Após produzir documentário ganhador de prêmio na TV, repórter e escritor retorna ao Brasil em defesa da vida dos índios de tribos isoladas.
O jornalista australiano Paul Raffaele presente na
audiência pública na Comissão de Direitos Humanos no dia 29 de novembro, na
quinta-feira. Ele manifestou repúdio com o que chama de tolerância do governo
brasileiro à prática do infanticídio em tribos isoladas.
Por duas semanas o jornalista e escritor premiado esteve no sudoeste da
Amazônia gravando documentário para uma TV da Austrália. Conheceu de
perto os índios da etnia Suruwahá, uma tribo que a exemplo de outras, também
pratica o assassinato de recém-nascidos.
Há 50 anos Raffaele visita tribos isoladas em dezenas de países, mas
enfatiza que ainda não havia se deparado com nada parecido com o que encontrou
no Brasil. Ele discorda da política da FUNAI – Fundação Nacional de Assistência
ao Índio - e do governo brasileiro em manter as tribos indígenas isoladas da
civilização. Dessa forma, ele entende que o Brasil concorda e aprova essa, que
é uma das piores violações dos direitos humanos do mundo.
Paul também aponta que a FUNAI e governantes negam que exista
infanticídio nos dias de hoje; informação que ele contesta com veemência, uma
vez que testemunhou esse costume sendo aceito, incentivado e praticado
especialmente entre os Suruwahá.
O senador Magno Malta, quem requereu a audiência, apóia o princípio que
a cultura é sempre menor que a vida, e que toda defesa à mote é injustificável.
Membros do ministério público, do Conselho Nacional de Justiça e
parlamentares vendo a grandeza e gravidade do assunto afirmaram que, debates
irão acontecer dentro de seus respectivos órgãos, para o desenvolvimento de
projetos e politicas que possam levar cidadania a tribos indígenas isoladas.
Nós da redação lembramos que artigos publicados na internet e revistas
impressas fizeram, tempos atrás declarações difamatórias e desqualificativas do
trabalho da JOCUM, chegando até mesmo a classificar a presença nas tribos
indígenas dos missionários de “nefasta”. E ainda, o absurdo de associar o
infanticídio entre os Suruwahá e a missão JOCUM, conhecida e respeitada há
décadas no Brasil e internacionalmente por seus esforços voluntários na esfera
da evangelização urbana e transcultural. É sabido que a prática em abandonar na
floresta, enterrar vivas ou envenenar as crianças nascidas deficientes, gêmeas
e mesmo filhas de mães solteiras, faz parte da tradição cultural não só da
tribo Suruwahá, mas de várias outras etnias.
A JOCUM esteve entre os índios justamente pra combater essa violação,
mas acabou sendo proibida de atuar sob a alegação de interferência cultural
indevida. Os mesmos veículos de notícia, tempo após a verdadeira expulsão dos
missionários divulgaram tendenciosamente que com a saída da JOCUM (Jovens com
Uma Missão), suicídio e mortes haviam cessado. Para quem conhece o trabalho desta
missão e o contexto real da atuação da FUNAI na causa indígena, sabe que só
pode existir interesses políticos por esse desserviço. Paul Raffaele, ouvido
com exclusividade por nossa reportagem declarou que, “os índios gostam e pedem
a volta dos missionários, para que ouçam mais sobre o amor de Deus e o
evangelho, mas os funcionários da FUNAI, dizem que não, que eles (missionários)
devem sair. Paul concluiu perguntando: -” Afinal, quem são os verdadeiros
caciques; os índios ou funcionários da FUNAI?
Confira no vídeo abaixo a declaração completa de Raffaele.
Fonte: Portal Fé em Jesus /