Curiosity descobre que solo de MARTE É RICO EM ÁGUA
Futuro exploradores de Marte serão capazes de obter toda a água
que necessitam a partir da terra vermelha debaixo de seus pés.
A sonda Curiosity, da NASA, descobriu que 2% do solo do
planeta vermelho é feito de água. Isso significa que astronautas poderão
extrair cerca de 1 litro de água de cada 0,03 metros cúbicos, segundo a autora
do estudo Laurie Leshin, do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York,
EUA.
“Um dos principais resultados da primeira amostra capturada pelo
Curiosity é a alta porcentagem de água no solo”, disse Leshin.
Absorvendo água atmosférica
O Curiosity pousou na enorme cratera Gale em agosto de 2012, dando
início a uma missão superficial de dois anos para determinar se o planeta
vermelho poderia ter suportado a vida microbiana no passado. Ele atingiu esse
objetivo, em março, quando descobriu que um local próximo ao seu local de pouso
chamado Yellowknife Bay era realmente habitável há bilhões de anos.
Mas o robô já havia trabalhado bastante antes de chegar em
Yellowknife Bay. Leshin e seus colegas analisaram os resultados das primeiras
análises do solo de Marte, que o rover de 1 tonelada capturou de um local
arenoso chamado Rocknest em novembro de 2012.
Utilizando o instrumento chamado SAM, o Curiosity aqueceu esse pó
a uma temperatura de 835 graus Celsius e, em seguida, identificou os gases que
evaporam. O SAM registrou uma quantidade significativa de dióxido de carbono,
oxigênio e compostos de enxofre – e muita água.
O SAM também determinou que a água do solo é rica em deutério, um
isótopo “pesado” de hidrogênio que contém um nêutron e um próton (em oposição
aos átomos “normais” de hidrogênio, que não têm nêutrons). A água no ar de
Marte ostenta uma proporção de deutério similar, Leshin disse.
“Isso nos diz que o solo está agindo como uma esponja, absorvendo
a água da atmosfera”, disse ela.
Uma má notícia para a exploração tripulada
O SAM detectou alguns compostos orgânicos na amostra de Rocknes,
substâncias químicas que são os blocos de construção da vida aqui na Terra. Mas
como os cientistas da missão informaram no ano passado, estes compostos
orgânicos são clorados simples, que provavelmente não têm nada a ver com a vida
marciana.
Em vez disso, Leshin disse, eles provavelmente foram produzidos
quando orgânicos pegaram uma carona da Terra e reagiram com átomos de cloro
liberados por um produto químico tóxico na amostra chamado perclorato.
A presença de perclorato é um desafio que os arquitetos de futuras
missões tripuladas a Marte terão que superar.
“O perclorato não é bom para as pessoas. Temos de descobrir como
os seres humanos que entrarão em contato com o solo irão lidar com isso”, disse
Leshin.
O leão Christian