais pertubador não só do último filme de Batman, “O Cavaleiro das Trevas“, mas de toda a mitologia do herói é o vilão Coringa, estupendamente representado pelo falecido ator Heath Ledger. O Coringa representa tudo aquilo que não pode ser controlado, que não pode ser comprado, que não pode ser convencido. Ele é a personificação do mais puro caos, em sua pior forma: a destruição, seja ela de idéias, sonhos, ou apenas construções materiais. Ele não tem motivos racionais, não busca fama, não busca poder, não busca dinheiro ou controle. Ele apenas quer ver o mundo pegar fogo. Ele quer provar que nada é como parece, e que não existe algo como “pessoas inocentes” ou “ideais puros”. A moralidade é uma máscara muito fácil de ser destruída. O Coringa não é apenas perigoso pela destruição e caos que pode proporcionar, mas pelo simples fato que ele ameaça tudo aquilo que Batman representa: justiça, esperança, compaixão. Ele é o único personagem que pode mostrar ao Batman àquilo que ele não quer encarar: o seu próprio lado sombrio e perigoso. É por isso que os dois personagens são tão parecidos. São inteligentes, bons no que fazem, e não há nada de lógico por trás de todos os seus esforços. Observe que Batman também não procura fama, dinheiro, poder ou controle. Ele também não pode ser convencido. É por isso que ambos são tão perigosos, no caso do herói, a sua periculosidade é apenas potencial.
É por isso que Batman é um personagem tão fascinante, e ao mesmo tempo tão comum, a ponto de ser realmente possível a existência de um herói como ele. O que o diferencia de seus inimigos é apenas um apego a um ideal mais elevado.
E não é assim em nossas vidas?
“Não há nada a temer, a não ser seu próprio medo.”
(Dr. Jonathan Crane – “Espantalho”)
O documentário possui quase 45min, e está completo, abaixo: (como o google havia retirado o vídeo do ar, reenviei para o youtube, dessa vez dividido em 5 partes)

Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5