Rihanna
Vocês já perceberam a mudança que ocorreu com a cantora Rihanna nos últimos anos. Essa mudança está sendo seguida de diversos videoclipes com estranhas interpretações.
O simbolismo Illuminati e outras simbologias ocultas vêm sendo empregadas em grande quantidade nos últimos vídeos dos principais artistas da música Pop no momento. Por que será que isso vem se intensificando? Será que acontecerá alguma em breve?
Mariah Carey e Whitney Houston
Mariah Carey cantando Fly Like A Bird em 2006, artistas seculares que incluem gospel
Assista ao clipe abaixo e veja as simbologias que puderam ser flagradas na performance de Mariah Carey e Whitney Houston na noite do Oscar de 1999.
Britney Spears
Este vídeo que compila algumas simbologias ocultistas
usadas por meio dessa artista. Lembre-se que não há afirmações, apenas
interpretações lógicas por meio de imagens e textos que nos são divulgados.
O objetivo destes vídeos não é criticar artistas, mas mostrar aquilo que está errado de acordo com Deus. Um dos objetivos da Nova Ordem Mundial é remover todos os conceitos bíblicos e introduzir novos.
Assista ao vídeo e entenda:
Lady Gaga e o espírito do Anticristo
Veja a análise do clipe neste vídeo abaixo:
Clipe Rude Boy de Rihanna
O que era apenas um Clipe Pop moderado, tornou-se em um poço de mensagens subliminares.
Assista ao vídeo e perceba o quanto seus clipes carregam simbologias ocultas:
O encontro de Eric Clapton e Jimi Hendrix, em 1966
Em março desse ano, a Revista Rolling Stone colocou, entre
os 5 maiores guitarristas de todos os tempos, Eric Clapton e Jimi
Hendrix. O que poucos sabiam, na verdade, é que ambos eram amigos,
tendo Hendrix influenciado bastante a carreira de
Clapton.
Hendrix influenciou profundamente Eric, que começou a vestir-se e usar o cabelo como Jimi. Adotou um estilo de tocar mais relaxado. O Cream fez ''Sunshine of Your Love'' em homenagem a Hendrix.
O ano, 1966. Eric Clapton liderava
uma banda (Cream). Ele era considerado o rei da guitarra na
Grã-Bretanha. Só que Chas Chandler, produtor musical e baixista da
banda the Animals, trouxera para a Inglaterra um guitarrista
americano, negro e canhoto, que mudaria a forma de se tocar
guitarra. Jimi Hendrix.
Em 1º de outubro de 1966, a banda
Cream faria uma apresentação na Central Plytechnic School, em
Londres, quando Chandler teria sugerido que ele dividisse o palco
com Jimi Hendrix durante uma parte do show. Consta que Clapton
teria concordado, pouco à vontade.
Só que quando Hendrix entrou
no palco, uma revolução. Ele tocou
uma jam com a banda durante
"Killing Floor". Clapton ficou visivelmente perplexo com o estilo,
a qualidade e a irreverência de Hendrix durante a
ocasião.
Numa tradução livre do texto
de seu livro (Clapton: Buchet Chastel, 2007), Clapton relata a
experiência:
Ele tocou guitarra com os
dentes, fazendo espacate (algo como uma escalada com as pernas) e
outros passos de dança. Era estarrecedor e genial, musicalmente, um
fogo de artifício de se ver. Eu tive medo, pois justo no momento
que eu começava a acelerar, eis que aparecia um verdadeiro gênio"
Eric poderia ter uma reação
de rivalidade por aquele que tocabva guitarra por detrás da cabeça,
por entre as pernas com um talento extraordinário, cujo carisma
somente seria comparável ao seu incrível talento na
guitarra.
Após o show encontraram-se num bar.
Depois de beber e filosofar bastante, Jimi disse que admirava
Clapton, beijou-lhe as mãos e disse: ''acabei de beijar o mais
maravilhoso irmão de alma da Inglaterra''. Era o começo de uma
profunda amizade entre ambos.
Hendrix influenciou profundamente Eric, que começou a vestir-se e usar o cabelo como Jimi. Adotou um estilo de tocar mais relaxado. O Cream fez ''Sunshine of Your Love'' em homenagem a Hendrix.
II Bailinho do carnaval das antigas - Buk Jones com participação de André Macedo
Na última quinta-feira, ouvi muitos
testemunhos, relatos e depoimentos da segunda edição do bailinho do
carnaval das antigas, comandando por Buk Jones e com participação
de André Macedo.
Interessante que Buk Jones acaba
sendo um símbolo de um carnaval que o baiano com mais de 30 anos vê
como seu, como autêntico, e acaba sendo um protesto legítimo contra
a pasteurização dos carnavais do século XXI.
Buk Jones, Janete e Jaciara, que
comandaram a Banda Mel e depois a Gente Brasileira, fazem parte de
um carnaval de mortalha, mamãe-sacode, sem transmissão ao vivo para
todo Brasil, mas com uma produção musical autêntica e de pessoas
que sabiam que estavam fazendo história.
E as pessoas que lá estavam
pareciam ter voltado no tempo, mesmo no presente, e feliz por ouvir
música, apenas a música que embalava o carnaval há 20 anos. E a voz
de Buk e o desfile de sucessos dos anos 80, também com a
participação de André Macedo, fez todos que estavam lá qualificarem
o evento como inesquecível.
E a alegria era recíproca, como a
mensagem que o próprio Buk deixou na comunidade od carnaval das
antigas:
Me senti honrado em participar
dessa festa tão especial. Cada um dos integrantes dessa comunidade
realmente merece cada acorde, cada verso, cada música que cantei
nessa noite iluminada que dedico a todos vcs. Me senti gratificado
pelo apoio que vcs me deram. Da minha parte tenho certeza que dei
tudo de mim para garantir a boa realização dessa edição Do Bailinho
do Carnaval das Antigas, se pequei em alguma coisa queiram me perdoar, acho que
apenas pequei por excesso de tempo e zelo. Adorei cantar pra vcs e
agradeço o convite de todo coração. Abraços para todas as meninas e
para os meninos também.
Dá para pensar na quantidade de
coisas que podem ser feitas até o carnaval... e no carnaval...
That Thing You Do!
Com o título em português "The
Wonders: o sonho não acabou", o filme "That Thing You Do", gravado
em 1996,conta de maneira divertida a história da ascensão de uma
banda de rock em meados dos anos 60.
O filme foi produzido e dirigido
por Tom Hanks, contagiado pelo clima "beatlemaníaco". A película
narra a história de ascensão de uma banda de rock do interior da
Pensilvânia, nos Estados Unidos.
O conjunto musical se chama
inicialmente "Oneders", numa alusão ao número 1 (one), mas
que terminou se chamando "The Wonders".
O filme tem personagens e suas
funções bem marcadas: tem um vocalista talentoso e egoísta, um
guitarrista interessado apenas em mulheres e um baixista que está
apenas eperando para se alistar no exército. O vocalista tem uma
namorada, interpretada por Liv Tyler, que é apaixonada por
música.
O baterista original da banda
quebra o braço, e é chamado Guy Patterson (interpretado por Tom
Everett Scott) para substituí-lo numa competição de bandas.
Guy trabalha numa loja de eletrodomésticos, também adora música e
namora uma bela e tradicional moça (interpretada por Charlize
Theron).
Na hora da apresentação, quando
o novo baterista vai "puxar" o ritmo da canção-título (That
Thing You Do), originalmente uma balada romântica, faz uma batida
típica do rock dos anos 60, no que é inicialmente repreendido pelo
compositor-vocalista, mas, no decorrer da apresentação, se torna o
maior sucesso.
"That thing you Do",
então, começa a se tornar um
hit.
Daí, surgem as primeiras
apresentações, a prensagem do primeiro disco, a cena em que a
música toca na rádio pela primeira vez, até a banda ser contratada
(pelo personagem interpretado por Tom Hanks), a escalada do sucesso
na Billboard e as crises internas a partir dos traços de
personalidade de cada um dos membros da banda, tudo isso mesclado
com uma série de canções que evocam o clima dos anos 60.
O roteiro não é imprevisível, o
filme não é uma obra de arte, mas não deixa de ser uma celebração
aos anos 60 e suas músicas, tanto que That Thing you do
foi indicada ao Oscar de melhor canção original no ano de
1996.
Vale não só pela canção-título,
mas pela trilha sonora... e por trazer e manter vivo aquele sonho
adolescente de formar uma banda de rock de sucesso...
Fabricando Tom Zé
Recentemente, assisti no Canal
Brasil um documentário denominado "Fabricando Tom Zé". O
documentário, do ano de 2006, tem como pano de fundo a turnê que
Tom Zé realizou na Europa no ano de 2005. No documentário,
evidencia-se um certo antagonismo entre o prestígio do artista no
exterior e sua dificuldade de ser tão bem aceito no Brasil.
Assim, entre apresentações e
depoimentos, Tom Zé relata desde sua vida em Irará, sobre movimento
tropicalista, festivais e seu afastamento de Gil e Caetano após
estes terem sido exilados em Londres.
Ele mostra um Tom Zé com várias
facetas:
Tom Zé bem-humorado, quando
relata suas relações com a censura, quando o "arroto de coca-cola",
de sua música Guindaste a rigor, teve que transformar-se em
"assopro de coca-cola".
Tom Zé irritado, quando reclama,
grita e quase vai às vias de fato com o técnico de som que não
conseque equalizar as músicas de acordo com seu desejo;
Tom Zé amargurado, pelo seu
ostracismo após a cisão tropicalista, e seu olhar triste quando viu
que não colocaram sua foto no carnaval de Salvador que homenageou a
Tropicália;
Tom Zé no palco, com seus
experimentalismos sonoros e musicais;
O Documentário tem depoimentos de
Gilberto Gil e Caetano Veloso. Na época do documentário, Tom
Zé chegou a dizer que processaria o diretor do documentário, Decio
Matos Jr. por incluir tais depoimentos, mas após isso voltou atrás,
dizendo que era apenas algo para promover o filme. Também há o
depoimento de David Byrne, responsável pela "redescoberta" de Tom
Zé.
E o filme
deixa claro um certo provincianismo nacional, em que a produção de
vanguarda de Tom Zé foi por aqui esquecida, mas, quando notado por
alguém de fora do país (leia-se Europa ou Estados Unidos), o
reconhecimento vem de fora para dentro.
O certo é
que todos que gostam e admiram Tom Zé devem ver o documentário, de
como ele confirma sua música de vanguarda, o questionamento crítico
e a fuga das fórmulas fáceis. Como ele mesmo disse, mesmo chegando
aos 70 anos, ele padece de juventude...
Billie Jean. Motown 25
Na postagem anterior, comentei a
participação dos Jackson 5 no especial Motown 25: Yesterday,
Today and Forever, quando eles se reuniram pela primeira
vez na sua formação original após Jermaine ter deixado o grupo.
Mas há, em seguida, uma apresentação que consagrou
definitivamente Michael Jackson como maior astro pop mundial, que
foi sua apresentação individual, logo em seguida, na qual cantou
Bille Jean.
Mas há algumas infiormações sobre
os bastidores de tal participação, relatadas por J. Randy
Taraborelli, na biografia que escreveu sobre Michael Jackson (Ed.
Globo, 2005).
As relações entre Berry Gordy Jr.
(dono da Motown) e a familia Jackson não era das melhores. A Motown
reservou para si o nome Jackson 5, e ainda incentivou Jermaine
Jackson (casado com a filha de Berry) a deixar o grupo. Além disso,
Michael não queria participar do especial, pois não gostava de suas
apresentações na televisão. Por essa e outras razões, relutava em
participar do especial.
Foi convencido pessoalmente por
Berry, pois, a despeito das brigas, ele sentia muita gratidão por
Berry, e os bons tempos do início de sua carreira. Acabou cedendo,
sob uma condição: teria que fazer um número solo, exigência que
Berry concordou imediatamente.
Porém, em seguida, Michael exigiu
que sua aprtesentação fosse da música Billie Jean. Berry
inicialmente objetou, dizendo que a música não tinha sido gravada
pela Motown, e não tinha sentido apresentá-la num especial da
gravadora. Só que Michael disse que se não pudesse cantar
Billie Jean, não iria se apresentar.
Cumpre ressaltar que, na época,
Billie Jean estava entre as 10 mais, mas ainda não tinha atingido a
hecatombe de sucesso que veio a seguir.
Berry, ainda relutante, aceitou a
exigência, além de que Michael exigiu que queria fazer a edição
final do vídeo.
Após a apresentação do Jackson 5,
Michael disse que gostava dos bons e dos velhos tempos, que adorava
as músicas que cantou, dirigiu-se ao canto do palco, pegou um
chapéu de feltro (ele disse que queria um chapéu estiloso, tipo de
espião), e começou a cantar em playback a canção. Foi a
primeira vez que Michal cantou Billie Jean para uma plateia.
O público estava em êxtase, de pé,
e Michael fez uma apresentação espetacular, com seu giro e a
primeira vez em que ele executou o passo conhecido como Moonwalk,
em que ele desliza para trás com os pés.
A apresentação, vista por mais de
50 milhões de pessoas na TV, fez com que Michael roubasse
completamente o show, recebeu todo tipo de parabéns e
congratulações, foi efusivamente abraçado pelos seus irmãos, e
Billie Jean, claro, decolou para incrtementar o sucesso que já
fazia. Uma apresentação que fica para a história.
O ouro afunda no mar, madeira fica por cima, ostra nasce do lodo, gerando pérolas finas
Muito
se falou sobre a morte do sambista Ederaldo Gentil, ocorrida no
último dia 30 de março. Muito pode ser dito sobre a trajetória e
suas composições, mas fico aqui com a maior delas, "O Ouro e a
Madeira", de 1975.
A
música é uma ovação à simplicidade, em que o eu-lírico demonstra
preferência explícita pelo que é singelo em vez daquilo que é
grandioso. Por essa razão, prefere ser a fonte ao mar, o orvalho à
chuva, o momento à vida, a canção ao concerto...
E a
partir daí, encontra sua justificativa maior. Afinal, embora se
valorize mais o ouro do que a madeira, o ouro afunda no mar, e a
madeira fica por cima... enfim, ele prefere ser feliz sendo
simples, diz um não à ambição, que pode levar ao sucesso, mas que
não tem sustentação.
Por
fim, diz justamente que as pérolas finas são geradas por ostras que
nascem do lodo... novamente recorre ao simples, ao que é menos
valorizado, mas que é mais verdadeiro.
Ederaldo
Gentil deixará muita saudade. A ele, seu maior sucesso... e suas
canções, que se não foram o ouro que afunda no mar, são as pérolas
que incrustadas na madeira, permanecerão...
A letra
me bastava a fonte
Muito menos ser a rosa
simplesmente o espinho
Não queria ser caminho
porém o atalho
Muito menos ser a chuva
apenas o orvalho
Não queria ser o dia
só a alvorada
Muito menos ser o campo
me bastava o grão
Não queria ser a vida
porém o momento
Muito menos ser concerto
apenas a canção
O ouro
afunda no mar
Madeira fica por cima
Ostra nasce do lodo
Gerando pérolas finas
Madeira fica por cima
Ostra nasce do lodo
Gerando pérolas finas
Marca de amor não sai - Sílvia Patrícia (Uma versão que eu gosto)
Eu confesso ter um certo
preconceito contra versões... parece que nunca a música com a letra
traduzida consegue trazer o sentido e o significado da letra
original. Se o significado é mantido, perde-se a integração sonora
entre letra e música. Se tenta se preservar a sonoridade, a letra
perde sentido.
Mas há
alguns casos raros em que isso dá certo. Eu gosto de
Marca de
Amor não sai, cantada
por Sylvia Patrícia, uma versão da música Is it ok if
I call you mine, de Paul
McCrane...
A música mantém um
acompanhamento somente com um violâo, e Sylvia Patrícia, escapando
da tradução literal, consegue dar um sentido semelhante à
música.
Na canção original, o artista
começa perguntando à sua musa se ele pode chamá-la de "sua", por
algum tempo, e isso o fará feliz. Trata-se de alguém que diz
precisar do amor do outro e que vê em cada coisa lembranças e
reminiscências, e é um misto de saudade e de vontade de ver a
pessoa amada de novo.
Na versão trazida por Sylvia
Patrícia, a saudade adquire um tom mais doce do que na versão
original; ela é cuidada com uma expectativa de um novo encontro, e
de quanto o eu-lírico esquece do mundo quando encontra a pessoa
amada... das lembranças, assim como na versão original, de quanto o
artista se lembra de quem ama em cada belo detalhe...
Só que, na versão de
Sylvia, a música perde um pouco a ideia de súplica que existe na
canção original, parecendo mais um convite, um convite de um amor
cujas marcas não saíram, e mesmo depois o eu-lírico convida,
dizendo que vai valer a pena... enfim, uma canção de saudade
sem a submissão que parece permear a canção original. É só comparar
as letras...
Marca de amor não
sai
Existe alguém que
quer amarSó pra escutar
Você dizer vem cá
E eu sei que vai ser demais
Me ligue que eu vou
Se eu esqueço até
Pra onde tudo vai
Se você me abraça um pouco mais
Se o oposto atrai
Oh baby marca de amor não sai
E eu adoro como você faz
Mil vezes eu vou
O que eu tento lhe dizer
É que sempre vai valer
É só voltar o filme todo dia
Pra lembrar de você
Se por aí eu ouço seu nome
Ou parece que sim
Quase em todo lugar
Que eu penso em ir
Até nos livros que eu lí
Mais nada me importa
Não sei o que acontece comigo
Se você não vem
Nem quero ver se faz sentido também
Oh, baby
Eu sei que vou
O que eu tento lhe dizer
É que sempre vai valer
É só voltar o filme todo dia
Pra lembrar de você
is it ok if you call you
mine
Is it ok if I call you mine
just for a time?
And I will be just
fine
If I know that you know that
I'm wanting, needing your love
If I ask of you is it
alright
If I ask you to hold me
tight
through a cold tough
night
'cause there may be a cloudy
day inside
and I need to let you know that
I might be needing your love
And what I'm trying to say
isn't really new
It's just the things that
happen to me when I'm reminded of you
Like when I hear your
name
or see a place that you've
been
or see a picture of your
grin
or pass a house that you've
been in one time or another
it sets off something in me I
can't explain
and I can't wait to see you
again
Oh babe I love your
love
And what I'm trying to say
isn't really new
It's just the things that
happen to me when I'm reminded of you
Mudando como um deus o curso da história, por causa da Mulher...
Esta frase termina uma bela
homenagem de Gilberto Gil ao feminino, numa canção em que música e
letra foram compostas ao mesmo tempo, e que se intitula
"Super-Homem - a canção".
Para quem não sabe, antes mesmo
dos filmes sobre Homem-Aranha, X-Men, Batman, Homem de Ferro e etc,
um filme de super-herói fez história no final da década de 70. Era
o Super-Homem - o filme, com Christopher Reeve no papel de
Super-Homem, Marlon Brando no papel de Jor-El, pai do Super-Homem,
Gene Hackmann no papel de Lex Luthor e Margot Kidder no papel de
Lopis Lane.
O filme mostra o quanto o
super-homem, ao mesmo tempo em que é vulnerável pela kriptonita, é
vulnerável também ao amor que sente, por Lois Lane, colega de
profissão de seu alter-ego, Clark Kent. Super-homem não consegue
suportar a ideia da morte de Lois Lane, e então opera um
milagre.
A partir da narrativa de Caetano
sobre o filme que acabara de ver, surgiu uma das mais conhecidas
músicas de Gil, uma homenagem, que ele narra no seu livro Todas
as Letras (Cia das letras, 1996).
"Eu estava morando na Bahia e não tinha casa
no Rio, por isso estava hospedado na casa do Caetano. Como eu tinha
que viajar logo cedo, na véspera da viagem eu me recolhi num quarto
por volta de uma hora da manhã.
"De repente eu
ouvi uma zoada: era Caetano chegando da rua, falando muito,
entusiasmado. Tinha assistido o filme Super-Homem. Falava na sala
com as pessoas, entre elas a Dedé [Dedé Veloso, mulher de Caetano à
época]; eu fiquei curioso e me juntei ao grupo. Caetano estava
empolgado com aquele momento lindo do filme, em que a namorada do
Superhomem morre no acidente de trem e ele volta o movimento de
rotação da Terra para poder voltar o tempo para salvar a namorada.
Com aquela capacidade extraordinária do Caetano de narrar um filme
com todos os detalhes, você vê melhor o filme ouvindo a narrativa
dele do que vendo o filme...
Então eu vi o filme. Conversa vai, conversa vem, fomos
dormir.
Mas eu não dormi. Estava impregnado da imagem do Super-Homem fazendo a Terra voltar por causa da mulher. Com essa idéia fixa na cabeça, levantei, acendi a luz, peguei o violão, o caderno, e comecei. Uma hora depois a canção estava lá, completa. No dia seguinte a mostrei ao Caetano; ele ficou contente: 'Que linda!'
Mas eu não dormi. Estava impregnado da imagem do Super-Homem fazendo a Terra voltar por causa da mulher. Com essa idéia fixa na cabeça, levantei, acendi a luz, peguei o violão, o caderno, e comecei. Uma hora depois a canção estava lá, completa. No dia seguinte a mostrei ao Caetano; ele ficou contente: 'Que linda!'
Gil somente fora ver o filme
quando estava nos Estados Unidos para gravar o disco Realce. A
canção foi feita, portanto, a partir da narrativa de Caetano Veloso
sobre o filme. .
.
O significado da canção, que há
pouco mais de 30 anos foi visto com certa desconfiança pela
critica, hoje parece evidente: é uma homenagem àquilo que é
visto como feminino, como características atribuídas naturalmente
às mulheres, e que são coisas que fazem o e-lírico melhor, muito
mais do que o tradicional mundo masculino. Gil, ainda sobre a
letra, arrematou:
"Sobre a "porção mulher" - "Muita gente confundia essa música como apologia ao homossexualismo, e ela é o contrário. O que ela tem, de certa forma, é sem dúvida uma insinuação de androginia, um tema que me interessava muito na ocasião - me interessava revelar esse imbricamento entre homem e mulher, o feminino como complementação do masculino e vice-versa, masculino e feminino como duas qualidades essenciais ao ser humano".
Uptown Girl - De Billy Joel Para Elle Macpherson e Christie Brinkley
Em 1983, Billy Joel lançava uma de
suas mais conhecidas canções: Uptown Girl, do seu álbum An
innocent man. A música relata uma daquelas
situações típicas em que um "downtown man", ou seja, um homem
simples, de classe média, deseja uma "uptown girl", que numa
tradução livre, poderia ser considerada uma "Patricinha", que vive
num mundo de luxo.
A música parece um
desejo, um sonho de um sujeito comum, que primeiro idealiza a
garota, que vive num "white bread world", que seria algo como um
mundo de elite cor-de-rosa. Esta garota, segundo a canção, ficaria
cansada do seu mundo, seus garotos e seus presentes de luxo,
e vai se acabar se apaixonando por um cara comum - como o eu-lírico
da canção. Ele diz que não poderá compra-lhe pérolas, mas quando
ele souber quem ela é, ela ficará com ele, e ele poderá, não sem
orgulho, dizer que aquela "uptown girl" lhe
pertence.
Pode-se ver, sem muito
esforço, que a canção tem por detrás aquela velha história
conhecida do cara comum que está encantado com a moça rica, bonita,
mas inacessível, e com o sonho de que ela esqueça de seu mundo
fútil e venha cair nos seus braços...
O interessante é que essa música tem, na verdade, mais de uma musa inspiradora. Segundo o site http://www.dailymail.co.uk/, (inspirado no livro "The Girl In The Song" by Michael Heatley & Frank Hopkinson) Billy Joel estava de férias no Caribe quando ele conheceu três modelos que ficam no mesmo hotel - Ellen Macpherson, Christie Brinkley e uma jovem e então desconhecida chamada Whitney Houston. Ele estava tocando piano quando as três ficaram maravilhadas vendo-o tocar o instrumento.
http://www.dailymail.co.uk/tvshowbiz/article-1327163/Billy-Joels-Uptown-Girl-inspired-Elle-Macpherson-Christie-Brinkley.html#ixzz1liP6rNXF
O interessante é que essa música tem, na verdade, mais de uma musa inspiradora. Segundo o site http://www.dailymail.co.uk/, (inspirado no livro "The Girl In The Song" by Michael Heatley & Frank Hopkinson) Billy Joel estava de férias no Caribe quando ele conheceu três modelos que ficam no mesmo hotel - Ellen Macpherson, Christie Brinkley e uma jovem e então desconhecida chamada Whitney Houston. Ele estava tocando piano quando as três ficaram maravilhadas vendo-o tocar o instrumento.
Elle Macpherson
Inicialmente, Billy Joel começou a sair com
Macpherson. ele estava recém-divorciado do seu casamento com
Elizabeth Weber. Ele diz que eles estavam saindo ("dating"), mas
não estavam comprometidos. Depois, quando ela foi para a Europa,
ele começou a sair com Christie Brinkley, com a qual acabou se
casando.
Assim a música
que originariamente se chamaria "uptown girls", passou a se chamar
"uptown girl", e a musa inspiradora pouco a pouco passou a ser
Christie...
Christie Brinkley
Joel, que é de
Long Island, Nova Iorque, se identificou como o cara comum que
conseguia atrair tão belas modelos, a ponto de dizer numa
entrevista:
"O
fato de que eu possa atrair uma mulher tão linda como Christie deve
dar esperança a cada cara feia no mundo!"
A música, como
todo o disco An innocent man foi uma homenagem à música pop dos
anos 60. Divertida, leve e com uma história por trás... Ah, a
mulher no clipe é Christie Brinkley, uma das inspiradoras da canção
e então já mulher de Billy Joel. Vejam as danças típicas dos anos
80, inclusive o "break"...
Gilberto Gil cantando Marighella?
Quem
assistiu oi filme "O que é isso, Companheiro" (dirigido por Bruno
barreto inspirado na obra homônima de Fernando Gabeira),
percebe, numa cena perto do final do filme, a personagem
interpretada por Fernanda Torres dizer que Gilberto Gil, numa
determinada canção, gritaria o nome "Marighella"... para em seguida
dizer que, para que fosse ouvido o nome corretamente, teria que ser
ouvido ao contrário.
Fiquei
curioso e fui atrás da famosa canção. Em inúmeros sítios digitais e
blçogs, encontrei a alegada resposta: o Grito estava na canção
Alfômega, que consta de um disco gravado por caetano em 1969 (o LP
tem a capa branca com a assinatura de Caetano. Foi gravado pouco
depois que saíram da prisão).
No
meio da canção, Gil faz algumas onomatopeias vocais, e vi muita
gente jurar que Gilberto Gil gritava nitidamente o nome
"Marighella". E, para quem não sabe, Marighella foi um dos
principais personagens da luta armada contra a ditadura militar no
Brasil, morto pela ditadura em novembro de 1969.
No
livro "O que é isso, companheiro", Gabeira relatou, após o
sequestro do embaixador americano, sua mania de ouvir discos bem
baixinho, quando estava escondido, na clandestinidade, para não
incomodar os vizinhos:
"...Num deles, Gil gritava Marighella. No princípio foi interessante reconhecer aquele nome, mais ou menos gritado às pressas, propositalmente, não articulado. Depois era fácil acompanhar a música que, dentro de alguns segundos, ia dizer Marighella. Finalmente, era insuportável ouvir aquele grito de Marighella, repetido mil vezes, ao longo daqueles dias. Sobretudo porque num deles a televisão anunciava a morte de Marighella, assassinado em São Paulo. A morte de Marighella foi a resposta que o governo deu ao sequestro do Embaixador americano..."
Ouvindo atentamente a canção, parece que, em certa altura, Gil, canta algo que parece ser assim: "iê, ma-ma-mar-guella!"
"Dizem, as pessoas, muita gente diz que ouvia num trecho de uma das músicas daquele disco que eu fiz quando saí do Brasil, que eles ouviam o grito do Marighella, coisa que eu nunca fiz. Eu insistentemente ouvia pra ver e eu não achava nem parecido com alguém gritando Marighellla. E na verdade o que acontecia ali eram aqueles gritos normais que eu dou até hoje no meio das minhas músicas, uma daquelas onomatopeias típicas do meu modo de me exprimir musicalmente. Mas nunca, nunca fiz menção ao Marighella, até porque eu tenho impressão que era muito destemor, seria muito destemor da minha parte, naquele momento, diante daquela situação toda fazer esse tipo de coisa. É um mito, é uma lenda..."
Está aí a canção. Reparem nos vocais de Gil. Está no minuto 1:30 do video aqui postado. Conseguem perceber? Ou será que é apenas uma lenda?
Marighella
"...Num deles, Gil gritava Marighella. No princípio foi interessante reconhecer aquele nome, mais ou menos gritado às pressas, propositalmente, não articulado. Depois era fácil acompanhar a música que, dentro de alguns segundos, ia dizer Marighella. Finalmente, era insuportável ouvir aquele grito de Marighella, repetido mil vezes, ao longo daqueles dias. Sobretudo porque num deles a televisão anunciava a morte de Marighella, assassinado em São Paulo. A morte de Marighella foi a resposta que o governo deu ao sequestro do Embaixador americano..."
Ouvindo atentamente a canção, parece que, em certa altura, Gil, canta algo que parece ser assim: "iê, ma-ma-mar-guella!"
Gil,
no documentário "Canções do exílio: a labareda que lambeu
tudo
Só
que recentemente, Gilberto Gil, no documentário: "Canções do
exílio: a labareda que lambeu tudo", (que conta a trajetória de
Gil, Caetano, Jorge Mautner e Jards Macalé sobre as prisões que
sucederam ao AI-5, no fim de 68), desmente que tenha gritado o nome
de Marighella na canção:"Dizem, as pessoas, muita gente diz que ouvia num trecho de uma das músicas daquele disco que eu fiz quando saí do Brasil, que eles ouviam o grito do Marighella, coisa que eu nunca fiz. Eu insistentemente ouvia pra ver e eu não achava nem parecido com alguém gritando Marighellla. E na verdade o que acontecia ali eram aqueles gritos normais que eu dou até hoje no meio das minhas músicas, uma daquelas onomatopeias típicas do meu modo de me exprimir musicalmente. Mas nunca, nunca fiz menção ao Marighella, até porque eu tenho impressão que era muito destemor, seria muito destemor da minha parte, naquele momento, diante daquela situação toda fazer esse tipo de coisa. É um mito, é uma lenda..."
Está aí a canção. Reparem nos vocais de Gil. Está no minuto 1:30 do video aqui postado. Conseguem perceber? Ou será que é apenas uma lenda?
Moça - uma homenagem a Wando
Hoje
morreu Wando. Um cantor que fez parte da história da música
brasileira nos últimos 40 anos. Fiquei pensando no que seria dito
no seu obituário. Seria fácil, nesse mundo em que cada um é forçado
a ser enquadrado em um rótulo, em dizer que Wando é o "cantor das
calcinhas". Evidentemente, nou últimos anos ele se aproveitou desse
fetiche como instrumento de promoção pessoal, mas quem já se
deu ao trabalho de ir além do rótulo vê que existem músicas de
qualidade.
Não
se pode dizer que Wando é um cantor romântico igual aos outros. Ele
tem uma marca e um estilo pessoal nas suas canções, na sua
interpretação, e certamente fará muita falta. Ele não gostava de
ser chamado de "brega", como citei aqui em outra postagem
( http://musicaemprosa.musicblog.com.br/274083/Wando-e-a-musica-brega-brega-Trechos-de-uma-entrevista-com-o-artista/),
dizia que gostava de vários estilos musicais, mas que, como cantor
da noite, aprendeu que as mulheres gostavam de música
romântica.
Para
fazer uma singela homenagem, vou
me referir ao primeiro grande sucesso de Wando. "Moça". Para quem
não sabe, Wando começou fazendo Samba, tanto que seu primeiro
disco, gravado em 1973, se chama "Glória
a Deus no Céu e samba na terra".
No entanto, Wando ao perceber que o público
feminino delirava quando ele cantava músicas românticas, ele compôs
"moça".
Zuza Homem de Mello e Jairo
Severiano, no livro "A canção no tempo, vol. 2", afirma que a
canção foi feita em homenagem a uma mulher que Wando teria
conhecido em Belém do Pará, quando da divulgação de seu primeiro
LP. Com ela Wando teve um breve romance e daí veio a canção. Em
1975, vendeu mais de 1 milhão e 200 mil cópias,
Afirmam
os referidos autores que Hélio Ribeiro, da Rádio Bandeirantes de
São Paulo, encantou-se com “Moça”, e a executava
com frequência. A canção foi incluída na trilha de
“Pecado Capital’. (“Moça”
era o tema de Lucinha, uma pobre suburbana, interpretada por Betty
Faria, que se casaria com Salviano (Lima Duarte), o patrão
milionário").
Wando,
na canção, se dirige à moça, pede que ela o espere, pois ele levará
consigo seu coração, mesmo atarefado, abafado, ele se "virará do
avesso" para encontrá-la.
Ele
sabe que a moça tem um passado "tão forte" que é capaz de
machucá-lo. "Sei que já não és pura" é uma referência à
virgindade, tão valorizada na época, mas que ele não se importa...
pede para que ela "dobre as mangas do tempo", e retribua o
sentimento que ele está te entregando.
Numa
época de censura imposta pela ditadura militar, Wando se permitiu
sugerir uma cena de amor, com um erotismo insinuado... ele quer se
enrolar nos cabelos da moça, abraçar todo seu corpo, enfim,
perder-se de amor, numa noite de amor...
Fico
imaginando quem seria essa moça, e de como despertou no artista um
amor que joga para trás tabus e preconceitos da época e que só
deseja ser vivido...
Sim,
Wando, você é muito mais que "cantor das calcinhas". Obrigado pela
sua obra brega, romântica, autêntica.
Se acaso você chegasse
Lupicínio Rodrigues notabilizou-se por suas
canções de amor perdido, até por criar a expressão
"dor-de-cotovelo"... O que poucos sabem é que ele era boêmio e
namorador, e também fez composições sobre sua vida
sentimental.
Lupicínio
Conforme narram Zuza Homem de Mello e Jairo
Severiano, no livro "A canção no tempo (vol.1)":
"Se
Acaso Você Chegasse" é uma espécie de mensagem/sondagem que dirige
a um amigo, Heitor Barros, de quem havia tomado a namorada.
Lupicínio sabia que agira mal e temia perder o amigo, que muito
prezava.
Para evitar o rompimento, procurava convencê-lo de que a amizade dos dois era mais importante do que a mulher infiel ("Será que tinha a coragem / de trocar a nossa amizade / por ela que já lhe abandonou..."), ao mesmo tempo em que lhe comunicava um fato consumado ("eu falo porque essa dona / já mora no meu barraco...") e de difícil reversão ("de dia me lava a roupa / de noite me beija a boca / e assim nós vamos vivendo de amor").
A verdade é que o poeta queria ficar com a mulher e o amigo, feito que acabou conseguindo, pois Heitor gostou do samba e perdoou a traição".
Para evitar o rompimento, procurava convencê-lo de que a amizade dos dois era mais importante do que a mulher infiel ("Será que tinha a coragem / de trocar a nossa amizade / por ela que já lhe abandonou..."), ao mesmo tempo em que lhe comunicava um fato consumado ("eu falo porque essa dona / já mora no meu barraco...") e de difícil reversão ("de dia me lava a roupa / de noite me beija a boca / e assim nós vamos vivendo de amor").
A verdade é que o poeta queria ficar com a mulher e o amigo, feito que acabou conseguindo, pois Heitor gostou do samba e perdoou a traição".
A
música se inicia com uma pergunta a partir de uma situação
hipotética: caso você, amigo chegasse na casa do eu-lírico e
lá encontrasse aquela mulher com quem tivera uma história, o que
você faria? Teria coragem de acabar com a amizade por uma mulher
que o abandonara?
A
partir dessa pergunta, a confissão: A dona já mora no barraco, vive
com o eu-lírico, então não há o que fazer...
Cyro Monteiro
A
música foi composta em 1936, de improviso, e foi responsável pela
projeção nacional de Lupicínio, e responsável pela projeção de Cyro
Monteiro, o primeiro a gravá-la, em 1938, e foi certamente o maior
sucesso de Elza Soares, gravada em 1959.
Fonte:
A Canção no Tempo: 85 anos de músicas brasileiras, Vol 1: 1901-1957
/ Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. - São Paulo: Ed. 34,
1977.