Após o transe
Após o momento de transe, as
meninas se recuperam e voltam a conversar normalmente, como se nada tivesse
acontecido.
Para os pais, como não há um
diagnóstico para o que está acontecendo, o jeito é acreditar em Deus. Para a auxiliar de serviço da instituição
educacional onde se presencia o fato, Francisca Zeneide da Silva, todas as
crianças que são dominadas pelo fenômeno agem da mesma forma e, ao retomarem os
sentidos, não lembram nada. "Quando acontece com uma, todas ficam em
pânico", conta ela.
A diretora da Escola Nazaré
Guerra, Eliane Dias, situada em Lagoa do Mato, que tem um anexo funcionando na
Escola Eduardo Barbosa, local onde estão ocorrendo os fatos paranormais, não
esconde o medo de tudo isso e já pensa em buscar solução junto ao Estado e até
mesmo um parapsicólogo. "Vamos nos reunir com as autoridades do Município
para buscarmos uma solução. Está todo mundo apavorado, nunca tinha presenciado
nada igual ao que vi na última sexta-feira, dia 4″, disse. Ela autorizou a
suspensão das aulas até que seja esclarecido o ocorrido.
Celebração
Para tentar conter o avanço do
fenômeno, o padre Guilherme Afonso de Andrade Pessoa foi convidado a celebrar
uma missa na própria escola. No momento de oração, o que se viu foi à repetição
da cena por diversas vezes. Em uma determinada ocasião, uma aluna, Graziele da
Silva, entrou em transe e mudou totalmente a voz. Houve uma grande correria.
Essa é a reação que ocorre para quem presencia a cena. A adolescente dizia que
estava com medo e pedia para não deixá-la morrer e chorava muito.
O padre disse que a Igreja é
muito prudente em tudo. "É preciso aprofundar bem as coisas, para não
dizer palavras sem anexo. A Igreja só emite opinião depois de um estudo
aprofundado", disse.
O pastor evangélico, José Carlos,
de Lagoa do Mato, distrito mais próximo do local dos acontecimentos, acredita
que pode ser uma força espiritual que está agindo dentro da escola, já que da
unidade educacional, três jovens morreram em acidentes. "Talvez eles
estejam vagando precisando de reza".
TENSÃO
Estudantes relatam angústia e
medo
Itatira. Para quem sofre na pele
o fenômeno, conta que são momentos angustiantes. De acordo com a estudante
Andréia Alves Marcolino, de 16 anos, a "perseguição deste fenômeno é de
exato um mês. É tudo muito rápido, começa com um calafrio, depois as mãos ficam
trêmulas, os batimentos do coração ficam acelerados, dá sede, um sufocamento
toma conta do tórax, as pernas não seguram o corpo e aos poucos vem o desmaio.
Quando volto ao normal, não dá para relembrar de nada", relata.
Um dos garotos que vivenciou o
problema, Marlei Alves Marcolino, de 14 anos, diz que os acontecimentos
acontecem em série. "Quando tudo começa dá uma dor no peito, um arrepio,
uma agitação que dá vontade de correr, gritar e pedir para não morrer. A gente
desmaia, perde o sentido e o que é pior fica com a voz conturbada. No dia que
aconteceu comigo, a professora disse que mais seis alunas sofreram o mesmo
ataque", conta.
Emoção
Outra estudante que se emociona
e chega a chorar ao descrever a situação é Francisca Diana Lôbo Loiola, de 18
anos. "De imediato dá um nervosismo. Fiquei tonta, bateu um suor frio, a
voz fica enrolada e grossa e a força que penetra na mente pede que reze missa e
faça orações porque ele não vai ficar satisfeito enquanto não realizar a sua
missão. É uma adrenalina muito forte. Estou com muito medo de voltar à sala de
aula.